3 de dez. de 2009

Vida de tatuado I



Fazer uma tatuagem é coisa séria. Creio mesmo que os menos seguros sobre o assunto deveriam até procurar ajuda especializada antes de marcar a pela em definitivo. Fazer por impulso é certeza de arrependimento posterior e cobrir o erro pode ter resultado ainda pior. Removê-lo é tarefa árdua e pode sair mais caro do que foi para fazê-lo.
 
Dói? Sim, na alma. Existem, certamente, dores piores mas o prazer posterior é tão imenso que o sacrifício mostra-se válido. Isso sem dizer o status que as tatuagens lhe outorgam. Por mais que vivamos numa sociedade moderna, esse ainda é um tabu.
 
Vejo nos olhares que cruzam as minhas três tipos de ares:
 
Reprovadores: aqueles que vêem a tatuagem como uma mácula, um símbolo de cafajestagem ou de vadiagem, de irresponsabilidade, de desafio à ordem estabelecida.
 
Desejosos: aqueles que vêem, gostam e pensam ‘Se eu tivesse coragem....’. Esses olham com cobiça e desejo pois o outro foi capaz de ir além do que puderam, ousaram, passam a imagem de não ter medo de nada (afinal dói), de serem sexy, seguros de si.
 
Irmãos: outros tatuados que olham as suas buscando referências, idéias, ideais.
 
Viramos, às vezes, o centro das atenções pois uma tatuagem já é alvo de admiração mas, duas ou mais e você vira referência. E lá se vão as mesmas perguntas:
 
‘Dói muito?’, ‘Que desenho é esse?’, ‘Onde você faz?’, ‘Quanto saiu (preço)?’
 
Respondo a todas da mesma forma, com certo orgulho é verdade. Afinal, meu corpo é uma obra de arte.

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