26 de mai. de 2010

o vale...



e havia esse desejo escasso, quase morto, soterrado sob camadas árticas de medo e ingnorância. fluía como que um filete que fugia aos olhos, visto era apenas bem de perto quando alguém realmente se dignava a olhar, mais atenciosamente, de onde saía o pouco de água que se podia, raramente entrever.

esse tipo de reservatório é mui difícil de erguer, leva anos, demanda tempo, esforço e para mantê-lo há que se ter forças quase sobrenaturais. contem-se ali aqueles desejos sujos, os que não podem ser socializados, os que não se pode abrir nem mesmo compartilhar ante aos que pregam como desvio o que nos é caminho certo.

mas essas muralhas, com o tempo, criam fissuras e estas se unem em rachaduras e vão carcomendo a estrutura tornando fonte pura o filete tímido. poucos conseguem mesmo por abaixo tudo e deixar-se correr livremente lambendo toda a terra que se vê pela frente mostrando que é nesse contato que se planta a vida e que, no final, todos vamos inevitavelmente desaguar no mesmo lugar.

não perca tempo mas seja delicado, a sua há de romper-se um dia.

2 comentários:

  1. CACETADA!

    Pois é, neste país de hidrelétricas criamos várias barreiras imaginando que nos trarão força. Mas a força não importa, importa a vida! E a vida é a verdadeira/única fonte de energia que vale a pena cultivar.

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  2. e que assim seja ... viver sem barreiras e sem preconceitos, sejam eles de qualquer natureza ... chega desta abominável mania de impor limites aos outros ... chega da ditadura dos mal amados ... viver viver viver ... simples assim ...

    bjux

    ;-)

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