Existe
realmente um limite entre humor e, digamos, mau gosto em forma de piada? Claro,
qualquer piada que saia dos limites do riso e passe aos tons de chacota
causando a alguém um avexamento involuntário deve mesmo ser revista e entendo
mesmo que eu aqui entendesse que uma dessas me houvesse posto inadvertida e
contra a vontade numa ribalta, buscaria sim algum direito que ao menos pudesse
desfazer parte do ‘mal’ que o chiste causou.
Mas, nesse
enrosco todo de Uanessa/feto/Rafinha, a coisa não foi meio assim além? Engraçado,
esse povo que come buceta (eca!) deve salivar litros ao ver a moça se
requebrando mais que gelatina e sensualizando sua recém adquirida postura de
musa-puta-gay (viado adora as putas, quanto mais bisca, melhor! Talvez por
essas representarem a tão alardeada liberdade que as bichas gozam - e como
gozam - no sexo e que, na verdade, serve apenas para disfarçar o desejo que
temos de uma casa e maridinho nos melhores moldes sócio-religiosos mais para
nos prevenir de uma vida solitária do que mesmo o desejo de ser dois e ter uma
vida comum mas, é assunto pra depois) e, nesses grupos de machos que se reúnem
seja em bares, botecos, vestiários (ahhhh!) ou mesmo no lar mas então em
recluso tesão que se pode pegar pelos olhos babantes sobre a moça que aparece
no clipe, quantas vezes essa frase de traçar a moça e seu feto não se repetiu ‘ad-lib’?
Sim, duvideodó
que esses machos não soltaram a perôla entre seus amigos levando animados tapas
nas costas posto que esse sim é macho pois come o duo mãe/filho de uma tacada só,
roludo, dotado e não deixa passar em branco um buraco que seja, nem dos que ao
mundo nunca chegaram. Se for menina, já vai pegando gosto pela vara e, se for
menino, já nasce é viado e pronto pra saciar as necessidades e vontade do macho
quando as buças escasseiam.
Agora, quando
esses pensamentos ganham as ondas de raios catódicos e se materializam em
nossos LEDs, LCD e plasmas, então as coisas mudam de figura pois entre amigos,
vá lá meter rola na xota materna e, de tabela, traçar o cu/buceta do rebento
por vir, palmas viris para o macho. Não gosto do Bastos, acho ele sem graça e
dono de um séquito de seguidores que lhe chupam o saco mais por ele ser quem se
tornou do que por suas qualidades artísticas efetivamente questionáveis, acho
eu aqui com meus botões.
Mas, como
Jesus estava de folga, pegaram ele pra Cristo nessa onda de correção que se
assola sobre nós. Caso ele houvesse cuspido na cruz, não acho que teria tanta
repercussão mas foi lá mexer com a filha de um cara que tem (muita) grana e
contatos poderosos e pode sim fazer da vida dele um inferno, deu no que deu.
Depois, todo mundo faz cara de indignado porque ele passou dos limites mas e os
que fazem isso todo dia e pior, de forma sim discriminatória, humilhante e para
causar no outro a sensação de inferioridade, de exclusão, de pária? Esse pode
falar à vontade que ninguém vai lhe podar a língua e, quem ousar fazê-lo, vai
camelar na justiça brazuca até que os cabelos fiquem alvos e o cu seja comido
pelos vermes antes de ver algum resultado.
Estamos é
fadados, em pouco tempo, a falar palavrão só dentro de casa e piadas sujas só
em idiomas cifrados, fechados e que não permitam que os de fora sequer intuam o
que se está a dizer. Vamos perdendo aos poucos a capacidade de rirmos de nós
mesmos e das situações esdrúxulas de nosso cotidiano salvo se feito de forma
que pareça canção de roda e mesmo assim revisada pela policiesca de plantão
para não afetar lobos, porquinhos ou idosas e sua netas de capuz carmim. A
acidez é a verve que ser perde nessa barafunda de não dizer o que todos pensam,
cutucar a ferida ali mesmo, no dedo, o sarcasmo vai morrendo e nós com ele pois
apenas rir é coisa que até os símios mais básicos fazem mas entender ou subentender
do que se está rindo é algo do humano que estamos matando em detrimento de uma
sociedade monocromática, sem opiniões, sem ofensas e digna de um admirável
mundo novo.
