Até quando?
Façamos essa pergunta mais uma vez, mais duas vezes, mais dez, cem, mil, zil vezes até alguém encontrar uma resposta ou achar uma solução.
A normalização da violência machista sancionada pelo macho alfa que 'ocupa' a presidência foi institucionalizada e avalizada pelo alto escalão do poder que, verdade seja dita, nunca deixou de praticá-la e incentivá-la assim como, de forma corporativa e protecionista, seguem passando para os machos que acham que lugar de mulher é debaixo de porrada.
Quando temos um promotor que, em tese, deveria combater todo e qualquer tipo de violência e crime, ridicularizar e fazer troça com a violência contra a mulher justificando seu erro grotesco dizendo que era uma conversa informal, entre pares, que não havia qualquer seriedade naquilo e que é totalmente contra esse e qualquer tipo de violência, é sinal de que não há mais esperança alguma se é que desde a eleição do genocida pode-se dizer que houve alguma.
É nessa normalização engraçada, feita entre machos, que reside o aspecto mais abjeto do machismo estrutural que ainda vive entre nós, o macho alfa acha graça que as mulheres estejam apanhando porque, com a pandemia, os casais se viram forçados a conviver 24x7 e então, as diferenças e arestas que eram amenizadas (ou não) pelo futebol com os parças, a breja depois do trampo, aquela ida ao puteiro, tudo isso foi tirado do macho e ele teve de encarar que relacionamento é algo complexo e que depende de diálogo e paciência, de entendimento e parceria, de compreensão e respeito, todas as coisas que ele está pronto para cobrar da mulher ao menor deslize mas que jamais dará em retorno porque não é seu papel, seu papel é prover, dar comida e teto, mijar pelos cantos para marcar o território, fazer filhos oficiais e não oficiais, ser macho, bater na mulher porque ela precisa entender que ser macho não é fácil e que ela precisa ficar na dela e dar espaço ao dono senão a porrada come ou, como ele mesmo disse, o cara está em casa e aí, não dá, como se o macho que antes podia espalhar seu pau pelas ruas livremente, agora tolhido de sua liberdade, precisasse sentar o cacete na mulher para reafirmar sua posição já que, fora de casa, ninguém está vendo que ele é macho.
O macho então ri, ri porque ele pode, porque seu pau lhe permite rir enquanto desce o sarrafo na mulher, seu pau em riste é a prova de que ele tem o poder, de que ele ejacula vida e que seu escroto é a fonte de todos os bens (e males) da vida e que a mulher deveria é lamber suas bolas em agradecimento.
Esse comportamento do promachotor e seus machos é a mais pura essência do Bolsomacho que saiu da caverna com a eleição do genocida e ainda teremos de conviver durante muito tempo com ele, infelizmente.
Verdade, meu querido.
ResponderExcluirE dá nojo ver no que votou boa parte dos brasileiros. Se olhar para o Rio de Janeiro, de onde sou, a vergonha é maior ainda porque tripla (federal, estadual e municipal).
Há que se ter coragem.
Sergio Viula