24 de out. de 2011

ha ha ha




Existe realmente um limite entre humor e, digamos, mau gosto em forma de piada? Claro, qualquer piada que saia dos limites do riso e passe aos tons de chacota causando a alguém um avexamento involuntário deve mesmo ser revista e entendo mesmo que eu aqui entendesse que uma dessas me houvesse posto inadvertida e contra a vontade numa ribalta, buscaria sim algum direito que ao menos pudesse desfazer parte do ‘mal’ que o chiste causou.

Mas, nesse enrosco todo de Uanessa/feto/Rafinha, a coisa não foi meio assim além? Engraçado, esse povo que come buceta (eca!) deve salivar litros ao ver a moça se requebrando mais que gelatina e sensualizando sua recém adquirida postura de musa-puta-gay (viado adora as putas, quanto mais bisca, melhor! Talvez por essas representarem a tão alardeada liberdade que as bichas gozam - e como gozam - no sexo e que, na verdade, serve apenas para disfarçar o desejo que temos de uma casa e maridinho nos melhores moldes sócio-religiosos mais para nos prevenir de uma vida solitária do que mesmo o desejo de ser dois e ter uma vida comum mas, é assunto pra depois) e, nesses grupos de machos que se reúnem seja em bares, botecos, vestiários (ahhhh!) ou mesmo no lar mas então em recluso tesão que se pode pegar pelos olhos babantes sobre a moça que aparece no clipe, quantas vezes essa frase de traçar a moça e seu feto não se repetiu ‘ad-lib’?

Sim, duvideodó que esses machos não soltaram a perôla entre seus amigos levando animados tapas nas costas posto que esse sim é macho pois come o duo mãe/filho de uma tacada só, roludo, dotado e não deixa passar em branco um buraco que seja, nem dos que ao mundo nunca chegaram. Se for menina, já vai pegando gosto pela vara e, se for menino, já nasce é viado e pronto pra saciar as necessidades e vontade do macho quando as buças escasseiam.

Agora, quando esses pensamentos ganham as ondas de raios catódicos e se materializam em nossos LEDs, LCD e plasmas, então as coisas mudam de figura pois entre amigos, vá lá meter rola na xota materna e, de tabela, traçar o cu/buceta do rebento por vir, palmas viris para o macho. Não gosto do Bastos, acho ele sem graça e dono de um séquito de seguidores que lhe chupam o saco mais por ele ser quem se tornou do que por suas qualidades artísticas efetivamente questionáveis, acho eu aqui com meus botões.

Mas, como Jesus estava de folga, pegaram ele pra Cristo nessa onda de correção que se assola sobre nós. Caso ele houvesse cuspido na cruz, não acho que teria tanta repercussão mas foi lá mexer com a filha de um cara que tem (muita) grana e contatos poderosos e pode sim fazer da vida dele um inferno, deu no que deu. Depois, todo mundo faz cara de indignado porque ele passou dos limites mas e os que fazem isso todo dia e pior, de forma sim discriminatória, humilhante e para causar no outro a sensação de inferioridade, de exclusão, de pária? Esse pode falar à vontade que ninguém vai lhe podar a língua e, quem ousar fazê-lo, vai camelar na justiça brazuca até que os cabelos fiquem alvos e o cu seja comido pelos vermes antes de ver algum resultado.

Estamos é fadados, em pouco tempo, a falar palavrão só dentro de casa e piadas sujas só em idiomas cifrados, fechados e que não permitam que os de fora sequer intuam o que se está a dizer. Vamos perdendo aos poucos a capacidade de rirmos de nós mesmos e das situações esdrúxulas de nosso cotidiano salvo se feito de forma que pareça canção de roda e mesmo assim revisada pela policiesca de plantão para não afetar lobos, porquinhos ou idosas e sua netas de capuz carmim. A acidez é a verve que ser perde nessa barafunda de não dizer o que todos pensam, cutucar a ferida ali mesmo, no dedo, o sarcasmo vai morrendo e nós com ele pois apenas rir é coisa que até os símios mais básicos fazem mas entender ou subentender do que se está rindo é algo do humano que estamos matando em detrimento de uma sociedade monocromática, sem opiniões, sem ofensas e digna de um admirável mundo novo.

