31 de dez. de 2011

bye bye

último trem, último carro, último beijo, último sexo, último prato, último dia, última noite, último parto, última morte, último disco, último abraço, última música, último sono, último átomo, último século, último ano, último abraço, último drink, último adeus, última aposta, última compra, último desejo, último sim, último não, último jogo, último filme, último livro, último conto, último capítulo, última parte, último.


nem, amanhã, começamos tudo de novo e com vocês aqui e ali, sempre a quem amamos e quem dedicamos isso aqui (se não te achares aqui, não significa que ocupes um lugar menor em nossos corações)


feliz ano novo.



28 de dez. de 2011

more than this...




Enquanto as lesmas do ano se arrastam para sua beirada, sôfregas e sem vontade de olhar mesmo para trás, mirar com um certo esgar abobalhado o que se foi o que nem mesmo chegou a ser, vai sendo, assim de gerúndio, divertido saber nada sobre o dia1, 2 ou 3 e quiçá menos ainda sobre o próximo mês ou o seguinte ou o que virá depois (e virão).


Não quero essa clarividência caolha com data de validade expirando na última badalada de 31/12 mesmo porque, naquele átimo de milésimo de bilionésimo de segundo, entre a zona borrasca do ano morto e do que ainda força as paredes uterinas, essas visões dos 365 futuros possíveis se perdem ainda claras quando o relógio atesta que 11 virou doze e não dá mais para  voltar atrás.


Esquecemos todo esse futuro já pretérito e nos recheamos perus de promessas e votos castos e caros de tudo bom e tudo melhor ainda que tudo bom e tudo melhor sejam assim meio como Noel e suas renas, lindos nos filmes e praças de shoppings.


Vem bossa nova, avalon, passárgada dos trouxas mais uma vez cegar tudo e fazer crer que se desenrola um manto de sobriedade, sapiência, doce, amor, sexo, amizade e todas a virtudes saudáveis e sadias que na verdade são menos e menos sadias e saudáveis, mais saudades, saudadificantes, longes, índias seus cabelos cheios de pestes dos colonizadores ditos cultos e santos na fé.


Vire a página, vire a mesa, vire a vida mas acima de tudo a sua vida, não há mais que se viver no escuro sem saber os nomes, esquece eles e sai pro frio/calor do momento, assim que se faz, traz a verdade á vida e o suor à testa pois é assim que cada dia do novo vai ser erguido, erigido, ereto, em riste, fazendo gozo farto nas nossas caras que estarão sempre com os amigos daqui, de lá e de acolá.


Daqui, onde eu bato na punheta das teclas, vai um eu amo vocês demasiado demais, etílico, crack, heroína santa, nas veias e nos meios dos dias que virão para que vocês tenham o mesmo tesão sempre, mesmo quando os brochas de plantão quiserem te brochar, de escrever, dizer, gritar, expressar e passar o mínimo de tempo possível sozinhos.


Vamos juntos, só vou gozar quando vocês gozarem.....

27 de dez. de 2011

tudo acaba (mas começa de novo)




Friamente, quando o relógio anunciar que 2011 é morto e, de sua mortalha gasta nascer 2012, nada terá mudado. Todos (salvo os que passarem desta para melhor em data tão auspiciosa) acordaremos os mesmos, fazendo basicamente as mesmas coisas, como nossos pais.

Esse voto de confiança cega que se empresta ao novo ano é papo para bovino pegar no sono, serve mais como auto-indulgência, um tapa em costas próprias nos parabenizando pelo que realizamos (geralmente pouco diante do sonhado/planejado) e incentivando a nós mesmos a ter novos planos para os 365 dias vindouros assim como acumular, no mesmo período, seja lá o for que não realizamos nos 365 que acabaram de perecer, gratos de não ter mais que olhar na nossa cara de pau.

Vamos empurrar com a pança desde o primeiro do ano e fazer como Souza de ‘Não verás país nenhum’ afinal, não é assim que somos mesmo? Essa catarse do último dia do ano, essa lavagem intestinal e interna que promovemos, na verdade, é de faxada, não vinga mesmo nas raízes e faz apenas tirar a capa de verniz do ano velho trocando-a pelo do ano novo, mais brilhante, mais bonita, nova, promissora.

