Quando acabar essa doença toda eu quero sair pra ver a rua que a rua não me vê se é que um dia me viu.
Quero ficar doente de gente , infectado de nós, contagiado de sexamor e gozopleno, humanovirus.
Quero uma quarentanós entre quatro paredes até que a gente acabe lambendo os ossinhos um do outro.
Quero inficção de livros, de prosa, de verso, de métrica, de réplica, de sexofaladofeitoaquatromãos.
Quero teste de contágio da contagem de beijos e orgasmos que vou ter e quero contraprova de todos os falsos posinegativos que me disseram que eu não iria mais tocar ou deixar tocar.
Quero o gosto do gozo que falo que quero que preciso sentir porque andei na quarentenoia, abstinência, falta, peru frio e tremedeira pós pandemia.
Quero dar meu amor pra quem pedir, minha boca de quarentena seca e pronta pra molhar, jorrar, lamber todos os lábios e buracos que eu nem lembro mais onde estão.
Quero sair de mim e entrar em nós, quero sair de nós e entrar em loop, por as pessoas no shuffle e sair beijando e abraçando até que eu seja a pandemia.
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