31 de out. de 2011

todos os gatos



E quando o tempo vira assim, na lata e de bruços com o fim de semana, deixa esse gosto cinza na boca ainda mais depois de ter passado a noite no meio de todos os gatos pardos etílicos.

Sim, foram boas risadas as que demos mas perdem o viço ante as que ainda podem estar por vir, não a graça pois essa sempre tivemos e sempre teremos, falta pouco a consumar quando estamos com as pessoas que amamos e gostamos, consumar menos e consumir mais delas, isso sim.

Oxalá todo dia pudesse ser assim com essas pessoas que nos querem/queremos em casa/nas casas delas, iam ser mais palatáveuis os dias que acabam em feira e talvez devêssemos mesmo fazer um esforço a mais, ínfimo posto que é para o prazer e para os deveres sempre arrancamos forças sei lá de onde justificando com regras, convenções, prazos, horários de datas e postergando um em detrimento do outro, enfim, uma forcinha a mais para nos vermos nos dias acelerados que se espremem entre nossas folgas.

Um café, um lanche, um vinho, um suco, um oi, um olhar já bastaria e as distancias nem são assim tão longas mas o relógio nos espreme as fuças contra seus ponteiros e bota o tesão de faze-lo a perder. Oras, invertamos a mão disso pois quem manda no relógio somos nós e não o oposto, escravo é ele e não eu, nem você.

Será que dá? Possível? Tangível, Tangina? Realizável? Queria que fosse, quero que seja, vou tentar fazer.

Vem comigo.

28 de out. de 2011

FDS

vai lá, porque vida mesmo é foda e só vale no fim de semana...

barbarism begins at home...




Tudo acaba, fato. E tudo tem um limite, mais fato sobre o fato já fatídico.

Assim, essa barbárie do Gaddafi não soa como surpresa posto que o povo queria mesmo era comer o fígado do homem com uma saladinha e um vinhozinho de quebra. Mas, onde isso coloca quem o queria longe do poder? Em que patamar? Clichê, não é? Mas é isso mesmo, certo seria ele ter sido posto a ferros, julgado e humilhado se bem que, isso feito, no final ele se asilaria em algum país que lhe fosse simpático e passaria o resto de seus dias gastando o tutu que afanou do povo.

Isso não justifica as cenas de horror que vimos, não mesmo, achei forte e extremamente questionável mas, depois de tanto tempo sob esse jugo de ferro (será mesmo que o povo queria mudar ou é apenas um afã passageiro? Não sei) acho que seria meio impossível não acontecer como aconteceu, cada país deve ter sua Bastilha, imagino salvo aqui que tudo a gente resolve com samba, suor e nádegas.

No entanto, fica impressão de que se passou a coisa a limpo mas, ao invés de começar certo, já foi é torto de cara pois macaco viu, macaco fez ainda que, repito, não sei medir qual a gana desse povo vivendo onde vivia e sob os ‘cuidados’ de quem estava.

Pior mesmo nem é isso, é ver que já existe uma fila de corporações internacionais e multinacionais extremamente disposta em ‘reconstruir’ o país. Sabe lá se não foram elas mesmas que inflaram o povo a partir pra ignorância prometendo leite UHT e Mel artificial e agora se vestem das melhores intenções para ajudar o povo oprimido com seus comprimidos de felicidade instantânea.

A mim parece que nada vai mesmo mudar, ficarão uns ditos moderados que na verdade são moderados para nós ocidentais pois vão ser mais coniventes e receptivos a receber a ajuda dos Grandes Irmãos e Irmãs para reerguer o país sob uma promessa de tempos mais livres e melhores enquanto, com a terceira mão escusa, vão é descendo o sarrafo no povo que, nas fotos, vai sorrir amarelo e dizer que tudo está bem.

27 de out. de 2011

ouve essa




No trampo, tem aquele povo que é da cota de necessidades especiais (os deficientes se bem que alguns deles fazem a mim sentir-me como um ante as mazelas de minha vidinha mais do que razoável). Eu sou das necessidades espaciais, tudo pro espaço.