Mas seria isso mesmo? Esse amargo é o tom certo para essa época? Alguns dizem que sim, balela de fim de ano, hipocrisia sazonal, abestalhamento espiritual, simplificação de coisas complexas ante o fim de um ciclo e inicio de um outro novo mas que, via de regra, não faz mudar nada salvo os dias no calendário.

Por outro lado, somos essencialmente criaturas cíclicas, direta ou indiretamente, propositadamente ou sem propósito algum mas não menos cíclicas. Temos a vida regida por fases, ciclos e ritos de passagem e acho que estes são em si essenciais ao bom desenvolvimento do que somos ou podemos vir a ser e como lidamos com cada fase dessas determina e muito o quê e quem somos.

Assim, esse rito de matar um ano e deixar para trás tudo que se passou, dar essa esperança, mesmo que inocente e quase imbecil a um futuro que não sabemos o que tem reservado ou, pior, sabedores de que não trará talvez efetivamente nada de realmente novo, creio ser essencial para manter a sanidade. Traçar as mesmas metas e, imbuído de uma certeza férrea, determinar-se a executá-las no ano recém nascido ainda que seja apenas para ao final dele renovar os votos para o seguinte, ajuda a manter a cabeça no lugar, o espírito em ordem e nos torna mais humanos.

Esperar o melhor, ter certeza do pior e para ele preparar-se, pode soar coisa de auto-ajuda mas acho que funciona mais do que o inverso. Não se trata de um clichê festivo mas de uma constatção básica de que ser humano é enterrar ciclos para trazer ao mundo novos, dar essa chance a nós mesmos e aos que nos rodeiam para que tudo possa ser realmente melhor ou o mais próximo disso quanto possível.

Por isso mesmo, eu apoio integralmente esse expurgo de fim de ano, esse exorcismo coletivo, esse prugatório universal e vou mesmo na passagem do óbito deste para o nascimento do outro desejar ardentemente que tudo que eu quero não só para mim como para todos nós se concretize da melhor forma possível o que já muito bom pois todos nós sempre estamos insatisfeitos com a forma com que nossos planos acabam sendo executados sem saber que, na grande maioria daz vezes, este e o executado podem diferir enormemente sem que o resultado final seja alterado.

Usando um clichê, pedi laranjas mas vieram limões, então, o que você faz?

20 de dez. de 2011

tá boa, santa(claus)?

Na via oposta da grande demanda boiada dessa época do ano (ou o que agoniza dele, rindo nas fuças do seguinte que, pelos Maias - ou menos - será mais curto de forma definitiva), eu gosto mesmo do Natal mais que do fim de ano.


Não sei dizer assim bem a razão disso, algo da infância quando eu realmente achava que essa entidade escarlate idosa trazia mimos aos bons garotos e eu lá a achar que o presente que intuía, já engayzando, não seria o entregue pelo velho mas estaria de bom tamanho pois, mesmo sem nunca ter firmado uma caneta ou lápis que fosse numa missiva ao dono das renas, o presente que mais desejava, ainda infante, sempre chegava no dia vinte e cinco milagrosamente.


E olha que eu cheguei ao ponto roteiriano de fazer plantão sob a árvore de natal na esperança de flagrar o idoso em suas entregas. Nada, nem um cheiro de barba branca ou roupa vermelha. Isso durou até um ano, me foge a idade exata mas, juntei 2+2 e saiu cinco quando abri o guarda roupa e os presentes do ano me olharam de volta. Acabou ali e não me lembro também de como meus pais resolveram esse enrosco de ter os filhos a desacreditar desse folclore milenar mas, posto que em casa as coisas assim ligadas à religião, fossem homilias, crenças ou mesmo essas coisas com datas santas, nunca vingaram, penso ter sido pouco traumático explicar que o bom velhinho era, na verdade, a bolsa da mamãe e a carteira de papai.


Isso consumado, me apeguei à data, por fim, menos pelo materialismo e mais pelo fato de ter mais junto de si do que nas demais épocas do ano não apenas famílias mas pessoas que amamos de verdade. Fique aqui registrado que há sempre aquela falsidade sazonal, onde os que nunca sequer telefonamos durante 364 dias, nos dispomos a fazê-lo no dia de Natal como para apaziguar nossos pecados e renovar o crédito santo para o ano vindouro.


