15 de fev. de 2011

trust no one

Verdade que ando sumido daqui mas, quando eu só escrevia era tudo mais fácil. A partir do momento que resolvi publicar me vi envolto num sem fim de coisas que é preciso fazer antes de finalmente enviar o original às editoras.

Revisão, reescreve, revisão da revisão, reescreve, edita, corta, refaz, cola, remenda, troca, e por aí vai afinal; se é para profissionalizar a coisa, há que se fazer bem feito e acreditar que o material que possuo pode ser enviado 'bruto' a um editor é contar com o ovo antes da galinha ainda mais se você não é ninguém no mercado editorial nacional.

Enfim, estou na reta final, esta semana vou novamente estar com a atenção totalmente voltada para meu material e venho aqui hoje só para dar um oi. Tenho contos novos mas esses, quem quiser ler, vai ter de esperar sair um livro meu.

Deixo os amigos com um mimo (ri muito com o video) e uma PUT (polaróide urbana em texto).

1. Mimo audiovisual



2. PUT(a)

Sexta passada à tarde. Pego meus apetrechos e vou para a casa de uma amiga no Paraíso, ela me ajuda na revisão dos contos.

Pego o ônibus na porta de casa, mochila nas costas, fone nos ouvidos, Suede em lista pois precisava de coisas que me deixassem animado. Passo pela catraca, guardo meu bilhete único, o coletivo está vazio, vou para o fundo e me sento.

Do meu lado direito, sentado próximo a janela, está um cafuçuzinho. Moreno, mochila sobre as pernas, veste uma dessas calças de tecido flanelado, ar de pedreiro que acabou de sair da obra, cada um na sua, nada demais.

Mal tinham se passado cinco minutos quando esse cafuçu 'pula' de assento e fica bem ao meu lado. Até aí tudo bem, nada demais ainda. Quando o ônibus começa a subir a Consolação, sinto que ele está me olhando. Não dou bola e sigo ouvindo Suede.

Já quase para entrar na Paulista, sinto que ele cruza os braços e deixa a mão direita por sobre o braço esquerdo mas espalmada, com os dedos abertos os quais começam a 'acidentalmente' roçar em mim. Já não havia duvida quanto a suas intenções.

Sigo na minha, vamos ver até onde vai a brincadeira, penso comigo. Na Paulista, o ônibus enche e ele tira a mão envergonhado mas sinto sua perna roçar a minha atrevés da calça que ele vestia. Depois da Brigadeiro, o coletivo esvazia quase por completo e ficamos só nos dois no fundo.

Então ele se solta e começa mesmo a passar a mão em meu braço direito num movimento leve de baixo para cima e voltando. Dou uma olhada para ele, ele olha meio de lado e abana a cabeça sem parar com o 'carinho'. Ao mesmo tempo, coloca a mão esquerda ao lado de minha perna e começa a roçar seus dedos nela.

Deixei que ele ficasse assim até chegar no ponto onde desceria. Me levantei e ele fez menção de fazer o mesmo, não sei se realmente desceria ali ou achava que deveria me acompanhar. Fico em pé, de frente para a porta do ônibus, esperando que chegue o ponto e ele, sentado às minhas costas, aperta minha mão que segurava um balaústre.

O ônibus pára, eu desço e ele também, Sigo em frente, em direção à casa de minha amiga e ele fica ali plantado no ponto de ônibus. Depois de atravessar, ainda o vejo parado no ponto, era um cafuçu catável mas eu sou moça direita e de família, oras.

Agora, ele foi ousado pois como sabia que eu não lhe meteria uma porrada na cara? Ele era gay? Não sei, como saber? Não parecia ser o que me deixa com a idéia de que o mundo é, definitivamente, guei, está perdido mesmo, o futuro da raça é reprodução artificial. Abordar alguém assim no ônibus é muita cara de pau, eu nunca consegui fazer isso e tenho inveja de quem já fez mas, o risco é grande, não acham?

Enfim, ao menos serviu para inflar o ego.

16 comentários:

  1. Mulder,

    Ele bateu os olhos em vc e logo viu q era uma bisca...por isso não teve medo de apanhar.