Dia desses, um deles, surdo (catável e viado, batata! Desmunheca em LIBRAS, fato!) passou à frente de onde me sento. No sentido oposto, uma colega (racha, visse?) que ouve perfeitamente (ou o faz quando lhe convém). Passou por ele e:

Ela: Psiu

Nada.

Ela: Psssssssssiuuuuuuuuuuuuuuuu!

Nada ainda, claro e o outro já lá longe.

Fiquei olhando. Ela então recebeu o pai de santo das claras elocubrações e ligou os pontos, meio que olhou de lado e saiu de fino.

Mas eu ri.....

(nota mental compartilhada: e eu não dei fora com isso? Dia desses falava com uma amiga sobre esse mesmo surdinho graça que, pelo que apurei, é professor de LIBRAS, fiquei afim de fazer o curso e, de quebra ele, sou dessas, lhe digo meu bem! Enfim, a amiga me passa o celular dele e eu faço cara de tacho de doce de banana (do banana), vou ligar pra ele, sua lesa? ‘Manda mensagem’ soltou ela e eu calei na hora, porra!)

26 de out. de 2011

debuque izon deteiboul




TV a cabo/paga vai crescendo aqui feito caralho nas mãos de quem não se quer ou deseja mas, como pinto só tem cabeça, não cérebro, ele consegue abstrair essa contramão do desejo e vai mesmo pelo tesão endurecendo aos poucos, saindo do repouso, passando pelo meia bomba até estar duro feito rocha e pronto para seu duro trampo e trepo.

Aquelas coisas, não tem tu, vai tu mesmo e rola quer mais é buraco ou boca pra se enfiar. Digamos então que a TV paga está já no estágio de neca frapê em franca direção ao posto de rigidez absoluta restando depois só foder com quem assina pois não vai ter mesmo estrutura para tanto nego querendo fugir da TV aberta ainda mais se as ‘teles’ puderem ajudar a zoar ainda mais o cafofo já meia boca.

Enfã, parece que a partir de 2012 as pagas irão disponibilizar boa parte de sua programação no idioma nosso de cada dia coisa que já vem acontecendo se você faz parte do seleto grupo de gente que pode arcar com os custos astronômicos ainda de um cabo em casa (dois, um na TV e um no cu, pelo preço cobrado).

Mesmo assim, as pagas não são bobas e notaram que suas fatias de publico de classes C e D aumentam a olhos vistos, ta sobrando no bolso do povo, vamo gasta ae minha gente! E essa parcela da população demanda por programas dublados e não legendados. As pagas agradecem pois o custo de se legendar é muito alto além de ser um processo demorado e trabalhoso e que ainda assim nos brinda com traduções tão brilhantes quanto eu traduzindo mandarim para o russo, um primor!

Mas e como ficamos eu e você, amigo leitor que prefere sim ver os programas no idioma em que foram concebidos e, sendo possível, até mesmo sem as letrinhas? Vamos tomar no ass grandão! Duvidas? Hoje já há na TV paga canais que não passam mais seus filmes e programas no idioma original e, apesar do custo de pregas do fiofó, não nos dá a opção de mudar o idioma, sem SAP, só SAPO que você engole ai ver aquele ator ou atriz favoritos se comunicarem no mais perfeito, claro e regional carioquês.

Sim, outro problema pois as dublagens não são mais feitas por estúdios regionalmente imparciais mas por esses que acham que todos no Brésil falam como se fala no Zorra Total ou nas novelas do horário nobre grobal. Enfim, parece que isso também gera custos para as operadoras e por isso nem todos os canais oferecem a opção e vamos, eu e você, amigo que preza originais, sendo apartados de escolher e forçados goela abaixo a ver programas dublados quando pagamos caro para, no mínimo, poder escolher se quero ouvir ‘Fuck!’ ou ‘Caraca!’

Mas, se há algo realmente perturbador nisso tudo nem é mesmo fato de termos de ouvir dublagens que soem como a Leilane Nóiabatem. É saber que esse povo que demanda dublados não quer mesmo é ler, se é que sabe fazê-lo, funcionais, isso sim! Ler dá trabalho, associar isso à imagem é impossível então pois é preciso estar tudo mastigado e em palavras que soem familiares aos ouvidos locais, criar essa intimidade como se fossemos ver o Wolverine na Central do Brasil palitando os dentes com seu adamatium depois de comer um pastelzinho e dizendo que tava irado, saca?

