30 de jun. de 2010
um dia atrás do outro dia atrás do outro
1.
Cotidiano, coito de ânus, fode com a gente.
2.
Cafuçu cheio de graça do trabalho do wans, só cutucando onça com vara curta no sentido vegetal da palavra.
Liga em casa hoje mas wans está a comer um lanche:
Ele: 'Eae? Tudo bem?'
Eu: 'Tudo e você? Comeu o bolo?' (dia anterior, fizera um bolo de xocolahteh para levar no meu trabalho e wans ao dele)
Ele: 'Nossa! Tava maravilhoso, uma delícia'
Eu: 'Agora só falta comer meu cú!'
Ele ri todo sem jeito.
28 de jun. de 2010
de frente pro crime...
O vestido, a bandeira, os dentes à mostra, as plumas, os sapatos (apertados), os gestos, a corte.
Os camarotes, arquibancada, o som, o suor, a pressa, as notas, o gracejo.
Roda a bandeira, solta a mão, faz reverência, circunda a rainha em sentido anti-horário como para fazer o tempo voltar, beija a bandeira como se fosse a rainha, olho no olho, compreensão.
Passo marcado, gira de novo, mais uma vez, apressa o passo, roda, roda e roda mais uma vez.
Mais reverência, mais compasso, mais bateria, suor, sabor.
Passa o meio, passam três quartos, reta final, cansaço, tontura, alívio, pressão.
Risos, abraços, olho no olho, freio de mão. Do meio da roupa brilhante, saca o revólver e com dois tiros mata sua dama.
Sangue, tumulto, bandeira no chão.
Chega em casa José onde o espera a esposa com um prato de arroz, feijão, bife, fritas e salada.
o arroz foi feito com seu cérebro branco.
o feijão com as migalhas de seus sonhos
o bife com o fígado da parceira
as fritas com os dedos do filho seco
e a salada com as almas dos três
temperadas com o choro caseiro em moto perpétuo
o arroz foi feito com seu cérebro branco.
o feijão com as migalhas de seus sonhos
o bife com o fígado da parceira
as fritas com os dedos do filho seco
e a salada com as almas dos três
temperadas com o choro caseiro em moto perpétuo
maria sentou-se na poltrona ao lado de josé.
a tv jorrava o noticiário sem dar tempo para réplicas.
josé semi-deitado encara o aparelho com apatia.
maria o observa, cândida em seus chinelos gastos e vestido barato.
olha para a tv, pega o prato com restos de comida à sua frente e se levanta.
josé continua desligado.
maria olha para josé mais uma vez e diz:
'Não tem açúcar pro café.....' pausa dramática inútil de milésimos de segundo.
'....e estou grávida' completa retumbante.
maria sai da sala.
josé muda de canal
a tv jorrava o noticiário sem dar tempo para réplicas.
josé semi-deitado encara o aparelho com apatia.
maria o observa, cândida em seus chinelos gastos e vestido barato.
olha para a tv, pega o prato com restos de comida à sua frente e se levanta.
josé continua desligado.
maria olha para josé mais uma vez e diz:
'Não tem açúcar pro café.....' pausa dramática inútil de milésimos de segundo.
'....e estou grávida' completa retumbante.
maria sai da sala.
josé muda de canal
26 de jun. de 2010
tic tac
O estilo de vida que levamos nos impõe uma condição futura quase inescapável: solidão. Alguns poderão escapar dela de forma auto infligida ou por capricho do destino mas os que sobrarem terão, em sua grande parte, de encará-la e prestar-lhe contas.
Isso não se restringe ao nosso meio, não tema ser mais uma sina por gostarmos de meninos. Os 'normais' gozam da mesma sorte ainda que ponham rebentos no mundo na triste esperança de que estes, no futuro cinza, lhes dêem a recompensa por trazido aqui tê-los e feito com que vingassem.
Herança ocidental nefasta que põe uma letra escarlate sobre os mais velhos enxergando neles um peso, fardo e aborrecimento sem fim ao invés de referência, gratidão, conhecimento e aprendizado. Colocamos eles de escanteio, como um brinquedo que não mais uso deve ter e só serve para acumular pó e ocupar espaço.
Sexta, fomos à padaria e, enquanto pagávamos a conta, um senhor com claras dificuldades de locomoção me pediu se poderia ajudá-lo a descer o (para mim) pequeno degrau que separava o estabelecimento da calçada.
Disse que sim, claro e ajudei-o a descer deixando-o encostado numa parede. Voltei para ver Wans onde estava e, ao saírmos, o senhor ainda estava lá e, meio que sen jeito, pediu se poderíamos ajudá-lo a atravessar a rua ao que mais uma vez disse sim.
Fomos entao eu o guiando e Wans ao lado e conversando. Ele contando que era diabético e que a causa de seus problemas de locomoção era justamente a doença. Atravessamos a rua e íamos deixá-lo seguir adiante mas, por essas coisas da vida, essas decisões que tomamos a esmo mas, na verdade, tomadas pelo coração mole que, apesar de embalado em capa cáustica, não sabe dizer não, perguntei onde ele morava e ele, creio que mostrando alívio por não ter de seguir só, disse que morava alguns metros a frente (quilômetros para ele) e, então, nos oferecemos para levá-lo até a porta de casa.
No caminho, ele nos contou que morava só, em frente ao minhocão (Elevado Costa e Silva no centro velho de SP) e os filhos o viam raramente. Disse morar ali há mais de 26 anos e que, certo dia, não sabia dizer como, caíra da cama e não conseguia levantar-se tanto pelo tombo em si como por sua dificuldade em mover-se normalmente.
Segundo ele, ficou assim pois dois dias quando finalmente alguém veio em seu socorro. Nesse ponto, o deixamos na porta de casa e seguimos nosso caminho mas não pude conter o choro que brotou icontrolável lá do fundo.
Não cabe aqui pensar se era ou não verídica a narrativa dele, resultado da senilidade ou qualquer doença degenerativa que espera apenas ficarmos velhos para nos mostrar seus dentes. Fato é que, como ele, tantos outros estão, neste mesmo momento, caídos no chão, conversando com a tv, comendo sozinhos ou vivendo em um mundo de lembranças posto que o presente nada mais quer com eles e o futuro nem mesmo quer saber de sua existência.
Não quero ficar assim, não vou ficar assim e não quer que vocês ou meu Wans fiquem pois é uma crueldade sem igual. Penso então que não vejo meu pai tanto quanto deveria ou gostaria e que apenas quando ele não puder mais me ver é que vou me dar conta disso e eu vou saber que é tarde demais.
Assim, se você ainda pode, vá ver os seus velhos (sejam eles quem forem) o quanto antes pois amanhã será você esperando por nada mais que uma visita e um abraço.
Isso não se restringe ao nosso meio, não tema ser mais uma sina por gostarmos de meninos. Os 'normais' gozam da mesma sorte ainda que ponham rebentos no mundo na triste esperança de que estes, no futuro cinza, lhes dêem a recompensa por trazido aqui tê-los e feito com que vingassem.
Herança ocidental nefasta que põe uma letra escarlate sobre os mais velhos enxergando neles um peso, fardo e aborrecimento sem fim ao invés de referência, gratidão, conhecimento e aprendizado. Colocamos eles de escanteio, como um brinquedo que não mais uso deve ter e só serve para acumular pó e ocupar espaço.