    Bjos

    Scully

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  2. ele com medo de apanhar? not ... ele sentiu no ar o cheiro de Puta q exalava da senhora ... e puta fácil ... só q ele deu azar ... neste dia ela se fez de difícil ... malditas revisões q alteram até as cobiças diárias do Melo ...

    termina logo estas coisas e volta pra luz Messalina ... Divas como nós não podem desprezar Rôlas oferecidas assim ...

    bjux

    ;-)

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  3. aproveita e coloca essa história no livro... tem ar de "A uma passante", do Baudelaire, versão gay.

    Sobre o livro: conselho de um cara que trabalha com textos - eu, é claro. Entre outras coisas, sou tradutor profissional, mas atualmente só faço trabalhos esporádicos - quando tenho tempo ou quando o $$$ é bom. Mas lá vai o conselho: chega uma hora em que é preciso parar de mexer no texto. A gente sempre acha que precisa mudar algo, mas corre o risco de acabar é deformando tudo. O bom, no meu caso, é que o pessoal das editoras impõe prazo. chegou o dia, entrega e pronto...

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  4. Melo! voltando para registrar uma coisa ... o Documentário não tem nenhum enfoque de auto ajuda e nem é tão bom assim ... vale por alguns depoimentos q chegam às raias do ridículo e por outros [os q selecionei] q no mínimo são reflexivos ... de qualquer forma é interessante de ver ...

    o link para baixar ...


    http://megafilmes.biz/download-filme-a-natureza-da-existencia-dvdrip-rmvb-legendado-baixar-filme

    bjux

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  5. Bratz: volto logo, full force..

    DPNN: obrigado e aliás, qualquer dica ou sugestão é recebida de bom grado ok? sem hesitar.

    concordo com você, chega uma hora que não pode mais mexer senão perde a cara que eu desejava que tivesse.

    essa semana vai ser meio que 'diagramado' e começo o envio para as editoras na próxima semana

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  6. suas histórias deveriam virar um romance. são tão ricas!
    beijos amoreco

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  7. Fez você muito bem não dar trela, afinal você é um moço de família e muito bem casado.
    Bjão

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  8. Afeeeee mininu de família num deixa ozoutru buli não...hahahahaha. Adorei a história. Linda semana. Abraços.

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  9. "OMG so cool!" hehe adorei o video. tenho pouquissima paciencia para este tipo "dickhead", por isso curti tanto a musiquinha.

    quanto à historia, é uma cara de pau que eu tambem invejo. e confesso que, mesmo em casos como este que, no fim, não dão em nada, é muito gostosa essa sensação de ser flertado, paquerado, desejado, tocado... nossa!
    ai ai, melo. continue com as PUT, please.
    bjo bjo

    [j]

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  10. é, eu acho q ele notou de longe q não corria riscos de apanhar...
    se fosse comigo ele teria ainda perguntando qnto eu pagaria...

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  11. hahahaha cada comentário loko, o do Paulo Braccine é mto sarcástico....rs
    Mas que fato interessante, ou seja, tu anda com sorte, embora tu "seja de familia",rs mas ngm é de ferro, mas nada melhor do que deixar os outros na vontade...
    Deixa ele se acabar no wc pensando em ti...rs
    Forte abraço!

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  12. Cara... Eu to megaansioso para comprar seu livro... Assim que sair eu to lá na livraria garantindo o meu...

    Quanto a história, eu sempre acho essas história muito engraçadas... Mas eu não tenho inveja dele, ele foi muito abusadinho... Inveja eu tenho d vc... Vc foi uma Lady, nem grosso, nem dado... Não sei o que faria se estivesse no seu lugar!!!kkkkkk

    Um abraço, Melo... Até o próximo

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  13. Também quero esse livro!! E quero você como roteirista de seriado da tv a cabo - sem censura!!

    Cara de pau a desse pedreiro! No ônibus? Eu? Never!! (cof cof)

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  14. Eu tenho inveja da cara de pau dessas pessoas. Inveja não é nada nobre, mas eu tenho, fazer o que?

    E eu concordo com o DPNN quanto a formatação, sempre tem algo pra mudar, e se a gente não resolve dar um ponto final, dá pra ficar arrumando o texto pra sempre.

    Que tudo dê certo proce melo! Beijo!

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  15. Vou arrumar um tmepo no trabalho e eepserar esse dito pra lhe dar umas boas porradas. Imagine só, flertar com meu homem.

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