Como era de se esperar, Bolsonaro craque do bate-assopra evitou falar com a imprensa sobre o vídeo compartilhado por ele incitando as manifestações de Março e desautorizou qualquer membro de seu gabinete a declarar abertamente apoio o que não significa que, nos bastidores, isso não ocorra.
Não se enganem, esse golpe já vem marinando há tempos desde que Bolsonaro era apenas um representante do baixo clero e foi lá que plantou a semente que esta dando frutos agora, ele paga de defensor da democracia e pátria mas ele e seu clã de milicianos estão implantando seu projeto de poder em plena luz das instituições que condenam mas não agem, como se ele fosse apenas um moleque que se pode repreender com uma admoestação e nada mais.
Em qualquer país com um mínimo de consciência democrática ele já teria sido afastado do cargo e responderia por crimes de responsabilidade vide os inúmeros ataques não apenas às instituições democráticas que, por seu cargo, jurou defender mas como a setores da sociedade que despreza e preferiria ver eliminados porém, essas mesmas instituições que deveriam zelar pela democracia e cobrar explicações do chefe do executivo, que diariamente flerta com o autoritarismo, encontram-se reféns de um movimento que não souberam mesurar advindo dos mecanismos midiáticos que a quadrilha Bolsonarista sabe manipular com maestria vendendo para a sociedade a ideia de que tais organismos democráticos estão, na verdade, impedindo o Messias de governar e agindo contra a pátria, sociedade e roubando o futuro da nação.
Bolsonaro e seus filhos são demônios do Twitter e não passam dia sem atacar de forma indireta ou contundente as instituições alegando que eles são o rompimento da velha política, do fisiologismo, da corrupção, dos abusos e relações espúrias de poder, um discurso que já foi usado muitas vezes por líderes autoritários que desejavam mudar a sociedade para implantar uma visão de mundo que não era nada agradável. Propaganda, nada mais, o clã vende bem suas ideias e depois faz de conta que nós não entendemos direito e culpa a esquerda, a imprensa e os traidores da pátria pelos mal entendidos, quem controla a narrativa, controla o futuro.
Não admira que seus apoiadores clamem por um novo AI-5, por uma nova ditadura e exaltem os militares como única esperança de resgate da nação, tal ideia foi martelada até a exaustão em suas mentes via grupos de Whats, Twitter e outros fontes 'confiáveis' de informação fazendo com que essas pessoas, que já não tinham ou possuíam um conhecimento mínimo do que foi o período mais obscuro de nossa história, renegassem tal passado e passassem a admirá-lo e, num estranho saudosismo, uma nostalgia mórbida, pregassem seu retorno como solução final para que seu Messias possa cumprir a missão que lhe foi delegada por deus e pelas famílias de bem.
E não se enganem, essas famílias de bem, esses homens honrados, muito honrados, são a mesma elite que em 1964 apoiou e ajudou o golpe, para esses não importa se a desigualdade social segue aumentando, se há precarização do trabalho, desmonte da cultura ou qualquer outra coisa, para eles o que não pode mais acontecer é pobre, negro, e periferia viajando, estudando, comprando carro e reclamando mais direitos, para eles, se o lucro aumenta com a ditadura então vamos é implantar ela para ontem.
E, para coroar o projeto de golpe, basta criar o braço armado que está configurado com as PMs de cada estado que, em tese, deveriam estar subordinadas aos governos locais mas parecem mais inclinadas a bater continência ao capitão reformado que caiu na presidência. Bolsonaro nunca negou seu apreço e apoio aos militares de qualquer patente ou grupamento vide que militarizou todo seu gabinete e, onde não pode ou logrou fazê-lo, colocou um milico para controlar e informar o que se passa.
Com essa onda de greves das PMs, Bolsonaro tem à sua disposição o aparelho armado do Estado para suprimir qualquer resistência ao projeto de governo que ele pretende implantar pois essa é sua base eleitoral junto com as elites econômicas, evangélicos e barões do agronegócio que anseiam por uma época onde possam mandar e desmandar como lhes parecer melhor, com nos idos de 64, bons tempos!
A relação espúria dos Bolsonaros com a PM em seu braço mais abjeto, as milícias, é mais evidente que óleo na água mas parece não haver vontade de ligar os pontos e conectar os fatos já que os interesses em jogo são maiores do que o assassinato de uma vereadora, o massacre das populações periféricas, o encarceramento dos mais pobres e o desmonte da tecitura de apoio às camadas menos favorecidas da sociedade.
Enquanto tudo isso se passa, as ditas instituições e oposição parecem perdidas no tempo e espaço, discutindo como lidar com o descontrole que assomou o país como se fosse alguma surpresa, não é. Como disse acima, tudo isso vem sendo marinado há tempos mas todos achamos que não poderia ser tão ruim e que se ficasse ruim, tirávamos o capitão de lá afinal, tiramos o PT, não é? Só que o capitão veio e ficou, fincou o pé e cavou fundo sua trincheira no poder e, ao parecer um descontrolado, enganou a todos nós e está mostrando as garras que julgávamos que não tinha.
De tudo isso, o mais trágico é que esse povo que gera trending topics, pede fechamento do congresso e volta do AI-5 não tem noção do que estão fazendo tamanha a cegueira que se apossou deles, como se fosse possível controlar melhor o maluco colocando-o no comando do hospício mas esquecendo que, uma vez lá, o maluco dirá que é são e que os doidos somos nós e vai mandar trancafiar qualquer um que diga o contrário.
27 de fev. de 2020
26 de fev. de 2020
São as tropas de março fechando a democracia
Bolsonaro é craque na arte midiática da trollagem, com ela vai testando os limites da democracia e sociedade, vai sondando o que cola e o que não cola, vai vendo por onde pode ou não seguir, se erra, volta atrás e diz que a imprensa e os esquerdistas da patrulha ideológica deturparam tudo, se acerta novamente culpa os esquerdistas e acena para seu séquito que está tentando governar o país mas que não estão deixando.
Agora, com um governo caserna e que não teme expor de forma clara o que pensa sobre as instituições democráticas, articula para dia 15/03 manifestação de apoio ao presidente mas que já está adquirindo ares de golpe vide as publicações no Twitter, Facebook e o vídeo que o presidente está, até onde se sabe já que é preciso averiguar bem os fatos, compartilhando livremente pelo Whatsapp, sua plataforma preferida de governo.
O vídeo, que dizem não ter sido feito por ele ou qualquer pessoas próxima a ele - novamente a validar tal informação ainda que não ache de todo impossível que ele tenha dado seu aval apenas para negar em seguida - é de um ufanismo nefasto, puro culto a personalidade do messias salvador que sangrou pela pátria e conclama a todos os patriotas a irem às ruas na data para demonstrar apoio ao presidente, aos militares, pedir fechamento do congresso, do supremo, enfim, restaurar a ditadura que esse povo acha que vai salvar o país da falência moral e econômica.
O que mais me espante é a ala militar que aprova esse tipo de ato extremamente condenável encabelado pelo General 'Foda-se' Heleno ou seja, temos um golpe a caminho, trotando solto pela esplanada e com total anuência de quem o observa já que apenas condenar não adianta, há de tomar providências concretas e enérgicas contra esse tipo de coisa.
Por outro lado, existe uma ala mais sensata do exército que condena esse tipo de atitude e que desmente e desautoriza uma imagem feito pelos grupos apoiadores e fomentadores desse ato imbecil onde alguns dos generais aparecem como alinhados com tal ameaça ao regime democrático. Desnecessário dizer que a bancada que apóia o presidente e seu clã de milicianos está lá nas redes sociais apoiando e incitando a sociedade a seguir por um caminho sem volta e que cobrará um preço altíssimo de todos sem exceção, amigos ou inimigos.
Não posso afirmar mas tenho grave suspeita de que Bolsonaro e seus filhos dementes estejam por trás de toda essa celeuma, claro que negarão até o fim e seguem com o mesmo discurso de sempre mas, o simples fato de compartilharem mensagens que são um ataque direto às instituições que deveriam defender deixa bem claro qual seu posicionamento e desejo. Eles só não deram um golpe ainda porque ficaria muito na cara e teriam de prender ou matar uma dezena de pessoas e isso pegaria mal e então, estão comendo pelas beiradas, atacando a imprensa, incitando as pessoas contra as instituições que zelam pela liberdade de todos pintando-as como empecilhos, pedras no caminho da cruzada que eles foram encarregados por deus de emprenhar contra o desmonte da pátria armada e família transtornada brasileira.
O caminho que se desenha com a data de 15/03 é perigoso e incerto, dependendo da repercussão podemos estar apenas chancelando a ditadura branca que já estamos vivendo e autorizando um fascistas que feche o congresso, persiga a imprensa, cerre o supremo e tome para si e para seu grupo abjeto a prerrogativa de ditar os destinos do país com o apoio irrestrito da praga evangélica que enxerga no presidente um enviado por deus para banir os ímpios da nação.
Enquanto isso, a esquerda e outros opositores apenas condenam via Twitter e redes sociais os atos espúrios do clã Bolsonaro, não vejo convocação para bater de frente cotra essa onda retrógrada que varre a nação nem figuras que deveriam estar nos representando se manifestando ou formando coalizão para enfrentar a ameaça que se faz mais e mais presente. Seguimos sem rumo endeusando um homem que fez muito mas que precisa ceder lugar a novos quadros, a esquerda segue sem rumo e sem cabeça ainda presa a questões internas e um marasmo condenável enquanto os golpistas se articulam e fazem a festa sobre os escombros de nossos sonhos.
Eu queria ter algum tipo de esperança, de verdade, mas o quadro que vai sendo formado adiante é tão terrível que eu tenho calafrios só de pensar no que virá depois de 15/03 e, o que mais me espante é quantidade de gente que apoia esse tipo de coisa, como se nunca tivéssemos passado por um regime de exceção e como se fechar congresso e demais instituições fosse algo benéfico a toda a sociedade.
Estão todos tão cegos pelo discurso trollado de Bolsonaro que não conseguem ver a verdade nem quando ela estapeia suas fuças e novamente eu digo a vocês, quando derem por si será tarde demais porque ditadores não tem amigos, só tem inimigos.
Agora, com um governo caserna e que não teme expor de forma clara o que pensa sobre as instituições democráticas, articula para dia 15/03 manifestação de apoio ao presidente mas que já está adquirindo ares de golpe vide as publicações no Twitter, Facebook e o vídeo que o presidente está, até onde se sabe já que é preciso averiguar bem os fatos, compartilhando livremente pelo Whatsapp, sua plataforma preferida de governo.
O vídeo, que dizem não ter sido feito por ele ou qualquer pessoas próxima a ele - novamente a validar tal informação ainda que não ache de todo impossível que ele tenha dado seu aval apenas para negar em seguida - é de um ufanismo nefasto, puro culto a personalidade do messias salvador que sangrou pela pátria e conclama a todos os patriotas a irem às ruas na data para demonstrar apoio ao presidente, aos militares, pedir fechamento do congresso, do supremo, enfim, restaurar a ditadura que esse povo acha que vai salvar o país da falência moral e econômica.
O que mais me espante é a ala militar que aprova esse tipo de ato extremamente condenável encabelado pelo General 'Foda-se' Heleno ou seja, temos um golpe a caminho, trotando solto pela esplanada e com total anuência de quem o observa já que apenas condenar não adianta, há de tomar providências concretas e enérgicas contra esse tipo de coisa.
Por outro lado, existe uma ala mais sensata do exército que condena esse tipo de atitude e que desmente e desautoriza uma imagem feito pelos grupos apoiadores e fomentadores desse ato imbecil onde alguns dos generais aparecem como alinhados com tal ameaça ao regime democrático. Desnecessário dizer que a bancada que apóia o presidente e seu clã de milicianos está lá nas redes sociais apoiando e incitando a sociedade a seguir por um caminho sem volta e que cobrará um preço altíssimo de todos sem exceção, amigos ou inimigos.
Não posso afirmar mas tenho grave suspeita de que Bolsonaro e seus filhos dementes estejam por trás de toda essa celeuma, claro que negarão até o fim e seguem com o mesmo discurso de sempre mas, o simples fato de compartilharem mensagens que são um ataque direto às instituições que deveriam defender deixa bem claro qual seu posicionamento e desejo. Eles só não deram um golpe ainda porque ficaria muito na cara e teriam de prender ou matar uma dezena de pessoas e isso pegaria mal e então, estão comendo pelas beiradas, atacando a imprensa, incitando as pessoas contra as instituições que zelam pela liberdade de todos pintando-as como empecilhos, pedras no caminho da cruzada que eles foram encarregados por deus de emprenhar contra o desmonte da pátria armada e família transtornada brasileira.
O caminho que se desenha com a data de 15/03 é perigoso e incerto, dependendo da repercussão podemos estar apenas chancelando a ditadura branca que já estamos vivendo e autorizando um fascistas que feche o congresso, persiga a imprensa, cerre o supremo e tome para si e para seu grupo abjeto a prerrogativa de ditar os destinos do país com o apoio irrestrito da praga evangélica que enxerga no presidente um enviado por deus para banir os ímpios da nação.
Enquanto isso, a esquerda e outros opositores apenas condenam via Twitter e redes sociais os atos espúrios do clã Bolsonaro, não vejo convocação para bater de frente cotra essa onda retrógrada que varre a nação nem figuras que deveriam estar nos representando se manifestando ou formando coalizão para enfrentar a ameaça que se faz mais e mais presente. Seguimos sem rumo endeusando um homem que fez muito mas que precisa ceder lugar a novos quadros, a esquerda segue sem rumo e sem cabeça ainda presa a questões internas e um marasmo condenável enquanto os golpistas se articulam e fazem a festa sobre os escombros de nossos sonhos.
Eu queria ter algum tipo de esperança, de verdade, mas o quadro que vai sendo formado adiante é tão terrível que eu tenho calafrios só de pensar no que virá depois de 15/03 e, o que mais me espante é quantidade de gente que apoia esse tipo de coisa, como se nunca tivéssemos passado por um regime de exceção e como se fechar congresso e demais instituições fosse algo benéfico a toda a sociedade.