Sexta, fomos à padaria e, enquanto pagávamos a conta, um senhor com claras dificuldades de locomoção me pediu se poderia ajudá-lo a descer o (para mim) pequeno degrau que separava o estabelecimento da calçada.
Disse que sim, claro e ajudei-o a descer deixando-o encostado numa parede. Voltei para ver Wans onde estava e, ao saírmos, o senhor ainda estava lá e, meio que sen jeito, pediu se poderíamos ajudá-lo a atravessar a rua ao que mais uma vez disse sim.
Fomos entao eu o guiando e Wans ao lado e conversando. Ele contando que era diabético e que a causa de seus problemas de locomoção era justamente a doença. Atravessamos a rua e íamos deixá-lo seguir adiante mas, por essas coisas da vida, essas decisões que tomamos a esmo mas, na verdade, tomadas pelo coração mole que, apesar de embalado em capa cáustica, não sabe dizer não, perguntei onde ele morava e ele, creio que mostrando alívio por não ter de seguir só, disse que morava alguns metros a frente (quilômetros para ele) e, então, nos oferecemos para levá-lo até a porta de casa.
No caminho, ele nos contou que morava só, em frente ao minhocão (Elevado Costa e Silva no centro velho de SP) e os filhos o viam raramente. Disse morar ali há mais de 26 anos e que, certo dia, não sabia dizer como, caíra da cama e não conseguia levantar-se tanto pelo tombo em si como por sua dificuldade em mover-se normalmente.
Segundo ele, ficou assim pois dois dias quando finalmente alguém veio em seu socorro. Nesse ponto, o deixamos na porta de casa e seguimos nosso caminho mas não pude conter o choro que brotou icontrolável lá do fundo.
Não cabe aqui pensar se era ou não verídica a narrativa dele, resultado da senilidade ou qualquer doença degenerativa que espera apenas ficarmos velhos para nos mostrar seus dentes. Fato é que, como ele, tantos outros estão, neste mesmo momento, caídos no chão, conversando com a tv, comendo sozinhos ou vivendo em um mundo de lembranças posto que o presente nada mais quer com eles e o futuro nem mesmo quer saber de sua existência.
Não quero ficar assim, não vou ficar assim e não quer que vocês ou meu Wans fiquem pois é uma crueldade sem igual. Penso então que não vejo meu pai tanto quanto deveria ou gostaria e que apenas quando ele não puder mais me ver é que vou me dar conta disso e eu vou saber que é tarde demais.
Assim, se você ainda pode, vá ver os seus velhos (sejam eles quem forem) o quanto antes pois amanhã será você esperando por nada mais que uma visita e um abraço.
24 de jun. de 2010
mais perto...
Sou contra todo tipo de radicalismo ainda que, às vezes, possa expressar minhas opiniões de forma um tanto enfática.
Acho que qualquer militância deve primar pelo bom senso pois corre o risco de assumir o lado oposto de sua luta. Isso posto, sou obviamente contra os gueis xiitas, os que vêem em tudo homofobia ou que acham que pela força é que vamos fazer a sociedade nos entender (veja, disse entender e não aceitar pois ninguém é obrigado em absoluto a aceitar nada mas, no mínimo, respeitar) e nos dar os direitos que são inerentes a qualquer cidadão independente de sua cor, credo, orientação sexual.
Acho que passamos por algum tipo de momento de definição. As portas estão entreabertas para nossos direitos e estamos já com meio pé na soleira. Resta saber como vamos forçar a entrada e acho que o movimento passa agora por essa decisão. Não se pode esperar muito dos políticos muito menos dos candidatos à presidência pois o discurso dos mesmos quanto à homofobia e união civil entre gueis é padronizado e demagógico salvo Marina que, como bem disse o 2Lost, expôs claramente sua opinião ainda que, penso eu, isso vá lhe custar caro mais a frente.
Porém, vejo como um avanço enorme o simples fato de estarmos discutindo o assunto o que era impensável há dez ou menos anos e, se tivermos uma liderança engajada e articulada, é o momento de se fazer valer pois corremos o risco de perder o bonde da história. Acho mesmo que se não perdermos esse ‘timing’, dentro de mais dez anos (estimativa otimista) viveremos em um lugar bem diferente e mais próximo de cidade como Amsterdam. O maior entrave é e sempre será o Estado de Fé que insiste em existir no Brasil, um país que se proclama Católico (nenhum outro país, exceto os islâmicos acho, proclamam seguir algum tipo de fé) sendo que já possui grande parte de sua população protestante.
O entrave não se deve, vejam bem, ao segmente da fé que é seguido mas a fé em si. O Estado deve ser laico, é coisa pública e deve zelar pelos deveres e direitos dos cidadãos e gerir o país da forma mais eficiente possível e não preocupar-se com os pecados destes ou se estes vivem de acordo com as escrituras ou não. Para isso existem as igrejas, a única escritura que deve reger o Estado é a Carta Magna e as leis do país, nada mais, nada menos.
Enquanto carregarmos essa ranço do passado que, comprovadamente, não funciona, pouco evoluiremos no quesito dos direitos seja para qual minoria for.
saudosa maloca...
Acho que meu post sobre o centro velho causou em mim certa onda de nostalgia. Há algum tempo planejo tirar fotos dos lugares que um dia foram, de alguma maneira, importantes para mim e que hoje não existem mais por completo ou transmutaram-se em alguma outra coisa.
Para essa empreitada, não vou usar nada digital. Vou usar a Olympus 35LC que herdei do meu pai, de filme mesmo e muito provavelmente as fotos serão P&B o que acho coerente pois vou falar do passado. Eis alguns de meus alvos:
Burger & Beer, Rave, Baguetti, Ferro’s Bar, Corsário, Bloom, Allegro e por aí vai.
Wait and see.
23 de jun. de 2010
pra frente/pra trás
O centro velho já foi um dia lugar glamouroso onde as pessoas iam para se divertir, verem e serem vistas.
Meus pais sempre me contaram estórias de como era importante ir ao centro, um evento social pois lá ficavam os melhores cinemas, os cafés mais finos, os bares da moda enfim, a vida social girava por ali. Meu pai conta até hoje de como foi barrado no cine Metro, que fica na São João, simplesmente porque não estava de gravata frustrando minha mãe, sua namorada à época, desejosa de ver o filme em cartaz.
O mesmo se repetia em outras salas como Marabá, Olido, Ritz, Ipiranga mas, pelo que sei, o Metro era o mais cobiçado e mais chique e, se a idéia era causar uma impressão, levava-se o broto lá. Peguei o finalzinho dessa época dourada pois comecei a ir no cinema com minha mãe e minha tia nos cinemas do centro pelos anos 70 e 80 em lugares como o Marabá, Metro, Ipiranga, Cine Espacial e Comodoro. Neles, assisti ‘Alien: O Oitavo Passageiro’, ‘Superman – O Filme’, ‘Star Wars’, ‘Caçadores da Arca Perdida’, ‘2001’ e outros tantos que se for buscar na memória gerariam uma lista sem fim.
Pouco depois disso, as salas começaram a definhar vitimadas pela decadência do centro e conseqüente sumiço do público e depois pelo surgimento das salas multiplex com som e imagens superiores e localizadas nos shoppings onde se tem, em tese, mais segurança e conforto. Eis o destino de algumas delas:
Ipiranga I e II: localizados à Av. Ipiranga próximos da famosa esquina. Fechados desde 2005. Tombados pelo patrimônio histórico.
