O clube fechado do panteão literário precisa ser desfeito e deixar novos ares penetrarem, novas ideias, novas letras mas, sabemos que isso é missão complicada e mesmo assim, seguimos nela com força e fé. Claro, ser reconhecido, laureado, ovacionado, premiado, quem não quer? Até o mais sonso mas, parece que ao transpor esse umbral e passar para essa outro lado algo muda ou seria impressão minha?
Da mesma forma, alguns dos prêmios mais cobiçados da literatura parecem fazer questão de atuar como peneiras sociais vide o exemplo de um dos mais desejados que cobra um bom punhado de dinheiros em sua inscrição fora os gastos com a compra e envio dos livros para a comissão julgadora. Oras, num país sem governo, pandêmico, desigual até a medula, pedir aos autores que ao custo de muito suor e lágrimas desembolsem essa grana é vilanesco, concordam?
Há quem diga que isso separa o joio do trigo mas, quem é o joio e quem é o trigo? Um autor que escreve seu livros e luta para divulgar seu trabalho e vender seus livros quase de porta em porta tem menos valor do que o autor que consegue todo o aparato mercadológico? Obviamente que não sou hipócrita, adoraria ganhar um prêmio, quem não gostaria? É meio que uma ratificação de que somos realmente escritores, um reconhecimento perante nossos pares e, claro, reconhecimento financeiro que escritor tem conta para pagar sim senhor, igual todo mundo.
Precisamos dar espaço e dar valor aos nossos amigos que lutam conosco, que escrevem conosco e essa tarefa que tenho me dedicado. Não deixo de ler os 'grandes nomes' e penso que todos merecem seu lugar ao sol, ganhar prêmios e serem reconhecidos, é o mínimo mas, se está complicado para quem já tem uma carreira consolidada, imagine para quem ainda tem de matar um leão por dia para conseguir escrever?
Nesse intuito, deixo aqui dois colegas que recém descobri e que valem um minuto de sua atenção.
Esse moço André Amadeu escreve a real, porrada na cara, suas crônica são extrações de um cotidiano cru e duro, você ler minha resenha sobre este seu livro aqui.
Esse outro moço Kaio Phelipe traz uma boêmia concreta singela de boteco urbano asfalto doce amargo doente de amores perdidos achados encontrados e perdidos novamente com uma singela aquarela de inocência que está no seu final mas ainda se agarra aos ossos, você pode ler minha resenha aqui.
E busque, procure, leia autores novos e independentes!
Tem muita gente boa aí precisando ser lida e reconhecida.
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