Dia desses, fuçando no orkut alheio (sim, todos fazemos não adiante torcer o nariz), notei o óbvio. Ursos tem ursos com amigos, barbies tem barbies, femininas tem femininas e por aí vai com raras exceções, muito raras mesmo.
Será sempre assim? Nunca mudará essa escravidão do corpão? Já não vivemos em gueto suficientemente para criar sub-guetos? Nunca vi os heteros fazerem isso, nós mesmo criamos essa segregação obcecados pelo corpão que somos.
Basta alguns quilos fora da escala aceita pela sociedade que as bocas torcem, os olhares ficam reprovadores e somos descartados rapidamente. Acho que essa fragmentação cultural e social dentro de nosso grupo enfraquece de certa forma o todo pois o que os ursos querem pode não ser exatamente o que as barbies querem que pode não ser o que as travestis querem que pode não ser o que as drags querem que pode não ser o que eu quero.
Aliás onde eu fico nisso tudo? Não sou barbie, não sou urso, não sou drag, sou apenas gay, não é o bastante? Ainda que essa divisão dê certa identidade ao mundo gay, penso mesmo, como disse, se ela não age contra nós pois somos os primeiros a rotular e alocar em castas nossos biotipos e quase como óleo para água é a chance de haver uma mistura entre as partes posto que até mesmo lugares de convívio social são separados ou você sabe de algum urso que tirou a camisa na the week?
Vejo como difícil unificar tudo sob uma única bandeira ainda que basicamente os anseios sejam os mesmos. Nesse meio tempo, sinto por aqueles que deixam o corpão ditar suas escolhas pois perdem chances preciosas.
Além do mais, o tempo é implacável com todos, o corpão um dia cai, eu gordinho não terei muita pelanca pra mostrar por aí.
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eu não, eu não e você eu sim, eu sim. essa dicotomia foi se arrastando pra dentro de nós com o tempo, matando aos poucos, pressionando se...
O engraçado é que as barbies devem passar por nós e dizer: "Gordas".
ResponderExcluirIsso nunca vai mudar. Faz parte do mundo gay. É ruim? Claro, mas infelizmente é assim que as coisas funcionam pra nós.
Mas eu adoraria tirar a camiseta numa ursound. Sem me procupar se o maluco do lado vai me achar gordo ou não.