Marabá: em frente ao Ipiranga, amargou anos fechado até que uma rede multiplex reformou tudo e abriu uma unidade lá. Mantiveram detalhes da decoração antiga mas a sala, que era gigantesca e com uma platéia superior única, foi-se e hoje operam ali umas oito salas acho eu. Ao menos está aberto e exibindo filmes.
Metro I e II: à Av. São João. Hoje, Igreja Universal do Reino de Deus
Cine Espacial: para a época, inovador. Sala de exibição circular e três telas colocadas no alto quase que fechando o circulo. A sala de projeção ficava no meio do círculo pendente no meio do teto lembrando uma forma de bolo redondo virada para baixo. Não importa onde você se sentasse, você veria o filme. À Av. São João depois do cruzamento com a Rio Branco sentido Barra Funda. Hoje, estacionamento
Comodoro: em frente ao Espacial. Era a maior tela de SP e o melhor som, um luxo só. Assistir filmes ali era uma experiência à parte. Hoje, acho que é mais uma Universal ou está fechado mesmo
Agora, parece que se resolveu reviver esses dias, devidamente adequados aos tempos modernos, numa tentativa de desfazer a imagem decadente do centro e atrair tanto público como empresas. Na verdade, não acho que se deseje mudar o ar do centro mas dar uma capa de decadência chique que atraí tanto o publico que sempre gostou do centro e chorava por vê-lo às traças quanto aos que nunca lá pisaram. O Marabá já entrou nessa onda e, ao que parece, o Ipiranga segue o mesmo caminho mas ao invés de multiplex será uma sala bancada pelo Governo com ares de centro cultural e deve reabrir até o fim do ano.
Parece que o Art Palácio segue pelo mesmo caminho com apoio da iniciativa privada e o projeto é termos algo como o Radio City Music Hall e existem projetos para outros cinemas que, como o Art, hoje sobrevivem da putaria. De certo que esse tipo de cinema nunca vai morrer e acho que nem deve pois faz parte da mitologia do centro mas, não posso negar que a iniciativa é válida e tem meu apoio desde que não vire uma cruzada puritana. Esses lugares fazem parte da minha vida e da vida de outras pessoas também e, de certo modo, é meio triste ver eles simplesmente ‘sumirem do mapa’.
Fato é, no entanto, que o centro tem muito para oferecer e precisa apenas de autoridades desejosas de investir ali e promover sua revitalização. Sinto pelo tanto de história que já se perdeu por ali posto que somos muito fracos quando se trata de preservar nosso passado.
17 de jun. de 2010
16 de jun. de 2010
a copa e o demo
A copa
Deixando de lado por momentos minha aversão aos esportes, pensem comigo:
2014 a Copinha é aqui. Não seria a glória o Brasil ganhar ‘em casa’? Assim, não seria surpresa o Brasil fazer uma campanha, digamos, ‘honrosa’ mas deixar a taça para outra nação mais necessitada em prol de um bem maior. Quem sabe o que ocorre nos bastidores desse esporte zilionário?
O governo nega conhecimento...
O Demo
Há mais coisas entre o céu e a terra do que se possa imaginar.
Confesso, sou um crédulo do sobrenatural sem deixá-lo, no entanto, limitar minhas ações, pensamentos ou opiniões. Creio que o admiro como todos o fazem, com aquele gosto pelo desconhecido, de saber o que acontece depois da hora difícil passar e com certo temor por ser algo que foge completamente ao meu entendimento e controle, colocando-me num patamar de proto-humano jogando pedras na lua por achar que ela matou o sol.
Enfim, pode ser realmente histeria coletiva uma vez que somos todos, uns mais e outros menos, extremamente sugestionáveis vide como compramos bens de consumo, escolhemos amigos e parceiros. Parte dessas escolhas tem realmente a ver com nuances de nossa identidade e do que julgamos adequado ou não, belo ou não, justo ou não para nós mesmos mas, até que ponto essas mesmas decisões não são influenciadas pela mídia e por outras pessoas sejam mal ou bem intencionadas?
Obviamente que a sugestão perpetrada por outros com fins maléficos pode gerar coisas como o nazismo e outros movimentos que pregam a intolerância ou violência posto que sempre existirão pessoas de mente fraca que farão chão fértil para esses indivíduos mas, e aqueles que estão próximos a nós e podem nos influenciar a fazer escolhas ruins seja por inveja ou pelo simples prazer de ver o outro se dar mal? Não imagino que os leitores se enquadrem nesse tipo de pessoa tão sugestionável assim mas, não creio estarem (nem eu) completamente imunes ao problema posto que os lobos possuem habilidade ímpar para vestir peles importadas de cordeiros e nos induzir ao erro de forma ingênua que dá raiva.
Este caso por exemplo, são adolescentes, uma fase da vida extremamente complexa o que explicaria fácil o fenômeno. No entanto, apesar de achar essa explicação mais plausível, prefiro não tirar o glamour da coisa e pensar: não creio em bruxas mas....
15 de jun. de 2010
a benção, o jogo e o pária
A Benção
Cada tem o direito de seguir a fé que lhe apetece, fato.
Idealmente, as diferenças religiosas deveriam ser toleradas pois a fé é algo mui subjetivo o que não acontece pois ela é pregada por homens, as criaturas mais intolerantes do planeta. Particularmente creio que ninguém precise de atravessadores para falar com Deus ou com seja lá quem for que tenha criado tudo isso salvo os ateus que não precisam de nada mesmo. Acredito que esse era o conceito original da coisa.
Porém, tão antigo quanto a humanidade é o tino da mesma para o comércio e as seitas, igrejas e afins nada mais fizeram do que preencher um segmento do mercado que sempre foi e sempre será carente de produtos e consumidor, perdão, fiel de novidades. Assim sendo, nada mais certo para uma empresa do que diversificar seus produtos e a Universal parece estar sempre adiante nesse sentido vide seu mais novo empreendimento: o Oração Drive-thru.
Vi Sexta última ao passar em frente uma das igrejas deles na Vila Mariana. Um quiosque desses tipo de praia, entrada e saída para autos, obreiros prontos para rezar enquanto o motorista em crise de fé nem mesmo tira o pé da embreagem. Não apedrejo nem maldigo quem freqüenta seus cultos ou qualquer outro culto de qualquer outra coisa; se lhe faz bem, se você se sente bem, fico feliz por você mas para mim é muito marketing e pouca salvação.
Só resta, no fim, eles estarem certos....
O Jogo e o pária
Como já disse repetidas vezes aqui, detesto futebol. Aliás, não me apetece nenhum esporte, acho todos um perda total e completa de tempo e esforço e pouco me importa esse tal de espírito de equipe ou qualquer interação ou detalhe de formação de caráter que ele possa promover. Não torço pelo Brasil em nada, não me orgulha ver medalhas ou títulos, pouco me importa o Brasileirão ou Libertadores, Olimpíadas, Pan ou o caralho a quatro o que não quer dizer que não ame meu país para os ufanistas de plantão..