Longe daqui atestar a sacrossantilidade da família, instituição que só tem seu fim definido e válido enquanto se faz valer pelo ano todo e não imbuída de um espírito vago e de curta duração além de, claro, serem esses feudos únicos e cada um de nós sabe como deve lidar com eles (ou não lidar) seja nessa época ou no resto do ano, cuida da minha e cada um que cuide da sua, não é?


Enfim, gosto muito dessa época, ao invés da tristeza sorumbática que rodeia a todos, sinto mesmo uma paz maior e uma alegria em poder olhar para trás e ver que o ano foi bom e foi ruim e que se pode ainda fazer algo de bom com os últimos dias do calendário mesmo que seja para compensar as faltas acumuladas nos meses anteriores o que, como dito acima, não salva os caras de pau plantonistas e gente sem caráter ou culhão para manter sua posição até as doze badaladas finais de 2011. Há uma diferença entre fazer um balanço do ano que morre e fazer isso apenas para manter uma aparência que convém a muitos.


Entendo, porém, que alguns de nós detestem essa época seja pela aproximação forçada e pouco natural de entes queridos, amigos e afins ou mesmo por trazer a data á lembrança viva coisas, fatos e pessoas que não estão mais aqui ou estão mas é como se não estivessem.


Por outro lado ainda, sei que eu + Wans somos, ao nosso jeito, um núcleo familiar e me seria grato, expressei, que passássemos essa data que é para mim especial, juntos, apenas nós, essa família disfuncional não por nós mesmos mas pelas mãos da sociedade vigente. Ideía boa que nos sorriu mas, depois, veio aquele peso de que meu irmão conta anualmente com minha presença nessa data e que meu pai, por demais idoso, pode não ver mais natal algum e não quero levar comigo nos resto de meus dias que falhei com ele em um data quando já lhe nego tantas datas anteriores mais por preguiça que por desgosto.


E esse ano tenho muito para celebrar pois meu maior presente foi o livro que saiu há poucos dias, nada mais justo que comemorar quase junto aos que amo e que me amam, digo quase pois Wans estará com os seus e eu, com os meus o que não é lá uma perfeição mas, como Bratz prega, é o que tem pra hoje!


Curta seu Natal ou não curta se não quer mas saiba que de minha parte espero sinceramente que seja feliz e que tenha um bom Natal.


18 de dez. de 2011

now it's official!

Um mega obrigado a todos que foram ontem no Telstar Hostels para o lançamento do livro (fotos do evento aqui), foi legal, babado e confusão! Quem foi, viu.


Agradeço também aos que não puderam ir mas, em coração e pensamento, estiveram por lá. Quem desejar adquirir o seu exemplar direto de minhas mãos, ainda é possível e, de quebra, vai  o autógrafo mas corram por que são pouquíssimas cópias e no preço de lançamento, os interessados me contatem por aqui, FB ou e-mail.


Depois, apenas no Clube de Autores.


xoxo


M.



15 de dez. de 2011

Compra ae!

Agora tem 'banner' aí do lado pra comprar o livro direto lá no site do Clube de Autores.

Quem quiser, pode adicionar no seu blog, este escriba aqui vos agradece!


12 de dez. de 2011

Dia 17





De novo faço um 'mea culpa' pela ausência daqui e dos blogs amigos mas tanto o trabalho, digamos, ordinário, como o relativo aos preparativos finais para o lançamento do livro consomem tempo em demasia.


Chato mesmo, ante tamanha ausência, pedir aos amigos que, em suas casas, divulguem a data assim como a venda do meu 'rebento' aqui. Mas, sem isso, não tem como fazer acontecer e, além disso, faço questão de que, indo ou não ao evento, sejam todos agraciados com um mega obrigado pelas palavras de apoio, força, elogios, carinho e encorajamento que li aqui e continuo lendo pelo FB e afins.