Isso é triste, ver que as pessoas tem preguiça de ler, falta disposição absoluta e vamos acabar eu e você comprando DVDs onde não vai mesmo existir a opção de escolher o idioma pois só vai haver o bom e velho portuga disponível e, como disse acima, expresso não em sua gloria mas nos regionalismos da última flor do Jardim Botânico.

25 de out. de 2011

morto




Mais dia, ou menos dele, vamos todos bater as contas com a ceifadora. Fato.

É de nossa cultura, genético arrisco, vendermos tudo e todos a quem for para nos comprar aqui mais algumas horas, unhas e dentes atracados a isso que chamamos vida, essa bosta colorida que nos cega os sentidos e empanturra mais e mais e, mesmo assim, não fechamos a boca nem fazemos menção de largar o prato ainda que este possa se mostrar vazio ou, se você é desses, meio cheio, tomarnocu, viu?

Nem eu quero sair dessa pra melhor, meu chapa! E olha que nem creio assim nos portões de San Pietro ou nas labaredas sem fim de Mefistófeles ainda que acredite em conceitos meio que vagos de bem/mal. Mas, o peso que a morte nos faz carregar é demasiado, vai longe mesmo do valor da vida e nos faz esquecê-lo pensando apenas na hora final seja de forma direta ou indireta.

Trabalho quase utópico esse de nos fazer encarar a hora ruim com mais tranqüilidade e adotar o fim como parte do começo mas, um dia há que se conseguir. Eu tento cá, do meu jeito, uns dias mais, outros menos e vou levando assim sabendo que cada dia deixado para trás é mais um a frente para me deixar frente a frente com a juíza final. Nem sei como vou lhe olhar nos olhos descarnados, mais um problema, pintamos a morte de forma sempre horrenda e grotesca, embutimos medo em sua concepção e imagem sendo que nem mesmo temos como saber como ela é, se é e como vem nos buscar mas, como ante o desconhecido e mais fácil satanizar do que harmonizar, vamos indo aí com esse medo genético e hereditário de morar a sete palmos nesse último latifúndio (a parte que nos cabe de fato, ninguém tasca!).

Sempre fui avesso aos rituais mortuários, velórios e afins sempre me pareceram um séquito de sofrimento engajado em lhe fazer não esquecer a dor e não lhe deixar esquecer de seu destino certo mas, como todo resto de nossas vidas, é uma fase e como tal precisa de seus ritos de passagem e assimilação coisa que estamos paulatinamente ‘matando’ (não resisti) quando cremamos os corpos de forma rápida ou os enterramos com cada vez mais celeridade, impessoalidade e de forma a acabar com tudo aquilo o quanto antes o que é compreensível pois queremos é mesmo escapar da dor o mais breve possível.

Não podemos ignorar a morte mas, podemos meio que apagar sua passagem e deixá-la com área de parte da paisagem urbana desonerando seu caráter definitivo. Assim, cremamos os corpos para não termos mais que ir aos cemitérios nos lembrar menos dos mortos e mais de que nós mesmos vamos estar ali um dia, fazemos túmulos planos, esteticamente modernos e que mais parecem lajotas em um calçadão do que jazigos grandiosos, vá lá, opulência pura para deixar claro que nem a morte pode quebrar a diferença de classes mas, deixamos tudo com um grau de asceticismo que beira o esquecimento.

Nossa memória dos mortos vai, no máximo, até o sétimo dia e o que antes era prática comum, hoje se limita a uma pequena parte do jornal onde se pode ler as odes ao que se foram, costume antigo e, creio que, ainda perpetuado por um pequeno numero de pessoas ainda apegadas às tradições mais clássicas, desconsidero o que se faz como homenagem póstuma em redes sociais, acho macabro pois fica lá é pra sempre, como se o morto pudesse curtir ou comentar de um facebook do além, cruz credo! Ao menos no jornal é naquele dia e pronto, acabou!

