Existem razões mais do que suficientes para crer no fim do mundo, não com fogo, enxofre e separação joio/trigo mas pelo total desmoronamento social, podemos até ser critauras sociais mas não somos, fato, nada sociáveis na grande maioria das vezes.
Já fui muito pessimista e ainda acho que corremos um risco certo de sumir do mapa, de tempos em tempos, há que se renovar as coisas e nós mesmo não fazemos lá por merecer estar aqui, não é? Enfim, se cada um fizer um pouco, e isso pode soar um clichê absurdo, datado, demagogo mas funciona mesmo pois enquanto ficarmos uns empurrando pros outros nada vai funcionar a contento, acho mesmo que ainda podemos ganhar um tempo extra por essas paragens.
Ontem, precisei sair, peguei o metrô e junto comigo entrou uma moça deficiente visual, ficou ao meu lado. Nenhum de nós sabe com agir nesses casos, não estamos preparados para lidar com gays que dirá com deficientes? Havia lugares vazios e perguntei a ela se desajava
sentar-se, ele disse que não, desceria na Sé, como eu.
sentar-se, ele disse que não, desceria na Sé, como eu.
Lá chegamos e me ofereci para ajudá-la a descer do vagão, ela aceitou e perguntou para onde eu ia, respondi que me dirigia à região da Paulista, desceria no Paraíso, ela disse que iria a adiante e eu me ofereci para acompanha-la. Nunca havia feito isso antes, faço como a
grade maioria, disfarço, nem é comigo, ajudar pra quê? Cada um com seus problemas, não é? Temos pressa, correr sempre, pouco importa se outra pessoa precisa de uma ajuda, de uma força afinal, não é culpa minha ter nascido assim perfeitinho.
grade maioria, disfarço, nem é comigo, ajudar pra quê? Cada um com seus problemas, não é? Temos pressa, correr sempre, pouco importa se outra pessoa precisa de uma ajuda, de uma força afinal, não é culpa minha ter nascido assim perfeitinho.
Voltando, fomos nós conversando, sobre livros, a situação caótica do metrô e de SP em geral, coisas assim, trocamos algumas opiniões sobre literatura, rápidas mas interessantes (ela usa audio livros e um programa que transforma livros baixados da rede em audio). Ela ficou cega depois de um acidente, não disse há quanto tempo assim estava mas reclamou, candidamente, que receber ajuda é coisa mais rara do que achar um nora de cem reais no chão.
Chegou minha estação perguntei se ela desejava que lhe acompanhasse até a sua tinha tempo, não havia pressa. Ela disse que não, agradeceu minha ajuda, nos despedimos e me fui. Sai do trem com uma sensação boa, dever cumprido, não vai redimir todos os meus pecados mas deve dar uma aliviada. Talvez devesse ter pedido um contato mas nem pensei
nisso, e qual seria mesmo o propósito? Não sei, acho que ter amizade com alguém assim, aprender a ver as coisas (piada pronta) através de outra realidade, o que isso pode trazer para mim, seria isso? De certo não me passou pela cabeça uma caridade ou intenção de faze-la esperando bônus celestiais ou terrenos.
nisso, e qual seria mesmo o propósito? Não sei, acho que ter amizade com alguém assim, aprender a ver as coisas (piada pronta) através de outra realidade, o que isso pode trazer para mim, seria isso? De certo não me passou pela cabeça uma caridade ou intenção de faze-la esperando bônus celestiais ou terrenos.
Apenas o fato de haver gente diferente de nós aqui que temos sim defeitos, muitos, diversos, inúmeros, sem fim e que, com um pouco de esforço e boa vontade podem ser corrigidos, não estão, como adoramos dizer, em nosso jeito, nosso DNA.
Muitos não podem fazer isso.
Emocionante! #FATO
ResponderExcluirPena q não tenhamos isto como rotina em nossas vidas ...
Eu, que te conheço um pouco, sei o quanto isto te bateu forte ... super legal mesmo queridão ...
Maridão e eu temos uma dúvida mortal e até agora não tivemos uma resposta: existe gay cego de nascença? A gente acha que a orientação homossexual está muito ligada ao estímulo visual, e até hoje nunca ouvimos falar de um gay cego desde o nascimento...
ResponderExcluirMuito sensível o seu relato.
ResponderExcluirBjão
Interessante a pergunta do DPNN mas acho que tem sim...
ResponderExcluirE, claro, AMEI ser amado assim publicamente, rsrs... Beijo!!
ResponderExcluirmas meu lindo, de você eu so espero boas coisas assim
ResponderExcluirbeijos
te adoro
Ah, se todos fossem iguais a você...
ResponderExcluirAo ler seu texto lembrei-me de uma música do cubano Silvio Rodríguez “Menos mal que existem”.
ResponderExcluirParafraseando essa música, eu digo: menos mal que existem pessoas como você.
Abraços,
Franco
É verdade mesmo ... eu ainda acrescentaria que uns "perfeitos", são menos perfeitos que os cegos, aleijados e etc ...
ResponderExcluirGesto lindo e raro. Parabéns. Abraços e lindo fim de semana a vc e ao Edu ( separadamente claro...rs).
ResponderExcluirÉ sempre asism quando não estamos acostumados com alguma coisa. Já tive alunos cegos, e acho que hoje sei lidar bem com isso. O mais importante é não sentir pena. É o tipo de coisa que eles pegam no ar, e costuma os deixar muito constrangidos...
ResponderExcluirBeijo Melo!
Bem... se separarem o joio do trigo mesmo... eu tô phodido. Hahahahaha! E vc é mara... quase um escoteiro. Hahaha! Bjz!
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