Talvez seja mesmo caso para terapia, já disse isso também mas, é a única coisa que me difere dos demais e não quero sentar na hora do almoço e conversar sobre a situação dos times com o pessoal do trabalho num cenário deprimente de alienação. Infelizmente, a cada quatro anos, sofro na pele ser parte dessa minoria que abomina torcidas, vibração e prá frente Brasil mas, é meu mês de calvário, pago meus pecados para ter paz nos próximos quatro anos.
Isso também me coloca sob a lupa dos colegas de trabalho que me estudam como uma aberração por não ter senso cívico ou paixão pela pátria de chuteiras. Fomos almoçar, na Sexta, num shopping; praça de alimentação cheia e todos disputando uma mesa que ficasse de frente paras as TVs colocadas ali justamente para os comensais não perderem um segundo da Copa e consumirem mais e mais aguardando o fim da partida.
Levamos uma eternidade para escolher a mesa pois meus amigos queriam uma que ficasse bem localizada e eu, obviamente, já estava irritado pois o assunto no caminho até o shopping não fora outro que não a Copa. Almoço no prato,o assunto foi o mesmo e eu calado. Enquanto outros dois ia pegar seus pratos, o que ficou comigo na mesa disse:
Ele: ‘Você não gosta de Copa?’
Eu: ‘Não gosto de futebol, cara. Não me dá nada, acho chato’
Ele: ‘Mas nem na Copa?’
Eu: ‘Nem. Acho perda de tempo, o Brasil ganhar ou perder dá no mesmo, acho chato, sem graça’
Ele: Mas, foi algum problema com alguma Copa, alguma coisa?’ (tentando entender como era possível que eu não estivesse torcendo, que não gostasse de futebol que não quisesse o verde e amarelo no coração)
Eu: ‘Não, sou assim mesmo’
Ele: ‘Desde moleque?’
Eu: ‘Nasci assim’
Fim da conversa.
Até o fim da Copinha, vou passar por outras situações similares como hoje quando quase todos no setor estavam de camisa da seleção e eu, de preto, luto pelo meu saco falecido por não aguentar mais um único assunto em todas as rodas.
Não há o que fazer pois sou a minoria. Ainda bem que wans é dos meus caso contrário seria guerra civil em casa se bem que um mandaria o outro ver os jogos com os amigos. Meu esporte é outro, fuder, ter machio na cama, pensar até doer, sentir os que os outros não sentem, ver o que os outros deixam passar batido, imaginar o impensável, ouvir mais do que os outros, gozar sem lei, sem neura.
De tempos em tempos, abro uma exceção para os que praticam esses outros esportes que são droga, não pratique ou o se o fizer, não me chame nem pra assistir.
Cada tem o direito de seguir a fé que lhe apetece, fato.
Idealmente, as diferenças religiosas deveriam ser toleradas pois a fé é algo mui subjetivo o que não acontece pois ela é pregada por homens, as criaturas mais intolerantes do planeta. Particularmente creio que ninguém precise de atravessadores para falar com Deus ou com seja lá quem for que tenha criado tudo isso salvo os ateus que não precisam de nada mesmo. Acredito que esse era o conceito original da coisa.
Porém, tão antigo quanto a humanidade é o tino da mesma para o comércio e as seitas, igrejas e afins nada mais fizeram do que preencher um segmento do mercado que sempre foi e sempre será carente de produtos e consumidor, perdão, fiel de novidades. Assim sendo, nada mais certo para uma empresa do que diversificar seus produtos e a Universal parece estar sempre adiante nesse sentido vide seu mais novo empreendimento: o Oração Drive-thru.
Vi Sexta última ao passar em frente uma das igrejas deles na Vila Mariana. Um quiosque desses tipo de praia, entrada e saída para autos, obreiros prontos para rezar enquanto o motorista em crise de fé nem mesmo tira o pé da embreagem. Não apedrejo nem maldigo quem freqüenta seus cultos ou qualquer outro culto de qualquer outra coisa; se lhe faz bem, se você se sente bem, fico feliz por você mas para mim é muito marketing e pouca salvação.
Só resta, no fim, eles estarem certos....
O Jogo e o pária
Como já disse repetidas vezes aqui, detesto futebol. Aliás, não me apetece nenhum esporte, acho todos um perda total e completa de tempo e esforço e pouco me importa esse tal de espírito de equipe ou qualquer interação ou detalhe de formação de caráter que ele possa promover. Não torço pelo Brasil em nada, não me orgulha ver medalhas ou títulos, pouco me importa o Brasileirão ou Libertadores, Olimpíadas, Pan ou o caralho a quatro o que não quer dizer que não ame meu país para os ufanistas de plantão..
Talvez seja mesmo caso para terapia, já disse isso também mas, é a única coisa que me difere dos demais e não quero sentar na hora do almoço e conversar sobre a situação dos times com o pessoal do trabalho num cenário deprimente de alienação. Infelizmente, a cada quatro anos, sofro na pele ser parte dessa minoria que abomina torcidas, vibração e prá frente Brasil mas, é meu mês de calvário, pago meus pecados para ter paz nos próximos quatro anos.
Isso também me coloca sob a lupa dos colegas de trabalho que me estudam como uma aberração por não ter senso cívico ou paixão pela pátria de chuteiras. Fomos almoçar, na Sexta, num shopping; praça de alimentação cheia e todos disputando uma mesa que ficasse de frente paras as TVs colocadas ali justamente para os comensais não perderem um segundo da Copa e consumirem mais e mais aguardando o fim da partida.
Levamos uma eternidade para escolher a mesa pois meus amigos queriam uma que ficasse bem localizada e eu, obviamente, já estava irritado pois o assunto no caminho até o shopping não fora outro que não a Copa. Almoço no prato,o assunto foi o mesmo e eu calado. Enquanto outros dois ia pegar seus pratos, o que ficou comigo na mesa disse:
Ele: ‘Você não gosta de Copa?’
Eu: ‘Não gosto de futebol, cara. Não me dá nada, acho chato’
Ele: ‘Mas nem na Copa?’
Eu: ‘Nem. Acho perda de tempo, o Brasil ganhar ou perder dá no mesmo, acho chato, sem graça’
Ele: Mas, foi algum problema com alguma Copa, alguma coisa?’ (tentando entender como era possível que eu não estivesse torcendo, que não gostasse de futebol que não quisesse o verde e amarelo no coração)
Eu: ‘Não, sou assim mesmo’
Ele: ‘Desde moleque?’
Eu: ‘Nasci assim’
Fim da conversa.
Até o fim da Copinha, vou passar por outras situações similares como hoje quando quase todos no setor estavam de camisa da seleção e eu, de preto, luto pelo meu saco falecido por não aguentar mais um único assunto em todas as rodas.
Não há o que fazer pois sou a minoria. Ainda bem que wans é dos meus caso contrário seria guerra civil em casa se bem que um mandaria o outro ver os jogos com os amigos. Meu esporte é outro, fuder, ter machio na cama, pensar até doer, sentir os que os outros não sentem, ver o que os outros deixam passar batido, imaginar o impensável, ouvir mais do que os outros, gozar sem lei, sem neura.
De tempos em tempos, abro uma exceção para os que praticam esses outros esportes que são droga, não pratique ou o se o fizer, não me chame nem pra assistir.