Agradeço demais a todos vocês sem exceção por tudo isso e só posso dizer que este será o primeiro de outros que virão. Há, porém, que se levar a César o que lhe é de direito e, sem menosprezar ou desfazer dos doces comentários de vocês, gravados em minha bomba arterial emocionada, preciso dizer um grato especial a quem, de forma direta, ajudou meu sonho a vir ao mundo:


Fred - pela capa, arte e dicas de como fazer o evento
Dois Perdidos - pela revisão e compilação dos textos além de organizá-los
Fabiano - pela editoração e diagramação e dicas de divulgação
Fabíola - pelo texto da capa
Casaca - por ceder o local para o lançamento
Wans - por me incentivar, apoiar e amar


Amo demais todos vocês:






4 de dez. de 2011

'Maré Vazante e outras estórias'

Lançamento de meu primeiro livro:



Faço gosto que todos estejam lá para apoiar e prestigiar além de levar o seu pra casa devidamente autografado!

Divulguem, passem adiante que o negócio agora e fazer acontecer!

Obrigado a todos que, direta ou indiretamente, ajudaram na realização desse sonho.

'Maré Vazante e outras estórias' no Espaço Cultural do Telstar Hostels.

17/12/2011 - 17:30 às 22:00

O bar do hostel permanecerá aberto após as 22:00 para os mais dispostos ou para aqueles que desejarem degustar o livro acompanhados de 'bons drink' e petiscos.

O livro poderá ser adquirido no local pelo valor de R$ 40,00 e aceitaremos cartões de débito, crédito e dinheiro. Cada exemplar será devidamente autografado.

Por ser um 'filho' independente, comes & bebes estarão disponíveis no hostel mediante consumação individual.

9 de nov. de 2011

libertas quae sera tamen



Sem habeas. Livre pra nunca mais. Vai, fazer outro o que me fez. 08/11/11, abolição da escrava(litera)tura. Faz senso, leio e fica pegando pó, apego egoísta, forço o pleonasmo para deixar claro o ego.


Fazer o quê, me acompanhou, me fez sentir, me fez. Mas, medo de ficar é nos achados e perdidos, ou de um mais afoito sair atrás aos gritos de 'Moço! Seu livro!!'

E de ir pro lixo? Afinal não era Zibia ou Coelho (de Alice ao inverso, chato)....

Mas, vamos intuir que foi pros braços de alguém que precisava mesmo ler algo que prestasse ou apenas ler.

8 de nov. de 2011

vai se tratar vagabundo...


Me enche o saco e de nojo esse populacho que brada por aí que o Lula deveria fazer o tratamento de sua doença pelo SUS no melhor estilo de que ele sim pratica o faço o que eu digo e não o que eu faço.

Cospes no prato que comeste? Nem, afinal quem de nós aqui não apreciaria ter a possibilidade de se tratar em centros de primor e referencia para uma doença grave? Quero ver quanto duram os princípios de quem atesta isso quando confrontados com as mazelas, pústulas, secreções e vizinhança mortífera que doenças como o câncer podem trazer. Como se Lula fosse obrigado a levar na testa para o resto da vida o estigma de defensor do pobres coisa que nem mesmo sei se um dia foi ou quis ser seja de coração ou plano de campanha.

Fato que os que não podem arcar com um plano de saúde estão sim fadados ao esquecimento e tratamento de segunda na grande maioria das vezes mas eu mesmo conheço casos de gente que se tratou sim pelo serviço público de saúde e, apesar de alguns contratempos, foi muito bem amparado e atendido pois, ao que parece, não posso fiar como regra, para doenças assim graves, a coisa parece que engrena até bem.

Lula paga é pela persona que criou para si e que acho mesmo que é parte de seu ser mas foi exacerbada aos limites do possível e tangível para lhe garantir os anos de governo que teve e sua sucessão garantida ao menos nos próximos quatro anos.

Acima de tudo, há a bossalidade humana sem fim e sem tamanho, deve haver algum vírus solto por aí tornando pessoas em bestas-feras sedentas de sangue e vísceras, vírus que extirpa o bom senso das pessoas e as faz ver apenas em uma ou outra cor sem os matizes que se encontram entre elas e que perfazem o todo do arco-íris complexo que é uma vida humana.

A culpa não é dele, nem do câncer, nem de ninguém a não ser nós mesmos se há merda por todos os lados da sociedade mal estratificada em que vivemos, varremos um pouco aqui, suja acolá, empurra um pouco daqui, esparrama dali e assim vai. Limpar a merda não é tarefa fácil mas não é demonizando o doente ou exigindo que ele seja a pessoa que imaginávamos que ele era para sempre que se vai resolver o assunto.

