29 de mar. de 2010

alôka



Continuando meus relatos este é o segundo. Não há ordem certa mesmo porque a cronologia dos fatos me escapou há muito conseguindo apenas alocá-los em um mesmo momento do tempo e não ordená-los dentro do mesmo.


Enfim, como dito, eu já era, no cinemão, 'da casa'. Tive a prova cab(n)al disso quando um dia, sei lá porque, resolvi ir cedo para o cinemão, por voltas das 14:00 acho eu. À época não trabalhava posto que me dedicava com apenas aos estudos sob olhares satisfeitos dos meus pais ainda que muito do que estudei tenha sido para fechar a conta do binômio carreira/diploma e não por gosto próprio o que faço hoje.


Voltando (sim, eu divago, coisas coloridas passam e já me vejo tecendo comentários sobre cousas), cheguei no cinemão e não me recordo, por assim dizer, de rolas importantes nesse dia. Sei que mamei várias, isso é fato mas nada que seja digno de lembrança pois tenho memória paquidérmica para caralhos e fodas, fui feito assim e é minha missão no mundo a qual cumpro com gosto e orgulho.


A certa altura, acendem as luzes do puteiro e todos correm a sentar pois temem ser pegos com a boca no caralho. Coisa besta pois todos ali estão com o mesmo ânimo, mesma finalidade e objetivo assim escuro ou claro é questão da íris e não da moral mas, o humano sempre delegou às sombras o que lhe é escuso, sujo, moralmente dúbio e a luz faz com que se possa olhar bem e ali ninguém, raras excessões como eu, quer realmente algo olhos nos olhos pois certamente estão com o nome sujo na praça e ainda que não se fossem tecer julgamentos melhor a penumbra gritante do que a claridade muda.


Bom, luzes acesas e eu me pergunto que porra aconteceu...Então, chega o que julgo ser o zelador do puteiro e diz que, por hoje, a função acabou. Caralho! O lugar estava fechando! Não usava relógio e pergunto ao zelador as horas e descubro que eram quase dez da noite!


Porra! Passara o dia chupando rola, que dizer? Viciados em sexo? Bom, nada mais restava ali e o negócio era ir embora mesmo, junto com os demais que iam, de cabeça baixa e com pressa (ha ha ha) se esgueirando do lugar. Isso mesmo pois se ascender a luz é colocar as baratas em polvorosa, sair da mansão dos caralhos é pior ainda. Cansei de ver gente ensaiando a saída, esperando o momento perfeito, ninguém olhando o que é impossível pois é o centro, oras!


Quem deve teme e não adianta contornar pois mesmo eu uma vez, saindo de lá muito tempo depois, não dei de cara com um amigo do trabalho? Nem me importei e subimos a São João papeando no melhor estilo 'don't ask, don't tell'.


Já estava pra sair do cinemão quando me dou conta de que não tinha como voltar pra casa, não tinha passe nem dinheiro (naquela época não existia bilhete único, era passe de papel mesmo). Gelei, como ia voltar pra casa? Comecei a pensar: dormir na rua? pedir? ir a pé?  Nenhuma alternativa me parecia boa o bastante e então, tomado de uma coragem que deve ter saído do leite de macho que tomei em excesso naquele dia abordei o zelador.

Expliquei minha situação e ele, dizendo que não tinha problema me estendeu um passe dizendo que hoje era eu, amanhã podia ser ele. Agradei muito, deveria ter oferecido uma boquete mas como queria ir embora ficamos no obrigado mesmo.

Fui pra casa promentendo nunca mais voltar naquele lugar (ha ha ha).

3 comentários:

  1. Juro, perto do melo, eu sou praticamente uma virgem maria. Agora sim me sinto a Lolita. Deixo claro que não a Rodrigues.

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  2. mas vc voltou né? non creio que abandonou o recanto só por causa de um passe, né? rs

    bjux

    ;-)

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  3. então...uma pessoa q conheço mas não vou citar nomes já teve o seu corte de cabelo notado pelo porteiro do cinemão. O cara soltou o bom e velho "cortou o cabelo? ficou bom!" e mais tarde o porteiro tava lá dentro sendo chupado...rs

    abafa!

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