14 de jun. de 2010
pra ouvir o quanto antes I
Bom, já que wans faz listinhas modernas, vou fazer a minha de bandas que vocês precisam ouvir antes de morrer e que são responsáveis por boa parte do que está por aí hoje. Lá vai:
1.Velvet Underground
Disco essencial: ‘The Velvet Underground & Nico’ (1967)
Porque ouvir: uma das bandas mais cultuadas e importantes do rock, precursores do art rock e do rock alternativo. Melodias avançadas para a época e abordagem de temas pouco ortodoxos para o período como SM, prostituição, drogas, ocultismo.
Influenciou: Jesus & Mary Chain, Joy Division, Sonic Youth, The Strokes, Iggy Pop, David Bowie.
2.Kraftwerk
Disco essencial: ‘The Man Machine’ (1978)/’Trans-Europe Express’ (1977)
Porque ouvir: popularizam e, em termos gerais, ‘criaram’ a música eletrônica. A partir deles surgiram ou se consolidaram vertentes diversas como techno e electro por exemplo. Famosos por não dar entrevistas e usar manequins ou robôs em seus shows ao invés dos músicos em si.
Influenciou: praticamente toda e qualquer banda que use eletrônicos em suas composições – Soft Cell, Depeche Mode, Front 242, Laibach, Air, Erasure, New Order.
3.Roxy Music
Disco essencial: ‘Avalon’ (1982)
Porque ouvir: maior expoente do art e glam rock. Pitadas de psicodelia, lirismo e arranjos elaborados e sofisticados. Semearam terreno para a new wave. Destaque para as capas dos discos que são obras de arte à parte.
Influenciou:Duran Duran, Spandau Ballet, Style Council, Simply Red, Suede
4.Bauhaus
Disco essencial: ‘Mask’ (1981)
Porque ouvir:’criadores’ do rock gótico e teatral. Guitarras carregadas de efeitos, teclados usado de forma fria e para criar climas adequados ao pós-punk e pouca fé num desenvolvimento social ou humano. Letras pesadas, poéticas e a voz marcante de Peter Murphy.
Influenciou: The Woflgang Press, Placebo, Jane's Addiction, Nitzer Ebb
5.Joy Division
Disco essencial: ‘Closer’ (1980)
Porque ouvir:além das letras cruas de Ian Curtis e seu vocal único, melodias profundas, trabalhadas e ao mesmo riffs nervosos e marcantes e cadenciados pela bateria forte de Stephen Morris. Denso e claustrofóbico. Curtis cometeu suicídio quando a banda se preparava para tomar a América.
Influenciou:Interpol, The Killers, Radiohead, Smashing Pumpkins, Legião Urbana, Galaxie 500
Fim da parte 1
1.Velvet Underground
Disco essencial: ‘The Velvet Underground & Nico’ (1967)
Porque ouvir: uma das bandas mais cultuadas e importantes do rock, precursores do art rock e do rock alternativo. Melodias avançadas para a época e abordagem de temas pouco ortodoxos para o período como SM, prostituição, drogas, ocultismo.
Influenciou: Jesus & Mary Chain, Joy Division, Sonic Youth, The Strokes, Iggy Pop, David Bowie.
2.Kraftwerk
Disco essencial: ‘The Man Machine’ (1978)/’Trans-Europe Express’ (1977)
Porque ouvir: popularizam e, em termos gerais, ‘criaram’ a música eletrônica. A partir deles surgiram ou se consolidaram vertentes diversas como techno e electro por exemplo. Famosos por não dar entrevistas e usar manequins ou robôs em seus shows ao invés dos músicos em si.
Influenciou: praticamente toda e qualquer banda que use eletrônicos em suas composições – Soft Cell, Depeche Mode, Front 242, Laibach, Air, Erasure, New Order.
3.Roxy Music
Disco essencial: ‘Avalon’ (1982)
Porque ouvir: maior expoente do art e glam rock. Pitadas de psicodelia, lirismo e arranjos elaborados e sofisticados. Semearam terreno para a new wave. Destaque para as capas dos discos que são obras de arte à parte.
Influenciou:Duran Duran, Spandau Ballet, Style Council, Simply Red, Suede
4.Bauhaus
Disco essencial: ‘Mask’ (1981)
Porque ouvir:’criadores’ do rock gótico e teatral. Guitarras carregadas de efeitos, teclados usado de forma fria e para criar climas adequados ao pós-punk e pouca fé num desenvolvimento social ou humano. Letras pesadas, poéticas e a voz marcante de Peter Murphy.
Influenciou: The Woflgang Press, Placebo, Jane's Addiction, Nitzer Ebb
5.Joy Division
Disco essencial: ‘Closer’ (1980)
Porque ouvir:além das letras cruas de Ian Curtis e seu vocal único, melodias profundas, trabalhadas e ao mesmo riffs nervosos e marcantes e cadenciados pela bateria forte de Stephen Morris. Denso e claustrofóbico. Curtis cometeu suicídio quando a banda se preparava para tomar a América.
Influenciou:Interpol, The Killers, Radiohead, Smashing Pumpkins, Legião Urbana, Galaxie 500
Fim da parte 1
pra ouvir o quanto antes II
Segunda parte da minha lista de bandas que você precisa ouvir o quanto antes:
6. The Smiths
Disco essencial: ‘Hatful fo Hollow’ (1984)
Porque ouvir: deram uma renovada no rock usando apenas baixo, guitarras bem trabalhadas pelo mestre Johnny Marr, bateria e as letras poéticas de Morrissey de alto teor homoerótico no que se poderia chamar de ‘back to basics’. Deram voz a toda uma geração que não via mais na new wave ou new romantic nada que a representasse glamourizando o ‘loser’, ou ‘outsider’ e os que se sentem diferentes.
Influenciou: Legião Urbana, Railway Children, The Killers, At the drive-in, Radiohead
7. Cocteau Twins
Disco essencial: ‘Treasure’ (1984)
Porque ouvir: de tempos em tempos, surge uma banda que vira um marco na história da música. Cocteau Twins é uma delas, nada igual havia antes e nada igual surgiu depois. Camadas e mais camadas de guitarras com um baixo melódico e a voz sobrenatural de Liz Fraser tornaram a banda sem igual, única. Criaram um estilo próprio que até hoje não foi igualado e são, em minha opinião, meio que deixados em segundo plano no cenário geral da música.
Influenciou: Lush, Medicine, The House of Love, Julee Cruise, The Sundays
8. Spiritualized
Disco essencial: ‘Lazer Guided Melodies’ (1992)
Porque ouvir: assim como nosso número ‘8’, são únicos. Som criado por e para gente que usa quantidades absurdas de drogas, psicodelia ao extremo, instrumentos de cordas, sopro entre camadas de guitarras sobrepostas e cheias de efeitos. Músicas com frases repetidas em mantra e vocais sobrepostos. Também são únicos.
Influenciou: Doves, Mojave 3, Gay Dad
9. The Jesus & Mary Chain
Disco essencial: ‘Psychocandy’ (1985)
Porque ouvir: conseguiram fazer barulho ser divino. Outro caso de ‘back to basics’: baixo, guitarra e bateria e deram um novo conceito ao termo ‘guitar band’.
Influenciou: Slowdive, The Radio Dpt, Ash
10. Pixies
Disco essencial: ‘Surfer Rosa’ (1988)
Porque ouvir: outra banda que deu novo ar ao rock. Forte influência do punk, vocais gritados e letras carregadas de surrealismo. Kurt Cobain era fã incondicional.
