8 de jun. de 2010
a feira, a casa e a festa
Antes, bom dizer que só venho agora pois antes uma gripe dantesca quase me mata.
A Feira
Ainda acho que a Feira LGBT (alguém pode me dizer porque mudaram a ordem das letras? Melhor, porque usar as letras, GAY não é abrangente ou serve só para viado homem? Ou cada fração luta separadamente por coisas diferentes?) é o melhor da semana guei.
Fomos cedo, aposta certa pois estava transitável e palatável. Ainda sinto, como outros amigos daqui já postaram, falta do charme do Arouche, dava um quê mais intimista, coisa de festa tipo italiana, bairro mesmo e deixava as pessoas mais próximas. Imagino que tenham saído porque as pessoas só faziam aumentar e os vizinhos não gostar nada. fato.
O Anhangabau de fato é mais espaçoso mas fica tudo meio que pulverizado e você meio que sem saber o que fazer ou onde ir. Acho também que a Feira precisa de mais investimento e variedade pois tive a impressão de que são as mesmas barracas de sempre.
Como as grandes marcas ainda se envergonham de pegar abertamente nosso dinheiro suado, isso pouco vai mudar. Quem sabe um dia não tenhamos uma Feira com stands da Mastercard, Visa e outros com produtos voltados para os gueis, quiosquer de comes e bebes amparados pela Coca-cola, Brahma, Skol, Sadia ou restaurantes famosos como a Mancini. Porque não a Cia das Letras ali? O Grupo Abril? E os grandes jornais?
Sonhos, por enquanto.
A Casa
Saímos da Feira antes que se iniciasse o freje pois íamos a casa de Edu&Mau. Os dois, de 'casca' nova em folha nos receberiam para um open house e lá fomos eu, wans e os dois paulos mais nosso amigo Fernando de San Jose que tinha vindo para o feriaguei.
Como diria Dorothy: 'There's no place like home'. Fato, receber é arte e cada um recebe como acha melhor; uns com pompa, cerimônia e salamalaques, lugares onde é preciso pergutar por instruções e atentar para o valor das coisas enquanto outros deixam suas casas abertas ao visitante deixando-o tão à vontade que nem dá vontade de ir embora.
Obviamente, isso também é resultado de um química do momento exato com as pessoas certas mas nossos anfitriões encaixam-se com extremo louvor na segunda categoria. Tudo conspirou para um noite ímpar: os quitutes (destaque para a pizza de abobrinha que eu nunca comi tão boa), as bebidas, as pessoas e o papo e duas poltronas que eu invejo até agora.
Que dizer de pessoas que são simples, agradáveis e que dá vontade de ter sempre perto (coisa que nos privamos perdidos que somos em nossas vidas corridas ridículas)? Só posso dizer que quero sim voltar assim que possível.
A Festa
Confesso quase não ter ido à Parada esse ano. Além da gripe que me devorava, pouco me agradava encarar uma multidão, espremido tentar chegar ao fim da Paulista e ainda correr o risco de ser roubado.
Mas, algum dever cívico foi mais forte, apesar de ser apenas um, se não fosse seria menos um e ainda que ideais e idéias possam ter sido perdidos entre go go boys e bate cabelo, queiramos ou não, o evento dá visibilidade e nos põe no calendário coisa que até algum tempo atrás seria impossível.
Munido de coragem e doses cavalares de remédios, fui com wans mas, resolvemos que ao invés de ir do começo, ficaríamos na PaulistaXConsolação pra ver a 'banda' passar e descer calmamente ao final. Decisão sábia, vimos tudo que queríamos e depois descemos até nossa casa tranquilamente (morar no centro não tem preço!).
Fiqueri com a impressão de que havia menos gente ou talvez por não ter acompanhado ali do meio da muvuca tenha achado isso e certamente o tom politizado estava muito mais forte. Não havia carros de clubes ou boites ou, se havia, não os vi; a grande maioria era de ongs ou entidades ligadas aos gueis, seus direitos ou que trabalham para e por eles.
Imagino que isso tenha, de certa forma, afastado uma parte do povo que ia seco para acompanhar o trio de sua casa preferida e que essa decisão tenha sido tomada ante as 'acusações' de que a Parada virara uma mega-micareta pra gringo ver e nada mais. Por outro lado, talvez isso tenha garantido uma das Paradas mais tranquilas quie já vi, todos na sua, curtindo, dançando, sem crises.
Claro que sempre há problemas e, como todo ano, os campeões foram furtos e gente quase em coma alcoólico. Aqui:
1. Porque levar seu Iphone 100G Fucking Mega New e Wifi ou sua câmera de 500MP e que faz efeitos instantâneos a esse tipo de evento? E carteira com cheque, todos os cartões e documentos? You were asking for it!!!!!!!!!!!!!!!!
2. Coisa de jovem, sei lá. Encher a cara e perder tudo só pra depois dizer a todos que chapou na Parada!! Imbecil, nem viu ela passando.