Duvida? Essa semana, uma moça foi assediada em um vagão de trem/metrô e, ao invés de voltar sua causa, mais do que justa claro, às autoridades que estão se lixando para as sardinhas coletivas, metralhou um humorístico global alegando que este incita esse tipo de comportamento nos machos da espécie. Claro! A culpa é sempre do palhaço e, na ausência dele, vamos pedir o pescoço é do dono do puteiro.

9 comentários:

  1. pois é, eu também acho que o humor é a melhor forma de crítica, ou pelo menos a que melhor atinge seus objetivos.

    Esse história do Rafinha realmente tomou uma proporção além da conta. Eu o conheci antes da fama, por conta de amigos comuns, mas nunca chamou minha atenção a ponto de começar uma amizade.

    Eu acho que o "sucesso" subiu à cabeça dele e ele não deu conta de que nem todo comediante tem a agilidade de raciocínio para falar de improviso algo engraçado. Ele, como ficou comprovado, não tem...

    Mas o pior, ao meu ver, é a arrogância que ele mostrou nessa história toda, se fazendo de vítima e não se comportando como adulto em um único momento. Pareceu um adolescente mimado...

    Gostei da resposta que a Wanessa deu pra ele, ela foi mil vezes mais madura do que ele.

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  2. Pois é... O mínimo de respeito é a única capaz de limitar a "liberdade" dos outros, isso na minha opinião. Ele com certeza passou dos limites e, qualquer outro que tenha tentado fazer graça com uma piada tosca igual a dele mereceria no mínimo um passa fora. Claro, qualquer um poderia soltar uma pérola dessas, mas entende-se que para uma sociedade funcionar, devemos limitar nossa liberdade assim que esta ultrapassar um limite que implique quaisquer consequências negativas ao próximo. Caso esse limite não seja respeitado, espera-se que se arque com as consequências de seus atos. E o Rafinha está pagando: primeiro pela piada infeliz no momento errado, segundo pela burrice de mexer com a mulher de um dos patrocinadores do programa onde trabalha...

    Ótimo texto, cara... Quase me queimei de tão ácido. rsrsrs

    Saudades daqui, cara... De verdade!

    Um abraço... Até!

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  3. de fato, concordo, o Rafinha só foi "punido" pq fez piada com a pessoa errada, senão estaria ainda sendo lindo no CQC...

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  4. Concordo que fizeram a festa em cima co palhaço e também gostei da resposta da Uónessa - equilibrada e correta. Mas enquanto pudermos nos juntar pra falar besteira, tô feliz. Censura livre!!

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  5. Sou contra qualquer tipo de censura mas tb acho q as pessoas devem ter um pouco de bom senso tb ... limites para com a intimidade das pessoas é bom e deve ser respeitado ...

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  6. Eu acho que é proibido proibir e que não existe palavrão mais cabeludo que ... censura!
    Para meu padrão a "piada" do Rafinha era dispensável... não por todo esse quibrocó moralista exagerado, mas porque não teve graça. Simples assim. Era melhor que não tivesse dito nada. Aliás, o mundo seria bem melhor sem as piadas ensaiadas do Rafinha e sem a "cantoria-pop-copiada" da Uónessa. Que apenas o feto tenho voz! Hahahahahahahahaha! Bjzzzzz!

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  7. Para nós,que passamos dos 40 ,o bom senso ainda fala no pé da orelha porque fomos expostos a esses critérios de adequação social.....o bom e velho : "Tem hora pra tudo!".....,mas a nova safra de vinhos duvidosamente maturados pela modernidade está rotulando a sí mesmo como OS SEM NOÇÃO!
    Precisamos agilizar o chá que a primavera já chegou e todos os senhores vão verter litros de suor para manter a pose!
    Beijos

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  8. concordo muito com tudo isso..

    chá já?
    quando?

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  9. Semana que vem.....o senhor marca!

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