Duvida? Essa
semana, uma moça foi assediada em um vagão de trem/metrô e, ao invés de voltar
sua causa, mais do que justa claro, às autoridades que estão se lixando para as
sardinhas coletivas, metralhou um humorístico global alegando que este incita
esse tipo de comportamento nos machos da espécie. Claro! A culpa é sempre do
palhaço e, na ausência dele, vamos pedir o pescoço é do dono do puteiro.
pois é, eu também acho que o humor é a melhor forma de crítica, ou pelo menos a que melhor atinge seus objetivos.
ResponderExcluirEsse história do Rafinha realmente tomou uma proporção além da conta. Eu o conheci antes da fama, por conta de amigos comuns, mas nunca chamou minha atenção a ponto de começar uma amizade.
Eu acho que o "sucesso" subiu à cabeça dele e ele não deu conta de que nem todo comediante tem a agilidade de raciocínio para falar de improviso algo engraçado. Ele, como ficou comprovado, não tem...
Mas o pior, ao meu ver, é a arrogância que ele mostrou nessa história toda, se fazendo de vítima e não se comportando como adulto em um único momento. Pareceu um adolescente mimado...
Gostei da resposta que a Wanessa deu pra ele, ela foi mil vezes mais madura do que ele.
Pois é... O mínimo de respeito é a única capaz de limitar a "liberdade" dos outros, isso na minha opinião. Ele com certeza passou dos limites e, qualquer outro que tenha tentado fazer graça com uma piada tosca igual a dele mereceria no mínimo um passa fora. Claro, qualquer um poderia soltar uma pérola dessas, mas entende-se que para uma sociedade funcionar, devemos limitar nossa liberdade assim que esta ultrapassar um limite que implique quaisquer consequências negativas ao próximo. Caso esse limite não seja respeitado, espera-se que se arque com as consequências de seus atos. E o Rafinha está pagando: primeiro pela piada infeliz no momento errado, segundo pela burrice de mexer com a mulher de um dos patrocinadores do programa onde trabalha...
ResponderExcluirÓtimo texto, cara... Quase me queimei de tão ácido. rsrsrs
Saudades daqui, cara... De verdade!
Um abraço... Até!
de fato, concordo, o Rafinha só foi "punido" pq fez piada com a pessoa errada, senão estaria ainda sendo lindo no CQC...
ResponderExcluirConcordo que fizeram a festa em cima co palhaço e também gostei da resposta da Uónessa - equilibrada e correta. Mas enquanto pudermos nos juntar pra falar besteira, tô feliz. Censura livre!!
ResponderExcluirSou contra qualquer tipo de censura mas tb acho q as pessoas devem ter um pouco de bom senso tb ... limites para com a intimidade das pessoas é bom e deve ser respeitado ...
ResponderExcluirEu acho que é proibido proibir e que não existe palavrão mais cabeludo que ... censura!
ResponderExcluirPara meu padrão a "piada" do Rafinha era dispensável... não por todo esse quibrocó moralista exagerado, mas porque não teve graça. Simples assim. Era melhor que não tivesse dito nada. Aliás, o mundo seria bem melhor sem as piadas ensaiadas do Rafinha e sem a "cantoria-pop-copiada" da Uónessa. Que apenas o feto tenho voz! Hahahahahahahahaha! Bjzzzzz!
Para nós,que passamos dos 40 ,o bom senso ainda fala no pé da orelha porque fomos expostos a esses critérios de adequação social.....o bom e velho : "Tem hora pra tudo!".....,mas a nova safra de vinhos duvidosamente maturados pela modernidade está rotulando a sí mesmo como OS SEM NOÇÃO!
ResponderExcluirPrecisamos agilizar o chá que a primavera já chegou e todos os senhores vão verter litros de suor para manter a pose!
Beijos
concordo muito com tudo isso..
ResponderExcluirchá já?
quando?
Semana que vem.....o senhor marca!
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