Li o Intro e confesso que não sou mais das casa da noite e assim não posso dizer se as festas bombaram ou não mas, pelo que vejo, não foi só a Parada em si que esvaziou e pelas razões que expus acima.
Acho também que apenas a de 2011 poderá responder às questões afinal, esta foi a XIV e em tanto tempo as pessoas que idealizaram tudo e que iam na Parada já não são as mesmas e podem mesmo ter migrado para outros eventos ou mesmo abandonado tudo não por descrença mas por estarem mais ligadas em outras atividades sem achar de suma importância marcar presença todo ano ou em toda a festa.
Talvez seja o momento de repensar a Parada toda como outro evento, quem sabe? Para mim está claro que o caminho adentrado essa ano pode sim esvaziar o evento ainda que lhe dê um tom mais engajado mas o fato aqui, entendo, é ver que a Parada vai virar mocinha e precisa pensar no que quer ser quando crescer.
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eu não, eu não e você eu sim, eu sim. essa dicotomia foi se arrastando pra dentro de nós com o tempo, matando aos poucos, pressionando se...
Ouvi de muita gente que as boites estavam vazias, pelo visto o pessoal optou por ficar na rua - o que acho ótimo, o cara vem pra SP e vai passar o feriado trancado numa casa noturna? Quanto à Parada, sou virgem no assunto, nunca fui e nem sei se um dia vou, mas nem tem um motivo especial, apenas não rola na hora, fico imaginando aquele mar de gente... aí a idade pesa...kkk O número de participantes sempre foi over-estimulado, 3,5 milhões é mais do que a população de Berlim. Definitivamente, gente demais para caber em duas ruas. Acho legal que esteja virando mais carnaval do que palanque, sinal de que está sendo encorporada à vida da cidade. Minha única reclamação é não ter ido pessoalmente atirar uma torta de óleo de peroba na cara da Marta Suplicy, mas um dia eu ainda consigo.
ResponderExcluirmuito bom ler suas impressões cotidianas.
ResponderExcluirAbração!
Gostei bastante da dcisão de subir de taxi e ficvar olhando a banda passar. Nada podia ser melhor. Ano que vem faremos de novo.
ResponderExcluirE Edu, Fê, Mau e Paulos foi o ponto alto de feriado. Amei!
Pra mim, parada tinha de ser só um trio elétrico na frente, fazendo as devidas reivindicações (bem no estilo CUT), e quem estiver mesmo interessado em reivindicar algo, vai atrás!
ResponderExcluirPosso ser chamado de chato, mas não concordo com o que a parada se tornou e, pra mim, só serve pros preconceituosos apontarem as travestis, os fantasiados e as bees de sunga e rir da cara deles!
De que adianta o Brasil ter a maior parada do mundo, se na hora do vamos ver, não existem leis que nos ampare?
Mudança djá!
pois então Ale ... assino em baixo suas impressões ... para mim esta foi a 10º edição da Parada em que estou presente ... acho também que foi a mais tranquila mesmo ... talvez até pela postura que também já venho assumindo, ou seja, de espectador ... super legal mesmo ... tb tive a impressão de uma maior tranquilidade este ano ... balada só fui no dia que cheguei assim mesmo pq esperava não estar tão cheia pois ainda era quarta feira e foi razoalvelmente legal ... a feira vc colocou com primor o que aconteceu com ela ... pode melhorar sim e tenho comigo que não demora muito e ela se torna mesmo bem mais cultural e diversificada ... ainda vão despertar para a possibilidade de lucro fácil prestando serviços de qualidade ... o encontro da "tchurma" no Ipê do Edu&Mau ... nem preciso comentar né? Perfeito em tudo ... sem querer abusar, acho que de uma outra vez, poderíamos passar um dia todo lá ou mesmo no Ipê dos Mellos ... kkkk ... abusado né? mas veja ... tudo dividido, gastos, trabalhos na cosinha, trabalhos de limpeza e reorganização da casa ao final do evento ... cada um exercitando os seus dotes ... preparando comes, preparando bebes, cuidando do som, organizando performances, e finalmente faxinando tudo ... que tal? é para pensar mesmo ... claro que a recíproca, ou seja, recebê-los aqui em BH está nos planos ... depende só da disponibilidade de vcs ...
ResponderExcluirbjux de saudades para os dois
;-)
ps: já está em andamento a construção do nosso cinema? [no drinks . no foods . no phones . no childrens ... ]
nunca entendi o porque dessas letrinhs
ResponderExcluiracho que GAY é o suficiente
Devia era ter ficado em casa... bem acompanhado... tomando um vinho... curtindo um sonzinho lounge... escutando estórias ao pé do ouvido...
ResponderExcluirHehehehehe!
Mooooooooooooooooooooooo!
A idéia do Bracciola já tem meu apoio! Dia inteiro aqui ou aí. E mesmo antes disso, espero que a gente se veja traveiz!
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