16 de mar. de 2010

a imagem do besta



No trabalho.
 
Ela, a todos: ‘Vocês viram o Faustão ontem?’
Respostas: ‘Vi só até tal parte’; ‘Vi o se vira nos 30’ ; ‘Ah foi muito legal, tinha um cara lá fazendo não sei o quê’ (não prestava muita atenção)
Ela para mim: ‘Você não assiste?’
Eu: ‘Não, prefiro a TV a cabo, ou qualquer outra coisa, às vezes fico lendo..’
Ela: ‘Ah....’ com aquele ar de que falava com um alienígena.
 
Aliás, como alguém em sã consciência pode assistir o Faustão? Será que o Domingo é assim tão deprimente que leva as pessoas a isso? Ou será a simples falta de opção? Ao menos as pessoas com as quais trabalho não me parecem ser do tipo que não podem ter acesso ao l(i)uxo da TV paga mas então, porque essa insistência em assistir o programa?
 
A opção existe, isso é certo mas falta a vontade de sair do mesmo, de não pensar em algo que não seja pasteurizado ou formatado para liquefazer sua mente já antipática por natureza ao sétimo dia. Há que se pensar também que ir contra a corrente pode acarretar comentários como o de minha colega de trabalho e dedos apontando sorrateiramente quando você passa com suas respectivas bocas a sussurrar que você é diferente. No fundo, os programas de Domingo são ações afirmativas do marasmo, do comodismo, pão e circo afinal uma audiência feliz é uma audiência domada.
 
Esqueça por algumas horas que na Segunda você retorna à sua vida proletária e resumida a um binômio onde a ordem dos fatores certamente jamais alterará o produto. Certo que não desejo que todos passem o fim de semana discutindo Dostoievski mas também não precisam passar no vácuo ou você acha realmente que os programas dominicais adicionam algo à sua vida?

3 comentários:

  1. Certa vez uma colega de trabalho disse que assistia ao faustão, pois desejava-se apenas deitar, ouvir aquele blablabla e esquecer do exercício de pensar.

    Depois dessa eu nem tive coragem de dizer para ela parar com aquilo. Sua razão basta.

    E hj eu não sei mais o que é tv aberta.

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  2. Aqui no serviço, eu procuro abstrair esses momentos. Quando falam de Brothers, Faustão, Gugu, Zorra Total e derivados, eu penso nas contas que tenho que pagar. Fácil!

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  3. uma ex-colega TODAS as segundas comentava os quadros do Gugu..até o dia q eu falei pra ela q não aguentava mais ouvi-la falar sobre tais bobagens. Ela se ofendeu e não comentou mais, pelo menos comigo. Ainda bem!

    acho q vc tá certo, opção sempre há (ler um livro, ir ao cine, teatro, dá um rolê no horto florestal)...mas dá muito trabalho.

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