Acabei por esses dias:
Clarke compõe, ao lado de Asimov e K.Dick o que considero a santíssima trindade da ficção científica. No caso de Clarke, ele parece ter certa obsessão sobre a evolução da raça humana mas em quesitos pouco relacionados ao Darwinismo ou qualquer conceito relativo à evolução das espécies.
É como se a raça humana pudesse apenes evoluir até um certo ponto seguindo tais teorias sendo preciso, para o próximo passo evolutivo, os cuidados de uma raça superior que seria incumbida de vigiar as menos desenvolvidas como nós até o ponto em que estivéssemos prontos para abraçar as estrelas (pessoalmente acho jamais ocorrerá já que considero o gênero humano como a pior aberração já posta na face do planeta, digna mesmo da extinção cabal e sumária).
Impossível não ouvir os ecos de '2001', a humanidade está prestes a se embrenhar nas estrelas, talvez descobrir coisas e segredos que apenas deuses e astronautas de verdade (não esse povo que mal conheceu a Lua) conhecem e podem entender. Então, uma raça alienígena chega para mostrar que não é bem assim e que se a humanidade deseja mesmo conhecer o que há nas estrelas e além delas, terá de fazê-lo de uma forma pouco ortodoxa.
Talvez essa mesma inteligência extraterrestre seja o mais próximo que cheguemos de Deus, do criador e se assim for, faria todo sentido que nosso planeta fosse um imenso berçário e os que nos visitam, não nossos progenitores mas suas babás zelosas para que no momento em que estejamos realmente prontos, possamos nos unir ao criador em uma instância mais elevada.
Não posso deixar de comparar também com 'Sweet Tooth' no quesito evolutivo da coisa no caso deste livro específico. Novamente, a humanidade serve meramente de substrato para o próximo patamar evolutivo lhe sendo permitido apenas compreender um pedaço ínfimo do plano completo mesmo porque, os alienígenas-babás também conhecem apenas parte desse mesmo todo, mais do que nós e menos do que quem lhes 'contratou' para função.
Nesse ponto, volta aquela sensação de melancolia e certeza de nossa finitude antes um futuro imensamente maior do nós mesmos seja como indivíduos ou raça. No fim, há mesmo esperança de tocar o divino e finalmente conhecer senão todas ao menos algumas das respostas.
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De há muito penso mais ou menos assim qto à nossa realidade neste universo indecifrável pela nossa pequenez como SER ... Parece bem interessante e despertou minha curiosidade ... vou conferir ...
ResponderExcluirBeijão
Sempre gostei da forma centrada e pé no chão de K. Dick. Da forma como sua visão do futuro é algo mais palpável próximo de nós. mas tb gosto desse futuro robótico do Azimov onde ele já via o quão próximo estava nossos futuros com os robôs e a tecnologia que estaria por vir. E de uma maneira melancólica e linda. isso me lembrou até do conto de Brian Aldiss e seu Super Brinquedos duram o verão todo. Quanto a C. Clarke ainda estou devendo uma leitura.
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