Estão todos tão cegos pelo discurso trollado de Bolsonaro que não conseguem ver a verdade nem quando ela estapeia suas fuças e novamente eu digo a vocês, quando derem por si será tarde demais porque ditadores não tem amigos, só tem inimigos.
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24 de fev. de 2020
Ouvir para entender e não temer
As vozes estão aí, basta querer ouvi-las.
Ainda mais nos tempos em que vivemos, onde o obscurantismo parece fazer morada e refastelar-se sem medo ou vergonha, cada vez mais precisamos de vozes que ecoem lições aprendidas para que não incorramos nos mesmos erros e, melhor, para que fiquemos atentos ante os sinais que nos são dados de que a sociedade caminha aberta e livremente para um regime onde a regra é não haver exceção, ou estamos dentro ou estaremos fora.
Ouvir Trevisan falar é sempre um alento, uma voz que ainda traz alguma calma em tempos tão caóticos, faz crer que nem tudo está perdido e que ainda temos algum tipo de saída. Ele segue falando, talvez para mais gente agora mas ainda menos do que deveria ou poderia ou mereceria falar mas, segue falando porque ele não quer, não pode e nem deve calar, o dia que sua voz sumir, estaremos por nossa conta soltos nessa aridez de ódio e preconceito que vem nos atingindo em ondas cada vez maiores e mais fortes e, rezo para que tenhamos capacidade de ter absorvido suas palavras para poder levar adiante a faísca de esperança que ele está nos passando.
Quando você estiver cansado, exausto, pensando que não há saída, vá ouvi-lo falar, leia alguma matéria, texto ou livro sobre ele ou de sua autoria, procure conhecer sua obra e vida, tire disso a força e ânimo para seguir adiante. Não, ele não é Deus, um santo ou algum tipo de cânone divino, longe disso, mas a bagagem que ele traz é útil para todos nós que padecemos da condição humana e não aceitamos ser dela removidos ou demovidos.
Ele é apenas um homem, uma pessoa, um ser humano, alguém que foi um pouco mais além e que viu aquele outro lado e está lá nos acenando para que façamos a travessia pelo caminho certo independente que seja mais ou menos doloroso, ele trilhou e ajudou a pavimentar, nós estamos andando sobre o asfalto que ele colocou e desviando dos buracos na medida do possível. Nessa estrada, estamos também colocando nosso asfalto, sobre o dele, junto, para fazer caminho para quem vier depois de nós e assim por diante.
A dinâmica da coisa é assim, olhar para a frente deixando o caminho atrás aberto para que outros possam seguir nossos passos e trilhar seu caminho com a ajuda do que fizemos, fechados uns nos outros jamais chegaremos a lugar algum, ficaremos presos em desvios e contornos opacos sem saber se chegamos onde queríamos chegar ou onde poderíamos chegar, estaremos rodando no mesmo lugar, atrás do próprio rabo sem nos darmos conta de que o tempo passa mais rápido que o caminho e, quando o tempo acaba, a gente acaba mas o caminho segue.
Então ouça, sem medo, quando essas vozes falarem. Peça que elas falem, não as cale, peça que sigam falando, que sigam dando alento e luz para que sigamos nossos caminhos, já há gente demais plantando ódio e rancor, preconceito e horror, essas sim são vozes que devemos calar, não ouvir, esquecer e isolar.
Vamos ouvir que ouvindo vamos entender e entendendo, vamos parar de ter medo.
Ainda mais nos tempos em que vivemos, onde o obscurantismo parece fazer morada e refastelar-se sem medo ou vergonha, cada vez mais precisamos de vozes que ecoem lições aprendidas para que não incorramos nos mesmos erros e, melhor, para que fiquemos atentos ante os sinais que nos são dados de que a sociedade caminha aberta e livremente para um regime onde a regra é não haver exceção, ou estamos dentro ou estaremos fora.
Ouvir Trevisan falar é sempre um alento, uma voz que ainda traz alguma calma em tempos tão caóticos, faz crer que nem tudo está perdido e que ainda temos algum tipo de saída. Ele segue falando, talvez para mais gente agora mas ainda menos do que deveria ou poderia ou mereceria falar mas, segue falando porque ele não quer, não pode e nem deve calar, o dia que sua voz sumir, estaremos por nossa conta soltos nessa aridez de ódio e preconceito que vem nos atingindo em ondas cada vez maiores e mais fortes e, rezo para que tenhamos capacidade de ter absorvido suas palavras para poder levar adiante a faísca de esperança que ele está nos passando.
Quando você estiver cansado, exausto, pensando que não há saída, vá ouvi-lo falar, leia alguma matéria, texto ou livro sobre ele ou de sua autoria, procure conhecer sua obra e vida, tire disso a força e ânimo para seguir adiante. Não, ele não é Deus, um santo ou algum tipo de cânone divino, longe disso, mas a bagagem que ele traz é útil para todos nós que padecemos da condição humana e não aceitamos ser dela removidos ou demovidos.
Ele é apenas um homem, uma pessoa, um ser humano, alguém que foi um pouco mais além e que viu aquele outro lado e está lá nos acenando para que façamos a travessia pelo caminho certo independente que seja mais ou menos doloroso, ele trilhou e ajudou a pavimentar, nós estamos andando sobre o asfalto que ele colocou e desviando dos buracos na medida do possível. Nessa estrada, estamos também colocando nosso asfalto, sobre o dele, junto, para fazer caminho para quem vier depois de nós e assim por diante.
A dinâmica da coisa é assim, olhar para a frente deixando o caminho atrás aberto para que outros possam seguir nossos passos e trilhar seu caminho com a ajuda do que fizemos, fechados uns nos outros jamais chegaremos a lugar algum, ficaremos presos em desvios e contornos opacos sem saber se chegamos onde queríamos chegar ou onde poderíamos chegar, estaremos rodando no mesmo lugar, atrás do próprio rabo sem nos darmos conta de que o tempo passa mais rápido que o caminho e, quando o tempo acaba, a gente acaba mas o caminho segue.
Então ouça, sem medo, quando essas vozes falarem. Peça que elas falem, não as cale, peça que sigam falando, que sigam dando alento e luz para que sigamos nossos caminhos, já há gente demais plantando ódio e rancor, preconceito e horror, essas sim são vozes que devemos calar, não ouvir, esquecer e isolar.
Vamos ouvir que ouvindo vamos entender e entendendo, vamos parar de ter medo.
21 de fev. de 2020
Tela de cinema
Sou de outra época, distante nem tanto mas já quase memória para poucos que dela comungam comigo.
Quando comecei a ir ao cinema, puxado pela minha mãe e minha tia que plantaram em mim o amor por ele, não haviam essas redes gigantes e seus combos enormes nem salas gourmet ou com ingresso a preço de ouro, era cinema de rua mesmo, tinha de ir para a 'cidade' leia-se centro que, à época, era sinônimo de sujeira e decadência o que não parecia nos afastar dele muito pelo contrário.
Lembro de ouvir histórias, sobre o Cine Metro ali na São João (hoje uma dessas igrejas evangélicas onde você pode vender sua alma sem culpa) que, em seus áureos tempos, só permitia entrada se você estivesse devidamente paramentado de terno e gravata. Quando fui, a sala já não fazia tanto luxo mas ainda tentava agarrar-se nalgum tipo de empáfia de outro século agonizando conforma os anos traziam outros valores que iam sepultando os antigos.
O Cine Marabá, hoje um Playarte mambembe e bem mequetrefe, era imenso, possui platéia superior e seu estilo art-decô ainda ecoa em minha memória. O Ipiranga era menos pomposo, segue fechado, não se sabe se vira centro cultural ou reabre como uma dessas redes que se alimentam do cinema blockbuster.
Mais abaixo na São João tínhamos o Regina, bem de esquina e depois do cruzamento com a Duque, um de frente ao outro, o Cinespacial que era redondo na disposição dos assentos e possuía três telas localizadas no teto, um conceito inédito para a época, de qualquer lugar você poderia ver o filme e, o que em minha opinião era a joia da coroa do cinema em SP, o COMODORO, então a maior sala de cinema da cidade e projetava apenas copiões em Cinerama 70mm e com som surround comportando até 1400 pessoas, assistir um filme ali era uma experiência equivalente ao IMAX nos dia de hoje.
Nessas salas e em outras assisti filmes como Star Wars IV, Superman - O Filme, Alien - O oitavo passageiro, Caçadores da Arca Perdida e 2001 entre outros tantos.
Então, é com imenso pesar que li esta notícia aqui. Era uma das melhores salas de SP e ainda um dos espaços a passar filmes de arte ou independentes, confortável, preço mais do que acessível e localizada na Paulista, no conjunto nacional.
Lamentável que vá tenha encerrado suas atividades e, por algum tipo de coincidência estranha, com PARASITA, nada seria mais adequado, penso eu. Não sei se haverá algum movimento para tentar reverter esta situação, espero de coração que sim pois não precisamos de mais salas cinemark mas de salas como esta onde a arte pode respirar e resistir.
O que mais me entristece é saber que isso é uma tragédia anunciada vide o desmonte da cultura que esse governo abjeto promove, fascistas não gostam de cultura porque a cultura faz o povo pensar e povo que pensa não aceita muito bem um governo que deseja lhe ditar o que ler, ver, ouvir ou pensar.
Quando comecei a ir ao cinema, puxado pela minha mãe e minha tia que plantaram em mim o amor por ele, não haviam essas redes gigantes e seus combos enormes nem salas gourmet ou com ingresso a preço de ouro, era cinema de rua mesmo, tinha de ir para a 'cidade' leia-se centro que, à época, era sinônimo de sujeira e decadência o que não parecia nos afastar dele muito pelo contrário.
Lembro de ouvir histórias, sobre o Cine Metro ali na São João (hoje uma dessas igrejas evangélicas onde você pode vender sua alma sem culpa) que, em seus áureos tempos, só permitia entrada se você estivesse devidamente paramentado de terno e gravata. Quando fui, a sala já não fazia tanto luxo mas ainda tentava agarrar-se nalgum tipo de empáfia de outro século agonizando conforma os anos traziam outros valores que iam sepultando os antigos.
O Cine Marabá, hoje um Playarte mambembe e bem mequetrefe, era imenso, possui platéia superior e seu estilo art-decô ainda ecoa em minha memória. O Ipiranga era menos pomposo, segue fechado, não se sabe se vira centro cultural ou reabre como uma dessas redes que se alimentam do cinema blockbuster.
Mais abaixo na São João tínhamos o Regina, bem de esquina e depois do cruzamento com a Duque, um de frente ao outro, o Cinespacial que era redondo na disposição dos assentos e possuía três telas localizadas no teto, um conceito inédito para a época, de qualquer lugar você poderia ver o filme e, o que em minha opinião era a joia da coroa do cinema em SP, o COMODORO, então a maior sala de cinema da cidade e projetava apenas copiões em Cinerama 70mm e com som surround comportando até 1400 pessoas, assistir um filme ali era uma experiência equivalente ao IMAX nos dia de hoje.
Nessas salas e em outras assisti filmes como Star Wars IV, Superman - O Filme, Alien - O oitavo passageiro, Caçadores da Arca Perdida e 2001 entre outros tantos.
Então, é com imenso pesar que li esta notícia aqui. Era uma das melhores salas de SP e ainda um dos espaços a passar filmes de arte ou independentes, confortável, preço mais do que acessível e localizada na Paulista, no conjunto nacional.
Lamentável que vá tenha encerrado suas atividades e, por algum tipo de coincidência estranha, com PARASITA, nada seria mais adequado, penso eu. Não sei se haverá algum movimento para tentar reverter esta situação, espero de coração que sim pois não precisamos de mais salas cinemark mas de salas como esta onde a arte pode respirar e resistir.
O que mais me entristece é saber que isso é uma tragédia anunciada vide o desmonte da cultura que esse governo abjeto promove, fascistas não gostam de cultura porque a cultura faz o povo pensar e povo que pensa não aceita muito bem um governo que deseja lhe ditar o que ler, ver, ouvir ou pensar.
20 de fev. de 2020
Polícia para quem?
Não sei quanto a vocês mas eu e meu marido temos percebido um aumento considerável dos casos de agressões cometidas por PMs vide esta último caso.
Se você tem um pouco de conhecimento ou estudou história, sabe que a PM ainda carrega dentro de si uma herança nefasta da época da Ditadura, muitos dos quadros do antigo regime correram para os braços das PMs buscando fugir de possíveis retaliações após o fim do regime ou até mesmo para seguir com seu trabalho espúrio.
A PM é o braço armado do Estado e deveria, em tese, zelar pela sociedade e pelo cumprimento das Leis, garantir a segurança dos cidadãos e atuar quando acionada para garantir que as liberdades individuais e integridade física destes seja garantida, deveria ser uma instituição que inspirasse confiança, não medo.
Faz exatamente o oposto disso e ainda mais com um governo que apoia a violência, o abuso de poder e prega em alto e bom som que bandido bom é bandido morto.
Acho engraçado senão trágico os cidadãos de bem apoiando essas ações horrendas da PM que é sim uma instituição digna e com quadros que sabem atuar no intuito de proteger e defender a sociedade mas casos como esse não merecem celebração e sim revolta e indignação.
Esses cidadãos de bem babando ódio e aplaudindo esse tipo de ação são os mesmo que defendem o Estado militarizado e opressor já que para eles essa realidade do vídeo é apenas um reality show de mau gosto, jamais passaram ou passarão por isso. Em sua lógica torta, atestam que se a PM se excedeu foi por ter sido provocada, apenas reagiram de acordo e estavam lá atrás de vagabundo, traficante, desordeiro e comunistas, para eles a violência é totalmente justificada quando as bases da sociedade que entendem serem suas são ameaçadas, são eles contra nós, pensam esses cidadãos de bem, que a PM desça o sarrafo neles então.
A PM precisa zelar pela segurança de todos e não agir com dois pesos e duas medidas quando a ação é na periferia e quando é na região da elite branca normativa, toda essa ação é de um horror sem igual e se você acha normal um PM sacar sua arma e agredir violentamente qualquer pessoa que seja então você não entendeu nada sobre o papel da PM mas está querendo um esquadrão da morte para limpar a sociedade, você ainda vive no regime antigo, gosta da ditadura porque então tudo era melhor e as pessoas respeitavam as leis.
