24 de jun. de 2010
mais perto...
Sou contra todo tipo de radicalismo ainda que, às vezes, possa expressar minhas opiniões de forma um tanto enfática.
Acho que qualquer militância deve primar pelo bom senso pois corre o risco de assumir o lado oposto de sua luta. Isso posto, sou obviamente contra os gueis xiitas, os que vêem em tudo homofobia ou que acham que pela força é que vamos fazer a sociedade nos entender (veja, disse entender e não aceitar pois ninguém é obrigado em absoluto a aceitar nada mas, no mínimo, respeitar) e nos dar os direitos que são inerentes a qualquer cidadão independente de sua cor, credo, orientação sexual.
Acho que passamos por algum tipo de momento de definição. As portas estão entreabertas para nossos direitos e estamos já com meio pé na soleira. Resta saber como vamos forçar a entrada e acho que o movimento passa agora por essa decisão. Não se pode esperar muito dos políticos muito menos dos candidatos à presidência pois o discurso dos mesmos quanto à homofobia e união civil entre gueis é padronizado e demagógico salvo Marina que, como bem disse o 2Lost, expôs claramente sua opinião ainda que, penso eu, isso vá lhe custar caro mais a frente.
Porém, vejo como um avanço enorme o simples fato de estarmos discutindo o assunto o que era impensável há dez ou menos anos e, se tivermos uma liderança engajada e articulada, é o momento de se fazer valer pois corremos o risco de perder o bonde da história. Acho mesmo que se não perdermos esse ‘timing’, dentro de mais dez anos (estimativa otimista) viveremos em um lugar bem diferente e mais próximo de cidade como Amsterdam. O maior entrave é e sempre será o Estado de Fé que insiste em existir no Brasil, um país que se proclama Católico (nenhum outro país, exceto os islâmicos acho, proclamam seguir algum tipo de fé) sendo que já possui grande parte de sua população protestante.
O entrave não se deve, vejam bem, ao segmente da fé que é seguido mas a fé em si. O Estado deve ser laico, é coisa pública e deve zelar pelos deveres e direitos dos cidadãos e gerir o país da forma mais eficiente possível e não preocupar-se com os pecados destes ou se estes vivem de acordo com as escrituras ou não. Para isso existem as igrejas, a única escritura que deve reger o Estado é a Carta Magna e as leis do país, nada mais, nada menos.
Enquanto carregarmos essa ranço do passado que, comprovadamente, não funciona, pouco evoluiremos no quesito dos direitos seja para qual minoria for.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
lembranças aleatórias não relacionadas com a infância
Lembrança #10 Lembro de uma festa ou rave ou balada que eu ajudei um amigo a organizar num tipo de sítio eu acho. Estava separado do meu nam...
-
Lembrança #10 Lembro de uma festa ou rave ou balada que eu ajudei um amigo a organizar num tipo de sítio eu acho. Estava separado do meu nam...
-
seis horas, ave maria, rosário na mão para entrar no vagão cheio. vai com a turba, vai fundo, não tem volta, apenas vai. seis horas, ave...
-
eu não, eu não e você eu sim, eu sim. essa dicotomia foi se arrastando pra dentro de nós com o tempo, matando aos poucos, pressionando se...
o quadrinho é perfeito e a realidade cruel.
ResponderExcluirADendo: Sobre o reader - Vai em painel - configurações - site feed - primeira opção (permitir feeds do blog) - completa - salvar.
Bjs.
Adorei teu texto. Eu sou totalmente contra vitimismo, e isso é o que mais me irrita na militância, essa necessidade de achar preconceito em tudo - como se já não existisse o suficiente no mundo. Eu acho que a aceitação sempre é maior na medida em que não se dá pelo lado sexual. Entendo perfeitamente que o hétero não queira ver dois caras transando na rua, mas parece que às vezes é isso que o gay quer. Não confunda com moralismo, ok! No dia da Parada, por exemplo: a praça da República virou dark room! Se uma coisa dessas cai na TV, acaba tudo o que se demorou tanto pra conquistar.
ResponderExcluirNão sou tão otimista, acho que vamos demorar muito pra chegar à civilização (na Alemanha, vi a cena mais insólita da minha vida: numa cervejaria de Munique, uma mesa só de estrangeiros (a minha), outra só de gays, e outra, cheia de skinheads, lado a lado, na boa...o único chocado era eu...kkk). Mas que nossa geração já avançou muito, é evidente. Ainda bem!
É não podemos deixar de pensar que já conquistamos muito, mas penso que não importa o que façamos, quem sempre foi contra os gays nunca mudará de opinião. Mesmo se fôssemos os sujeitos mais caretas do mundo, ainda seríamos odiados simplesmente porque gostamos de pessoas do mesmo sexo. Acredito não ser um gay xiita, mas tb me irrita quem não teve a mínima vontade de conhecer a lei contra homofobia e assinar para que ela seja possível.
ResponderExcluirPois é...
ResponderExcluirDentro de um estado laico, deveria ser proibido se fazer de argumentos religiosos para decretar leis, diretrizes e afins. É insano, nada justifica isso. Mas o Brasil como um todo já é todo doido, o que é uma doidera a mais?
Eu voto na execução de quem usa de religião para promulgar e vetar leis! o/
Beijos Melo!