Antes, velava-se os defuntos em casa pois eram familiares e lugar deles é em casa, onde todos se reuniam para prestar as ultima homenagens ao falecido e acabava mesmo com ares de festa mortuária o que entendo ser legal pois antes comemorar o que houve de bom com aquele que se foi do que lamentar sua agora eterna ausência fazendo da vida dos que ficam um inferno oco e sem gosto. Claro, fácil falar, fazer é que são elas mas, enfim, apressamos tudo na vida sem saber que isso só nos põe mais próximo das mãos da morte e acabamos assim apressando ela em seu rituais para que passe logo e possamos colocar terra sobre ela, abafando os sentimentos apenas para cobri-los depois com camadas e mais camadas de antidepressivos.

Lidar com a morte, clichê, faz parte da vida, seu moço! Esse ritual todo, ainda que doloroso pois nos arrancou alguém que gostávamos, precisa ter seu tempo respeitado e processado de acordo, sem pressa, sem velocidade para que acabe logo, fuga dos momentos ruins como se vida fosse feita apenas de momentos doces. Do jeito que a coisa vai, acabaremos tendo é a morte sem os mortos.

Não quero morrer que não sou tatu mas, quando vier a hora, quero mais é que os que ficam façam uma festa e bebam meu corpo oco, festejam o que vivemos juntos e não o que não viveremos mais, quero sim os choros dos que me amam mas não pela minha ausência e sim pela doce lembrança de que passei por suas vidas, as marquei de alguma forma e os fiz feliz ainda que por míseros segundos.

Façam isso por mim, eu mesmo estarei é morto e disso tudo pouco vou aproveitar mesmo.

24 de out. de 2011

ha ha ha




Existe realmente um limite entre humor e, digamos, mau gosto em forma de piada? Claro, qualquer piada que saia dos limites do riso e passe aos tons de chacota causando a alguém um avexamento involuntário deve mesmo ser revista e entendo mesmo que eu aqui entendesse que uma dessas me houvesse posto inadvertida e contra a vontade numa ribalta, buscaria sim algum direito que ao menos pudesse desfazer parte do ‘mal’ que o chiste causou.

Mas, nesse enrosco todo de Uanessa/feto/Rafinha, a coisa não foi meio assim além? Engraçado, esse povo que come buceta (eca!) deve salivar litros ao ver a moça se requebrando mais que gelatina e sensualizando sua recém adquirida postura de musa-puta-gay (viado adora as putas, quanto mais bisca, melhor! Talvez por essas representarem a tão alardeada liberdade que as bichas gozam - e como gozam - no sexo e que, na verdade, serve apenas para disfarçar o desejo que temos de uma casa e maridinho nos melhores moldes sócio-religiosos mais para nos prevenir de uma vida solitária do que mesmo o desejo de ser dois e ter uma vida comum mas, é assunto pra depois) e, nesses grupos de machos que se reúnem seja em bares, botecos, vestiários (ahhhh!) ou mesmo no lar mas então em recluso tesão que se pode pegar pelos olhos babantes sobre a moça que aparece no clipe, quantas vezes essa frase de traçar a moça e seu feto não se repetiu ‘ad-lib’?

Sim, duvideodó que esses machos não soltaram a perôla entre seus amigos levando animados tapas nas costas posto que esse sim é macho pois come o duo mãe/filho de uma tacada só, roludo, dotado e não deixa passar em branco um buraco que seja, nem dos que ao mundo nunca chegaram. Se for menina, já vai pegando gosto pela vara e, se for menino, já nasce é viado e pronto pra saciar as necessidades e vontade do macho quando as buças escasseiam.

Agora, quando esses pensamentos ganham as ondas de raios catódicos e se materializam em nossos LEDs, LCD e plasmas, então as coisas mudam de figura pois entre amigos, vá lá meter rola na xota materna e, de tabela, traçar o cu/buceta do rebento por vir, palmas viris para o macho. Não gosto do Bastos, acho ele sem graça e dono de um séquito de seguidores que lhe chupam o saco mais por ele ser quem se tornou do que por suas qualidades artísticas efetivamente questionáveis, acho eu aqui com meus botões.