Isso é ser contra o sistema? Sério mesmo? Então eu prefiro é ser do sistema mesmo ao fazer parte desse povo engajado e articulado, quando vocês estiverem vomitando sangue vamos ver se ainda vão querer mesmo o SUS se eu abanar deste lado um convenio dos bons na faixa e pronto pra uso, quer só ver....

7 de nov. de 2011

por fora




Somos assim microcosmos, pequenos pedaços de galáxias dentro de nós mesmos, uns universos únicos e individuais e mais fácil medir os limites do universo externo, esse que está pra lá do céu, que conhecer mesmo a fundo onde começacaba cada um de nós de tão complexos e intrincados que somos.

Você pode mesmo é passar a vidinha assim tentando saber mas, quer saber, não sabe mesmo nem na hora da rigidez funérea, fato. Há que se contentar em saber o que se sabe hoje que, em tese, deve ser mais do que ontem e com certeza absoluta e absolutista menos do que amanhã.

Considerando esse postulado astrofisicohumano, de certo que atraímos uns aos outros, gravitando hora mais em direção a uns, depois a outros mas, via de regra e viado de regra, acabamos por atrair para nossas órbitas aqueles que nos são mais parecidos, afinidades,simpatias e afins e assados, repelindo os que não nos dizem assim nada demais o que não significa que não signifiquem nada, apenas não querem dizer é nada pra nós mesmos.

Voltei ao micro-cosmo do trabalho-ex, pouco mais de um mês agora e vejo lá os grupos, unidos, rindo e trocando nas redes de peixes sociáveis fotos e confidências, e não me encaixo, não vejo onde minhas arestas aparadas em mais de quatro décadas de vida podem se encaixar. Isso me leva lá pra trás, sabes? Quando eu era assim novo e já não me encaixava, nascido assim, menos culpas pater/mater (talvez um pouco) e mais mesmo da genética e da alma que me foi inclusa no pacote.

Nunca me encaixei, sempre ia à um lado quando parecia que todos iam ao outro, nunca fui assim unanimidade (bom, ela é burra mesmo, melhor) e sempre me pareceu que as coisas assim de importância para todos eram assim banais ou bestas para moi e vice-versa-vice, saca? Talvez eu veja nesse grupo de hoje um pouco disso e não que isso me incomode assim demais, oras, nem assim sou parte do grupo mesmo (queria ser? Não sei, acho que não) e por isso me passa batido as coisas que trocam entre si.

Não é assim o desejo de estar incluso mas, o sentido de não fazer sentido ser incluso nesse grupo posto que os estilos de vida, gostos e atividades me são tão estranhos como o ar de Marte. Claro que a convivência que possuem germinou essa intimidade e não a desfruto exatamente por não ter feito parte dessa convivência prolongada mas, de qualquer forma ou jeito, não vejo, se isso tivesse sido verdade, como eu faria parte desse quebra-cabeça pois não consigo mesmo ver as coisas que falo, as coisas que penso e a vida que levo como parte desse quadro depressionista, sim ao menos para mim e é provável que na mão inversa se pense o mesmo de mim tamanha a polaridade oposta que nos separa.

Vinga mais mesmo essa sensação de ser de novo o ‘de fora’, o não-encaixe mas, não me aflige não pois ao meu redor tem gente sim que me se encaixa, saca? Que gravitamos assim uns aos redores dos outros e isso vai bem, amém! Talvez em parte essa onda de estranheza se dê pelo simples fato de que não pedi para entrar e não me convidaram a fazê-lo e ficamos nessa de eu achei que você tinha achado sem fazer progresso nas relações interpessoais e eu mesmo cá me questiono se faço toda essa questão de ingressar ali, se é apenas para constatar que não é meu lugar mesmo, salvo desejo de algum estudo sociológico.

A bem da verdade, essa ponta de inveja inexiste pois vendo suas peregrinações rede-sociais vejo coisas que não me são afetas, nem quero e não desprezo ou critico mas simplesmente não me dizem nada, fora de meu cotidiano e vivência, que fazer se essa é a vida que fiz pra mim e, da qual mui me orgulho, oras, o problema mesmo nem sou eu e nem há problema algum posto que comungamos, então, de verdades opostas mas não opositoras e vivemos bem lá cada um com a sua, não é?

