15 de jun. de 2010

a benção, o jogo e o pária

A Benção

Cada tem o direito de seguir a fé que lhe apetece, fato.

Idealmente, as diferenças religiosas deveriam ser toleradas pois a fé é algo mui subjetivo o que não acontece pois ela é pregada por homens, as criaturas mais intolerantes do planeta. Particularmente creio que ninguém precise de atravessadores para falar com Deus ou com seja lá quem for que tenha criado tudo isso salvo os ateus que não precisam de nada mesmo. Acredito que esse era o conceito original da coisa.

Porém, tão antigo quanto a humanidade é o tino da mesma para o comércio e as seitas, igrejas e afins nada mais fizeram do que preencher um segmento do mercado que sempre foi e sempre será carente de produtos e consumidor, perdão, fiel de novidades. Assim sendo, nada mais certo para uma empresa do que diversificar seus produtos e a Universal parece estar sempre adiante nesse sentido vide seu mais novo empreendimento: o Oração Drive-thru

Vi Sexta última ao passar em frente uma das igrejas deles na Vila Mariana. Um quiosque desses tipo de praia, entrada e saída para autos, obreiros prontos para rezar enquanto o motorista em crise de fé nem mesmo tira o pé da embreagem. Não apedrejo nem maldigo quem freqüenta seus cultos ou qualquer outro culto de qualquer outra coisa; se lhe faz bem, se você se sente bem, fico feliz por você mas para mim é muito marketing e pouca salvação.

Só resta, no fim, eles estarem certos....

O Jogo e o pária

Como já disse repetidas vezes aqui, detesto futebol. Aliás, não me apetece nenhum esporte, acho todos um perda total e completa de tempo e esforço e pouco me importa esse tal de espírito de equipe ou qualquer interação ou detalhe de formação de caráter que ele possa promover. Não torço pelo Brasil em nada, não me orgulha ver medalhas ou títulos, pouco me importa o Brasileirão ou Libertadores, Olimpíadas, Pan ou o caralho a quatro o que não quer dizer que não ame meu país para os ufanistas de plantão..

Talvez seja mesmo caso para terapia, já disse isso também mas, é a única coisa que me difere dos demais e não quero sentar na hora do almoço e conversar sobre a situação dos times com o pessoal do trabalho num cenário deprimente de alienação. Infelizmente, a cada quatro anos, sofro na pele ser parte dessa minoria que abomina torcidas, vibração e prá frente Brasil mas, é meu mês de calvário, pago meus pecados para ter paz nos próximos quatro anos.

Isso também me coloca sob a lupa dos colegas de trabalho que me estudam como uma aberração por não ter senso cívico ou paixão pela pátria de chuteiras. Fomos almoçar, na Sexta, num shopping; praça de alimentação cheia e todos disputando uma mesa que ficasse de frente paras as TVs colocadas ali justamente para os comensais não perderem um segundo da Copa e consumirem mais e mais aguardando o fim da partida.

Levamos uma eternidade para escolher a mesa pois meus amigos queriam uma que ficasse bem localizada e eu, obviamente, já estava irritado pois o assunto no caminho até o shopping não fora outro que não a Copa. Almoço no prato,o assunto foi o mesmo e eu calado. Enquanto outros dois ia pegar seus pratos, o que ficou comigo na mesa disse:

Ele: ‘Você não gosta de Copa?’

Eu: ‘Não gosto de futebol, cara. Não me dá nada, acho chato’

Ele: ‘Mas nem na Copa?’

Eu: ‘Nem. Acho perda de tempo, o Brasil ganhar ou perder dá no mesmo, acho chato, sem graça’

Ele: Mas, foi algum problema com alguma Copa, alguma coisa?’ (tentando entender como era possível que eu não estivesse torcendo, que não gostasse de futebol que não quisesse o verde e amarelo no coração)

Eu: ‘Não, sou assim mesmo’

Ele: ‘Desde moleque?’

Eu: ‘Nasci assim’

Fim da conversa.

Até o fim da Copinha, vou passar por outras situações similares como hoje quando quase todos no setor estavam de camisa da seleção e eu, de preto, luto pelo meu saco falecido por não aguentar mais um único assunto em todas as rodas.

Não há o que fazer pois sou a minoria. Ainda bem que wans é dos meus caso contrário seria guerra civil em casa se bem que um mandaria o outro ver os jogos com os amigos. Meu esporte é outro, fuder, ter machio na cama, pensar até doer, sentir os que os outros não sentem, ver o que os outros deixam passar batido, imaginar o impensável, ouvir mais do que os outros, gozar sem lei, sem neura.

De tempos em tempos, abro uma exceção para os que praticam esses outros esportes que são droga, não pratique ou o se o fizer, não me chame nem pra assistir.

5 comentários:

  1. No meu caso é ainda pior: eu adoro futebol, mas não torço de jeito nenhum pela seleção brasileira. Toda copa eu me divirto torcendo contra, para horror de todos. Mas este ano o time está tão ruim que até perdeu a graça...kkk este ano seu sofrimento termina mais cedo, o time não vai longe.

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  2. eu não saio para almoçar com colegas de trabalho em época alguma, só se for uma convocação do chefe maior e meu emprego estiver na berlinda.

    E Igreja, culto, templo são poderes e para se manterem, precisam pregar a teologia do medo, facilitando claro a compra parcelada para um canto no paraíso.

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  3. Pois então caro Ale ... ser minoria em mais um aspecto da vida me dá uma alegria enorme ... curto horrores com a cara que fazem para nós nos achando uns alienígenas ou loucos mesmo ... acho até q eles têm razão mesmo ... somos loucos e isto me satisfaz muito ...

    Religião ... abomináveis mesmo ... com todo o respeito a quem as sigam em sua fé ... não me considero um ateu mas religião, dogmas e manipulações estabelecidas por um bando de imbecis que se acham é muito para mim ...

    Almoço, festinhas, happy hour com tchurminha de trabalho ... faço a linha da ADlaine ... never ...

    bjux

    ;-)

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  4. Na sexta-feira, dia 25, teremos um almoção com quitutes e comidas típicas de festa junina. Vai ser bem na hora do jogo. Melhor, porque ico longe desse bando de neandertal que só sabe grunhir.

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  5. Estou com você no Futiba Melo.

    Faço cara feia. Não gosto. Não adianta. Não visualizo graça. Não faço questão de torcer. Por mim, podiam soltar uma bomba H lá e o mundo seria um lugar mais feliz...

    Pior mesmo é aguentar os pregos tentando enfiar na sua cabeça que você tem que gostar...

    Beijos!

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