Infelizmente para vocês, ainda estamos numa Democracia e o Estado não pode usar a truculência de seu braço armado para impor a lei e a ordem, a abordagem de um PM deve ser a mesma para qualquer um e sempre buscando preservar a integridade física do cidadão, a PM não está aí para matar mas para zelar por nós, para estar lá quando precisamos e não para amedrontar quando a vemos, se você é incapaz de entender essa diferença básica então há algo de muito errado com você e lamento dizer que se hoje você aplaude e acha bonito esse tipo de video, amanhã, quando essa mesma PM fizer o mesmo com você porque o Estado armado não tem amigos, quero ver para quem você vai pedir ajuda ou chorar...
19 de fev. de 2020
Mea culpa
A culpa é dela.
A mulher é sempre a oferecida, a que pede, a que provoca.
O estuprador sempre culpa a vítima.
O fascista sempre culpa a imprensa.
O ditador sempre culpa o povo.
O ignorante sempre culpa os livros.
O racista sempre culpa a cor.
O homofóbico sempre culpa as gays.
O machista sempre culpa a mulher.
O empresário sempre culpa o trabalhador.
O rico sempre culpa o pobre.
O maníaco sempre culpa a vítima.
O assediador sempre culpa o assediadx.
O abusador sempre culpa o abusado.
O conservador sempre culpa os comunistas.
Os crentes sempre culpam as outras religiões.
Os cristãos sempre culpam a Deus.
Os políticos sempre culpam a mídia.
Os milicianos sempre culpam Marielle.
Culpa da vítima, sempre.
Menino Luxento você quer o que?
Quando penso que a capacidade de proferir atrocidades do messias não pode piorar, ele me surpreende e se supera de lavada.
Esse comentário infeliz precisa ser pensado com cuidado e aos que defendem o presidente apenas peço que reflitam para além do seu feudo e entendam que uma pessoa que ocupa o maior cargo executivo do país deveria ter no mínimo um comportamento condizente com o cargo e não ficar oferecendo bananas e fazendo piadinhas de gosto duvidoso para mitar.
Quando ele faz esse tipo de piada contra uma jornalista e mulher está dando aval para que todos vocês achem normal esse tipo de atitude e agindo como um adolescente e não como o adulto que deveria estar mais preparado e preocupado em governar e responder de forma clara e honesta a questionamentos válidos.
A imprensa não está contra ele, ela está apenas fazendo seu trabalho mas vocês preferem enxergar comunista e esquerdista em todo canto quando as opiniões não são favoráveis ou as perguntas são mais pesadas.
Vocês que aplaudem e gritam MITO estão baixando a cabeça para uma pessoa sem qualquer preparo emocional ou profissional para exercer o cargo em que está e que está desmontando toda a rede social para agradar os ricos, empresários, religiosos e abastados mas vocês seguem aplaudindo como se fosse o salvador da pátria.
Seu presidente está abrindo feridas que levarão décadas para curar ou talvez jamais serão curadas é só faz aumentar o ódio e a intolerância que nutrimos uns contra os outros cada vez que fala como se estivesse numa festa de família no papel daquele parente chato que a gente precisa tolerar e não como presidente da república.
Ele representa a pior faceta nossa e está lá para provar que vocês são tão podres quanto ele pois justificam qualquer ato dele como auto defesa o que é tipicamente comportamento de massa de manobra da direita conservadora ou seja, ou estamos com vocês ou contra vocês.
Ledo engano, estamos todos do lado de cá e ele está do outro lado mas vocês só irão se dar conta disso quando for tarde demais
Esse comentário infeliz precisa ser pensado com cuidado e aos que defendem o presidente apenas peço que reflitam para além do seu feudo e entendam que uma pessoa que ocupa o maior cargo executivo do país deveria ter no mínimo um comportamento condizente com o cargo e não ficar oferecendo bananas e fazendo piadinhas de gosto duvidoso para mitar.
Quando ele faz esse tipo de piada contra uma jornalista e mulher está dando aval para que todos vocês achem normal esse tipo de atitude e agindo como um adolescente e não como o adulto que deveria estar mais preparado e preocupado em governar e responder de forma clara e honesta a questionamentos válidos.
A imprensa não está contra ele, ela está apenas fazendo seu trabalho mas vocês preferem enxergar comunista e esquerdista em todo canto quando as opiniões não são favoráveis ou as perguntas são mais pesadas.
Vocês que aplaudem e gritam MITO estão baixando a cabeça para uma pessoa sem qualquer preparo emocional ou profissional para exercer o cargo em que está e que está desmontando toda a rede social para agradar os ricos, empresários, religiosos e abastados mas vocês seguem aplaudindo como se fosse o salvador da pátria.
Seu presidente está abrindo feridas que levarão décadas para curar ou talvez jamais serão curadas é só faz aumentar o ódio e a intolerância que nutrimos uns contra os outros cada vez que fala como se estivesse numa festa de família no papel daquele parente chato que a gente precisa tolerar e não como presidente da república.
Ele representa a pior faceta nossa e está lá para provar que vocês são tão podres quanto ele pois justificam qualquer ato dele como auto defesa o que é tipicamente comportamento de massa de manobra da direita conservadora ou seja, ou estamos com vocês ou contra vocês.
Ledo engano, estamos todos do lado de cá e ele está do outro lado mas vocês só irão se dar conta disso quando for tarde demais
18 de fev. de 2020
Sentido!
Finalmente! E sem o disparo de um único tiro!
Jair deu golpe matreiro, sem mandar prender ou fuzilar ninguém (exceto aquele miliciano), golpe 'branco', arma nem tanto, armou sim mas foi a fritura de alguns apoiadores pensando que o ano mal começou e já está só levando bucha, que dirá depois do carnaval quando o país realmente se der conta que vai começar o ano?
Moro já anda mais pra lá do que pra cá, a 'educassão' só precisa de um empurrãozinho pra cair, nada que o imbecil que comanda a pasta não possa fazer nos próximos dias e aí, só enfiar lá mais um general, capitão, alferes ou qualquer bosta dessas para o Messias ficar mais seguro de que não vai ter gente querendo quebrar a hierarquia da caserna.
Militar segue ordem, não pergunta, não questiona, melhor estilo tropa, missão dada é cumprida, Jair gosta assim e as Olavetes estão só dando dor de cabeça. Com mais milicos ao seu redor, Jair pode sair dando bananas a quem bem entender e se reclamar é prendo e arrebento essa merda.
As bananas de Jair estão bem maduras, senhores. Estão prontas para descascar e entubar em nossos rabos, sem KY, sem gel, sem cuspe, a palo seco que assim que é na ditadura ou quer mais?
Quer?
ANCINE vai ter um 'órgão regulador' gerido por um militar, quer mais? Aos poucos o golpe vai ganhando cara e dizendo a que veio, meus amores. E vai de banana que engorda e faz crescer! Jair sai dando banana pra todo mundo que não sabe como se portar na frente do mandatário da nação, milico aposentado que nunca provou um golpe safra 64 com canapés de AI5, melhor convescote ever!
Jair queria mas como não dava pra refazer esse ou chamar aquele Ustra pra colocar ordem na petralhada e esquerdopatas, bixas, artistas, putas e demais merdas, teve de aprender na marra a fazer seu 64 Revisited e Remaster, vai lá, usa de referência mas não copia que não é pra geral dizer que é ditadura, não é!
Só um revisionismo aqui e ali, tirar uns livros aqui e acolá, acabar com essa mamata de pobre com benefício social, viajar de avião e querer estudar filosofia, sociologia ou qualquer umas dessas coisas de vagabundo subversivo, tem de estudar direito, engenharia, medicina, profissão de gente de bem, decente, branca, TFP. Heil White!
Não estamos maltratando ninguém, não estamos destruindo nada, apenas adaptando para ficar mais condizente com a maioria cristã sociopatas de cristo e aquela biblioteca ali pode tirar que vou fazer o gabinete da minha mulher que é temente a deus e obedece a mim, talkei? Livro aqui não precisa, livro pra que? Esse espaço aí onde tem livro deve ter coisa se esquerda, livro é coisa de comunista, tira daí e faz um banheiro pra minha esposa poder ficar mais confortável, ela também não lê porque eu proíbo, onde já se viu mulher lendo?
E toma aqui uma banana pra vocês que estão achando ruim, oras!
Jair deu golpe matreiro, sem mandar prender ou fuzilar ninguém (exceto aquele miliciano), golpe 'branco', arma nem tanto, armou sim mas foi a fritura de alguns apoiadores pensando que o ano mal começou e já está só levando bucha, que dirá depois do carnaval quando o país realmente se der conta que vai começar o ano?
Moro já anda mais pra lá do que pra cá, a 'educassão' só precisa de um empurrãozinho pra cair, nada que o imbecil que comanda a pasta não possa fazer nos próximos dias e aí, só enfiar lá mais um general, capitão, alferes ou qualquer bosta dessas para o Messias ficar mais seguro de que não vai ter gente querendo quebrar a hierarquia da caserna.
Militar segue ordem, não pergunta, não questiona, melhor estilo tropa, missão dada é cumprida, Jair gosta assim e as Olavetes estão só dando dor de cabeça. Com mais milicos ao seu redor, Jair pode sair dando bananas a quem bem entender e se reclamar é prendo e arrebento essa merda.
As bananas de Jair estão bem maduras, senhores. Estão prontas para descascar e entubar em nossos rabos, sem KY, sem gel, sem cuspe, a palo seco que assim que é na ditadura ou quer mais?
Quer?
ANCINE vai ter um 'órgão regulador' gerido por um militar, quer mais? Aos poucos o golpe vai ganhando cara e dizendo a que veio, meus amores. E vai de banana que engorda e faz crescer! Jair sai dando banana pra todo mundo que não sabe como se portar na frente do mandatário da nação, milico aposentado que nunca provou um golpe safra 64 com canapés de AI5, melhor convescote ever!
Jair queria mas como não dava pra refazer esse ou chamar aquele Ustra pra colocar ordem na petralhada e esquerdopatas, bixas, artistas, putas e demais merdas, teve de aprender na marra a fazer seu 64 Revisited e Remaster, vai lá, usa de referência mas não copia que não é pra geral dizer que é ditadura, não é!
Só um revisionismo aqui e ali, tirar uns livros aqui e acolá, acabar com essa mamata de pobre com benefício social, viajar de avião e querer estudar filosofia, sociologia ou qualquer umas dessas coisas de vagabundo subversivo, tem de estudar direito, engenharia, medicina, profissão de gente de bem, decente, branca, TFP. Heil White!
Não estamos maltratando ninguém, não estamos destruindo nada, apenas adaptando para ficar mais condizente com a maioria cristã sociopatas de cristo e aquela biblioteca ali pode tirar que vou fazer o gabinete da minha mulher que é temente a deus e obedece a mim, talkei? Livro aqui não precisa, livro pra que? Esse espaço aí onde tem livro deve ter coisa se esquerda, livro é coisa de comunista, tira daí e faz um banheiro pra minha esposa poder ficar mais confortável, ela também não lê porque eu proíbo, onde já se viu mulher lendo?
E toma aqui uma banana pra vocês que estão achando ruim, oras!
17 de fev. de 2020
construção
chegou na cidade estado livro festa pedra palavra frase feito carne flácida. flanou pelas ruelas de verdades gástricas, orou pelas deidades mendigando ex-votos, chorou pela matriz de detalhes sórdidos.
andou pelas casas de debates válidos, ouviu palavras cortes de pessoas pálidas, cheirou aquela pasta de olores cítricos, bebeu uma cachaça de odores clássicos, comeu uma comida de sabores místicos, gerou uma certeza de princípios fálicos.
citou os escritores de de livros ausentes, tirou aquela selfie de âmbito onírico, postou aquela live de sentido lúdico, sentou naquele bar de álcool telúrico, pensou numa revolta de caráter mudo.
vagou pela cidade de olhares baixos, perdeu íntimo rumo de um norte súbito, ergueu-se para um sul com destino rijo, caiu num leste oeste de compasso atávico.
sumiu numa viela recitando cânticos...
14 de fev. de 2020
Pateta
Como esfacelar uma sociedade?
Muitas maneiras, oras!
Primeiro se elege um asno conservador que não sabe patavinas sobre como gerir um país mas tem o apoio das elites socio-econômicas cansadas de dar passagem aos pobres, pretos, bixas, mulheres, nordestinos e tudo mais que não fala parte de sua casta.
Some um discurso teocrático voltado para os neopentecostais e cristãos TFP, uma certa dose de autoritarismo e intolerância, valores conservadores, ufanismo exacerbado, pátria amada, eles contra nós e falocentrismo.
Depois, comece lentamente a testar os limites dessa sociedade através de factóides, frases, atos, ataques a imprensa, fake news, destempero emocional, violência verbal. Veja até onde a sociedade engole algumas coisas e rejeita outras.
Enquanto isso, vá desmontando gradativamente a cultura, educação e impondo uma censura velada. Acena com melhoras na economia e com números que comprovem isso tirados de sua cartola mágica neoliberal e critique quem está torcendo contra o país.
Por fim, peça ao seu ministro da economia que deixe claro para quem vocês estão governando, dólar alto não é problema, é solução afinal para os ricos isso significa mais dinheiro, no máximo terão de trocar as férias na Europa ou nos EUA por algum resort no nordeste ou algum projeto de país sul-americano, talvez um safari na África ou um pulo em Cancun. Aquela SUV do ano terá de ser trocada por uma semi-nova e a festa de quinze anos terá de ser feita naquela balada já meio decadente e não no clube da moda e a champanhe terá de ser algo mais barato e não aquela importada.
Mas tudo bem! Vale o sacrifício!
Só de saber que a empregada, o motorista, o porteiro, a manicure, seus filhos e filhas não estarão entupindo as filas de check-in nos aeroportos atrapalhando o acesso da Business Premiu First Platinum Gold, já vale esses pequenos sacrifícios.
Só de não topar com esse povo na Disney, em NYC, Miami, Londres, Chile ou Paris já vale fazer esses pequenos cortes no estilo de vida. Só de não ver os filhos e filhas deles na mesma universidade que os seus dá gosto ter de cortar alguns dólares do orçamento doméstico já tão apertado.
