3 de mai. de 2011

escondido



Como sabem via Wans, um grande e querido amigo abriu um hostel na Vila Mariana aqui em SP. Não conhece? Nem sabe o que é? Clique no nome de meu marido aí em cima ou visite estes links:

Telstar Facebook 

Telstar Hostel World

O lugar é excelentemente localizado, tem uma estrutura ótima, piscina, wi-fi, um pequeno cyber cafe, bar e, na minha opinião, o melhor chilli de sampa. Para os amigos que vierem nos visitar a casa aqui está, claro, sempre de portas abertas mas fica a dica de um lugar legal para se hospedar e com preços bem acessíveis. Vejam as fotos e julguem por si mesmos.

Mas esse não é bem  motivo deste post, serve claro como reforço do de Wans mas, como disse, não é seu cerne. Passamos batidos por lugares que podem esconder pequenos tesouros, o albergue de nosso amigo parece estar se encaixando nessa categoria vide o retorno positivo que teve de seus hóspedes principalmente os cá nascidos pouco acostumados com a idéia de hostel, com uma visão pré-concebida do que é isso vide a profusão de picaretas os quais, como em qualquer ramo, mancham o nome dos demais que fazem sim um trabalho sério.

Enfim, hoje fui até o Telstar, bater um papo e acompanhar o Casaca a uma exposição de um fotógrafo chamado Andreas Feininger o qual eu mesmo desconhecia mas me tornei fã depois de conferir os trabalhos do moço. Ao sairmos para a exposição, passamos em frente uma casa próxima a seu albergue onde funciona algo como uma cooperativa para artistas e pessoas que produzem artesanato mas não aqueles pratos com borboletas, araras e tucanos de pedras 'preciosas' ou camisetas BRASIL com uma letra de cada cor, coqueiros e berimbaus.

Vá lá, isso vende, existe demanda e não realmente questiono a validade desses itens como artesanato mas o lugar me encantou devido à qualidade do que vende sem cobrar preços extorsivos, coisas que eu certamente compraria para decorar a casinha aqui, um ambiente agradável, que preservou a grande maioria da arquitetura da casa onde se hospeda e um espaço com um café que te leva para longe de SP, para o interior ou outro lugar mesmo que por momentos.

O nome do lugar é Casa da Vila, acho que vale muito a pena visitar o site do local que também é bem simpático e se você mora em SP ou está aquui de passagem, vai lá, veja as peças e tome um café (orgânico), eu tomei hoje um que, além do café, vai melado de cana e açúcar mascavo:



Amei! Delicioso! E eles também fazem saladas e outros petiscos orgânicos além de, como disse acima, o ambiente ser delicioso:



Como não bastasse essa descoberta, fomos à exposição no Museu Lasar Segall, outro lugar onde nunca tinha posto os pés (mea culpa!). Outro lugar legal para passar uma tarde ou manhã, ver exposições interessantes e parte do acervo do próprio Segall em exposição permanente. Alie-se a isso que encontramos a Paula, amiga que veio via Fabiano e ela fez uma tour pelo museu conosco, deu valiosas explicações sobre as obras expostas. Novamente, se você mora aqui ou passa por aqui, vale a pena conhecer o espaço onde também é servido um ótimo café e afins.

São Paulo come você e não sobra nem o bagaço, a cidade engole de uma vez, nem se dá ao trabalho de mastigar, põe tudo pras entranhas, moer e fazer mais caldo de gente para suas engrenagens. Nós passamos por elas e nem nos damos conta de que entre cimento, concreto e gente feita estúpida pela velocidade imposta do cotidiano, existem lugares como esses, pequenos édens onde você pode descompassar o ritmo, abaixar um tom, amalgamar cores ou desconstrui-las. Nós que vivemos aqui não damos valor ao que temos, quando morei no RJ, perguntei a alguns amigos de lá se tinham ido ou iam no Cristo, Corcovado e afins e estes responderam que não, era coisa pra turista e mesmo porque, sempre esteve lá.

Nessa minha pausa prolongada redescobri muitas coisas de SP mas a cidade continua me mostrando que tem mais lugares inexplorados e não escondidos, jamais, basta que olhemos com outros olhos, ela que ser vista como amiga e não como monstos devorador de almas e sonhos. Infelizmente, ela não pode suavizae sua natureza áspera pois isso a faria ruir, virar sal mas, quando olhamos esses outros lados que escapam de nossa visão periférica engolfados no trinômio casa/trabalho/casa, descobrimos que ainda é possível se encantar com um lugar que assusta a tudo a todos.

Tenho mais para procurar, muito mais mesmo.

nota: Banda - Stereolab; Song - 'Tempter'. A letra é um achado:

Mid-way between happiness and sadness
Boiling but never over-flowing
Forced to only make a better come back
More powerful and poignant then falls again
Destructive lust for life erected
On the verge pricked up like a picket
Fearing to respond to the tempting
but malevolent call of the other side

8 comentários:

  1. acredita que até hoje eu nunca entrei no Masp? SP tem lugares maravilhosos e a gente acaba nem conhecendo. O Museu da Língua Portuguesa é sensacional, já foi?

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  2. já e achei supimpa. a gente que mora aqui nem dá valor....engraçado isso...

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  3. o hostel é um tipo de espaço que nunca experimentei e fiquei curioso...

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  4. este post me fez lembrar que preciso redescobrir a minha cidade também e quem sabe descobrir porque tanta gente gosta dela...

    beijos

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  5. Oi Melo
    Estou adorando as suas dicas,sempre lugares bonitos e de bom gosto. Adoro.
    Bjão

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  6. Poxa, uma bela dica essa da Casa (a do Hostel eu já havia incorporado, via Wans). A cidade guarda pérolas!

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Adoro o hostel dos Casacas e as coisas simples que Sampa oferece. Não é a toa que fizemos de tudo pra voltar, né?

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