Talvez bem cá no fundo, cala uma vontadinha de ser acolhido por eles, memórias de tempos não tão verdes e remotos mas, ela passa é rápido, viu? Muito rápido mesmo e deixo a vida que levo me tocar do jeito que gosto e sempre hei de gostar, é assim, não poderia mesmo ser de outro modo.

4 de nov. de 2011

invisível




Claro que sou extremamente a favor de que tenhamos nosso direitos assegurados como homossexuais que somos.

Na verdade, isso não deveria nem mesmo ser alvo de luta ou questionamento, deveria ser algo tão simples e natural como o ato de respirar mas, como não é, precisamos aí sair matando um leão da intolerância por dia o que é triste, muito triste mesmo.

Porém, é tanta gente gritando que vai/quer/deseja defender nossos direitos que arrisco dizer que viramos anedota de nós mesmos no quesito. Perdemos o foco e a seriedade e essa pluralidade de discursos ao invés de identificar as camadas que fazem nosso grupo só fragmentam mais o discurso e enfraquecem efetivamente a luta por qualquer coisa que seja além de deixar os ‘inimigos’ mui contentes por não verem articulação nenhuma de nosso lado vide que, os avanços recentes e não tão recentes, pelo que me consta, não se deveram à luta de entidades mas de indivíduos.

Talvez seja o momento de sermos mais invisíveis e com isso não digo restritos aos nossos guetos e com medo de dizer nosso amor ou buscar nossos direitos mas fazer isso com naturalidade e sem fazer uso de palavras de ordem corroídas pelo uso excessivo e apregoadas pelos que alegam lutar por nós feito em leilão publico.

Recrudescer para um estagio pré-closet não é o que digo mas, talvez adotar uma postura mais camaleônica ante os ataques de nossos ‘inimigos’ e reinventar o modo de luta a cada investida destes, sumir aqui para aparecer ali de outro jeito, com outra forma, evitando sempre forçar a passagem no mesmo ponto o que, se pode mesmo fazer valer o ditado que água mole faz, com o tempo, pedra dura furar, também não desmerece ou invalida o fato de que investidas em pontos diferentes da barreira podem sim enfraquecer o todo e trazê-la abaixo mais depressa posto que a enfraquece por inteiro.

3 de nov. de 2011

para sua proteção


Imagine a cena: você no seu digníssimo (ou nem, tanto, dependo do que faz da vida) trabalho, concentrado (ou não, se está é enrolando os minutos para gasta-los em outras cousas) em suas tarefas e, do nada, assim, um abestalhado vem e lhe derruba da cadeira ou simplesmente puxa todos os cabos e fios de seu computador pondo a perder horas de trabalho dedicado (ou enchimento da mais pura e suína lingüiça), de graça, sem motivo aparente ou aviso prévio.

Legal, não é? Simpático e totalmente de acordo com as melhores regras de comportamento social e isso apenas para ter um chiste, um momento de graça. Agora, continuemos por aí imaginando que você não curte a pândega e resolve partir pra ignorância ou mesmo reportar o palhaço em questão a quem de direito pois esse tipo de brincadeira, da mesma não possui é nada e ele deveria mesmo ter nunca é saído do jardim da infância onde até mesmo as crianças ia se encher do mala rapidamente.

Então, você é tachado de mau humorado, estraga prazer, chato, repressor, troglodita, nem o Shrek seria tão ogrento. Pois é. É a impressão que tive quando comecei a ler os comentários das pessoas sobre a infeliz repórter global que foi levada no peito numa entrada ao vivo para falar do estado de saúde do Lula, em frente ao hospital onde o mesmo se encontrava em tratamento (leia este post do Humberto pois está é supimpa de bom e me inspirou muito a escrever este aqui).

Assistindo ao vídeo do ocorrido, me deu a impressão de que se passou isto: alguém estava também por lá para dar apoio ao Lula doentinho e acabou por haver algum qüiproquó com a segurança local pois, atrás da repórter, refletido na porta de vidro do hospital, pode-se ver um empurra aqui e acolá. Quem era o tresloucado que sai berrando e derrubou a moça, não sei, outro colega da imprensa que foi impedido de executar seu trabalho com truculência? Um votante do Lula que desejava ardentemente prestar-lhe solidariedade e foi impedido da mesma forma? Um desse doidos de plantão que sempre aparecem em locais de grande concentração de câmeras? Ou pior, um desses sedentos de fama miojo instigados pelos programas que adoram colocar as pessoas em situações vexatórias apenas para ter seus números de Ibope crescerem cada vez mais.

