O tecido social que nos cerca é algo tão frágil que não nos damos conta, vivemos escorados num conjunto de regras, normas, convenções e regras que estão apenas sugeridas em nosso inconsciente coletivo e que jogaremos ao chão ao menor indício de que teremos de lutar pela sobrevivência.
Acha que não?
Veja essa epidemia nova que se espalhou pelo mundo, por mais que as autoridades de saúde e governos locais e mundiais atestem que não há razão para pânico, as pessoas já começas a estocar alimentos, água, remédios e produtos como álcool em gel e máscaras simplesmente desapareceram das farmácias. Talvez justamente porque essas autoridades e governos pedem calma seja porque todos estamos apavorados afinal, desde quando governos e autoridades realmente informam a sociedade com fatos reais e verídicos? Partimos do pressuposto de que estão mentindo e de que a situação é bem pior do que reportam e que os pedidos de calma são para proteger os mais ricos e as elites.
Claro que uma epidemia como essa precisa de toda nossa atenção, precaução e atenção e prefiro crer que as autoridades e governos estão mesmo empenhados em conter o vírus, minimizar seu impacto e encontrar uma cura ou vacina o mais rapidamente quanto possível mas, o efeito cascata já se faz sentir ainda mais nos tempos de hoje quando as pessoas podem viajar mais e de forma mais rápida facilitando a disseminação da doença.
Eventos como esse sempre me deixam assustado pois é uma crença pessoal minha de que nosso fim não virá do céu ou alguma guerra sem fim mas de alguma doença terrível que vai dizimar com facilidade grande parte de nós e jogar nossa sociedade no lixo da história e no esgoto da civilização pois não há civilidade ou solidariedade que resista ao instinto de sobrevivência.
O maior estrago que uma epidemia dessas pode fazer é, além do custo em vidas obviamente, dizimar as estruturas sociais frágeis que nos unem basta ver como mercados e bolsas regiram ao vírus se espalhando pelo planeta e como as pessoas começaram a entrar em pânico por uma doença que nem é assim tão fatal.
São esses acontecimentos que metem medo em mim, que me fazem descrer de nosso raça e entender que somos animais acima de tudo, no frigir dos ovos é cada um por si e o mundo contra todos, não acho que esse vírus será nosso fim mas a cada nova epidemia que eclode passo a ter mais e mais certeza de que esse será nosso fim e de que aqueles que sobreviverem, estarão imersos num desses mundos pós-apocalípticos que o cinema vira e mexe nos apresenta.
Quem viver, verá.
3 de mar. de 2020
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