Sem remorsos, atamos esse amor par em ser ímpar em nossos corpos lisos porém ásperos dos outros que nos endereçam pedras, sem medo, elas não caem em nosso quintal cujo teto é de vidro de amor reflexivo e refletor, as joga de volta aos remetentes com uma nota de 'mudou-se de sua ignorância para um amor que lhe falta em peso'.
Nossas mãos antes separadas, se conheceram por engano (nada, premeditaram) numa linha de metrô, enterradas, enterraram-se e suando umas nas outras cravejaram os corações de brilhantes e outros brocados, sussurrando entre gotículas de medo um 'eu te amo' tímido mas de alvo certeiro, mira telescópica, fechada, sem erro.
Nas ruas, fomos o cheiro do novo e as pessoas passando como folhas ao vento, o fim do arco-íris ali e só nós dois víamos. Lavamos os rostos em campos verdes e nos apontamos na direção do vento bom, levando ao choro por temer intuir derreter a calota polar da incerteza que mina os anos verdes dos amores recém nascidos. Mas nos apontamos para as estrelas, para as linhas mais altas, para a estratosferamor, ionosferomônio, de graça, quem pagava desconhecei que não havia preço ao amor mas nossos bolos vazios de prata e cheios de sentimento garantiram que um poderia gastar no outro o que quisesse.
Paramos em frente umas vitrines, susto, que magia vampiresca seria essa? Um reflexo ao invés de dois? Mas era o momento de reconhecer o leite e o mel e jogar fora o fel pois já éramos assim um e o outro lado do espelho, aquele já sabia a verdade que nós ainda guardávamos à portas meio que fechadas e que destrancamos no olhar, com as chaves da alma jogando em seguida nos baús das memórias as chaves junto com toda aquela mazela de sentimentos rasos e impertinentes, suplantados pelo amor que vingava.
Ao redor, as pessoas morriam sem um som, ou viviam aos berros para atestar que o faziam sendo apenas ouvinte o mundo em asfalto ao redor e as árvores que nunca avisavam que o amor estava logo na esquina ou, se o faziam até pelarem sua folhas, eram tidas como loucas. Filme B essa vida deles ou seria nossa que agora ia ao vivo e em cores e não em reprises? Bilhões ao redor do mundo e no fim apenas dois é que realmente contavam e de forma progressiva enquanto os demais o faziam de forma regressiva.
E cada gosto de nossas bocas mostra quão doce tudo pode ser deixando os gostos que passaram um gosto meio amargo de sacarina, como se tudo que veio antes fossem versões baratas do amor, imitações de segunda, show substituto, uma cover mal feita. Não seria possível desligar ou reprocessar essa coisa toda que faz do passado uma imitação triste agitando mãos em uma pantomima ridícula e que me faz corar pelos erros que me conduziram até este acerto de você.
Eu te amo, amo-te eu e você a mim, as letras não tem alívio algum se não formam seu nome e se esse nome não sai de minha garganta aos brados, saltando as veias no pescoço, sente aqui esse pulso que lateja até embaixo onde entumesce e cresce por e apenas por você. É isso, há que se amar e se é a regra eu serei e exceção pois amar é demais de pouco para nomear o que és para mim e o que somos um para o outro, dentro do outro, com outro.
Vem, pega de novo minha mão, vamos por ali onde aquele rio de carros parados orquestram suas buzinas para nossa união, caminhemos por essa navenida ornamentada de postes que se curvam ao passarmos tamanha é a reverência que merece nosso amor. Os semáforos são nossos padrinhos, as esquinas as madrinhas, a praça o reverendo e o céu por testemunha ungida por nós desde que nascemos um para o outro meu amar.
Os faróis dos carros iluminam a catedrenalina, corremos soltos por ela e dizemos sim um ao outro sem parar, sem fim, sem nexo, sem nada. E quando cansados da festa, dormiremos um sobre o sexo do outro, aconchegados, atordoados, satisfeitos, feitos, repletos, completos.
E quando o sol voltar para dar corda ao mundo mais vez, antes que a noite roube o ultimo tic dessa tac, nos encontrar mais amor do que nunca, mais nossos do que nunca e com a boca cheia de um eu te amo tão delicioso que fará vontade em todo mundo que acha que já provou do amor um dia...
muito cedo pra vc estar me arrancando suspiros...
ResponderExcluirE eu achando que sabia escrever...
ResponderExcluirDemais, amore! Demais!
E "pose meio meu cu pra esse povo e sou fina demais pr'essa foto muáh" foi MARA! Ri alto. Hahahahahaha!
Amo-te! Bjz!
Nossa, que coisa maravilhosa. Estou seguindo o blog de já! Adorei os procedimentos estruturais que você usou, conscientemente ou não. As sentenças longas, o encadeamento justaposto de imagens... É como se você pegasse a nossa mão e nos arrastasse pela sua paixão afora, sem se importar que percamos o fôlego. Agradeço ao Julinho Vanelis pela recomendação. Sinceramente, uma das poucas coisas que eu li ultimamente e que foi tempo ganho e não perdido. Continue escrevendo essas coisas lindas!
ResponderExcluirAbraço, querido.
nossa, muito grato pelos elogios, passo lá para retribuir a visita ok?
ExcluirCaraca, Melo... Não sei como eu consigo ficar tanto tempo sem passar aqui. Que testo incrível.
ResponderExcluir"E cada gosto de nossas bocas mostra quão doce tudo pode ser deixando os gostos que passaram um gosto meio amargo de sacarina, como se tudo que veio antes fossem versões baratas do amor, imitações de segunda, show substituto, uma cover mal feita."
Lindo demais. Adorei este trecho. Mas o texto como um todo é impecável, complexo, completo. E como você abusa dos recursos, e como isso deixa deixo o seu texto ainda mais rico. Me arrancou muitos suspiros, assim como com o Foxx... rs
Um grande abraço, amigo... até
tnx aos moços aí em cima que curtiram!
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ResponderExcluirthx
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