Não ver esse povo comprando carro então, vale qualquer coisa, para isso tem ônibus e metrô, gente! E ver esse povo indo ao shopping? Como se tivessem condições de gastar por lá onde madames levam seus cães de vários salários mínimos passear junto com as babás que estão pra por a mão no diploma, quem vai cuidar das crianças e levar o totó pra passear nos dias de chuva?
Por mim o dólar podia estar até em cinco reais! Não me importo desde que esse povo pare de ocupar esses espaços que nos pertence, pagamos impostos, fazemos doações, ajudamos tanto, qual o problema deles em ficar no seu canto, onde tudo faz mais sentido? Eles não tem condições de entender este lado aqui, as diferenças entre os tipos de café, de pães artesanais, dos diferentes tipos de tecido, as fragrâncias finas que exalamos, não sabem se comportar num avião, num táxi, num Uber, não sabem como ir a um museu aliás nem precisam, lá onde moram tem tudo que precisam, não?
Onde já se viu irem pra Disney? Nem português falam direito, que dirá inglês! Para viajar ao exterior tem de saber se portar, se vestir, falar, andar, representar o país lá fora, não pode ser qualquer um não! Vá lá, uma vez na vida, um sonho realizado, um desejo, uma doação feita por algum desses programas que realizam sonhos, tudo bem! UMA VEZ, mais que isso é desnecessário, gente!
Como esse pessoal pode fazer um check-in, um bag drop, pedir um upgrade, conhecer os rewards do programa de milhagem? Como podem saber o que é late check-in, early check-out? Se quer devem saber o que é um single room, nem mesmo um boarding pass. Nem sabem pronunciar as marcas do Duty Free!
Por isso o ministro está certo, tem de deixar esse dólar alto mesmos porque essas coisas devem ser apenas para quem tem condições de usá-las, de entender como usar, não pode ser pra qualquer um.
Ou isso ou então aqui é a Disney e somos todos Pateta.
Muitas maneiras, oras!
Primeiro se elege um asno conservador que não sabe patavinas sobre como gerir um país mas tem o apoio das elites socio-econômicas cansadas de dar passagem aos pobres, pretos, bixas, mulheres, nordestinos e tudo mais que não fala parte de sua casta.
Some um discurso teocrático voltado para os neopentecostais e cristãos TFP, uma certa dose de autoritarismo e intolerância, valores conservadores, ufanismo exacerbado, pátria amada, eles contra nós e falocentrismo.
Depois, comece lentamente a testar os limites dessa sociedade através de factóides, frases, atos, ataques a imprensa, fake news, destempero emocional, violência verbal. Veja até onde a sociedade engole algumas coisas e rejeita outras.
Enquanto isso, vá desmontando gradativamente a cultura, educação e impondo uma censura velada. Acena com melhoras na economia e com números que comprovem isso tirados de sua cartola mágica neoliberal e critique quem está torcendo contra o país.
Por fim, peça ao seu ministro da economia que deixe claro para quem vocês estão governando, dólar alto não é problema, é solução afinal para os ricos isso significa mais dinheiro, no máximo terão de trocar as férias na Europa ou nos EUA por algum resort no nordeste ou algum projeto de país sul-americano, talvez um safari na África ou um pulo em Cancun. Aquela SUV do ano terá de ser trocada por uma semi-nova e a festa de quinze anos terá de ser feita naquela balada já meio decadente e não no clube da moda e a champanhe terá de ser algo mais barato e não aquela importada.
Mas tudo bem! Vale o sacrifício!
Só de saber que a empregada, o motorista, o porteiro, a manicure, seus filhos e filhas não estarão entupindo as filas de check-in nos aeroportos atrapalhando o acesso da Business Premiu First Platinum Gold, já vale esses pequenos sacrifícios.
Só de não topar com esse povo na Disney, em NYC, Miami, Londres, Chile ou Paris já vale fazer esses pequenos cortes no estilo de vida. Só de não ver os filhos e filhas deles na mesma universidade que os seus dá gosto ter de cortar alguns dólares do orçamento doméstico já tão apertado.
Não ver esse povo comprando carro então, vale qualquer coisa, para isso tem ônibus e metrô, gente! E ver esse povo indo ao shopping? Como se tivessem condições de gastar por lá onde madames levam seus cães de vários salários mínimos passear junto com as babás que estão pra por a mão no diploma, quem vai cuidar das crianças e levar o totó pra passear nos dias de chuva?
Por mim o dólar podia estar até em cinco reais! Não me importo desde que esse povo pare de ocupar esses espaços que nos pertence, pagamos impostos, fazemos doações, ajudamos tanto, qual o problema deles em ficar no seu canto, onde tudo faz mais sentido? Eles não tem condições de entender este lado aqui, as diferenças entre os tipos de café, de pães artesanais, dos diferentes tipos de tecido, as fragrâncias finas que exalamos, não sabem se comportar num avião, num táxi, num Uber, não sabem como ir a um museu aliás nem precisam, lá onde moram tem tudo que precisam, não?
Onde já se viu irem pra Disney? Nem português falam direito, que dirá inglês! Para viajar ao exterior tem de saber se portar, se vestir, falar, andar, representar o país lá fora, não pode ser qualquer um não! Vá lá, uma vez na vida, um sonho realizado, um desejo, uma doação feita por algum desses programas que realizam sonhos, tudo bem! UMA VEZ, mais que isso é desnecessário, gente!
Como esse pessoal pode fazer um check-in, um bag drop, pedir um upgrade, conhecer os rewards do programa de milhagem? Como podem saber o que é late check-in, early check-out? Se quer devem saber o que é um single room, nem mesmo um boarding pass. Nem sabem pronunciar as marcas do Duty Free!
Por isso o ministro está certo, tem de deixar esse dólar alto mesmos porque essas coisas devem ser apenas para quem tem condições de usá-las, de entender como usar, não pode ser pra qualquer um.
Ou isso ou então aqui é a Disney e somos todos Pateta.
13 de fev. de 2020
Lugar de mulher
Realmente estamos no fim dos tempos.
A onda conservadora se espalha com mais velocidade do que a epidemia da vez vide esta matéria absurda sobre #tradwives, um movimento de (pasmem) mulheres que defendem a submissão feminina ao marido e valores tradicionais totalmente alinhados com a extrema direita conservadora e supremacistas brancos e já tem braços na Inglaterra, Japão e até no Brasil mas teve sua origem nos EUA.
É curioso como a maioria esmagadora das mulheres que pertencem a esse movimento são brancas e de classe social alta ou média-alta, como atestam que essa é uma escolha consciente e que tem sim um viés feminista. Esse recorte diz muito sobre essas mulheres, algumas possuíam trabalhos e carreiras promissoras ou mesmo consolidadas e abriram mão de tudo isso para adotar um estilo de vida mais tradicional e que remete ao 'american way of life' do pós-guerra.
Estamos falando de mulheres pertencentes a classes sociais diretamente ligadas aos segmentos mais conservadores da sociedade e que, por algum motivo que me foge a compreensão, parecem não mais encontrar sentido da realização profissional ou pessoal preferindo adotar uma postura de coadjuvantes em suas vidas talvez quando confrontadas com as incertezas e inseguranças que o mundo moderno preconiza e que, se confrontados com os ideais e estilo de vida antigos encontrem algum tipo de segurança mórbida em serem novamente escravas do lar e servas do macho provedor como diz a reportagem ainda que ache uma redução meio perigosa do tema.
Veja bem, não questiono a escolha racional e sensata de quem opta por cuidar da casa e dos filhos, se isto é feito de comum acordo entre o casal e há um reconhecimento e respeito assim como uma divisão o mais igualitária quanto possível das tarefas e responsabilidades, quem sou eu para questionar tal decisão ainda que, nos dia de hoje, considere tal decisão equivocada vide o custo exorbitante de criar um filho e manter uma casa implicando que se há mais renda entrando, melhor para todos.
Acontece que esse tipo de escolha é feito apenas pelas mulheres e casais cujas condições sócio econômicas assim o permitem enquanto grande parte das mulheres acaba por fazê-lo por não ter outra opção ou por imposição do companheiro que não vê com bons olhos mulher que sai para trabalhar e 'abandona' a casa e os filhos.
A sociedade em que vivemos ainda é extremamente machista, mulheres ainda ganham salários menores, são mais discriminadas no ambiente de trabalho e sofrem com assédio diariamente, isso poderia explicar, como disse acima, esse tipo de movimento com base numa descrença feminina de que o movimento feminista possa efetivamente fazer algo para mudar esse quadro mas, ainda acho uma teoria pouco forte para explicar tudo isso. O movimento feminista segue lutando para diminuir essas desigualdades e violências contra a mulher mas talvez tenha perdido no caminho algum tipo de diálogo com as mulheres que, não se reconhecendo no movimento, acabaram por se associar com esse tipo de pensamento conservador que vai angariando mais adeptas cada dia que passa.
Há uma deturpação cruel na lógica dessas #tradwives que agradecem o feminismo por suas conquistas mas dizem que já foi o suficiente e que essa escolha 'consciente' é também em si um ato feminista como se grandes conquistas do movimento fossem apenas insignificantes. Penso que essas mulheres, como disse acima, perderam a voz ou diálogo dentro do movimento que não soube como trazê-las para dentro e, em assim sendo, esse feminismo passou a lhes parecer nocivo e bélico demais para representar uma parcela de pessoas que talvez não concordassem com tudo que o movimento prega.
Claro, todo movimento tem dissidências e pessoas que não concordam com muitas de suas ideias ou práticas, no pior dos casos há rachas dentro dos movimentos que geram outros movimentos mais alinhados com o pensar daquela parcela que não concordava com a maioria e pessoalmente, é como enxergo essas mulheres ainda que me pareça uma falta de sentido sem tamanho e um retrocesso sem igual, como é possível que em pleno século XXI tenhamos mulheres que preguem a submissão ao homem e coisas como atrair e reter um homem? A pior hipótese é que esse novo movimento seja apenas uma outra frente conservadora para combater os ideais feministas usando de forma massiva as redes sociais e propaganda como vem fazendo o que não me deixaria surpreso.
Mesmo essas minhas reflexões acima ainda são apenas hipóteses para explicar tal movimento. O que mais me surpreende são essas mulheres que realmente acreditam nisso e posam em suas redes sociais felizes e realizadas, talvez o sejam, quem pode dizer mas, não consigo visualizar como realização ter uma vida dedicada a cuidar do macho provedor, cuidar de suas crias e atuar como elenco de apoio ainda que, mulheres que fazem estas escolhas de forma consciente e com apoio de seus companheiros ou companheiras como disse antes, mereçam todo respeito e admiração pois é trabalho para destemidos e fortes de coração.
O X da questão talvez esteja na desigualdade social como comentei mais acima pois ela é que define o que é escolha ou não.
A onda conservadora se espalha com mais velocidade do que a epidemia da vez vide esta matéria absurda sobre #tradwives, um movimento de (pasmem) mulheres que defendem a submissão feminina ao marido e valores tradicionais totalmente alinhados com a extrema direita conservadora e supremacistas brancos e já tem braços na Inglaterra, Japão e até no Brasil mas teve sua origem nos EUA.
É curioso como a maioria esmagadora das mulheres que pertencem a esse movimento são brancas e de classe social alta ou média-alta, como atestam que essa é uma escolha consciente e que tem sim um viés feminista. Esse recorte diz muito sobre essas mulheres, algumas possuíam trabalhos e carreiras promissoras ou mesmo consolidadas e abriram mão de tudo isso para adotar um estilo de vida mais tradicional e que remete ao 'american way of life' do pós-guerra.
Estamos falando de mulheres pertencentes a classes sociais diretamente ligadas aos segmentos mais conservadores da sociedade e que, por algum motivo que me foge a compreensão, parecem não mais encontrar sentido da realização profissional ou pessoal preferindo adotar uma postura de coadjuvantes em suas vidas talvez quando confrontadas com as incertezas e inseguranças que o mundo moderno preconiza e que, se confrontados com os ideais e estilo de vida antigos encontrem algum tipo de segurança mórbida em serem novamente escravas do lar e servas do macho provedor como diz a reportagem ainda que ache uma redução meio perigosa do tema.
Veja bem, não questiono a escolha racional e sensata de quem opta por cuidar da casa e dos filhos, se isto é feito de comum acordo entre o casal e há um reconhecimento e respeito assim como uma divisão o mais igualitária quanto possível das tarefas e responsabilidades, quem sou eu para questionar tal decisão ainda que, nos dia de hoje, considere tal decisão equivocada vide o custo exorbitante de criar um filho e manter uma casa implicando que se há mais renda entrando, melhor para todos.
Acontece que esse tipo de escolha é feito apenas pelas mulheres e casais cujas condições sócio econômicas assim o permitem enquanto grande parte das mulheres acaba por fazê-lo por não ter outra opção ou por imposição do companheiro que não vê com bons olhos mulher que sai para trabalhar e 'abandona' a casa e os filhos.
A sociedade em que vivemos ainda é extremamente machista, mulheres ainda ganham salários menores, são mais discriminadas no ambiente de trabalho e sofrem com assédio diariamente, isso poderia explicar, como disse acima, esse tipo de movimento com base numa descrença feminina de que o movimento feminista possa efetivamente fazer algo para mudar esse quadro mas, ainda acho uma teoria pouco forte para explicar tudo isso. O movimento feminista segue lutando para diminuir essas desigualdades e violências contra a mulher mas talvez tenha perdido no caminho algum tipo de diálogo com as mulheres que, não se reconhecendo no movimento, acabaram por se associar com esse tipo de pensamento conservador que vai angariando mais adeptas cada dia que passa.
Há uma deturpação cruel na lógica dessas #tradwives que agradecem o feminismo por suas conquistas mas dizem que já foi o suficiente e que essa escolha 'consciente' é também em si um ato feminista como se grandes conquistas do movimento fossem apenas insignificantes. Penso que essas mulheres, como disse acima, perderam a voz ou diálogo dentro do movimento que não soube como trazê-las para dentro e, em assim sendo, esse feminismo passou a lhes parecer nocivo e bélico demais para representar uma parcela de pessoas que talvez não concordassem com tudo que o movimento prega.
