2 de mai. de 2012

vai popozuda!


Acho graça esse povo jogando caminhões de pedra na Valesca Popozuda. Longe de mim questionar o ‘valor artístico’ da moça ou seus dotes como cantora ou enveredar pelos caminhos de como ela usa o corpo/imagem como comércio emprestando às mulheres imagem, creio eu, a maioria preferia ver não associado ao gênero.

Ela ao menos o faz conscientemente, propositadamente e não tem, até onde se sabe, grandes aspirações artísticas ou pretende revolucionar a cultura brasileira o que já não se pode dizer das campanhas das grandes cervejarias que retratam a mulher não como consumidora (raríssimas exceções) mas como objeto de desejo associado ao consumo do álcool naquela velha equação de que se consumirmos a cerveja ‘A’ ou ‘B’ seremos sexualmente desejáveis, atrairemos as fêmeas, além da associação entre curvas da garrafa, suor gelado, calor e as mesmas qualidades da mulher.

Obviamente que se a mulher é retratada assim nessas campanhas é por que existem as que fomentam esse tipo de caracterização e vice-versa mas, como disse acima, ao menos no caso das ‘Valescas’, elas parecem saber o que estão fazendo ainda que possamos torcer o nariz ante tanto mau gosto, vulgaridade e afins ao passo que, nas ditas campanhas a mulher é um subproduto ignorante, figurativo, apelativo, usado para emprestar ao produto o sexo que lhe carece. Acho que um exemplo bom disso e de como essa industria é machista, hetero-voltada (não digo homofóbica porque não me recordo de ter visto nenhuma campanha ofensiva aos gueis que consomem zilhões de litros de cerveja) é a campanha abaixo:


Voltando a Valesca fria (sem associar aos bovinos, por favor) o que acho graça é enquanto outros tantos ‘funks’ tratam a mulher de forma que fariam as profissionais do sexo mais vividas e experientes corarem e ninguém se importa de ouvir em altos decibéis, se Valesca faz um ‘funk’ onde as posições se invertem ela é massacrada? Quer dizer que a mulher pode ser a puta do ‘funk’ mas não fazer o ’funk da puta’? aposto que se fosse Bethania a cantar esses versos todos achariam poético, uma critica, um protesto mas, como é a Valesca então é de péssimo gosto, indecoroso, indecente e ela é a culpada? Dois pesos e duas medidas?

Hipócritas, sacripantas, imbecis de plantão, falso moralismo ridículo e datado, me dá nojo. Não vou consumir a musica dela mas acho injusto e  abusivo como se detonou a moça que, forçando um pouco a barra, não fez mais que dar o troco e dizer que a mulher pode sim querer alguém que lhe chupe o sexo e mamar seu macho gostoso e sem culpa mas será que isso (ainda) assusta o macho? A mulher voraz, com fome de sexo, ativa?

Não vou ouvir sua música, Valesca mas desde já, tens minha simpatia!

14 comentários:

  1. tudo bem o assunto é sério! mas vc me matou com o "voltando a Valesca fria!!! kkkkk

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  2. Grande Melo! Sacou todo o espírito da coisa!
    Valesca, Deize Tigrona e outras tantas funkeiras são o que há de mais forte na questão do preconceito de gênero. É tudo isso que você disse, é uma questão de romper drasticamente com o padrão imposto à mulher, por isso choca tanta gente.

    Vivemos numa sociedade que não vê nada de anormal em um Ronaldo que deixa a mulher em casa pra transar com dois travestis ou num Pelé que renega a filha com câncer até na hora da morte dela (e ainda toma esses boçais como garotos-propaganda-família, como na campanha da Claro), mas que está sempre pronta pra apedrejar qualquer mulher que seja bem sucedida ou, pior!, sexualmente bem resolvida.

    Eu me empolguei com seu post, confesso, já que tudo isso foi o tema do meu projeto de conclusão do curso de comunicação.

    Enfim, muito bacana sua crítica, bom seria se as pessoas fossem menos hipócritas, mas acho que falta muito ainda pra isso.

    Grande abraço!

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    1. obrigado! também acho que falta muito para evoluirmos e quando deixarmos de ser tão hipócritas é bem provável que muitos dos preconceitos caiam por terra..né?

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  3. concordo também Melo...
    é realmente por ai mesmo...

    nem tenho o que falar
    faço minhas as suas palavras.

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  4. #Fato! Um copo de água e uma mamada não se nega a ninguém. rs

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    1. plaquinha na entrada de casa..tipo aquelas 'Nesta casa há amor' saca?

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  5. #Fato! Um copo de água e uma mamada não se nega a ninguém. rs [2]

    Não vou negar minha veia funkeira. Tem muita coisa ruim no funk, mas tem muita coisa boa, justamente porque em muitas a mulher é reconhecida na sua sexualidade e dá porque quer ! Amei a nova música dela, e pra mim, ela é quase a nova gretchen, só que com mais conteúdo, heheheheh

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    1. não tinha pensando nela como a nova Gretchen....será?

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  6. Teus pontos de vista me fascinam. E chegam sempre bem juntinhos dos meus! E "voltando a Valesca fria - sem associar aos bovinos" foi MARA! Hahahahahaha! Bjokas!

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  7. Tá Valesca, uma mamada não se nega a ninguém, mas tb não quero o seu grelo. Nojinho, gata.

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