23 de nov. de 2010

o medo

Nem ia escrever sobre as agressões na Paulista posto que muita gente já escreveu tanto e tão bem como o DPNN por exemplo numa das poucas vezes em que concordei integralmente com eles, geralmente discordo e muitas nem mesmo digo nada.

Acho que a colocação deles sobre o fato da agressão não ser fomentada pela homofobia e sim pela total perda de valores e certeza plena da impunidade. Claro que a agressão voltada a um grupo específico de pessoas e lamentável e deve ser punida dentro da lei mas chegamos ao ponto em que a agressão virou lazer para os que sabem que os limites tem a flexibilidade de suas contas bancárias e dos contatos de sua família/amigos.

Concordo com eles quando dizem que não podemos mais ver isso como bater na mulher porque ela parecia puta, no gay, no travesti, no nordestino ou seja lá em quem for mas como violência gratuita prestes a termos nas mãos uma 'Laranja Mecânica'.

A escola pouco faz para tentar moldar as bestas que os pais despejam aliviadamente em suas portas loucos para terem horas de sossêgo longe das criaturas que puseram no mundo sem saber exatemente como criá-las e, quando ainda tenta, esses mesmos pais põem a perder esse esforço mínimo pois a distância que se fez entre as duas partes da família é imensa e na ausência do diálogo prevalece a lei do cão.

Infelizmente é a imagem de nossa sociedade e não sem exemplos práticos e diários: se você tem meios, você pode sim fazer o que quiser sem ter de arcar com as consequências de seus atos. Por mais que tentemos, acho que nunca mataremos a 'Lei de Gerson', só vamos ver as coias piorarem até termos o que disse acima, a vida imitando a ficção.

Me pergunto que tipo de educação tiveram essas pessoas mas posso imaginar pelo que vi quando umas 'mães' deu entrevista à uma emissora de tv devidamente maquiada e paramentada com óculos de grife. Quem cria seus filhos não é você, é sua bolsa, seu tênis, sua maquiagem, seu carro importado do ano, seu celular de última geração, seu PS3 e as redes sociais, não existe mais ninguém criando filhos e estes estão tirando de fora os conceitos de certo e errado sem que vocês que são pais interfiram diretamente com isso, muito pelo contrário, sua aprovação é tácita e desde que seus filhos tenham sempre o que há de mais recente em tudo não os deixando de fora do círculo que vocês batalharam tanto para conseguir entrar, nada mais importa, o círculo vai se encarregar de formar seus rebentos no que há de melhor na sociedade humana.

Fim de semana passado tivemos exemplo claro disso.

4 comentários:

  1. pois é meu querido, é como eu sempre digo: tudo começa de baixo, na educação mesmo... e os fatos estão ai para provar


    e se eu disser que te amo a tangina tira o meu nome na boca do sapo?

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  2. Legal Melo, mas pode ficar a vontade para escrever quando discorda também, o blog é vitrine exposta...

    Sobre o papel dos pais, maridão e eu sabemos bem como é, pois convivemos com pais de alunos (eu não mais, pois leciono na universidade, e lá os alunos são civilizados) que acham que educar é função do professor. Hoje mesmo li uma reportagem sobre a mãe do aluno, essa que você citou. A reportagem informa que ela mesma já apanhou do filho!

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  3. Obrigado!
    Gosto muito de lê-los, de verdade.
    Pois é, os pais jogam pra escola, a escola devolve pros pais e assim temos auto-didatas num tempo em que a informação, seja boa/ruim, verdade/mentira, está solta para quem quiser acessar.
    e sem ninguém para conduzir....

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  4. Gostei muito dessa postura com que você e o DPNN tiveram, já comentei lá no post dele até... É claro, não podemos desconsiderar a homofobia que de fato foi obserrvada nesses atos. Só que o problema não está só aí, o buraco é muito mais em baixo... Não temos que nos mobilizar apenas para eliminar a homofobia, mas temos que tentar mudar a sociedade como um todo... No fundo, todos esses problemas são defeitos da sociedade como um todo, e não apenas de uma das consequencias dela ( a homofobia)

    Um abraço... até o próximo

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