7 de nov. de 2011

por fora




Somos assim microcosmos, pequenos pedaços de galáxias dentro de nós mesmos, uns universos únicos e individuais e mais fácil medir os limites do universo externo, esse que está pra lá do céu, que conhecer mesmo a fundo onde começacaba cada um de nós de tão complexos e intrincados que somos.

Você pode mesmo é passar a vidinha assim tentando saber mas, quer saber, não sabe mesmo nem na hora da rigidez funérea, fato. Há que se contentar em saber o que se sabe hoje que, em tese, deve ser mais do que ontem e com certeza absoluta e absolutista menos do que amanhã.

Considerando esse postulado astrofisicohumano, de certo que atraímos uns aos outros, gravitando hora mais em direção a uns, depois a outros mas, via de regra e viado de regra, acabamos por atrair para nossas órbitas aqueles que nos são mais parecidos, afinidades,simpatias e afins e assados, repelindo os que não nos dizem assim nada demais o que não significa que não signifiquem nada, apenas não querem dizer é nada pra nós mesmos.

Voltei ao micro-cosmo do trabalho-ex, pouco mais de um mês agora e vejo lá os grupos, unidos, rindo e trocando nas redes de peixes sociáveis fotos e confidências, e não me encaixo, não vejo onde minhas arestas aparadas em mais de quatro décadas de vida podem se encaixar. Isso me leva lá pra trás, sabes? Quando eu era assim novo e já não me encaixava, nascido assim, menos culpas pater/mater (talvez um pouco) e mais mesmo da genética e da alma que me foi inclusa no pacote.

Nunca me encaixei, sempre ia à um lado quando parecia que todos iam ao outro, nunca fui assim unanimidade (bom, ela é burra mesmo, melhor) e sempre me pareceu que as coisas assim de importância para todos eram assim banais ou bestas para moi e vice-versa-vice, saca? Talvez eu veja nesse grupo de hoje um pouco disso e não que isso me incomode assim demais, oras, nem assim sou parte do grupo mesmo (queria ser? Não sei, acho que não) e por isso me passa batido as coisas que trocam entre si.

Não é assim o desejo de estar incluso mas, o sentido de não fazer sentido ser incluso nesse grupo posto que os estilos de vida, gostos e atividades me são tão estranhos como o ar de Marte. Claro que a convivência que possuem germinou essa intimidade e não a desfruto exatamente por não ter feito parte dessa convivência prolongada mas, de qualquer forma ou jeito, não vejo, se isso tivesse sido verdade, como eu faria parte desse quebra-cabeça pois não consigo mesmo ver as coisas que falo, as coisas que penso e a vida que levo como parte desse quadro depressionista, sim ao menos para mim e é provável que na mão inversa se pense o mesmo de mim tamanha a polaridade oposta que nos separa.

Vinga mais mesmo essa sensação de ser de novo o ‘de fora’, o não-encaixe mas, não me aflige não pois ao meu redor tem gente sim que me se encaixa, saca? Que gravitamos assim uns aos redores dos outros e isso vai bem, amém! Talvez em parte essa onda de estranheza se dê pelo simples fato de que não pedi para entrar e não me convidaram a fazê-lo e ficamos nessa de eu achei que você tinha achado sem fazer progresso nas relações interpessoais e eu mesmo cá me questiono se faço toda essa questão de ingressar ali, se é apenas para constatar que não é meu lugar mesmo, salvo desejo de algum estudo sociológico.

A bem da verdade, essa ponta de inveja inexiste pois vendo suas peregrinações rede-sociais vejo coisas que não me são afetas, nem quero e não desprezo ou critico mas simplesmente não me dizem nada, fora de meu cotidiano e vivência, que fazer se essa é a vida que fiz pra mim e, da qual mui me orgulho, oras, o problema mesmo nem sou eu e nem há problema algum posto que comungamos, então, de verdades opostas mas não opositoras e vivemos bem lá cada um com a sua, não é?

Talvez bem cá no fundo, cala uma vontadinha de ser acolhido por eles, memórias de tempos não tão verdes e remotos mas, ela passa é rápido, viu? Muito rápido mesmo e deixo a vida que levo me tocar do jeito que gosto e sempre hei de gostar, é assim, não poderia mesmo ser de outro modo.

4 comentários:

  1. Há mais de década não vou na festa de fim de ano da Empresa (na primeira década eu até ia...). Faz falta? Não. E acho até que já se acostumaram e não ficam mais perguntando se eu vou desta vez ou não. Mas eu te entendo: seria mais bacana trabalhar num lugar com amigos afins tão bacanas quanto os que encontramos fora, né? Já pensou eu, você, Wans, Mau, Reginaldo, SAM e todo mundo " " "trabalhando" " " (aspas triplas) juntos? É, talvez melhor manter as coisas separadas... :-)

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  2. nossa, tanta coisa pra comentar...
    também não me encaixo bem nos lugares, com as pessoas, discuti isso com minha terapeuta ontem, o quão eu não vejo minha forma de ver/pensar se refletir em outras pessoas. isso é importante né? q as pessoas acreditem nos mesmos valores que vc.

    e que bonitinho a amizade de vcs em SP. (comentando o comentário do Edu acima)

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  3. Assino em baixo querido amigo. Tb penei e muito para me entender e, de certa forma, me adequar a esta realidade de exclusão. Mas fazer o que? A vida não é por si só perfeita segundo nossa visão e nossos desejos,ou será q a nossa visão é q não é só perfeição. Mas o tempo passou e hoje desfruto do privilégio de escolher com quem convivo. Não sou tão exclusivo em minhas amizades. Hoje tenho grandes e verdadeiros amigos tanto no mundo hétero como no mundo homo. Mas os héteros sabem, aprovam e participam de minha intimidade, de minha realidade. Isto é fundamental mesmo.

    bjão querido ... muitas saudades de vc, Wans e todos os demais amigos aí de Sampa. Tão logo eu me estabilize por aqui estarei aí em Sampa ...

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  4. pois é...acho que somos sim assim seletivos e não que isso seja ruim se isso fazemos para peneirar o que vai entrando nas vidas ou ficaríamos com toneladas de lixo acumulada pelos anos

    e

    já fazendo isso, há que se reciclar muito do que absorvemos.

    é a coisa do de fora, não conforme, o que não era comum e talvez reforçado pela presença de amor inverso que, acredito muito como condição e não regra, nos torna mais propensos à introspecção, fiolosificação das coisas e, sem demagogos, intelecto mais afiado..

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