Claro, todo movimento tem dissidências e pessoas que não concordam com muitas de suas ideias ou práticas, no pior dos casos há rachas dentro dos movimentos que geram outros movimentos mais alinhados com o pensar daquela parcela que não concordava com a maioria e pessoalmente, é como enxergo essas mulheres ainda que me pareça uma falta de sentido sem tamanho e um retrocesso sem igual, como é possível que em pleno século XXI tenhamos mulheres que preguem a submissão ao homem e coisas como atrair e reter um homem? A pior hipótese é que esse novo movimento seja apenas uma outra frente conservadora para combater os ideais feministas usando de forma massiva as redes sociais e propaganda como vem fazendo o que não me deixaria surpreso.
Mesmo essas minhas reflexões acima ainda são apenas hipóteses para explicar tal movimento. O que mais me surpreende são essas mulheres que realmente acreditam nisso e posam em suas redes sociais felizes e realizadas, talvez o sejam, quem pode dizer mas, não consigo visualizar como realização ter uma vida dedicada a cuidar do macho provedor, cuidar de suas crias e atuar como elenco de apoio ainda que, mulheres que fazem estas escolhas de forma consciente e com apoio de seus companheiros ou companheiras como disse antes, mereçam todo respeito e admiração pois é trabalho para destemidos e fortes de coração.
O X da questão talvez esteja na desigualdade social como comentei mais acima pois ela é que define o que é escolha ou não.
12 de fev. de 2020
Chuva de rico, chuva de pobre
Domingo para Segunda a cidade sofreu com o excesso de chuva, reinou o caos e ainda ontem ainda sentíamos a ressaca da calamidade, muito provavelmente hoje e nos dias a seguir sentiremos ainda alguns reflexos para não mencionar o preço de frutas, legumes e verduras que devem disparar já que o CEAGESP que abastece a capital teve praticamente toda suas mercadorias estragadas.
Engraçado, vai ano e vem ano e nada se resolve, todos sabemos que essa época é de chuvas intensas caraterísticas de nosso clima mas as autoridade perecem crer que moramos na Suíça e, quando a tragédia se passa, culpam o clima, a chuva, Deus e seja lá mais o que for enquanto a verba para obras de contenção e prevenção de enchentes teve apenas 40% de seu total gastas em obras e medidas efetivas para a cidade.
Mas, a bem da verdade, não adianta culpar apenas as autoridades ainda que elas sejam sim responsáveis em antever e tomar as medidas necessárias pois já conhecem bem como a banda toca por aqui. Parte dessa culpa deve ser repartida conosco que seguimos jogando lixo e detritos nas ruas, bueiros, locais inadequados sem nos preocuparmos com os efeitos que isso causa no ambiente.
A solução, que não é simples, parte de uma consciência coletiva tanto nossa quanto das autoridades de que uma cidade como a nossa precisa de um plano de reflorestamento urgente assim como de um plano diretor que remova as pessoas de locais de risco e as coloque em segurança, mais fácil dizer do que fazer, infelizmente.
Mudando de assunto para o título do texto, a chuva de rico não é a mesma chuva do pobre.
Enquanto a maioria esmagadora da população lutou para chegar ao trabalho pensando em evitar ter descontado o dia de trabalho ou pior, perder o emprego, perdendo horas sem fim dento de coletivos ou ilhados em alagamentos, pondo suas vidas e saúde em risco para não irritar o patrão, outra parcela contabilizou prejuízos muito mais fúteis quando seus carros de luxo ficaram submersos.
A chuva do pobre castiga e mata, atrasa e isola. O que já é difícil no dia a dia torna-se uma tarefa de Sísifo quando chove desse jeito. A chuva de pobre vem como ira divina, castigo para fazer quem não tem carro se locomover mais humilhado pela cidade cruzando de um extremo a outro para que a madame e o empresário não fiquem seus serviços sem os quais suas vidas mais do que perfeitas sairiam do eixo em questão de minutos.
A chuva do pobre não tem compaixão. Ela vem do riso dos ricos que ficam com pena digital ao ver terminais de ônibus ilhados, trilhos debaixo d'água, estações de trem fechadas, um horror pós-moderno feito filem coreando neo distópico exibido em 4K na sala de pé direito algo.
A chuva do rico traz é o dilema de arrumar a caranga que custa o suficiente para sustentar algumas famílias por alguns anos ou comprar outra. Saber como vai passar a manteiga no pão sem a empregada, por a roupa na máquina que nem sabe como usar, quem vai olhar as crianças para que eu possa ir na minha aula de pilates?
Nem nas catástrofes naturais os pobres conseguem algum tipo de igualdade, talvez até elas saibam distinguir ou os ricos consigam comprar suas graças e deixar o pior naco, para variar, para os pobres.
Engraçado, vai ano e vem ano e nada se resolve, todos sabemos que essa época é de chuvas intensas caraterísticas de nosso clima mas as autoridade perecem crer que moramos na Suíça e, quando a tragédia se passa, culpam o clima, a chuva, Deus e seja lá mais o que for enquanto a verba para obras de contenção e prevenção de enchentes teve apenas 40% de seu total gastas em obras e medidas efetivas para a cidade.
Mas, a bem da verdade, não adianta culpar apenas as autoridades ainda que elas sejam sim responsáveis em antever e tomar as medidas necessárias pois já conhecem bem como a banda toca por aqui. Parte dessa culpa deve ser repartida conosco que seguimos jogando lixo e detritos nas ruas, bueiros, locais inadequados sem nos preocuparmos com os efeitos que isso causa no ambiente.
A solução, que não é simples, parte de uma consciência coletiva tanto nossa quanto das autoridades de que uma cidade como a nossa precisa de um plano de reflorestamento urgente assim como de um plano diretor que remova as pessoas de locais de risco e as coloque em segurança, mais fácil dizer do que fazer, infelizmente.
Mudando de assunto para o título do texto, a chuva de rico não é a mesma chuva do pobre.
Enquanto a maioria esmagadora da população lutou para chegar ao trabalho pensando em evitar ter descontado o dia de trabalho ou pior, perder o emprego, perdendo horas sem fim dento de coletivos ou ilhados em alagamentos, pondo suas vidas e saúde em risco para não irritar o patrão, outra parcela contabilizou prejuízos muito mais fúteis quando seus carros de luxo ficaram submersos.
A chuva do pobre castiga e mata, atrasa e isola. O que já é difícil no dia a dia torna-se uma tarefa de Sísifo quando chove desse jeito. A chuva de pobre vem como ira divina, castigo para fazer quem não tem carro se locomover mais humilhado pela cidade cruzando de um extremo a outro para que a madame e o empresário não fiquem seus serviços sem os quais suas vidas mais do que perfeitas sairiam do eixo em questão de minutos.
A chuva do pobre não tem compaixão. Ela vem do riso dos ricos que ficam com pena digital ao ver terminais de ônibus ilhados, trilhos debaixo d'água, estações de trem fechadas, um horror pós-moderno feito filem coreando neo distópico exibido em 4K na sala de pé direito algo.
A chuva do rico traz é o dilema de arrumar a caranga que custa o suficiente para sustentar algumas famílias por alguns anos ou comprar outra. Saber como vai passar a manteiga no pão sem a empregada, por a roupa na máquina que nem sabe como usar, quem vai olhar as crianças para que eu possa ir na minha aula de pilates?
Nem nas catástrofes naturais os pobres conseguem algum tipo de igualdade, talvez até elas saibam distinguir ou os ricos consigam comprar suas graças e deixar o pior naco, para variar, para os pobres.
11 de fev. de 2020
Yes, nós temos bananas
Para dar e vender, freguesa e freguês! Só chegar, tem para todos, todas e todes, sem mimimi, sem lá lá lá, pode vir pode chegar, Banana Bolsonaro faz bem e mantém os esquerdopatas away!
Sintomático quando o presidente da república manda uma dessas para a imprensa, sua inimiga, seu nêmesis. Todo ditador mimado não gosta de imprensa principalmente quando ela faz seu trabalho bem feito e vai na jugular dos problemas.
Bolsonaro estava acostumado com atenção menos focada, antes ele falava lá suas asneiras, a imprensa reportava mas ele reclamava pouco porque os holofotes lhe faziam bem. Agora, dono da caserna, não gosta de ser interpelado, questionado ou ter seus atos, palavras, gestos e frases submetidos ao escrutínio público, não estava preparado para o rojão que teria de segurar, achava que tudo seriam flores ou melhor fuzis que ele poderia mandar guardar ou disparar quando lhe desse na telha.
Se antes suas frases horrendas eram motivo de chacota ou risada, agora elas representam o país só que ele esqueceu ou faz de conta que esqueceu disso e segue com estilo trator como se fosse normal e não tivesse de responder por seus atos falhos ou vícios de linguagem ou de caráter. Como não tem capacidade ou jogo de cintura para lidar com os jogos do poder como seus antecessores, dispara ofensas e ataques a todos que a seus olhos estão contra ele, torcendo contra o Brasil, querendo ver ele quebrar a cara, não patriotas, esquerdopatas, comunistas, bixas, negros, mulheres, nordestinos e por aí vai.
A banana de Bolsonaro não veio verde, veio madura, caindo, torta, da terra, amarga feito fel e não foi apenas para a imprensa mas para todos nós que sabemos de sua total imbecilidade e inépcia para estar no cargo em que se encontra. Essa banana teremos de descascar e entubar infelizmente porque ele já a jogou em nosso colo, não tem como voltar atrás e a fruta está aqui esperando ser deglutida.
Não elegemos um homem para a presidência, elegemos um moleque de cinco anos que faz birra quando contrariado, quando não consegue aquele brinquedo ou quando a brincadeira que ele tanto queria mostra-se bem diferente do que ele imaginava. Desceu para o play cheio de marra, de si, veio querendo tacar fogo no parquinho mas esqueceu que ao fazer isso sairia chamuscado também.
Jair faz melindre, faz muxoxo, faz manha porque luxento que é não aceita que outros possam ter opinião própria, tem de ser igual a dele senão chora, bate pé e dá banana. Jair não gosta de gente que faz ele pensar, muito menos de gente que faz ele ter cuidado com o que fala, Jair é bicho solto, bicho porco, do mato, cria doida de uma geração sem noção, gente pequena que não sabe lidar com coisas grandes, gente que acha legal chamar os outros de adjetivos nojentos e que não tem vergonha de mandar chibatar um, matar outro, sumir com aquele ou deixar aquele outro de fora de tudo.
A banana de Jair tem vitamina, engorda e faz crescer os nazistas e fascistas que mamam nela, que descascam uma banana para seu messias hitleriano, seu Adônis Ariano Super Macho Alfa Centauro. A banana de Jair é banana da terra, da terra de macho, da terra de milicio, bananadura, dita dura, dura feito a pedra nos rins que ele é para a gente.
Jair é foda, visionário, sabe que nestas terras em se plantando, tudo dá. A gente deu pra ele um país assim, a gente deu mole pra banana de Jair e ele plantou legal e agora temos banana nanica, prata, da terra, prata, ouro, maçã e Bananda Jair, Bolsonana, Bananaro e vamos ter todas essas para descascar por mais três anos.
Banana Jair tem vitamina calibre 38, Banana Jair engorda o preconceito e faz o ódio crescer.
Yes, nós temos banana.
Para dar e vender.
Somos nós os bananas.
10 de fev. de 2020
Onde os fracos não tem vez.
Já havia escrito aqui sobre os comentários do messias sobre as pessoas com HIV-AIDS e agora, esta outra notícia ecoa com esse discurso pronto deixado claro que a agenda neoliberal segue firme e forte seu caminho para desmontar a sociedade matando aqueles se encontram na sua base para deixar os mais abastados tranquilos e protegidos.
Não é a toa que o empresariado sente-se mais do que confortável em pedir a revisão dessa estabilidade dada a pessoas com HIV-AIDS já que elas representam um custo para eles e para o governo. Bolsonaro de forma explícita deu seu aval ao corroborar esse pensamento que já é um desejo antigo das elites econômicas do país.
Atualmente, as empresas não podem perguntar sobre sua sorologia em uma entrevista de emprego pois é considerado ato de preconceito já que pode levar o empregado a não contratar aquela pessoa pelo simples fato de que ela poderá ficar mais doente que outras não portadoras do vírus o que, em termos de lucros e cifras, é horrível para o empresário.
Igualmente, após a contratação o empregado não pode ser dispensado ou sofrer qualquer preconceito pela sua condição de soropositivo e esta lei proíbe que isso aconteça mas, os empresários alegam que isso pode mascarar pessoas mal intencionadas que usarão da doença para permanecer em seus empregos mesmo não apresentando o que se costuma chamar de performance adequada ou dentro do que se espera na empresa.
Obviamente que gente mal intencionada há em todo canto e não apenas pessoas com HIV-AIDS basta ver a quantidade de fraudes que pululam no INSS e muitas com vista grossa das autoridades. O que se está tramando é um mecanismo que permita dispensar essas pessoas que, devido a sua condição soropositiva, podem sim adoecer mais do que pessoas sem o vírus ainda que os atuais tratamentos, se seguidos corretamente, tornem isso virtualmente impossível e tudo isso porque custa caro para o empresário manter um funcionário nessas condições.
Isso abre uma brecha perturbadora pois os próximos da lista serão as mulheres grávidas, os portadores de doenças crônicas como diabetes e pressão alta e daí para dispensar PCD, LGBTQs, afrodescendentes ou qualquer outra minoria que não se encaixe no padrão empresarial é um pulo.
Está mais do que claro que a agenda neoliberal e conservadora de Bolsonaro avança a passos largos e não fossem outras instituições vigilantes, já estaríamos numa situação muito pior mas lembrem-se de que temos ainda três anos pela frente e que agora eles estão implantando forte sua agenda conservadora sem medo de machucar quem quer que seja e somos nós, as minorias, que eles tem mais gosto e vontade de machucar.
Mal sabem eles que estamos acostumados a apanhar feio de todos os lados e que se tem uma coisa que aprendemos bem foi lutar.
Cai dentro, Bolsonaro!
