6 de fev. de 2020

As doenças que não tem cura

Como não bastasse conviver com a doença, toda a carga de preconceito, estigma e problemas que ela acarreta, as pessoas com HIV-AIDS ainda tem de enfrentar um governo que está fazendo de tudo para deixar com que morram sem qualquer ajuda ou apoio vide as declarações do ilustre messias recentemente.

Se dependesse exclusivamente dele, todas essas pessoas seriam deixadas a própria sorte afinal, HIV-AIDS é uma doença de bixa então elas que se cuidem e se virem para buscar tratamento. Tem grana? Ótimo! Não tem? Do governo é que não vai sair dinheiro para tratar essa doença que você mesmo causou com sua pouca vergonha e depravação.

O custo do tratamento de AIDS vem decaindo conforme a medicina encontra medicações mais eficientes e com cada vez menos efeitos colaterais, tratamentos como PReP, PEP e tudo isso aliado a políticas públicas, implantadas no governo do PT para felicidade dos conservadores, que entenderam o AIDS-HIV como problema de saúde pública e não privada, ajudaram milhões de pessoas a terem acesso ao tratamento e obter qualidade de vida, somos referência mundial em políticas e programas de combate e tratamento a doença resta saber até quando.

Esse discurso do messias não é surpresa afinal ele já deixou claro inúmeras vezes o asco que sente de pessoas LGBTQ e além disso, serve como cortina de fumaça para seu gado já que os problemas reais de seu (des)governo seguem aparecendo deixando-o irritadiço e contrariado.

O custo do tratamento de pessoas com AIDS-HIV é ínfimo se comparado ao custo da máquina pública e se comparado ao custo que o governo teria caso essas mesmas pessoas não pudessem ter acesso ao tratamento e começassem a adoecer vítimas das doenças oportunistas que advém se a AIDS-HIV não forem tratados desde cedo mas, na lógica bolsonarista essa conta não existe, pessoas com AIDS-HIV são um fardo para sociedade, um peso, uma despesa pois a doença que tem foi transmitida, em sua concepção torta, pelo sexo gay, são sujas e merecem morrer pois buscaram isso para elas mesmas.

Igualmente, a campanha da Pastora Damares que iniciou agora às vésperas do carnaval pregando abstinência sexual - jura? Antes do carnaval? - como forma de prevenir a gravidez precoce e a transmissão de DSTs funciona mais ou menos como falar para quem quer emagrecer que a melhor coisa é simplesmente parar de comer!

Segundo ela e seu chefe, o carnaval cheio de putaria, a gravidez precoce e as DSTs são tudo culpa dos governos do PT que implantou a bandalheira geral, ainda bem que sou PT, sou da bandalheira generalizada! Isso faz parte do projeto nefasto que eles tem para o país, em outros tempos, já teriam mandado fuzilar meia dúzia mas como pegaria mal, estão desmontando educação, cultura, arte, saúde e agora o nosso gozo, quer fuder? Não pode! Olha a Damares aí!

Pregar a abstinência sexual é um projeto político e não de saúde, não adianta dizer para um doente terminal NÃO MORRA, há que tratar da melhor forma possível mas, na lógica do governo, é preciso controlar o gozo das pessoas porque pessoas livres para transar e gozar como e com quem quiserem são perigosas, nada é mais ameaçador a um fascista que pessoas livres seja em qual sentido for.

Como eles não podem adotar medidas e políticas efetivas e eficazes contra a propagação de DSTs, a gravidez na adolescência e o aumento dos casos de HIV-AIDS entre os mais jovens que a cada ano só faz aumentar sem falar de forma aberta e clara sobre sexo, sexualidade e gênero, adotam a medida de implantar a castidade forçada pois ela traz consigo uma carga moral totalmente condizente com a filosofia do atual governo.

Para combater todas essas questões de forma real e eficaz é preciso implantar uma educação sexual que aborde os temas do sexo, sexualidade e afins de forma clara e direta principalmente aos mais jovens que estão inciando sua vida sexual. É preciso conscientizar, explicar, educar e não proibir, vocês acham mesmo que os jovens ou os mais velhos irão mesmo se abster de foder? Em que mundo esse pessoal vive?

Para finalizar, não basta combater as doenças que mencionei aqui, é preciso combater outras muito mais difíceis de erradicar, a ignorância e o preconceito essas sim doenças que matam muito mais que qualquer outra epidemia ou patologia mas infelizmente, creio que ainda estamos muito, mas muito distantes de obter qualquer tratamento que funcione contra elas e muito menos de uma cura.

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