26 de mai. de 2011
você é hetero?
Você é hetero? Sim? Que bom para você! É casado ou namora sério? Também? Quem bom! Fala a verdade, não é muito bom ter alguém assim para ficar junto, conversar, fazer um carinho? Chegar em casa, se você é casado ou mora junto, e ter aquela pessoa te esperando, trocar confidências cotidianas, saber como foram as coisas e, se elas foram bem, alegrar-se e se não foram assim tão bem, dar aquele força, injeção de ânimo jurando ao menos naquele instante que o amanhã será melhor.
Você é hetero? Sim? Então sabe que delícia é sair com seu amor e, de mãos dadas, olhar vitrines, caminhar pelas ruas, parques ou onde quer que queiram ir, sem compromisso, sem hora marcada, despreocupados de tudo e de todos. Poder falar eu te amo então? Assim, livre, solto no vento, demais não é? E fazer demonstrações públicas de afeto, dessas que até mesmo chegam a constranger? Não é o máximo? E as caras das pessoas que assistem, roxas de inveja na certa porque vocês se acharam quando é tão difícil disso acontecer, quase alquimia. Bom, não é?
Você é hetero? É? Então sabe como é bom levar quem se ama para ver a família, ainda que eles, algumas vezes, não se biquem, faz parte do pacote, você sabe, não se pode ter tudo mas, no final, sua familia vai entender que você está feliz e que aquela pessoa é a causa disso e vão aprender a encara-la como parte desse círculo fechado ou, em casos mais extremos, você vai colocar essa pessoa na frente de seus genes pois ela lhe dá algo que sua familia, por mais que tente, não vai conseguir suprir mesmo porque trata-se de outro tipo de amor, dedicação e compromisso.
Você é hetero? Mesmo? Legal, você casou ou vai casar ou vive maritalmente? Ótimo, bom saber que se pode ter alguém do lado, não é? E que essa pessoa não vai ficar desvalida quando você, como todos nós, deixar essas pradarias. Não é verdade que se você ama mesmo alguém se preocupa com essa pessoa mesmo depois de ter acertado suas contas com a hora ruim? E saber que seu amor estará amparado, tranquilo, não lhe deixa mais preparado para fazer a última viagem? Vá lá, pode ser que existam problemas mas no final, tudo se acerta afinal o amor de vocês não morre no papel.
Você é hetero? Sério mesmo? Bom! O mundo sorri para você, lhe abre as portas, é seu amigo, aifnal você e seu amor são o futuro, se encaixam, fazem parte, tem tudo a seus pés, basta pedir. Vivem despreocupadamente pois as coisas giram a seu favor, as cartas lhe quase sempre favoráveis e quando não o são, você sabe que há que se dar um jeito pois os heteros sempre são felizes em sua grande maioria.
Você é hetero, não precisou provar nada, resolver nada, passar por nada, ainda que guardemos as devidas proporções. O mundo lhe foi gentil, via de regra, não houve discriminação, dúvida, medo, repressão, agressão (física e verbal), omissão, ou se houve foi mais fácil lidar com isso do que eu que sempre fui homossexual. Não me foi dado nada de mão beijada, de bandeja e ainda hoje eu preciso suar e muito para que você me olhe não como viado mas como pessoa, seu igual, seu irmão.
Preciso brigar e muito por coisas que você tem de berço e se não tem, não sabe valorizar ou buscar pois para você tudo é mais fácil. Eu que não posso fazer quase nada ou muito, mas muito pouco de tudo o que disse acima porque você que é hetero, não deixa simplesmente porque tem medo de mim, não me entende e não faz um mínimo esforço para isso. Prefere me isolar, podar, cortar, reprimir, afastar, como um leproso, portador de uma praga que fosse disseminar-se sociedade afora e destruir tudo isso que você chama de vida.