Não é a toa que o empresariado sente-se mais do que confortável em pedir a revisão dessa estabilidade dada a pessoas com HIV-AIDS já que elas representam um custo para eles e para o governo. Bolsonaro de forma explícita deu seu aval ao corroborar esse pensamento que já é um desejo antigo das elites econômicas do país.
Atualmente, as empresas não podem perguntar sobre sua sorologia em uma entrevista de emprego pois é considerado ato de preconceito já que pode levar o empregado a não contratar aquela pessoa pelo simples fato de que ela poderá ficar mais doente que outras não portadoras do vírus o que, em termos de lucros e cifras, é horrível para o empresário.
Igualmente, após a contratação o empregado não pode ser dispensado ou sofrer qualquer preconceito pela sua condição de soropositivo e esta lei proíbe que isso aconteça mas, os empresários alegam que isso pode mascarar pessoas mal intencionadas que usarão da doença para permanecer em seus empregos mesmo não apresentando o que se costuma chamar de performance adequada ou dentro do que se espera na empresa.
Obviamente que gente mal intencionada há em todo canto e não apenas pessoas com HIV-AIDS basta ver a quantidade de fraudes que pululam no INSS e muitas com vista grossa das autoridades. O que se está tramando é um mecanismo que permita dispensar essas pessoas que, devido a sua condição soropositiva, podem sim adoecer mais do que pessoas sem o vírus ainda que os atuais tratamentos, se seguidos corretamente, tornem isso virtualmente impossível e tudo isso porque custa caro para o empresário manter um funcionário nessas condições.
Isso abre uma brecha perturbadora pois os próximos da lista serão as mulheres grávidas, os portadores de doenças crônicas como diabetes e pressão alta e daí para dispensar PCD, LGBTQs, afrodescendentes ou qualquer outra minoria que não se encaixe no padrão empresarial é um pulo.
Está mais do que claro que a agenda neoliberal e conservadora de Bolsonaro avança a passos largos e não fossem outras instituições vigilantes, já estaríamos numa situação muito pior mas lembrem-se de que temos ainda três anos pela frente e que agora eles estão implantando forte sua agenda conservadora sem medo de machucar quem quer que seja e somos nós, as minorias, que eles tem mais gosto e vontade de machucar.
Mal sabem eles que estamos acostumados a apanhar feio de todos os lados e que se tem uma coisa que aprendemos bem foi lutar.
Cai dentro, Bolsonaro!
7 de fev. de 2020
Bücherverbrennung
Ontem, vazou uma notícia de que o governo de Rondônia havia, através de sua Secretária de Cultura, divulgado um comunicado ou memorando às escolas listando vários livros que deveriam ser recolhidos pois representavam conteúdo inadequado a crianças e adolescentes.
Entre as obras listadas (imagem abaixo) estão Kafka, Mario de Andrade, Cony, Rubem Fonseca, Ferreira Gular e, pasmem, Machado de Assis.
Não consegui até o momento confirmar a veracidade da notícia já que, em tempo de fake news, toda e qualquer informação precisa ser checada e validada.
A Secretaria informa que tal fato não procede e que a lista e comunicado informando sobre o banimento dos livros são falsos mas, segundo a reportagem, são documentos oficiais e que constavam do site do governo até a tarde de ontem quando foram tornados sigilosos e removidos para consulta. A Secretaria também veio a público informar que não será feita nenhuma recolha de livros e que o acesso às obras deve ser garantido mas com a supervisão dos educadores e chancela da escola pelo que entendi.
Não ficaria nem um pouco surpreso em constatar a veracidade da notícia, estamos vivendo num governo FASCISTA e que está paulatinamente desmontando todas as estruturas socias e as substituindo pelo seu projeto nazista para o país. A diferença é que o grupo que tomou posse é de amadores, são palhaços que acham que entendem o que estão fazendo e que, na ausência de um Füher, tem no capitão reformado seu salvador da pátria.
Mas não se engane, são palhaços perigosos, muito perigosos! Como não sabem bem como fazer essa lição de casa herdada do nazismo e não há por aí nenhum consultor nazista disponível para ajudar, estão testando os limites, vendo onde podem e não podem pisar e isso é de dar medo pois se esta aberração com os livros em Rondônia saiu pela culatra, quantos outros casos passam e passaram sem que nos déssemos conta?
A tática fascista é essa, testar limites para ver até que ponto a sociedade faz vista grossa, dão dois passos a frente e um atrás, vão comendo pelas beiradas e fazendo ruído com seus factóides como que para não questionarmos sua veracidade ante o absurdo dos mesmos até que, dado momento, nos dermos por conta de que a democracia como as conhecíamos já não existe mais.
O governo Bolsonaro é craque nessa tática, pensava que ele falava asneiras porque era um imbecil o que, na verdade, é mas, começo a pensar que ele é um idiota funcional que fala essas merdas para causar um furor aqui enquanto ali coisas muito mais graves estão acontecendo sem que demos fé.
Não se assuste se amanhã ou depois começarem a queimar livros em praça pública e logo mais, pessoas.
Entre as obras listadas (imagem abaixo) estão Kafka, Mario de Andrade, Cony, Rubem Fonseca, Ferreira Gular e, pasmem, Machado de Assis.
A Secretaria informa que tal fato não procede e que a lista e comunicado informando sobre o banimento dos livros são falsos mas, segundo a reportagem, são documentos oficiais e que constavam do site do governo até a tarde de ontem quando foram tornados sigilosos e removidos para consulta. A Secretaria também veio a público informar que não será feita nenhuma recolha de livros e que o acesso às obras deve ser garantido mas com a supervisão dos educadores e chancela da escola pelo que entendi.
Não ficaria nem um pouco surpreso em constatar a veracidade da notícia, estamos vivendo num governo FASCISTA e que está paulatinamente desmontando todas as estruturas socias e as substituindo pelo seu projeto nazista para o país. A diferença é que o grupo que tomou posse é de amadores, são palhaços que acham que entendem o que estão fazendo e que, na ausência de um Füher, tem no capitão reformado seu salvador da pátria.
Mas não se engane, são palhaços perigosos, muito perigosos! Como não sabem bem como fazer essa lição de casa herdada do nazismo e não há por aí nenhum consultor nazista disponível para ajudar, estão testando os limites, vendo onde podem e não podem pisar e isso é de dar medo pois se esta aberração com os livros em Rondônia saiu pela culatra, quantos outros casos passam e passaram sem que nos déssemos conta?
A tática fascista é essa, testar limites para ver até que ponto a sociedade faz vista grossa, dão dois passos a frente e um atrás, vão comendo pelas beiradas e fazendo ruído com seus factóides como que para não questionarmos sua veracidade ante o absurdo dos mesmos até que, dado momento, nos dermos por conta de que a democracia como as conhecíamos já não existe mais.
O governo Bolsonaro é craque nessa tática, pensava que ele falava asneiras porque era um imbecil o que, na verdade, é mas, começo a pensar que ele é um idiota funcional que fala essas merdas para causar um furor aqui enquanto ali coisas muito mais graves estão acontecendo sem que demos fé.
Não se assuste se amanhã ou depois começarem a queimar livros em praça pública e logo mais, pessoas.
6 de fev. de 2020
As doenças que não tem cura
Como não bastasse conviver com a doença, toda a carga de preconceito, estigma e problemas que ela acarreta, as pessoas com HIV-AIDS ainda tem de enfrentar um governo que está fazendo de tudo para deixar com que morram sem qualquer ajuda ou apoio vide as declarações do ilustre messias recentemente.
Se dependesse exclusivamente dele, todas essas pessoas seriam deixadas a própria sorte afinal, HIV-AIDS é uma doença de bixa então elas que se cuidem e se virem para buscar tratamento. Tem grana? Ótimo! Não tem? Do governo é que não vai sair dinheiro para tratar essa doença que você mesmo causou com sua pouca vergonha e depravação.
O custo do tratamento de AIDS vem decaindo conforme a medicina encontra medicações mais eficientes e com cada vez menos efeitos colaterais, tratamentos como PReP, PEP e tudo isso aliado a políticas públicas, implantadas no governo do PT para felicidade dos conservadores, que entenderam o AIDS-HIV como problema de saúde pública e não privada, ajudaram milhões de pessoas a terem acesso ao tratamento e obter qualidade de vida, somos referência mundial em políticas e programas de combate e tratamento a doença resta saber até quando.
Esse discurso do messias não é surpresa afinal ele já deixou claro inúmeras vezes o asco que sente de pessoas LGBTQ e além disso, serve como cortina de fumaça para seu gado já que os problemas reais de seu (des)governo seguem aparecendo deixando-o irritadiço e contrariado.
O custo do tratamento de pessoas com AIDS-HIV é ínfimo se comparado ao custo da máquina pública e se comparado ao custo que o governo teria caso essas mesmas pessoas não pudessem ter acesso ao tratamento e começassem a adoecer vítimas das doenças oportunistas que advém se a AIDS-HIV não forem tratados desde cedo mas, na lógica bolsonarista essa conta não existe, pessoas com AIDS-HIV são um fardo para sociedade, um peso, uma despesa pois a doença que tem foi transmitida, em sua concepção torta, pelo sexo gay, são sujas e merecem morrer pois buscaram isso para elas mesmas.
Igualmente, a campanha da Pastora Damares que iniciou agora às vésperas do carnaval pregando abstinência sexual - jura? Antes do carnaval? - como forma de prevenir a gravidez precoce e a transmissão de DSTs funciona mais ou menos como falar para quem quer emagrecer que a melhor coisa é simplesmente parar de comer!
Segundo ela e seu chefe, o carnaval cheio de putaria, a gravidez precoce e as DSTs são tudo culpa dos governos do PT que implantou a bandalheira geral, ainda bem que sou PT, sou da bandalheira generalizada! Isso faz parte do projeto nefasto que eles tem para o país, em outros tempos, já teriam mandado fuzilar meia dúzia mas como pegaria mal, estão desmontando educação, cultura, arte, saúde e agora o nosso gozo, quer fuder? Não pode! Olha a Damares aí!
Pregar a abstinência sexual é um projeto político e não de saúde, não adianta dizer para um doente terminal NÃO MORRA, há que tratar da melhor forma possível mas, na lógica do governo, é preciso controlar o gozo das pessoas porque pessoas livres para transar e gozar como e com quem quiserem são perigosas, nada é mais ameaçador a um fascista que pessoas livres seja em qual sentido for.
Como eles não podem adotar medidas e políticas efetivas e eficazes contra a propagação de DSTs, a gravidez na adolescência e o aumento dos casos de HIV-AIDS entre os mais jovens que a cada ano só faz aumentar sem falar de forma aberta e clara sobre sexo, sexualidade e gênero, adotam a medida de implantar a castidade forçada pois ela traz consigo uma carga moral totalmente condizente com a filosofia do atual governo.
Para combater todas essas questões de forma real e eficaz é preciso implantar uma educação sexual que aborde os temas do sexo, sexualidade e afins de forma clara e direta principalmente aos mais jovens que estão inciando sua vida sexual. É preciso conscientizar, explicar, educar e não proibir, vocês acham mesmo que os jovens ou os mais velhos irão mesmo se abster de foder? Em que mundo esse pessoal vive?
Para finalizar, não basta combater as doenças que mencionei aqui, é preciso combater outras muito mais difíceis de erradicar, a ignorância e o preconceito essas sim doenças que matam muito mais que qualquer outra epidemia ou patologia mas infelizmente, creio que ainda estamos muito, mas muito distantes de obter qualquer tratamento que funcione contra elas e muito menos de uma cura.
Se dependesse exclusivamente dele, todas essas pessoas seriam deixadas a própria sorte afinal, HIV-AIDS é uma doença de bixa então elas que se cuidem e se virem para buscar tratamento. Tem grana? Ótimo! Não tem? Do governo é que não vai sair dinheiro para tratar essa doença que você mesmo causou com sua pouca vergonha e depravação.
O custo do tratamento de AIDS vem decaindo conforme a medicina encontra medicações mais eficientes e com cada vez menos efeitos colaterais, tratamentos como PReP, PEP e tudo isso aliado a políticas públicas, implantadas no governo do PT para felicidade dos conservadores, que entenderam o AIDS-HIV como problema de saúde pública e não privada, ajudaram milhões de pessoas a terem acesso ao tratamento e obter qualidade de vida, somos referência mundial em políticas e programas de combate e tratamento a doença resta saber até quando.
Esse discurso do messias não é surpresa afinal ele já deixou claro inúmeras vezes o asco que sente de pessoas LGBTQ e além disso, serve como cortina de fumaça para seu gado já que os problemas reais de seu (des)governo seguem aparecendo deixando-o irritadiço e contrariado.
O custo do tratamento de pessoas com AIDS-HIV é ínfimo se comparado ao custo da máquina pública e se comparado ao custo que o governo teria caso essas mesmas pessoas não pudessem ter acesso ao tratamento e começassem a adoecer vítimas das doenças oportunistas que advém se a AIDS-HIV não forem tratados desde cedo mas, na lógica bolsonarista essa conta não existe, pessoas com AIDS-HIV são um fardo para sociedade, um peso, uma despesa pois a doença que tem foi transmitida, em sua concepção torta, pelo sexo gay, são sujas e merecem morrer pois buscaram isso para elas mesmas.
Igualmente, a campanha da Pastora Damares que iniciou agora às vésperas do carnaval pregando abstinência sexual - jura? Antes do carnaval? - como forma de prevenir a gravidez precoce e a transmissão de DSTs funciona mais ou menos como falar para quem quer emagrecer que a melhor coisa é simplesmente parar de comer!
Segundo ela e seu chefe, o carnaval cheio de putaria, a gravidez precoce e as DSTs são tudo culpa dos governos do PT que implantou a bandalheira geral, ainda bem que sou PT, sou da bandalheira generalizada! Isso faz parte do projeto nefasto que eles tem para o país, em outros tempos, já teriam mandado fuzilar meia dúzia mas como pegaria mal, estão desmontando educação, cultura, arte, saúde e agora o nosso gozo, quer fuder? Não pode! Olha a Damares aí!
Pregar a abstinência sexual é um projeto político e não de saúde, não adianta dizer para um doente terminal NÃO MORRA, há que tratar da melhor forma possível mas, na lógica do governo, é preciso controlar o gozo das pessoas porque pessoas livres para transar e gozar como e com quem quiserem são perigosas, nada é mais ameaçador a um fascista que pessoas livres seja em qual sentido for.