Influenciou: Nirvana, Guided by voices, Bush, Tin Machine
6. The Smiths
Disco essencial: ‘Hatful fo Hollow’ (1984)
Porque ouvir: deram uma renovada no rock usando apenas baixo, guitarras bem trabalhadas pelo mestre Johnny Marr, bateria e as letras poéticas de Morrissey de alto teor homoerótico no que se poderia chamar de ‘back to basics’. Deram voz a toda uma geração que não via mais na new wave ou new romantic nada que a representasse glamourizando o ‘loser’, ou ‘outsider’ e os que se sentem diferentes.
Influenciou: Legião Urbana, Railway Children, The Killers, At the drive-in, Radiohead
7. Cocteau Twins
Disco essencial: ‘Treasure’ (1984)
Porque ouvir: de tempos em tempos, surge uma banda que vira um marco na história da música. Cocteau Twins é uma delas, nada igual havia antes e nada igual surgiu depois. Camadas e mais camadas de guitarras com um baixo melódico e a voz sobrenatural de Liz Fraser tornaram a banda sem igual, única. Criaram um estilo próprio que até hoje não foi igualado e são, em minha opinião, meio que deixados em segundo plano no cenário geral da música.
Influenciou: Lush, Medicine, The House of Love, Julee Cruise, The Sundays
8. Spiritualized
Disco essencial: ‘Lazer Guided Melodies’ (1992)
Porque ouvir: assim como nosso número ‘8’, são únicos. Som criado por e para gente que usa quantidades absurdas de drogas, psicodelia ao extremo, instrumentos de cordas, sopro entre camadas de guitarras sobrepostas e cheias de efeitos. Músicas com frases repetidas em mantra e vocais sobrepostos. Também são únicos.
Influenciou: Doves, Mojave 3, Gay Dad
9. The Jesus & Mary Chain
Disco essencial: ‘Psychocandy’ (1985)
Porque ouvir: conseguiram fazer barulho ser divino. Outro caso de ‘back to basics’: baixo, guitarra e bateria e deram um novo conceito ao termo ‘guitar band’.
Influenciou: Slowdive, The Radio Dpt, Ash
10. Pixies
Disco essencial: ‘Surfer Rosa’ (1988)
Porque ouvir: outra banda que deu novo ar ao rock. Forte influência do punk, vocais gritados e letras carregadas de surrealismo. Kurt Cobain era fã incondicional.
Influenciou: Nirvana, Guided by voices, Bush, Tin Machine
10 de jun. de 2010
Sr. Apolinario
Sr. Apolinario.
Quem lhe escreve é uma pessoa, ou ser humano se assim preferir se dirigir a minha pessoa.
Como ser humano, sou dotado de uma capacidade cognitiva única que me permite uma gama quase irrestrita de atividades além de poder almejar coisas pelo simples fato de poder imaginá-las sendo que essa mesma capacidade me dá poder para transportar coisas do campo imaginário para o real tão complexa e extensa que é. Imagino que o senhor também comungue da mesma habilidade posto que, até onde pude apurar, também é uma pessoa e, logo, um ser humano o que certamente irá facilitar a comunicação entre nós, não?
Enfim, essa tão cantada capacidade também imprime em cada um de nós uma identidade única a qual já nasce conosco e também é moldada no decorrer dos anos conforme vamos mantendo contato com outras pessoas (leia-se humanos também) porém, sem alterar seu núcleo que, em suma, consiste em quem realmente somos. Qualquer tentativa de mudar essa verdade universal desse núcleo só pode descambar em desgraça, infelicidade e dissabor para o individuo e os que o rodeiam causando um efeito cascata que pode culminar em grandes conflitos onde pessoas (humanos) se matam a rodo ou insistem em fechar os olhos para a identidade de outros humanos (pessoas) alegando que a sua identidade é a única a ser reconhecida e impedindo que as demais pessoas (humanos) possam gozar de suas respectivas identidades.
Obviamente, tal fato, para um humano/pessoa gozando plenamente de suas faculdades cognitivas como o senhor, deve ser absolutamente transparente e o parágrafo acima simplesmente choveu no molhado, penso eu. Pois então, eu, senhor Apolinario, tenho cá minha identidade que é, claro, única, só pertence a mim. Parte dessa identidade, no entanto, consiste em nutrir afeição e desejo por pessoas (humanos) do mesmo sexo fato que é compartilhado por outras pessoas/humanas cada uma com sua identidade única mas, como disse, com esse mesmo traço peculiar em comum.
Senhor Apolinario, o que fazem pessoas e humanos que comungam de uma mesma ‘coisa’? Oras, diria o senhor, unem-se é claro! O que está correto pois eles possuem informações em comum e podem trocar experiências e vivências e creio que esse direito seja mesmo garantido pela carta magna do país. Agora, meu senhor, e se esse grupo, essas pessoashumanas vissem que ainda sendo pessoas e humanas não fossem tratadas como todas as outras sendo mesmo colocadas de lado na hora de direitos civis, cidadania, respeito, dignidade e essas coisas que fazem de uma pessoahumana o que ela é?
Não caberia a esse grupo lutar pelo reconhecimento que lhe é de direito com unhas e dentes? Não foi isso que os afro-descendentes fizeram cobertos de toda a razão e alcançaram conquistas tão importantes? Se concorda comigo e deve concordar posto que, como já disse aqui, o senhor parece estar de posse de todas suas faculdade cognitivas, não é isso que os homossexuais almejam? Não creio que o senhor cometeria o engano de julgar nossa luta um modismo ou coisa dos novos tempos apenas porque nossa história peca horrivelmente em não documentar as atrocidades cometidas contra os homossexuais.
Muito menos possa achar crível a hipótese de que o senhor nos encare como algum tipo de ditadura posto que a palavra implica algo por demais forte e totalmente desassociado senão completamente oposto do cerne da questão, luta por direitos. Não é a ditadura um regime de exceção onde as liberdades democráticas são extintas e não existe diálogo valendo a palavra e opinião do mais forte? Não consigo,por mais que leve minha capacidade cognitiva ao extremo, enxergar como pode o movimento homossexual representar, como disse, o oposto dos ideais pelos quais luta. Caso fossem nordestinos a queixar-se de que lhes chamamos de ‘paraíbas’ e afins e reivindicassem que uma lei contra a ‘nordestinofobia’ estaríamos às portas de uma ditadura da carne seca? E se fossem os homens do campo a reclamar que não desejam mais ser alvo de chacota? Ditadura dos caipiras? A diferença é muito tênue, não concorda? Ou porque nós somos como somos não podemos lutar por nada e estamos condenados a ser eternamente apontados como anti-naturais?
Outro absurdo que o senhor, esclarecido como deve ser um parlamentar, é imaginar que os homossexuais desejam desmontar a sociedade como ela é, colocá-la de cabeça para baixo e promover um basfond federal quando na verdade apenas desejam seus direitos. O direito de poder casar como a lei manda e permite, o direito de poder levar uma vida normal, de poder falar abertamente sobre nossa orientação sexual, de não precisar viver nas sombras, de aparências, de não temermos sermos alvos de preconceito algum ou o senhor entende que adoramos ser apontados em ambientes públicos como ‘bichas’, ‘viados’ e outros adjetivos que nos põe de forma tão carinhosa? O senhor se sente bem quando tomamos a parte pelo todo e taxamos os servidores públicos de salafrários? Acho que não.
