É no mínimo curioso o ódio que o messias e aqueles que o seguem nutrem para com a comunidade LGBTQ, com se não bastasse toda a gama de problemas e dificuldades que vida já se incumbe de jogar em nosso colo.
Raro o dia em que o messias não fala alguma merda vide este e este caso emblemáticos.
Pessoalmente, antes de considerar tal comportamento como homofóbico, prefiro considerá-lo como manobra política que ecoa diretamente no eleitorado do messias que, paulatinamente, começa a se desfazer ante o total desgoverno e incapacidade sua e de seu séquito em tocar a coisa pública e fazer o pais andar ao invés de ser alvo de escárnio mundial.
Ao atacar os LGBTQ, o messias repete seu discurso de campanha usando a bandeira da moral, costumes e família para alavancar alguma popularidade e apontar possíveis culpados pela situação precária de seu governo, como se as bixas tivessem alguma responsabilidade por ele ser o imbecil que é.
Na outra mão, é inegável a homofobia que suas declarações carregam além do discurso de ódio que promove e incita na população pois, se o governante é capaz de soltar os piores impropérios e desmerecer parcela da sociedade para a qual ele deveria governar com mais atenção e carinho, que dirá o cidadão comum que vai sentir-se no mais absoluto direito de reproduzir o discurso que vem de cima?
Há algo de muito errado nessa fobia e ódio todo e não me parece ter sua causa apenas em preconceito puro e simples o que em si já é altamente condenável. Muito menos em um discurso conservador e fascista de que as minorias devem curvar-se ante a vontade da maioria igualmente execrável e que reflete sim boa parcela da sociedade nacional, infelizmente.
Quando o messias se refere aos gays ele baba, saliva, sua macheza se põe em riste e a testosterona bombeia o sangue. O macho patriarca não pode aceitar a homossexualidade como via de amor porque ela abre um precedente para que o amor e o sexo não sejam mais exclusividades suas e pessoas livres para gozar e amar são muito perigosas porque tem consciência e posse de seus corpos e mentes.
Quando vejo o messias e seus acólitos bradarem palavras de ordem contra os LGBTQ, contra a ideologia de gênero e outras coisas mais que devem sim estar no centro de debates de qualquer sociedade que se entenda como tal, penso na carga de homossexualidade reprimida que eles carregam em si.
Talvez algum amor não concretizado na juventude, uma paixão momentânea por algum colega de escola ou quartel - ambiente onde a homossexualidade reina absoluta mas velada - algum trauma gay que marcou profundamente a vida dessas pessoas para que passassem a considerar os gays como demônios vindos do círculo mais profundo dos infernos.
Não os digo gays enrustidos porque a sexualidade de cada um é tema complexo e delicado mas só consigo conceber tamanho ódio e nojo com base em alguma experiência fatídica e não apenas em teorias ou filosofias adquiridas. Quando não aceitamos o desejo manifestado ele incuba feito um xenomorfo e vai corroendo tudo por dentro até germinar em ódio daquilo que não conseguimos viver, entender ou experimentar por medo ou covardia.
O que se condena é o objeto do desejo não consumado, o amor que não foi feito e o afeto que não foi dado ou retribuído e talvez nem tenha sido culpa deles mas do tecido social que lhes tolheu esse direito e possibilidade. Penso mesmo que os homofóbicos mais radicais e raivosos são os que guardam dentro de si um desejo gay reprimido de tal forma que se torna um buraco negro sugando todo e qualquer amor, afeto ou empatia que gravite a sua volta.
No desespero de não ver seu desejo feito e seu tesão alimentado, essas pessoas desejam ver perecer todo o amor que os outros tem coragem de aceitar e abrir ao mundo sem medo de ser como são e isso dói feito uma ferida aberta no peito deles, nada pior do que o rancor humano, a inveja, a raiva de quem não soube escolher ou não lhe foi dito que havia escolha, de quem renegou o amor e o sexo como coisas sujas e grosseiras por serem fora da curva normativa.
São essas pessoas que hoje governam o país e nós, infelizmente, estamos sendo tragado para dentro de seus armários.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
lembranças aleatórias não relacionadas com a infância
Lembrança #10 Lembro de uma festa ou rave ou balada que eu ajudei um amigo a organizar num tipo de sítio eu acho. Estava separado do meu nam...
-
Lembrança #10 Lembro de uma festa ou rave ou balada que eu ajudei um amigo a organizar num tipo de sítio eu acho. Estava separado do meu nam...
-
seis horas, ave maria, rosário na mão para entrar no vagão cheio. vai com a turba, vai fundo, não tem volta, apenas vai. seis horas, ave...
-
eu não, eu não e você eu sim, eu sim. essa dicotomia foi se arrastando pra dentro de nós com o tempo, matando aos poucos, pressionando se...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
one is the loniest number...