Vivemos o ódio pleno, puro, simples e irrestrito. Somos incapazes de entender o outro, parece que ele ao abrir a boca fala em línguas e nos apavora fazendo com que nossa reação (humana e ancestral ante aquilo que não entendemos) seja primal e animal.
Destilamos essa ira toda sem distinção ainda mais nos tempos atuais quando todos querem mudar mas não sabem exatamente como ou porque fato esse que me causa pânico pois esse vácuo, disse antes, adora ser preenchido por coisas pouco sensatas mas que sabem muito bem atender esse desejo oco que estamos todos sentindo.
Incluo a mim nessa destilaria de fel nas vezes em que, no ímpeto de justificar meus pontos de vista, sou mais 'agressivo' e contundente mas, vejam bem as aspas usadas, minha agressividade não é gratuita, cega ou sem direção e menos ainda renhida ante aqueles que pensam contra mim ainda que, repito, quem lê possa achar que minhas palavras possuam muitas arestas feitas com o único propósito de ferir. Ledo engano, trata-se apenas de argumentação forte e certa surpresa em crer que após séculos de evolução e história ainda me depare com pessoas que pensam em termos tão absolutos e obscuros mas, não vá por aí pois diferente do que muitos fazem não bloqueio ou excluo já que entendo ser direito seu expressar-se ainda que dessa forma tão infeliz, desfazer a amizade (uso o termo aqui da forma mais substantiva possível, reservo a adjetivação para os que me são realmente caros) é apenas aquiescer à sua vontade e dar-lhe o manto da razão e tal jamais farei, no máximo calo e lhe delego apenas meu desprezo.
Agora, voltemos ao fato o qual ainda não atingi e pretende fazê-lo agora. Novamente, virou hábito parece, um homossexual é vítima de simples ódio, esse mesmo que disse no começo do texto. Qual a justificativa? Medo? Uma cantada mal recebida? Não. Se pela segunda então as mulheres já deveriam ter extinguido quase todos os homens e, pelo primeiro, posso entender mas não aceitar e entendo pelo fato de temer o que não aceita (como disse mais acima) ou por um desejo sublimado e não realizado sendo necessário eliminar o objeto do desejo (que poderia nem mesmo saber que o era) para apaziguar a alma atormentada.
Mas não. Não creio que tenha sido por qualquer um deles mas simplesmente pelo ódio puro, desejo de não aceitar o outro em sua liberdade que agride quem não a entende e por uma certeza absoluta de que, feito, as consequências seriam ridículas quiçá inexistentes e assim se provou já que o desgraçado que o fez saiu pela porta da frente da delegacia depois de pagar uma fiança infantil. Então eu pergunto a você que reclama da ditadura gay e de que se está endeusando o 'modo de vida gay' ainda mais quando 'pessoas' são condenados a pagar por suas injúrias e discurso de ódio e aqueles poucos que nos defendem como Jean Wyllys, quando se posicionam fortemente contra a ditadura religiosa que se impõe calmamente sobre todos nós, heteros e gays, a seu ver podem sair ilesos, qual parte desse todo você não vê?
Quantos gays você já testemunhou, viu, ouviu ou soube terem atacado violentamente algum hetero ou religioso? Quantos gays você conhece (se é que conhece algum, de novela não vale! Tem de ser da vida real!) pregam o ódio aos outros seja por serem heteros ou religiosos? Quantos gays você já ouviu falar terem pago senão com sangue o preço da intolerância? Quando atacamos esses que nos atacam, onde está a ofensa? Usamos por acaso palavras indecorosas ou pejorativas? Comparamos alguém com o aparelho excretor? Usamos de uma falsa moral para deturpar conceitos e direitos e atingir seus objetivos? Ou de tom histriônico e apelativo para justificar uma possível falta de embasamento?
Não, meu caro, isso quem fez são os moralistas fervorosos do altar de plantão, os que acham mesmo somos todos nós gays uma pilha de aparelhos excretores mal usados e que não tem como argumentar contra o fato maior de que a luta não é para tornar todos viados mas apenas para termos, como cidadãos que pagam os mesmos impostos que vocês, os direitos que de berço lhes são agraciados e que insistem em pensar como apenas vossos e não de todos.
São estes tempos que vivemos onde um gay morto não tem problema afinal somos descartáveis e de uso apenas como estereótipo e alívio cômico para os humorísticos de gosto duvidoso. E não pense que essa chibata do assassínio estala apenas nas costas das bichas, ela estala nas costas de toda minoria que vocês insistem em subjugar aproveitando o momento atual de extremos para propagar essa eugenia que pretendem implantar. Esse gay que foi esfaqueado não viu, ou tenha visto não sei, mas no cabo da faca a mão não era apenas de seu vizinho ignorante e obtuso, pelo qual só posso mesmo sentir a maior das comiserações, eram várias mãos juntas enfiando fundo a faca do ódio, do preconceito, do desrespeito ao outro pelo simples fato dele ser/agir/pensar diferente.
Há sangue nas mãos, meu amigo. Nas minhas por aceitar que ainda se passe isso mas acima de tudo, nas suas por avalizar esse tipo de ação e por não enxergar que todo esse ódio, neste caso em específico, é uma rua de mão única onde quem possui o carro é apenas você!
O resto de nós aqui está há anos a pé e, infelizmente, vindo na direção contrária.
Não, meu caro, isso quem fez são os moralistas fervorosos do altar de plantão, os que acham mesmo somos todos nós gays uma pilha de aparelhos excretores mal usados e que não tem como argumentar contra o fato maior de que a luta não é para tornar todos viados mas apenas para termos, como cidadãos que pagam os mesmos impostos que vocês, os direitos que de berço lhes são agraciados e que insistem em pensar como apenas vossos e não de todos.
São estes tempos que vivemos onde um gay morto não tem problema afinal somos descartáveis e de uso apenas como estereótipo e alívio cômico para os humorísticos de gosto duvidoso. E não pense que essa chibata do assassínio estala apenas nas costas das bichas, ela estala nas costas de toda minoria que vocês insistem em subjugar aproveitando o momento atual de extremos para propagar essa eugenia que pretendem implantar. Esse gay que foi esfaqueado não viu, ou tenha visto não sei, mas no cabo da faca a mão não era apenas de seu vizinho ignorante e obtuso, pelo qual só posso mesmo sentir a maior das comiserações, eram várias mãos juntas enfiando fundo a faca do ódio, do preconceito, do desrespeito ao outro pelo simples fato dele ser/agir/pensar diferente.
Há sangue nas mãos, meu amigo. Nas minhas por aceitar que ainda se passe isso mas acima de tudo, nas suas por avalizar esse tipo de ação e por não enxergar que todo esse ódio, neste caso em específico, é uma rua de mão única onde quem possui o carro é apenas você!
O resto de nós aqui está há anos a pé e, infelizmente, vindo na direção contrária.
Odeio levar fama sem tirar proveito... já passou da hora de tirarmos proveito da tal ditadura gay e nos impor mesmo... Mas enfim, boa parte da comunidade prefere "sigilo" e hipocrisia
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