27 de mai. de 2020

Quando tudo vai mesmo acabar

Eu sou uma pessoa curiosa e a que ama a ciência.

Se todos nós nos apegássemos mais a ela do que a religiões, talvez o mundo fosse um lugar menos sombrio e pouco favorável aos Bolsonaros da vida mas, as coisas são como são e a ciência também entende isso.

Não costumo pensar muito sobre a morte, algumas vezes mas não é algo recorrente e, quando tal medo me assalta, em geral não é pelo fato de minha existência cessar, temer pelo fim, medo da morte como algo aterrador ou nefasto ou um desejo inexorável de seguir vivendo e fazer qualquer coisa para conseguir isso.

Obviamente não digo que não a temo, não me agrada nada pensar que tenho data de validade e que minha inexistência será pouco ou nada percebido pela marcha do tempo e da vida e ainda assim, não é isso que me amedronta mas coisas simples como pensar em como ficará meu amor, meu marido que é parte de mim e de minha vida, se ele vai estar bem e poderá seguir com sua vida e não por algum tipo de egoísmo de que sua vida, sem  mim, possa ser um vazio completo, ninguém é tudo ou todo para alguém mas, me fere a tristeza que causarei não intencionalmente com o advento de minha morte.

O medo que fere mais fundo e me faz gelar órgãos internos é bem outro. É saber que o tempo seguirá seu caminho, a vida idem e que o universo fará o mesmo e que eu não poderei acompanhar fenômenos incríveis e aterrorizantes salvo minha consciência siga existindo de alguma forma após minha matéria não mais ser.

Assim, quando assisto um vídeo como este, um mix de pavor maravilhoso me toma, fico pasmo com os eventos que não poderei ver e que apenas o futuro longínquo será testemunha. Há poucas certezas universais, uma delas é que tudo, sem exceção, acaba e nosso universo não foge a esse lei incontornável e inexorável.

Eu tenho medo não pela minha morte mas pela morte que ninguém verá.


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