25 de abr. de 2022

O horror na porta de casa

Existe uma possibilidade de termos um segundo mandato de Bolsonaro mesmo com todas as pesquisas indicando que sua reeleição seja muito incerta. Além de controlar a máquina estatal, ele detém a narrativa por mais absurda que seja ante os fatos, quem o segue não está preocupado com a veracidade dos fatos ou perigo às instituições e democracia, acredita piamente no capitão e vive em uma realidade paralela onde apenas o que ele diz é verdade inconteste.

Se um primeiro mandato serviu de abre-alas para o governo conservador e extremista, um segunda mandato lhe dará uma abertura sem precedentes para consolidar a autocracia tão sonhada e, porque não, dobrando a lei e instituições a seu bel prazer, perpetuar-se no poder seja através de um golpe rasgado (pouco provável mas não impossível) ou da eleição de alguém pode ele indicado que dê continuidade ao plano de limpar o país da corja ideológica comunista.

O projeto de poder Bolsonarista plantou sementes fortes neste primeiro mandato, aparelhou os órgãos governamentais e afins para atendessem ao plano messiânico da família miliciana barrando quaisquer possibilidades de aferição ou apuração de desvios ou má conduta restando apenas a judicialalização do Estado para tentar bloquear os exageros absolutistas do messias, não se trata de um Estado sujeito aos desmandos da mais alta corte mas esta tapando buracos feitos pelo governo na tentativa de desestabilizar as estruturas e tomar o resto que lhe falta para consolidar seu poder.

Num eventual segundo mandato, Bolsonaro poderá aumentar sua influência no judiciário e, com respaldo das urnas, passar a próxima fase de seu plano nefasto banindo por completo qualquer frente ideológica, política, cultural ou social que lhe faça oposição alegando agira dentro da lei e no melhor interessa da nação como fez ao perdoar seu fiel escudeiro semana passada.

Mas, o risco maior de um segunda mandato recai sobre a normalização do Bolsonarismo e seu líder, não se trata apenas de pregar para os convertidos, coisa que mesmo a esquerda parece não saber até hoje fazer mas, tanto já xingamos, falamos mal, memes, panelaços, tanto já foi atribuído ao governo Bolsonaro e a ele mesmo através de seus mandos e desmandos, falas e fake news que nada mais o amedronta, nada mais cola e assim, ele se sente livre para fazer cada vez pior já que não há qualquer previsão de penalidade a curto prazo, em qualquer outra democracia que se preze, ele já teria sido deposto mas, aqui, estamos jogando pôquer com o demônio que é sempre matreiro, Boslsonaro não apenas dá as cartas como regula as apostas e rouba descaradamente sem que ninguém reclame.

O Bolsonarismo vive em uma realidade paralela onde as leis da física trabalham de forma distinta, ele constrói a narrativa e se apega a ela de forma ferrenha difamando quem se atreve a contestar seus fatos distorcidos, acusando essas pessoas de não serem patriotas, serem contra o país e desejarem implantar o comunismos vide seu discurso na ONU de um tempo atrás onde afirmou que pegou um país em vias de virar comunista.

Conforme se aproximarem as eleições, esse discurso vai ganhar mais e mais força, os ataques serão mais baixos e sangrentos e não ficaria impressionado se ele mais uma vez forjasse um atentado, todo mundo adora um mártir. Bolsonaro não precisa apresentar plano de governo para ser reeleito, basta seguir com sua estratégia atual e apenas intensificar seu discurso de que está numa cruzada contra o mal, seu eleitorado fará o resto...

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