Chega a ser alarmante a quantidade casos que brotam do chão todos os dias, faz com que a gente pense o que aconteceu? Onde erramos? Como pode?
Bom, lamento dizer mas pode sim e é bem fácil de explicar.
Passamos muito tempo com a cabeça enterrada na areia acreditando na mentira do Brasil diverso, inclusivo, miscigenado, sincrético, país de gente feliz e pacífica, que mentira!
Éramos uma panela de pressão, cheia e que vinha cozinhando há mais de 500 anos, já não era sem tempo explodir. O Brasil dos últimos quatro anos é o Brasil de fato! Essa é a cara do brasileiro, não aquela dos cartões postais.
O brasileiro de verdade nunca saiu da casa grande e segue achando o país sua grande senzala, estamos em 2022 mas mentalmente, mal saímos do colonialismos e seguimos repetindo os mesmo comportamentos de nossos descobridores, sem tirar nem por. O brasileiro aprendeu desde cedo a ser mentiroso e evitar conflitos, é o cara que sai das situações com lábia e jeitinho, se dá para resolver com um churrasco e uma breja, então tudo bem!
Nunca paramos para discutir nossos fantasmas, preferimos fazer deles enredo e música e carnaval o que não está errado mas não resolve a questão. Nunca fomos uma nação pacífica, como podemos ser uma nação de paz se construímos tudo isso e seguimos construindo tudo isso em cima de cadáveres? A diferença é que no período colonial fazíamos isso de forma consciente com a benção da igreja ansiosa por salvar almas e todo um aparato ideológico que justificava as atrocidades como progresso. Hoje, simplesmente fazemos de contra que não existe mais mas usamos as mesmas ferramentas de antes com o agravante de que preferimos fazer vista grossa.
Nunca saímos da colônia, essa é a verdade. Enquanto o mundo girava, seguíamos pensando da mesma forma, só aprendemos a disfarçar melhor, somos um país de mentirosos patológicos e, se há algo de bom que Bolsonaro fez, foi acabar com essa mentira safada e deixar tudo em pratos limpos.
Bolsonaro é sim a cara do Brasil. Senhor de engenho, coronel, o tio do pavê, essas pessoas que estão aí hoje não surgiram do nada, elas sempre estiveram aí só mentiam muito bem, eram nossos pais, mães, tios e tias, amigos e amigas, colegas de trabalho, vizinhos. Eram pessoas que em nossa frente riam, abraçavam, beijavam mas que, por dentro, queriam mesmo nos ver mortos, isolados, sem direitos, marginais e sem voz.
Pessoas que sempre estiveram conosco, desde 1500, só mudaram de nome e endereço mas seguem fielmente a cartilha do colonialismo e, com Bolsonaro, viram sua voz ganhar as ruas e finalmente podem sentir-se à vontade para cometer suas barbaridades sem medo afinal, se o mais alto mandatário aceita então qual o mal e replicar?
Acho que deveríamos ter duas independências, a original e outra por termos finalmente descoberto a face horrendo do cidadão brasileiro, levaremos um bom tempo para nos ajustar e arrumar isso se é que vamos conseguir, essa ferida estava infeccionada há séculos mas só agora arrancamos o curativo e começamos a tratar, talvez haja uma chance e não seja preciso a eutanásia, cedo para dizer mas pelo menos sabemos que estamos doentes o que já é um começo.
Resta saber se teremos a capacidade de cura ou vamos preferir deixar que tudo gangrene e apodreça...
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