Sei mesmo é que a coisa passou de incidente desagradável, na rede, a teoria a conspiração beirando a declaração de ditadura isso porque a emissora foi lá atrás de seus direitos contra algo que lhe foi danoso e pode mesmo ter ferido a repórter que, teorias conspiratórias à parte, estava só trabalhando, coitada. Um sem fim de gente dizendo que a Globo é manipuladora, que isso é uma ditadura midiática disfarçada e, como disse Humberto, gente achando graça como se fossem as pegadinhas do Homem (gagá) do Baú ou daquele humorístico da Rede TV.

Não sou fã da Globo, ela é mesmo manipuladora e tem um passado que a condena, distorce muitas coisas a seu favor e se comporta ainda como se fosse a deusa máxima do panteão televisivo mal sabedora de que seu reinado não é mais hegemônico e está dividido e sub-dividido. Acho mesmo que ela tem sim uma qualidade de produtos foda, um esmero na produção que as demais talvez nunca alcancem mas, isso não alivia o fato de que ela trata o publico como se fosse um bando de bestas, gado conduzido com varinha digital.

Sua programação mesmo não me agrada, sinto muito, não tenho saco pra novela e no máximo me presto a assistir algumas minisséries e mesmo assim são poucas mais por não gostar mesmo do que por um intelectualismo forjado. Se o ocorrido tivesse como vitima outra emissora, não teria repercutido tanto mas como foi com a toda poderosa, então pipocam cá e lá os manifestantes plantonistas empunhando um sem sim de slogans de esquerda ou neo-esquerda como se a Globo estivesse mesmo reinventando a censura ou coibindo as manifestações populares, as coisas perderam completamente o tom e o bom tom.

Porque esse pessoal não vai bater na porta do Datena ou da emissora do Bispo cobrando mais transparência e decência para com o seres humanos e seus desgastados direitos? Tem de ser na emissora que apóia a ditadura, a da situação, a repressora, não a defendo, como disse mas se ela não pode gozar dos mesmos direitos parcos que eu, que adianta então tudo isso?

2 de nov. de 2011

morto II



Desde que me conheço por gente, dia dos mortos sempre chove, ou quase sempre foi assim. Hoje foi é frio, sem chuva mas com um solzinho assim morno que mal esquentava as pontas dos dedos.

Lembrar dos morridos faz é parte da vida mas, eu mesmo nem fui ao repositório dos meus, vai cá uma pontícula de culpa, bem pequenina assim ó, meio amedrontada de que os antepassados e os passados venham me beliscar as pernas por não ter ido lhes fazer visita no único dia do ano em que eles são donos de nossas atenções tão dispersas pela vida que vai seguindo.

Seguindo em direção a eles, é fato, é isso. Vamos aí caminhando com pressa pra cova, pros braços da ceifadora que nem esforço precisa fazer para nos dar o abraço final. Vamos é cegos, funcionais digo aqui pois fazemos é e conta que ela não vai estar lá na reta final, de braços abertos para nos receber e encerrar nossa jornada.

Enfim, eu mesmo não vou lá enflorar os morridos ou ficar a lhes molhar as fachadas fúnebres com lágrimas que já caíram uma vez e que não precisam mais cair de novo. Mais fico aqui no meu canto vivo a lembrar deles todos os outros dias e nas minhas esparsas preces que germinam com a periodicidade de um girassol, não dedico assim um apenas do ano ao seu louvor e vou mesmo pelo clichê de lembrar dos falecidos no dia a dia e não no dia apenas.

Digo lembrá-los e não viver em sua função, isso é estar já morto apenas sem a terra por cima, sabes? Vi gente fazer isso, não desapegar dos morridos e ir definhando a vida aos poucos indo de encontro com eles que, do outro lado, acenavam, gesticulavam, pulavam e sinalizavam para que se parasse com isso pois a melhor lembrança e homenagem póstuma era continuar com a vidinha da melhor forma possível. O morto tem carência de assunto e assim, precisamos cá viver é bem e muito para quando formos ter com ele podermos por assuntos em dia e fofocar sobre os que ainda padecem em vida.

