10 de fev. de 2020

Onde os fracos não tem vez.

Já havia escrito aqui sobre os comentários do messias sobre as pessoas com HIV-AIDS e agora, esta outra notícia ecoa com esse discurso pronto deixado claro que a agenda neoliberal segue firme e forte seu caminho para desmontar a sociedade matando aqueles se encontram na sua base para deixar os mais abastados tranquilos e protegidos.

Não é a toa que o empresariado sente-se mais do que confortável em pedir a revisão dessa estabilidade dada a pessoas com HIV-AIDS já que elas representam um custo para eles e para o governo. Bolsonaro de forma explícita deu seu aval ao corroborar esse pensamento que já é um desejo antigo das elites econômicas do país.

Atualmente, as empresas não podem perguntar sobre sua sorologia em uma entrevista de emprego pois é considerado ato de preconceito já que pode levar o empregado a não contratar aquela pessoa pelo simples fato de que ela poderá ficar mais doente que outras não portadoras do vírus o que, em termos de lucros e cifras, é horrível para o empresário.

Igualmente, após a contratação o empregado não pode ser dispensado ou sofrer qualquer preconceito pela sua condição de soropositivo e esta lei proíbe que isso aconteça mas, os empresários alegam que isso pode mascarar pessoas mal intencionadas que usarão da doença para permanecer em seus empregos mesmo não apresentando o que se costuma chamar de performance adequada ou dentro do que se espera na empresa.

Obviamente que gente mal intencionada há em todo canto e não apenas pessoas com HIV-AIDS basta ver a quantidade de fraudes que pululam no INSS e muitas com vista grossa das autoridades. O que se está tramando é um mecanismo que permita dispensar essas pessoas que, devido a sua condição soropositiva, podem sim adoecer mais do que pessoas sem o vírus ainda que os atuais tratamentos, se seguidos corretamente, tornem isso virtualmente impossível e tudo isso porque custa caro para o empresário manter um funcionário nessas condições.

Isso abre uma brecha perturbadora pois os próximos da lista serão as mulheres grávidas, os portadores de doenças crônicas como diabetes e pressão alta e daí para dispensar PCD, LGBTQs, afrodescendentes ou qualquer outra minoria que não se encaixe no padrão empresarial é um pulo.

Está mais do que claro que a agenda neoliberal e conservadora de Bolsonaro avança a passos largos e não fossem outras instituições vigilantes, já estaríamos numa situação muito pior mas lembrem-se de que temos ainda três anos pela frente e que agora eles estão implantando forte sua agenda conservadora sem medo de machucar quem quer que seja e somos nós, as minorias, que eles tem mais gosto e vontade de machucar.

Mal sabem eles que estamos acostumados a apanhar feio de todos os lados e que se tem uma coisa que aprendemos bem foi lutar.

Cai dentro, Bolsonaro!

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