Novidades, eu faço parte dessa mesma vida que você usa unhas e dentes para evitar que chegue a mim! Tenho os mesmo problemas, as mesmas contas para pagar, as mesmas dúvidas, inseguranças e incertezas só que multiplicadas por cem pois minha homossexualidade não deixa você ver que além dela eu preciso das mesmas coisas que você, nada mais ou menos. Não quero seu quinhão, quero o meu! Não quero sua parte nesse latifúndio, quero a minha! Não quero seus filhos e filhas, não quero você, não quero sua mulher, não quero sua vida, não quero seu lugar. Quero tudo isso mas meu, comigo dentro, conquistado por mim ma duras penas como você mesmo o fez, só isso, não acho que seja pedir demais, é?
Você é hetero, eu sou gay, homossexual, bicha, viado, boiola, pederasta ou qualquer outro nome que você goste de usar para me classificar e dar risada pelas minhas costas, tudo bem, eu sei que é assim e nem ligo mas gostaria que entre esses apelidos carinhosos e risos escondidos você, hetero, me desse ao menos um pouco de respeito e consideração, não precisa me abraçar e lavantar minha badeira, eu mesmo faço isso sozinho há muito tempo e não tenho ilusões quanto a sua mão vir ajudar a mim a chegar onde você está desde o dia que nasceu.
Você, hetero, pode continuar fazendo essas coisas que gosta de fazer quando o assunto é viado mas ao menos me deixe ter um pouco que seja dessa vida que mais para você do que para mim é cor de rosa.
25 de mai. de 2011
estômago
Estar em casa é um primor mas, cansa, já começo a me movimentar atrás de emprego pois não se pode viver da escrita (ainda) e o metal não chove dos céus feito maná divino sobre nossas cabeças.
Exsite sim uma enorme diferença entre ficar em casa e ficar em casa com grana, não adianta dourar a pílula com coisas a fazer e que se são gratuitas e afins, essas podem até ser na faixa mas a locomoção até elas e coisas que se deseja fazer depois dependem, intrinsicamente, dele, o Real, a moeda, essa peste que assola a humanidade desde que o escambo morreu.
Enfim, não me prendo na medida do possível, acho prazeres simples e gratuitos por aqui mesmo e até dentro de casa e, um dos maiores, é cozinhar para mim e para meu amor. Todos os dias, penso no cardápio que vou servir quando ele, que agora é o provedor, chegar em casa, carregado do dia que se foi e louco para aliviar seu fardo e saborear uma refeição feita com todo amor e carinho, na hora, fresquinha. Aliás, para cozinhar não se precisa cursos de chef, produtos importados e estudos cientificos apurados, óbvio que um certo jeito e noção de 'quimica' são bons ajudantes mas, acima de tudo, amar as panelas é requisito indispensável para que da cozinha saia algo que preste.
Eu mesmo me esforço para sair da equação arroz+feijão=bife e salda ainda que essa seja, sem dúvida, uma equação ímpar e de muito bom gosto em todos os sentidos. Assim, me esmero para fazer comidinhas gostosas para o maridinho (salve Carmem!) que chega em casa ao fim do dia faminto. Modéstia à parte, sei meus caminhos pelas panelas, quem já provou sabe. Essa mistura de temperos, gostos e diferenças me anima e serve mesmo de terapia pois entre as quatro bocas do fogão e o buraco preto do forno eu combino coisas, faço outras tantas, acerto e erro.
Assim combino pitadas de orégano com dedicação, pimenta do reino com sexo, sempre bom, acrescente uma páprica picante, um pouco de curry e dedo de moça, nunca é demais. Cheiro verde fresco como os anos iniciais de amor, coentro forte como nossa fé mútua, canela para deixar as coisas um pouco mais leves posto que os dias são pesados, manjericão para dar um gosto a mais nas alegrias do dia, alho e cebola refogados para lhes tirar o amargo das desventuras em série que nos perseguem.
Um bom brodo para espantar o frio dos medos que estão adiante, alcaparras para realçar o sabor do que sabemos que será certo e páprica doce para aguentar os amargos do futuro incerto e matreiro, nos prega peças para roubar nosso paladar. Tudo isso junto faz de um prato mais que entrada, principal e sobremesa. Nesse emaranhado de cheiros e gosto me perco cego, sei o caminho e você já está preso pelo estômago, não pelo coração, esse foi fácil, ganhamos recíprocos, de cara mas, pela boca, por onde morre o peixe, esse é ruim de ganhar pois o coração é cego mas a boca enxerga e mui bem!