Mas, como Jesus estava de folga, pegaram ele pra Cristo nessa onda de correção que se assola sobre nós. Caso ele houvesse cuspido na cruz, não acho que teria tanta repercussão mas foi lá mexer com a filha de um cara que tem (muita) grana e contatos poderosos e pode sim fazer da vida dele um inferno, deu no que deu. Depois, todo mundo faz cara de indignado porque ele passou dos limites mas e os que fazem isso todo dia e pior, de forma sim discriminatória, humilhante e para causar no outro a sensação de inferioridade, de exclusão, de pária? Esse pode falar à vontade que ninguém vai lhe podar a língua e, quem ousar fazê-lo, vai camelar na justiça brazuca até que os cabelos fiquem alvos e o cu seja comido pelos vermes antes de ver algum resultado.

Estamos é fadados, em pouco tempo, a falar palavrão só dentro de casa e piadas sujas só em idiomas cifrados, fechados e que não permitam que os de fora sequer intuam o que se está a dizer. Vamos perdendo aos poucos a capacidade de rirmos de nós mesmos e das situações esdrúxulas de nosso cotidiano salvo se feito de forma que pareça canção de roda e mesmo assim revisada pela policiesca de plantão para não afetar lobos, porquinhos ou idosas e sua netas de capuz carmim. A acidez é a verve que ser perde nessa barafunda de não dizer o que todos pensam, cutucar a ferida ali mesmo, no dedo, o sarcasmo vai morrendo e nós com ele pois apenas rir é coisa que até os símios mais básicos fazem mas entender ou subentender do que se está rindo é algo do humano que estamos matando em detrimento de uma sociedade monocromática, sem opiniões, sem ofensas e digna de um admirável mundo novo.

Duvida? Essa semana, uma moça foi assediada em um vagão de trem/metrô e, ao invés de voltar sua causa, mais do que justa claro, às autoridades que estão se lixando para as sardinhas coletivas, metralhou um humorístico global alegando que este incita esse tipo de comportamento nos machos da espécie. Claro! A culpa é sempre do palhaço e, na ausência dele, vamos pedir o pescoço é do dono do puteiro.

23 de out. de 2011

o elefante




Sabático, relutei mas eis que foi mesmo preciso voltar ao mundano e dar com a cara no batente e nos batentes de todas as portas que pudessem me acolher profissionalmente. Vide bula, o ser humano não é humano para a labuta, foi antes concebido e recebido para o doce faz nada, contemplativo da natureza e coisas belas e feias, não esse trinômio casa/trampo/casa que é um trepo empatado desde que o mundo é mundo salvo as putas que inventaram o trepo em trampo e são as mais antigas a labu(pu)tar.

Enfim, precisava mesmo, não dava mais essa de ficar na verve de escritor desconhecido querendo ser conhecido (vai sair, Dezembro chega com ele de natal, lançamento e todo mais, o caralho a quatro, de quatro e entrando cacholas adentro ae, quem não compra o pau nunca mais sobe ok? Salvo as passivas que vão passar a ter um desejo incontrolável de comer cus, fudeu ou não, sei lá) e fui de novo buscar trabalho.

Mas onde? Nesse tempo que não foi tempo mesmo, nem fiz nada que assim melhorasse meu perfil e perspectivas no mercado de trabalho do caralho, ócio, te dedico! Mas sabia que com os aviõezinhos poderia sim ter uma chance pois, escarrando modéstia, nesse meio sou é bom e sei o que faço de mãos atadas, isso mesmo. Fui lá, currículos pra cima e pra baixo, meses esperando e algumas coisas até interessantes mas no fim, nada de concreto.

No fundo mesmo, eu queria era voltar a ser parte das estatísticas de emprego pois as coisas mundanas que gosto carecem de metal para entrar em casa e mesmo meu querido livrinho precisa aí de uma força minha pra sair do prelo além do que maridinho não podia continuar solo a bancar os luxos deste escritor quase a ficar famoso um dia que não chega, ode aqui ao marido que me deu tudo e mais um pouco no período que me enclausurei do mundo trabalhista.

Eis que então me chamam do trampo antigo, precisando de alguém assim como eu e eu aqui precisando assim de alguém como eles, a fome abraçou a vontade de comer e, pra cobrir tudo ainda podia ser como PJ e com um salário bem interessante, sem aqueles vínculos trabalhistas que, na verdade, são populistas e obsoletos dando a fasa impressão de benefícios e afins quando na verdade encarecem o mercado de trampo e reduzem as pessoas a escravos remunerados.