Como eles não podem adotar medidas e políticas efetivas e eficazes contra a propagação de DSTs, a gravidez na adolescência e o aumento dos casos de HIV-AIDS entre os mais jovens que a cada ano só faz aumentar sem falar de forma aberta e clara sobre sexo, sexualidade e gênero, adotam a medida de implantar a castidade forçada pois ela traz consigo uma carga moral totalmente condizente com a filosofia do atual governo.
Para combater todas essas questões de forma real e eficaz é preciso implantar uma educação sexual que aborde os temas do sexo, sexualidade e afins de forma clara e direta principalmente aos mais jovens que estão inciando sua vida sexual. É preciso conscientizar, explicar, educar e não proibir, vocês acham mesmo que os jovens ou os mais velhos irão mesmo se abster de foder? Em que mundo esse pessoal vive?
Para finalizar, não basta combater as doenças que mencionei aqui, é preciso combater outras muito mais difíceis de erradicar, a ignorância e o preconceito essas sim doenças que matam muito mais que qualquer outra epidemia ou patologia mas infelizmente, creio que ainda estamos muito, mas muito distantes de obter qualquer tratamento que funcione contra elas e muito menos de uma cura.
5 de fev. de 2020
A homofobia nossa de cada dia
Imagino que todos estejam a par do crime que vitimou uma família no ABC Paulista recentemente, detalhes aqui.
Logo de cara, a filha do casal e sua namorada e/ou esposa foram presas como principais suspeitas e, pelo andar da carruagem, serão realmente indiciadas pelo crime que, até onde se sabe, foi cometido num misto de ganância, amor tóxico, relacionamento abusivo e sabe-se lá mais o que.
Não cabe a mim ou a ninguém fazer julgamento ou entender porque crime tão bárbaro - leia os detalhes na matéria no link acima - foi cometido e reduzir a um simples caso de homofobia já que, aparentemente, o pai não aceitava a orientação sexual da filha ou seu relacionamento com a namorada-esposa. Seria uma dedução simplista e tendenciosa para explicar algo que muito provavelmente tem raízes muito mais profundas.
O que mais me choca e preocupa são os comentários na matéria em questão e em outros lugares apontando a orientação sexual como causadora do crime numa profusão de 'opção sexual', 'homossexualismo' e toda gama de termos que a sociedade pensa saber usar com maestria nesses momentos.
Outros tantos, conservadores convictos, já bradam onde estaria a esquerda, a Lei Maria da Penha para essas moças? Logo vão aparecer dizendo que elas foram vítimas de homofobia e que se fosse o contrário, estariam já de punhos em riste clamando por justiça. E, para coroar tudo, alguns comentando que tal crime apenas comprova o desejo gay de acabar com a família, que se fossem pessoas 'normais' isso não aconteceria como se a orientação sexual fosse responsável por desvios de caráter ou sociopatia.
Em ocasiões como estas, em que crimes são cometidos por LGBTQs, a sociedade normativa que já tolera a contragosto gays, vê-se no direito absoluto de apontar a 'sexualidade deviante' como causa prima do crime afinal, gays não prezam pela família, são devassos, não tem religião, são pecadores e pessoas sem qualquer senso moral ou decência e, nos dias de hoje, numa lógica reversa bizarra, dizem que gays sempre usarão a homofobia como justificativa para um ato de violência que porventura venham a praticar o que é sim um ato de extrema homofobia.
Quando a violência é cometida por um membro da maioria normativa os brados por justiça são altos sem dúvida mas, quando o quesito LGBTQ é adicionado ao caso já passamos para o nível de queimar na fogueira afinal são pessoas com graves desvios de personalidade e sexuais. Essa associação faz todo sentido numa sociedade que ainda encara pessoas LGBTQ como ameaça ao status quo não por serem concretamente isso mas por representarem uma parcela da população que não aceita mais ser invisível e que está demandando respeito e visibilidade o que assusta a maioria.
É mais fácil aceitar que pedófilos e criminosos sejam gays porque já lhes é inerente um desvio do que aceitar que a orientação sexual não é fator determinante para moldar um criminoso mas pode, quando confrontada com preconceito, ódio, desprezo e humilhação, ajudar a formar essa personalidade torta juntado-se a outros problemas ou patologias não identificadas ou tratadas.
Como o crime foi cometido por duas pessoas LGBTQ, ocorre essa inversão de valores em que se passa a julgar o crime não pelo ato em si mas pela sexualidade da pessoa quando, no caso de um hétero ter cometido o mesmo crime, a sexualidade sequer seria mencionada como fator para o crime.
Quando héteros cometem crimes tão ou até mais horrendos contra pessoas LGBTQ os comentários não apontam a heterossexualidade como fator determinante para o crime, muito pelo contrário, a culpa é das bixas que não se dão ao respeito e novamente a culpa é de quem não tem a orientação sexual ou identidade de gênero normativa o que nos faz bater recordes de assassinatos de pessoas LGBTQ a cada ano.
Como se não bastasse isso, a cadeia de comentários pedindo PENA DE MORTE é impressionante, fico pensando se estas pessoas que pedem tal mecanismo tem a ciência de que num país como o nosso, com uma polícia inepta e despreparada, um sistema judiciário podre e onde fala a lei do dinheiro, a pena capital serviria apenas contra pobres, bixas, negros e qualquer outra minoria e até mesmo contra essas mesmas pessoas que a pedem pois uma vez implantada, não haverá distinção entre quem é bandido e quem é mocinho e, quando for ver, será tarde demais para voltar atrás.
A antesala de tudo isso é o preconceito enraizado e estrutural que vivemos dia a dia no país e que, infelizmente, com o atual governo, não arrefecerá já que ele passa o pano para racistas, homofóbicos e outros mais.
Enquanto essa parcela da sociedade - e nós mesmos - não entender que nossas 'diferenças' devem nos unir ao invés de nos separar estaremos eternamente a merce de fascistas e de comentários como esses nas matérias sobre esse crime terrível, julgando pessoas não pelos seus atos mas por suas individualidades e seguiremos numa sociedade onde sua inocência será ditada pela cor de sua pele, aparência, poder aquisitivo, moradia, orientação sexual ou identidade de gênero.
O horror nosso de cada dia.
Logo de cara, a filha do casal e sua namorada e/ou esposa foram presas como principais suspeitas e, pelo andar da carruagem, serão realmente indiciadas pelo crime que, até onde se sabe, foi cometido num misto de ganância, amor tóxico, relacionamento abusivo e sabe-se lá mais o que.
Não cabe a mim ou a ninguém fazer julgamento ou entender porque crime tão bárbaro - leia os detalhes na matéria no link acima - foi cometido e reduzir a um simples caso de homofobia já que, aparentemente, o pai não aceitava a orientação sexual da filha ou seu relacionamento com a namorada-esposa. Seria uma dedução simplista e tendenciosa para explicar algo que muito provavelmente tem raízes muito mais profundas.
O que mais me choca e preocupa são os comentários na matéria em questão e em outros lugares apontando a orientação sexual como causadora do crime numa profusão de 'opção sexual', 'homossexualismo' e toda gama de termos que a sociedade pensa saber usar com maestria nesses momentos.
Outros tantos, conservadores convictos, já bradam onde estaria a esquerda, a Lei Maria da Penha para essas moças? Logo vão aparecer dizendo que elas foram vítimas de homofobia e que se fosse o contrário, estariam já de punhos em riste clamando por justiça. E, para coroar tudo, alguns comentando que tal crime apenas comprova o desejo gay de acabar com a família, que se fossem pessoas 'normais' isso não aconteceria como se a orientação sexual fosse responsável por desvios de caráter ou sociopatia.
Em ocasiões como estas, em que crimes são cometidos por LGBTQs, a sociedade normativa que já tolera a contragosto gays, vê-se no direito absoluto de apontar a 'sexualidade deviante' como causa prima do crime afinal, gays não prezam pela família, são devassos, não tem religião, são pecadores e pessoas sem qualquer senso moral ou decência e, nos dias de hoje, numa lógica reversa bizarra, dizem que gays sempre usarão a homofobia como justificativa para um ato de violência que porventura venham a praticar o que é sim um ato de extrema homofobia.
Quando a violência é cometida por um membro da maioria normativa os brados por justiça são altos sem dúvida mas, quando o quesito LGBTQ é adicionado ao caso já passamos para o nível de queimar na fogueira afinal são pessoas com graves desvios de personalidade e sexuais. Essa associação faz todo sentido numa sociedade que ainda encara pessoas LGBTQ como ameaça ao status quo não por serem concretamente isso mas por representarem uma parcela da população que não aceita mais ser invisível e que está demandando respeito e visibilidade o que assusta a maioria.
É mais fácil aceitar que pedófilos e criminosos sejam gays porque já lhes é inerente um desvio do que aceitar que a orientação sexual não é fator determinante para moldar um criminoso mas pode, quando confrontada com preconceito, ódio, desprezo e humilhação, ajudar a formar essa personalidade torta juntado-se a outros problemas ou patologias não identificadas ou tratadas.
Como o crime foi cometido por duas pessoas LGBTQ, ocorre essa inversão de valores em que se passa a julgar o crime não pelo ato em si mas pela sexualidade da pessoa quando, no caso de um hétero ter cometido o mesmo crime, a sexualidade sequer seria mencionada como fator para o crime.
Quando héteros cometem crimes tão ou até mais horrendos contra pessoas LGBTQ os comentários não apontam a heterossexualidade como fator determinante para o crime, muito pelo contrário, a culpa é das bixas que não se dão ao respeito e novamente a culpa é de quem não tem a orientação sexual ou identidade de gênero normativa o que nos faz bater recordes de assassinatos de pessoas LGBTQ a cada ano.
Como se não bastasse isso, a cadeia de comentários pedindo PENA DE MORTE é impressionante, fico pensando se estas pessoas que pedem tal mecanismo tem a ciência de que num país como o nosso, com uma polícia inepta e despreparada, um sistema judiciário podre e onde fala a lei do dinheiro, a pena capital serviria apenas contra pobres, bixas, negros e qualquer outra minoria e até mesmo contra essas mesmas pessoas que a pedem pois uma vez implantada, não haverá distinção entre quem é bandido e quem é mocinho e, quando for ver, será tarde demais para voltar atrás.
A antesala de tudo isso é o preconceito enraizado e estrutural que vivemos dia a dia no país e que, infelizmente, com o atual governo, não arrefecerá já que ele passa o pano para racistas, homofóbicos e outros mais.
Enquanto essa parcela da sociedade - e nós mesmos - não entender que nossas 'diferenças' devem nos unir ao invés de nos separar estaremos eternamente a merce de fascistas e de comentários como esses nas matérias sobre esse crime terrível, julgando pessoas não pelos seus atos mas por suas individualidades e seguiremos numa sociedade onde sua inocência será ditada pela cor de sua pele, aparência, poder aquisitivo, moradia, orientação sexual ou identidade de gênero.
O horror nosso de cada dia.
4 de fev. de 2020
A bixa que se aceita
Ler esta matéria do UOL apenas reforçou a ideia que já alimentava como certa de que ou você tem a lei da passabilidade ou estará fadado ao preconceito.
De certa forma, é irônico para não dizer trágico que o modelo de gay passável para o público hétero seja o gay feminino, travestido, escandaloso, pintoso, poc, ou qualquer outro adjetivo que você decida usar para designar esses gays que são sim parte do universo LGBTQ.
Aliás, nós gays cis somos os primeiros a discriminar esse tipo de gay, não queremos ser amigos deles, ter por perto, estar junto ou ter qualquer tipo de associação, servem quando muito para alívio cômico ou chacota, piada, exemplo de comportamento gay que apenas depõe contra a comunidade como se fossem algum tipo de câncer ou doença infecciosa que precisa ser contida e isso é um assunto que precisamos resolver e rápido se quisermos cobrar de fora o respeito que tanto desejamos.
A bem da verdade, há uma geração nova que está dando a cara a tapa e desconstruindo essas noções e estereótipos tendo como apoio e referência figuras nas artes que empoderam e legitimam tal representação o que é muito, mas muito importante.
Mas, dentro do universo normativo HT cis é lamentável que a figura do gay aceito seja ainda a que descrevi mais acima. Não é a toa que a personagem do filme de maior bilheteria do cinema nacional seja uma caricatura de mulher feita por um gay assim como, conforme a matéria, outros tipos de gays que seguem a mesma apresentação fazem e fizeram sucesso na TV e cinema.
Para o publico normativo cis HT esse é o tipo de gay palatável, que desce fácil, que se reconhece como gay porque agrega toda a carga estereotipada que a sociedade normativa identifica com o homossexual. É o que se espera dele, a bixa louca cabeleireira, a dançarina, a transformista, a exagerada, a caricata, a piada pronta, são os gays que a sociedade HT está preparada para aceitar em seu seio porque cumprem uma função pré-determinada e não tem qualquer traço que ameace a normatividade.
Muito menos são criaturas politizadas, políticas ou que enfrentam dramas próximos do cotidiano de qualquer mortal e, quando o fazem, é dentro de uma concepção definida por motores morais que não são corroborados pela maioria que enxerga em tais dramas apenas uma fraca emulação de conflitos pessoais dignos de nota.
Assim, quando temos em filmes, novelas e outros, gays representados como pessoas reais, que padecem de problemas reais, que tem dilemas reais, sentimentos reais e que demandam respeito e direitos que são reais para a maioria esmagadora dos héteros, esses personagens são ignorados ou mal vistos, rechaçados ante a aproximação periculosa que tem com as pessoas ditas normais.
O gay não pode ser visto como gente porque se for, o outro terá de confrontar sua visão do gay padronizado pelos estereótipos herdados e reforçados e que lhe é bem mais agradável sem controvérsia ou questionamentos sobre a validade de sua luta por direitos inerentes a qualquer pessoa ou direito de existir como seres humanos.