E hoje, no dia dos já não tão vivos, leio aqui que os cemitérios, alguns, teriam eventos mesmo para crianças, familiares, amigos e afins, uma celebração e não prostração, contrição. Acostumados que estamos com o peso moribundo do fato final, achamos afrontoso, um desrespeito que sobre as covas ou nos locais onde descansam os morridos se faça festa, as pessoas usem para momentos de diversão em família ou amigos como se fossem ao parque. Oras, mas não é o cemitério o parque da morte?

Temos esse peso nefasto no peito quando a morte é assunto e há que se tratar dela com uma deferência que, creio eu, ela mesma rejeitaria se pudesse vir aqui ter conosco ainda em vida. De certo ia pedir respeito, claro, isso é bom para os dois lados da moeda mas, assim, não precisa tratar com essa pompa e carga pesada toda. Vamos dar aí uma aliviada na coisa, uma leveza, um ar mais gracioso.

Porque não fazer como em outros lugares em que lembrar os mortos é feito com festa grande e barulhenta pois é antes de lembrar da morte, lembrar que a pessoa foi viva um dia e passou bons momentos aqui, não apenas valorizar o momento da perda, o fato da pessoa não mais estar aqui mas o fato de ter estado e ter sido bom e assim, acho mesmo que essas iniciativas podem mesmo mudar o sentido com que lidamos com a encerradora de trabalhos.

Não adianta, como disse em outro post, querermos dar a dona do fim ares de esquecimento pois ela é inesquecível e também não adianta colocar sobre seus ombros já sobrecarregados mais um fardo negativo que, como disse, ela mesma nem precisa ter, na criação, acabou com essa tarefa ingrata de por fim nas coisas e, de quebra, a humanidade e lhe torcer o nariz e virar o rosto.

Tomara mesmo que esse novo modo de lidar com a morte vingue por aqui e que passemos mesmo a encará-la com mais maturidade e naturalidade, celebrando mesmo a ela e a vida que, pensando bem, estão sempre de mãos dadas e não se pode efetivamente separar uma da outra. Quem sabe assim, quando formos dar nosso abraço final, ela não estará lá a sorrir e, de mão estendida, nos levar para conhecer seu reino sem fim e, talvez para nós então, sem medo.

1 de nov. de 2011

dez a bafo




Leio os blogs dos amigos assim com freqüência. Não digo todo dia pois tem dia que de noite é foda, sabem? E tem vez que leio e não comento, pois boca calada vale seu peso em ouros. Há que se ter lido algo que identificou para comentar e muitas vezes isso não acontece e por isso, calo (mas é raro, quem escreve por aqui e por aí sem sombreamento de dúvidas quer ter opiniões e quer dá-lãs mas, às vezes meu bem, não vai mesmo sair é nada que preste em comentar e quem é dono da casa sabe disso, eu sei e vocês sabem).

Enfã, se está na lista aqui do lado é porque de algum jeito, me agrada e penso mesmo de quem me adiciona às suas listas locais. Sem melindres pois que vou falar de um só hoje aqui agora mas, todos são caros a mim, okdok?

Faz um tempo já que leio o 'Desabafo' e vou falar dele aqui porque muitas das cousas que esse moço põe por lá parecem extirpadas do meu passado guardadas, deixemos claro, as devidas e indevidas proporções. Alguns posts tenho a impressão de terem saído de quando eu mesmo tinha lá pela sua idade e fazia à vida e a mim as mesmas questões, boa parte delas eu achei a resposta, outras não e simplesmente nem pergunto mais pois pouco me importa a resposta mesmo.

Mas é freqüente a semelhança com quadros meus passados, copycat de primeira não intencional e um turista acidental de memórias que eu julgava apenas memórias mas que ganham vida quando leio alguns de seus posts.

Eu recomendo, vai lá.

lembranças aleatórias não relacionadas com a infância

Lembrança #10 Lembro de uma festa ou rave ou balada que eu ajudei um amigo a organizar num tipo de sítio eu acho. Estava separado do meu nam...