estes estão bons. não. porque? olha a parte debaixo, podres. nossa, verdade. eles colocam os grandes e bonitos em cima aí você não vê e leva e depois fica só com três ou quatro que prestam. não tinha notado. você não tinha notado muita coisa. tipo? a gente por exemplo é uma caixa de morangos. morangos? sim. não entendi. a gente se compra pelo que vê por cima e depois quando abre a caixa vê que está tudo podre embaixo. eu não estou podre embaixo. pode ser mas o podre nunca está em cima assim logo de cara, sempre está bem lá embaixo, às vezes demora pra achar, outras nem tanto mas no fim a gente sempre acha. e faz o que, joga fora? depende, tem vezes que sim, tem vezes que a gente como estragado mesmo ou deixa mofar e apodrecer pra jogar fora só pra ver se de repente salva alguma coisa. e salva? nem sempre, nunca eu acho. quer chantilly? sem ele nem levo mas tem se ser esse aqui, fresco. porque? porque tudo tem de ser fresco, quando não é fresco não tem gosto. mas estraga mais rápido. tudo que é bom precisa estragar rápido, não deve ter conservante, não tem gosto, é imitação. fresco então? fresco então.
os morangos estragaram. não houve chantilly que desse jeito e mofados, apodreceram tudo ao seu redor. peguei a taça cheia deles e de chantilly azedo e joguei na parede onde você esteve e nunca mais está e eles estão lá, grudados, impávidos, mancha meio rosa esverdeada de um tipo de penicilina quem mata, alérgico.
os morangos na parede foi o que restou de você.
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