Acima de tudo, desejamos que o santíssimo direito de liberdade de expressão seja mantido acima de tudo, não queremos que todos nos aceitem de braços abertos muito menos que engulam à força nosso estilo de vida. Foi assim que as demais minorias conseguiram algum resultado? Não, acho que não. Foi através de luta cívica, de luta constante e vigília eterna pelo que foi conquistado e assim, peço que me explique porque nós homossexuais não podemos lutar pelos mesmos direitos que outras já conquistaram há muito e ainda batalham para consolidar? Qual a diferença? Como fazemos sexo? Será que a isso estamos restritos enquanto pessoashumanas? Não pagamos impostos e se o fazemos não é nosso direito cobrar do poder público nosso quinhão do bolo para prover nossos direitos os quais o resto da sociedade goza desde o berço?
Senhor Apolinario, acredito mesmo que seu artigo tenha sido motivado por informações distorcidas e errôneas que lhe chegaram aos ouvidos, é a única explicação. Apenas assim posso deglutir a idéia de um representante do povo tenha expressado uma opinião tão insensata e que sim, deve ter o direito de ser expressa, não pense que desejo lhe podar tal direito. Porém, sugiro que olhe com atenção ao seu redor pois nós homossexuais estamos em todas as camadas da sociedade e, com um olhar um pouco mais atencioso, talvez ache alguém muito próximo que tenha sentido o que senti quando li seu artigo e, repito, ainda que não concorde, defendo seu direito de expressão até o fim assim como espero que respeite o meu, enfim, se achar essa pessoa próxima a si, seja no trabalho ou socialmente, fale com ela, reflita e se achar adequado, nos escreva pelos meios de sempre.
Nós que aqui estamos, aguardamos ansiosamente.
9 de jun. de 2010
os ricos, o átomo e as relações perigosas
Os ricos
Acho graça como a polícia resolve alguns casos com rapidez surpreendente enquanto outros caem no esquecimento ou passam por um processo de investigação moroso. Em pouco mais de vinte e quatro horas após o roubo da loja Rolex do Cidade Jardim já prenderam suspeitos e as coisas parecem ir de vento em popa.
Haveria alguma relação entre o fato de ser uma loje de alto luxo localizada num ponto idem? Fico pensando se fosse o assalto no mercado da esquina tudo seria feito com a mesma diligência.
Particularmente, se eu tivesse uma loja nesse shopping, sairia de lá rapidinho, ponto micado do cacete!
O átomo
Cada nação é soberana, fato. Assim, o Irã, em tese, deve poder decidir se alimenta o átomo ou não. Alguém perguntou aos EUA ou a Rússia se eles podiam seguir esse caminho ou lhes impôs condições para tanto?
E não seguimos nós esse caminho? Claro, o obstáculo aqui não é o país em si mas o regime e o medo de o fanatismo religioso bote as mãos em ogivas e mande o 'mundo livre' bater papo com Jeová posto que a separação entre as duas coisas é mui tênue nesses países ou na maioria deles.
Porém, o novo pacote aprovadoi pela ONU deve apenas endurecer as coisas se não direcioná-las a um caminho mais nebuloso. Claro está que as cartas são dadas pelos EUA coagidos pelos filhos do Tio Sam que preferem viver na ditadura do que ver um árabe radioativo e pelo seu aliado Israel que comunga do mesmo temor.
A Rússia estpa falida e a China não deseja perder mercado para seus 'made in china' e jamais bateriam de frente com a Casa Branca. Nesse imbróglio todo, aparece o Brasil que ajudou a fechar um acordo com a Turquia para troca de urânio com o Irã. Manobra radical da diplomacia nossa pois certamente causará desconforto com nossos vizinhos americanos mas pode nos colocar em outrio patamar político na arena internacional.
Acho que os pés pelas mãos foi quando Lula apoiou a eleição no Irã quando estava evidente que fora fraudulenta e fazer vista grossa para a total falta de liberdade e direitos humanos que vigora no país.
As relações perigosas
Algum espanto em ver Adriano (gostoso pracaraleo) ir depor sobre sua ligaçaõ com o tráfico? Ou você acha que é armação? Muito ingênuo achar que todos esses 'mega stars' do futebol saíram limpos e puros de berço esplêndido para os gramados.
Em tempos que vale mais o contrato de publicidade do que o esporte em si e que garotos despreparados tem a seus pés o mundo de uma hora para outra, que esperar? Junte a isso a 'glamourização' do estilo criminoso de vida no melhor estilo 'live fast, die young' ou 'get rich or die trying' e está resolvida a equação.
Adriano é bode expiatório, deu mancada ou algum desafeto vazou as fotos para a mídia. Se a moda pega, vai ter estádio vazio e delegacia com pelada todo dia.
8 de jun. de 2010
a feira, a casa e a festa
Antes, bom dizer que só venho agora pois antes uma gripe dantesca quase me mata.
A Feira
Ainda acho que a Feira LGBT (alguém pode me dizer porque mudaram a ordem das letras? Melhor, porque usar as letras, GAY não é abrangente ou serve só para viado homem? Ou cada fração luta separadamente por coisas diferentes?) é o melhor da semana guei.
Fomos cedo, aposta certa pois estava transitável e palatável. Ainda sinto, como outros amigos daqui já postaram, falta do charme do Arouche, dava um quê mais intimista, coisa de festa tipo italiana, bairro mesmo e deixava as pessoas mais próximas. Imagino que tenham saído porque as pessoas só faziam aumentar e os vizinhos não gostar nada. fato.
O Anhangabau de fato é mais espaçoso mas fica tudo meio que pulverizado e você meio que sem saber o que fazer ou onde ir. Acho também que a Feira precisa de mais investimento e variedade pois tive a impressão de que são as mesmas barracas de sempre.
Como as grandes marcas ainda se envergonham de pegar abertamente nosso dinheiro suado, isso pouco vai mudar. Quem sabe um dia não tenhamos uma Feira com stands da Mastercard, Visa e outros com produtos voltados para os gueis, quiosquer de comes e bebes amparados pela Coca-cola, Brahma, Skol, Sadia ou restaurantes famosos como a Mancini. Porque não a Cia das Letras ali? O Grupo Abril? E os grandes jornais?
Sonhos, por enquanto.
A Casa
Saímos da Feira antes que se iniciasse o freje pois íamos a casa de Edu&Mau. Os dois, de 'casca' nova em folha nos receberiam para um open house e lá fomos eu, wans e os dois paulos mais nosso amigo Fernando de San Jose que tinha vindo para o feriaguei.
Como diria Dorothy: 'There's no place like home'. Fato, receber é arte e cada um recebe como acha melhor; uns com pompa, cerimônia e salamalaques, lugares onde é preciso pergutar por instruções e atentar para o valor das coisas enquanto outros deixam suas casas abertas ao visitante deixando-o tão à vontade que nem dá vontade de ir embora.
Obviamente, isso também é resultado de um química do momento exato com as pessoas certas mas nossos anfitriões encaixam-se com extremo louvor na segunda categoria. Tudo conspirou para um noite ímpar: os quitutes (destaque para a pizza de abobrinha que eu nunca comi tão boa), as bebidas, as pessoas e o papo e duas poltronas que eu invejo até agora.
