Quanto vale uma pessoa? Não digo a vida que é coisa ruim de
valorizar, por em moedas mas, quanto vale esse quinhão de carne que somos? Todos
têm efetivamente um preço (seja ele material ou não-material)?
De certo que cada um faz de si (e por tabela de sua vida) o
que bem entende desde que tal não jogue lixo no meu quintal e de que se tenha
(coisa rara) plena ciência das escolhas que se está a fazer e das conseqüências
das mesmas sobre si e os demais; sim pois creio não que nossas escolhas afetem
solamente a nós mesmos, respingam direta ou indiretamente nos demais.
Enfim, a moça que está a vender seu hímen, não me choca, não
me desgosta (moralmente fique claro), não dá asco menos ainda desejos
sermonais. Nada disso. Longe disso. Se ela crê mesmo que seu hímen vale um leilão
e que haverão (claro!) machos/fêmeas dispostas a tê-lo, porque não lucrar com
isso? Ainda que em pleno século vinte e tantos sei lá quantos, algo assim ainda
atraia o desejo cego de tanto machos sedentos de poder bater no peito e clamar ‘Fui
o primeiro!’.
Incrível como ainda estamos tão presos a jugos machistas e
valores patriarcais ainda que, parece, grande parte das mulheres diz adeus a
seus hímens ainda na pré-adolescência. Talvez seja esse o quitute raro, uma que
não descabaçou ainda ‘adulta’ e que está com tenras carnes para serem
desfrutadas por machos de poder aquisitivo alto e que depois de um iate, mansões,
jatos e afins, vêem nela o (a)objeto sumo de consumo, poder comprar alguém
oficialmente (extra oficialmente já se faz).
Imagino se as feministas não devem, em parte, estar
torcendo as fuças por essa degradação sexual da fêmea, mercantilização da
mulher enquanto outras, oxalá, devem bradar o oposto sob a efígie da liberdade
de se dispor do corpo como bem entender, quem sabe?
Mas isso não me incomoda mais do que o coitado do rapaz
russo que também pôs a leilão sua primeira vez e cujos lances, até o momento,
mal arranham uma pequena porcentagem dos oferecidos à sua contraparte. Porque ele
vale menos que ela? De consolo, a grande maioria dos lances para ele também provem
de homens mas dispostos a pagar muito, mas muito menos para ‘deflorar’ o rapaz.
Obviamente que a virgindade feminina é algo herdado de
tempos imemoriais e tão enraizado que talvez nunca deixemos de encarar como um
premio ao invés de condição. A mulher que não guarda seu sexo para o homem de
sua vida não é digna, pura ou socialmente aceita e ainda que se pregue por aí
que hoje isso deixou de ser tabu, duvido que entre rodas mais íntimas não se
julgue aquela que a perdeu como menos do que a que se guarda para a noite mais
importante de sua vida.
A prerrogativa do macho, de ser o desbravador, demarcar território,
mais fácil talvez mijar na vagina para mostrar que é dele, talvez? Já para o
homem, como não se pode comprovar fisicamente que ele nunca fez sexo, como
garantir que se é o primeiro? Há que adicionar a isso o fato de que não se
espera realmente que um homem em idade ejaculativa seja ainda zero quilometro,
espera-se que cumpra sua função de macho metendo tanto quanto lhe for possível.
Mesmo que ele resolva dar o rabo, como ter certeza de que se é o primeiro a lhe
arrancar algumas pregas?
Assim, o russo não passa de um michê enquanto a moça é um
manjar raro a ser degustado e disputado lance a lance. Ver alguém leiloar a si não
é lá coisa agradável e não digo isso contra o sacrossanto direito de cada um de
fazer o que lhe der na telha com seu próprio corpo mas, não é deprimente e
mesmo um retrocesso aos mercados de pessoas ver gente comprando gente? Tudo bem
que uns podem dizer que isso se faz diariamente em diferentes níveis e formas
que são plenamente aceitos pela sociedade mas, ao menos a mim me parece
escabroso tratar o sexo como simples mercadoria, base de troca.
No fundo, desculpe mas ela não passa de mácula no nome das
putas que trabalham tanto pelo e para o sexo só para vir uma dessas e oferecer inocência
quando na verdade não a tem em absoluto para vender.
ouvi uma história q qq procto sabe qdo o..ã...orifício foi utilizado, mesmo q uma única vez.
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