O gay da família é aquele que está lá para fazer rir, fazer troça com o que o pai e a mãe não podem mas ele sim porque é gay e se espera dele que seja engraçado e afetado. Se ele demonstra que possui sentimentos e que pode construir laços afetivos ou que possui sim uma sexualidade e que pode e deve expressá-la livremente, essa mesma família que antes o adorava passará a execrá-lo por estar ameaçando a fábrica do tecido social que julgam serem os patronos.
'Ah! Mas então não pode ter gay afeminado? Não pode ter as femininas?' você pode argumentar. Claro que sim! O problema é que só existem elas na concepção normativa pelas razões que expus acima e todas as gays que estão desconstruindo essa questão mas que não se enquadram no padrão normativo que se espera delas sofrem sim uma carga enorme de preconceito pois estão lutando por algo mais que fazer rir ou servir de piada pronta.
A medida certa desse tipo de preconceito pode ser sentida na situação comum - já vivida por mim e meu marido - que gays cis passam quando recebem a famosa frase 'Mas você nem parece gay..', essa é a pior frase que você pode falar para um gay pois a carga homofóbica que ela carrega é imensa e apenas corrobora o que expus até aqui, que o gay só é aceito e reconhecido como tal quando corresponde à imagem do gay que vive na imaginação social, quando foge disso há uma incapacidade de identificar a pessoa como gay já que ela tem a passabilidade ou seja, parece hétero e assim, não pode ser gay porque gay é daquele jeito que todos imaginam.
Resultado: bug geral, tela azul do Windows.
De certa forma, é irônico para não dizer trágico que o modelo de gay passável para o público hétero seja o gay feminino, travestido, escandaloso, pintoso, poc, ou qualquer outro adjetivo que você decida usar para designar esses gays que são sim parte do universo LGBTQ.
Aliás, nós gays cis somos os primeiros a discriminar esse tipo de gay, não queremos ser amigos deles, ter por perto, estar junto ou ter qualquer tipo de associação, servem quando muito para alívio cômico ou chacota, piada, exemplo de comportamento gay que apenas depõe contra a comunidade como se fossem algum tipo de câncer ou doença infecciosa que precisa ser contida e isso é um assunto que precisamos resolver e rápido se quisermos cobrar de fora o respeito que tanto desejamos.
A bem da verdade, há uma geração nova que está dando a cara a tapa e desconstruindo essas noções e estereótipos tendo como apoio e referência figuras nas artes que empoderam e legitimam tal representação o que é muito, mas muito importante.
Mas, dentro do universo normativo HT cis é lamentável que a figura do gay aceito seja ainda a que descrevi mais acima. Não é a toa que a personagem do filme de maior bilheteria do cinema nacional seja uma caricatura de mulher feita por um gay assim como, conforme a matéria, outros tipos de gays que seguem a mesma apresentação fazem e fizeram sucesso na TV e cinema.
Para o publico normativo cis HT esse é o tipo de gay palatável, que desce fácil, que se reconhece como gay porque agrega toda a carga estereotipada que a sociedade normativa identifica com o homossexual. É o que se espera dele, a bixa louca cabeleireira, a dançarina, a transformista, a exagerada, a caricata, a piada pronta, são os gays que a sociedade HT está preparada para aceitar em seu seio porque cumprem uma função pré-determinada e não tem qualquer traço que ameace a normatividade.
Muito menos são criaturas politizadas, políticas ou que enfrentam dramas próximos do cotidiano de qualquer mortal e, quando o fazem, é dentro de uma concepção definida por motores morais que não são corroborados pela maioria que enxerga em tais dramas apenas uma fraca emulação de conflitos pessoais dignos de nota.
Assim, quando temos em filmes, novelas e outros, gays representados como pessoas reais, que padecem de problemas reais, que tem dilemas reais, sentimentos reais e que demandam respeito e direitos que são reais para a maioria esmagadora dos héteros, esses personagens são ignorados ou mal vistos, rechaçados ante a aproximação periculosa que tem com as pessoas ditas normais.
O gay não pode ser visto como gente porque se for, o outro terá de confrontar sua visão do gay padronizado pelos estereótipos herdados e reforçados e que lhe é bem mais agradável sem controvérsia ou questionamentos sobre a validade de sua luta por direitos inerentes a qualquer pessoa ou direito de existir como seres humanos.
O gay da família é aquele que está lá para fazer rir, fazer troça com o que o pai e a mãe não podem mas ele sim porque é gay e se espera dele que seja engraçado e afetado. Se ele demonstra que possui sentimentos e que pode construir laços afetivos ou que possui sim uma sexualidade e que pode e deve expressá-la livremente, essa mesma família que antes o adorava passará a execrá-lo por estar ameaçando a fábrica do tecido social que julgam serem os patronos.
'Ah! Mas então não pode ter gay afeminado? Não pode ter as femininas?' você pode argumentar. Claro que sim! O problema é que só existem elas na concepção normativa pelas razões que expus acima e todas as gays que estão desconstruindo essa questão mas que não se enquadram no padrão normativo que se espera delas sofrem sim uma carga enorme de preconceito pois estão lutando por algo mais que fazer rir ou servir de piada pronta.
A medida certa desse tipo de preconceito pode ser sentida na situação comum - já vivida por mim e meu marido - que gays cis passam quando recebem a famosa frase 'Mas você nem parece gay..', essa é a pior frase que você pode falar para um gay pois a carga homofóbica que ela carrega é imensa e apenas corrobora o que expus até aqui, que o gay só é aceito e reconhecido como tal quando corresponde à imagem do gay que vive na imaginação social, quando foge disso há uma incapacidade de identificar a pessoa como gay já que ela tem a passabilidade ou seja, parece hétero e assim, não pode ser gay porque gay é daquele jeito que todos imaginam.
Resultado: bug geral, tela azul do Windows.
3 de fev. de 2020
Realidades adaptadas
Não gosto de shows de realidade, de qualquer tipo ou espécie, não condeno quem os assiste mas, pessoalmente, acho que vocês poderiam utilizar seu tempo de forma mais produtiva. Enfim, o texto abaixo são minhas opiniões, você pode ou não concordar com elas.
Você provavelmente acompanha ou já acompanhou algum ou alguns deles e há para todos os gostos, tamanhos e manias, desde formatos mais tradicionais como o famoso BBB passando por RuPaul, Master Chef, The Voice, aqueles em que não há qualquer competição mas apenas se acompanha o dia dia de alguma celebridade e outros tantos que vão pululando feito uma cepa nova de vírus que eclode no mundo.
Há quem diga que tais shows são apenas entretenimento sem compromisso, aquele momento desligue de tudo e veja uma futilidade, coisas assim mas, creio que o buraco seja um pouco mais embaixo.
Essa endemia dos shows de realidade se alimenta do que há de pior no ser humano, sua miséria em seu aspecto mais fútil e pavoroso. Vendem uma ideia de que só é possível ser alguém competindo com o outro que passa a ser seu inimigo, que a única via para ser alguém na vida e no mundo é conquistar os famosos quinze minutos de fama e, com a falácia de entreter, trazem a tona comportamentos tão horrendos que deveríamos nos questionar se realmente são pessoas que lá estão ou atores.
Há que refletir um pouco nisso, o ser humano é fétido por natureza, todos temos comportamentos bons e não tão bons, normal, a medida em que adotamos mais um do que o outro é o que nos torna mais ou menos decentes. Podemos então considerar que os participantes de um show de realidade apenas dão vazão a comportamentos que já eram inerentes a si antes do programa e que a dinâmica do show apenas os reforçou ou realçou. Por outro lado, também podemos pensar que algumas dessas pessoas no intuito de competir e vencer deixam seu lado mais abominável assumir o controle apenas no decorrer daquela situação já que fora dela, seriam seres humanos absolutamente normais - dentro do que se pode chamar de normalidade.
De qualquer forma, o trabalho com a miséria humana e com a lei do cão que esses programas reforçam é nocivo tanto emocional quanto socialmente. Passamos a condenar ou aplaudir comportamentos que no dia a dia dificilmente notaríamos salvo protegidos pelo muro das redes sociais, nelas todos condenam tudo e todos aplaudem de pé mas, na vida real, tudo acontece ante olhos cegos e ouvidos mocos já que na vida como ela é não dá pra dar like e curtir ou fazer textão.
Justificamos assistir a esses shows como simples entretenimento como disse acima, como se não fossem parte de nosso cotidiano mas eles são um reflexo nosso enquanto pessoas e sociedade, a competição desenfreada, frases de auto-ajuda e motivacionais, meritocracia, superação, ser o melhor sempre, lutar, persistir, resistir e outras coisas mais. Não que alguns desses temas não sejam aplicáveis ou até mesmo necessárias para a vida real mas, a embalagem usada para vender tais conceitos é bastante questionável pois num veículo de massas, acaba tornando aquilo como verdade universal e sem a qual quem assiste entende não poder viver sem.
Então, quando vejo as pessoas condenando o comportamento de competidores de um BBB, fico pensando se essas mesmas pessoas também condenam tais comportamentos em seu cotidiano ou só fazem nas redes sociais e para transmitir uma imagem de engajamento e ativismo, não adianta condenar no Twitter e fazer vista grossa na rua, em casa ou com os amigos.
Os shows de realidade estão banalizando o comportamento humano transformando-os em produtos que você pode ou não adquirir pelo PPV, que você pode condenar sem medo num comentário, que você eliminar com um voto, simples e fácil mas, esses comportamentos seguem existindo na vida real independente de você ter votado para eliminar aquele participante machista, racista, homofóbico ou qualquer outra coisa.
Emprestamos a esses programas a realidade que não queremos ver ou entender porque na TV eles são produzidos não vividos, não somos nós que temos de lidar com eles mas seus participantes. Nós podemos do conforto de nossas salas apenas apontar o dedo e reclamar, condenar ou aplaudir, aquela não é uma realidade de verdade, é uma realidade adaptada e preferimos fazer de conta que a TV não está segurando um espelho horrendo ante nosso rosto.
Se você está realmente querendo viver um show de realidade, sugiro começar a viver sua própria vida e encarar todos os demônios reais e imaginários que nela estão, sem votação, sem produção, sem PPV, sem nada e garanto que você terá mais realidade do que jamais sonhou em ter.
Você provavelmente acompanha ou já acompanhou algum ou alguns deles e há para todos os gostos, tamanhos e manias, desde formatos mais tradicionais como o famoso BBB passando por RuPaul, Master Chef, The Voice, aqueles em que não há qualquer competição mas apenas se acompanha o dia dia de alguma celebridade e outros tantos que vão pululando feito uma cepa nova de vírus que eclode no mundo.
Há quem diga que tais shows são apenas entretenimento sem compromisso, aquele momento desligue de tudo e veja uma futilidade, coisas assim mas, creio que o buraco seja um pouco mais embaixo.
Essa endemia dos shows de realidade se alimenta do que há de pior no ser humano, sua miséria em seu aspecto mais fútil e pavoroso. Vendem uma ideia de que só é possível ser alguém competindo com o outro que passa a ser seu inimigo, que a única via para ser alguém na vida e no mundo é conquistar os famosos quinze minutos de fama e, com a falácia de entreter, trazem a tona comportamentos tão horrendos que deveríamos nos questionar se realmente são pessoas que lá estão ou atores.
Há que refletir um pouco nisso, o ser humano é fétido por natureza, todos temos comportamentos bons e não tão bons, normal, a medida em que adotamos mais um do que o outro é o que nos torna mais ou menos decentes. Podemos então considerar que os participantes de um show de realidade apenas dão vazão a comportamentos que já eram inerentes a si antes do programa e que a dinâmica do show apenas os reforçou ou realçou. Por outro lado, também podemos pensar que algumas dessas pessoas no intuito de competir e vencer deixam seu lado mais abominável assumir o controle apenas no decorrer daquela situação já que fora dela, seriam seres humanos absolutamente normais - dentro do que se pode chamar de normalidade.
De qualquer forma, o trabalho com a miséria humana e com a lei do cão que esses programas reforçam é nocivo tanto emocional quanto socialmente. Passamos a condenar ou aplaudir comportamentos que no dia a dia dificilmente notaríamos salvo protegidos pelo muro das redes sociais, nelas todos condenam tudo e todos aplaudem de pé mas, na vida real, tudo acontece ante olhos cegos e ouvidos mocos já que na vida como ela é não dá pra dar like e curtir ou fazer textão.
Justificamos assistir a esses shows como simples entretenimento como disse acima, como se não fossem parte de nosso cotidiano mas eles são um reflexo nosso enquanto pessoas e sociedade, a competição desenfreada, frases de auto-ajuda e motivacionais, meritocracia, superação, ser o melhor sempre, lutar, persistir, resistir e outras coisas mais. Não que alguns desses temas não sejam aplicáveis ou até mesmo necessárias para a vida real mas, a embalagem usada para vender tais conceitos é bastante questionável pois num veículo de massas, acaba tornando aquilo como verdade universal e sem a qual quem assiste entende não poder viver sem.
Então, quando vejo as pessoas condenando o comportamento de competidores de um BBB, fico pensando se essas mesmas pessoas também condenam tais comportamentos em seu cotidiano ou só fazem nas redes sociais e para transmitir uma imagem de engajamento e ativismo, não adianta condenar no Twitter e fazer vista grossa na rua, em casa ou com os amigos.
Os shows de realidade estão banalizando o comportamento humano transformando-os em produtos que você pode ou não adquirir pelo PPV, que você pode condenar sem medo num comentário, que você eliminar com um voto, simples e fácil mas, esses comportamentos seguem existindo na vida real independente de você ter votado para eliminar aquele participante machista, racista, homofóbico ou qualquer outra coisa.
Emprestamos a esses programas a realidade que não queremos ver ou entender porque na TV eles são produzidos não vividos, não somos nós que temos de lidar com eles mas seus participantes. Nós podemos do conforto de nossas salas apenas apontar o dedo e reclamar, condenar ou aplaudir, aquela não é uma realidade de verdade, é uma realidade adaptada e preferimos fazer de conta que a TV não está segurando um espelho horrendo ante nosso rosto.
Se você está realmente querendo viver um show de realidade, sugiro começar a viver sua própria vida e encarar todos os demônios reais e imaginários que nela estão, sem votação, sem produção, sem PPV, sem nada e garanto que você terá mais realidade do que jamais sonhou em ter.
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