Enfim, fui lá e fechei o contrato e já voou um mês nessa lida mas, como perguntou pontualmente um amigo: ‘Oras, você voltou pra onde saiu e fazendo a mesma coisa? Não é contraditório?’ Sim, é e não é pois voltei mas para fazer, digamos 1/3 ou menos do que fazia antes e ganhando umas três ou quatro vezes mais e com um horário melhor e menos estressante levando, de quebra, a possibilidade de emplacar outros trabalhos como empresa e não empregado num futuro próximo.

Animei, estou na boa e gostando mesmo porque vejo uns circos lá a incendiar e nem aí pras lonas em chamas e palhaços berrando meu chapa! Minhas responsabilidade começam e terminam no meu contrato e o que vier por fora deve ser cobrado a parte, ta? Mercenário? Pode ser mas estou gostando e, tudo medido e comedido, ainda tenho sim amigos lá e é legal voltar a vê-los e trabalhar com eles só que, como muitos me disseram ao me rever por lá, tendo dado uma volta por cima, não sei se foi por cima mas que sai pela tangente e me dei mais ou menos bem, isso foi, saca?

Se há um porém é o fato de eu ser agora um elefante branco.

Sim, fato!

Explico. Saindo de lá ano passado, nem aí para feicebuque ou afins onde escancarei minhas tatuagens e viadagem pra geral, meu rabo cheio de KY pra tudo afinal estava fora e vivendo La vida loca, entendes? Claro que em determinado ponto tive de dar uma aparada nas arestas pois umas empresas onde me gustaria por demás trampar e onde tinha contactos me acuaram no FB assim:

Ele: ‘Do you have Facebook?’

Me: ‘Sure!’

Ele: ‘Can I add you?’

Me: ‘Yes!’ e passei o FB mas antes de dizer SIM bloqueio no que pudesse assustar o cara e com ele um emprego promissor. Fazer o quê? É assim o mundo vasto mundo onde não me chamo Raimundo ou Raymond.

Enfim, essa mesmo não rolou mas deixei lá uma semente pros dias chuvosos, sabe lá quando. Voltando ao cu com KY, pro resto do povo nem aí que vissem que eu era viado e que era casado com macho ou que gostava do ómi e acho mesmo que nem isso pesou quando me chamaram de volta, nem deveria posto que, como disse acima, sou é bom demais da conta no que eu faço, desculpa ae!

Mas, notei que minha viadagem me põe na condição de paquiderme albino pois as pessoas versam sobre os mais diversos temas comigo mas evitam de forma sacrossanta tergiversar sobre relacionamentos, a aliança doirada em meu dedo ou coisas que permeiem orientação sexual ou preferências carnais e de cama.

Sou o não-assunto e fica aquele mormaço frio em alguns momentos, tipo eu sei e eu sei que você que eu sei e eu sei que você sabe que eu sei o que sei e que não vou comentar. Chato isso pois me faz sentir numa política isolacionista. Gente, pode perguntar do meu marido, de nossa vida a dois, de como é ser casado com outro homem e das particularidades e peculiaridades de ser um homossexual num mundo hetero, sem problemas, não vou me sentir ofendido ou magoado, o oposto, vou adorar falar a vocês de como é isso que vocês chama de vendagem e que é, quase sempre, 99% igual ao que vocês vivem nas suas vidinhas ordinárias e, espero eu, felizes.

Nesse meio tempo vou aqui levando minha vida de elefante alvo, não me chateia vocês não me verem no meio da sala, fazerem de conta que eu não existo ou se existo, sou apenas uma peça de decoração de gosto duvidoso. Nada disso me afeta muito, me deixa assim meio cabreiro mas não me entristece ou deprime pois sei que o problema não é o elefante branco aqui mas a catarata voraz que devora seus olhos e os impede de ver que na verdade tenho muito mais cores que o branco que me imputam e sou tão elefante quanto vocês me fazem parecer um.

lembranças aleatórias não relacionadas com a infância

Lembrança #10 Lembro de uma festa ou rave ou balada que eu ajudei um amigo a organizar num tipo de sítio eu acho. Estava separado do meu nam...