Que dizer de pessoas que são simples, agradáveis e que dá vontade de ter sempre perto (coisa que nos privamos perdidos que somos em nossas vidas corridas ridículas)? Só posso dizer que quero sim voltar assim que possível.
A Festa
Confesso quase não ter ido à Parada esse ano. Além da gripe que me devorava, pouco me agradava encarar uma multidão, espremido tentar chegar ao fim da Paulista e ainda correr o risco de ser roubado.
Mas, algum dever cívico foi mais forte, apesar de ser apenas um, se não fosse seria menos um e ainda que ideais e idéias possam ter sido perdidos entre go go boys e bate cabelo, queiramos ou não, o evento dá visibilidade e nos põe no calendário coisa que até algum tempo atrás seria impossível.
Munido de coragem e doses cavalares de remédios, fui com wans mas, resolvemos que ao invés de ir do começo, ficaríamos na PaulistaXConsolação pra ver a 'banda' passar e descer calmamente ao final. Decisão sábia, vimos tudo que queríamos e depois descemos até nossa casa tranquilamente (morar no centro não tem preço!).
Fiqueri com a impressão de que havia menos gente ou talvez por não ter acompanhado ali do meio da muvuca tenha achado isso e certamente o tom politizado estava muito mais forte. Não havia carros de clubes ou boites ou, se havia, não os vi; a grande maioria era de ongs ou entidades ligadas aos gueis, seus direitos ou que trabalham para e por eles.
Imagino que isso tenha, de certa forma, afastado uma parte do povo que ia seco para acompanhar o trio de sua casa preferida e que essa decisão tenha sido tomada ante as 'acusações' de que a Parada virara uma mega-micareta pra gringo ver e nada mais. Por outro lado, talvez isso tenha garantido uma das Paradas mais tranquilas quie já vi, todos na sua, curtindo, dançando, sem crises.
Claro que sempre há problemas e, como todo ano, os campeões foram furtos e gente quase em coma alcoólico. Aqui:
1. Porque levar seu Iphone 100G Fucking Mega New e Wifi ou sua câmera de 500MP e que faz efeitos instantâneos a esse tipo de evento? E carteira com cheque, todos os cartões e documentos? You were asking for it!!!!!!!!!!!!!!!!
2. Coisa de jovem, sei lá. Encher a cara e perder tudo só pra depois dizer a todos que chapou na Parada!! Imbecil, nem viu ela passando.
Li o Intro e confesso que não sou mais das casa da noite e assim não posso dizer se as festas bombaram ou não mas, pelo que vejo, não foi só a Parada em si que esvaziou e pelas razões que expus acima.
Acho também que apenas a de 2011 poderá responder às questões afinal, esta foi a XIV e em tanto tempo as pessoas que idealizaram tudo e que iam na Parada já não são as mesmas e podem mesmo ter migrado para outros eventos ou mesmo abandonado tudo não por descrença mas por estarem mais ligadas em outras atividades sem achar de suma importância marcar presença todo ano ou em toda a festa.
Talvez seja o momento de repensar a Parada toda como outro evento, quem sabe? Para mim está claro que o caminho adentrado essa ano pode sim esvaziar o evento ainda que lhe dê um tom mais engajado mas o fato aqui, entendo, é ver que a Parada vai virar mocinha e precisa pensar no que quer ser quando crescer.
1 de jun. de 2010
do outro lado..
Nada se cria, tudo se copia, fato.
Porém, o que conta mesmo, ao se copiar, é como a coisa é feita lembrando que é uma linha muito tênue e frágil entre cópia e referência.
Acho que Fringe acerta na dosagem. Tudo remete a Arquivo X, não tem como negar e até mesmo alguns episódios são referências explícitas à série mas, apesar de algus erros, a série empolga.
Ok, sou viciado em séries desse tipo, nunca fui muito afeito aos dramas pessoais ou de relacionamentos numa evidente fuga da realidade, coisa pra análise ou terreiro. Mas Fringe vale a pena ser visto principalmente proque tem John Noble como Dr. Walter Bishop, impagável e primoroso.
A série em si trata de universos paralelos como trama principal e, pelo caminho, eles vão resolvendo outros casos escabrosos que ninguém mais consegue resolver sempre contando com o QI mais do que privilegiado de Bishop.
A segunda temporada acaba hoje no Brasil e a terceira deve chegar ao final de 2010. Ao menos desta vez, JJ Abrams parece ter acertado...
Porém, o que conta mesmo, ao se copiar, é como a coisa é feita lembrando que é uma linha muito tênue e frágil entre cópia e referência.
Acho que Fringe acerta na dosagem. Tudo remete a Arquivo X, não tem como negar e até mesmo alguns episódios são referências explícitas à série mas, apesar de algus erros, a série empolga.
Ok, sou viciado em séries desse tipo, nunca fui muito afeito aos dramas pessoais ou de relacionamentos numa evidente fuga da realidade, coisa pra análise ou terreiro. Mas Fringe vale a pena ser visto principalmente proque tem John Noble como Dr. Walter Bishop, impagável e primoroso.
A série em si trata de universos paralelos como trama principal e, pelo caminho, eles vão resolvendo outros casos escabrosos que ninguém mais consegue resolver sempre contando com o QI mais do que privilegiado de Bishop.
A segunda temporada acaba hoje no Brasil e a terceira deve chegar ao final de 2010. Ao menos desta vez, JJ Abrams parece ter acertado...
go away white...
this is for when you never know your sex
this is for when you never want to go back and the whip cracks down
this is for when you never wish to have to sleep and images dance in the back of your head
this si for when small cracks stare at you from behind the wall
this is for when you cast no shadow
this is for when you dance like your muscle is plastic and your neck has a bad move
this is for when you hands want clay but no creation is desired
this is for when your flesh creeps and grows in a twisted way
this is for when you have no words in your tongue
this is for when you have no dreams and all is fading out
this is for when you have no way and wish all day long
this is for when your mind jump and never comes back....
três fases..
Sábado pela manhã e eu a cumprir funções de filho o que fazia com gosto posto que é o mínimo que posso fazer por quem me pôs no mundo e é responsável, em partes, por tudo que sou hoje e ainda possa vir a ser um dia.
Voltávamos de um laboratório de análises clínicas, eu à frente ao lado do taxista e meu pai no banco de trás, distraído com a cidade que há muito não é a que ele conheceu um dia. Paramos em um farol e, atravessando a rua, um cara certamente gostoso acompanhado, de certo, por uma racha. Foi inevitável seguí-lo com os olhos.
E quando eu estava para dizer adeus àquela beleza, meus olhos, que corriam da esquerda para a direita, deram com o carro ao lado e notaram que o movimento que eu fazia era clonado pelo motorista do mesmo. Ainda olhei mais uma vez para ter certeza de que não olhava a racha mas era certo, olhava, como eu, o macho.
Iniciei a busca por indícios de irmandade: o carro tinha um adesivo na parte de trás 'D&G', do interior vinha uma música que as travas aqui da esquina costumam ouvir, olhei para o motorista, cachecol enrolado no pescoço, boina meio de lado e não tive dúvidas sobre a irmã.
O farol abriu e cada um seguiu seu rumo.
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