E assim vou te amando entre empanados, arroz de forno, bifes e frangos, massas e doces, cada coisa em seu lugar e devidamente sagrada ao altar de nosso amor. Cozinhar é, antes de tudo, um ato de amor e aqui vai a receita de hoje.
Frango empanado
500g de frango (peito ou sobrecoxa sem pele e sem osso)
Tempero: alho, cheiro verde, pimenta do reino, orégano, manjericão, curry, sal (tudo em pitadas a seu gosto) e duas colheres de sobremesa de maionese
Para empanar: num prato, coloque metade de farinha de rosca, metade de trigo, misture bem. bata dois ou três ovos em outro prato.
Fure os pedaços de frango para que o tempero penetre (ui) na carne. Misture bem os temperos com a mesma e deixe descansar por algumas horas, para firmar o gosto.
Unte um refratário com margarina ou mateiga, passe o frango nos ovos (batidos, não nos seus bicha burra!), na farinha (não no padê) e os disponha no refratário. Cubra com papel alumínio e leve ao forno pré-aquecido.
Depois de uns 20 minutos, tire o papel aluminio e deixe assar até estar dourado (não pe golden shower, não mije no frando bee!).
Exsite sim uma enorme diferença entre ficar em casa e ficar em casa com grana, não adianta dourar a pílula com coisas a fazer e que se são gratuitas e afins, essas podem até ser na faixa mas a locomoção até elas e coisas que se deseja fazer depois dependem, intrinsicamente, dele, o Real, a moeda, essa peste que assola a humanidade desde que o escambo morreu.
Enfim, não me prendo na medida do possível, acho prazeres simples e gratuitos por aqui mesmo e até dentro de casa e, um dos maiores, é cozinhar para mim e para meu amor. Todos os dias, penso no cardápio que vou servir quando ele, que agora é o provedor, chegar em casa, carregado do dia que se foi e louco para aliviar seu fardo e saborear uma refeição feita com todo amor e carinho, na hora, fresquinha. Aliás, para cozinhar não se precisa cursos de chef, produtos importados e estudos cientificos apurados, óbvio que um certo jeito e noção de 'quimica' são bons ajudantes mas, acima de tudo, amar as panelas é requisito indispensável para que da cozinha saia algo que preste.
Eu mesmo me esforço para sair da equação arroz+feijão=bife e salda ainda que essa seja, sem dúvida, uma equação ímpar e de muito bom gosto em todos os sentidos. Assim, me esmero para fazer comidinhas gostosas para o maridinho (salve Carmem!) que chega em casa ao fim do dia faminto. Modéstia à parte, sei meus caminhos pelas panelas, quem já provou sabe. Essa mistura de temperos, gostos e diferenças me anima e serve mesmo de terapia pois entre as quatro bocas do fogão e o buraco preto do forno eu combino coisas, faço outras tantas, acerto e erro.
Assim combino pitadas de orégano com dedicação, pimenta do reino com sexo, sempre bom, acrescente uma páprica picante, um pouco de curry e dedo de moça, nunca é demais. Cheiro verde fresco como os anos iniciais de amor, coentro forte como nossa fé mútua, canela para deixar as coisas um pouco mais leves posto que os dias são pesados, manjericão para dar um gosto a mais nas alegrias do dia, alho e cebola refogados para lhes tirar o amargo das desventuras em série que nos perseguem.
Um bom brodo para espantar o frio dos medos que estão adiante, alcaparras para realçar o sabor do que sabemos que será certo e páprica doce para aguentar os amargos do futuro incerto e matreiro, nos prega peças para roubar nosso paladar. Tudo isso junto faz de um prato mais que entrada, principal e sobremesa. Nesse emaranhado de cheiros e gosto me perco cego, sei o caminho e você já está preso pelo estômago, não pelo coração, esse foi fácil, ganhamos recíprocos, de cara mas, pela boca, por onde morre o peixe, esse é ruim de ganhar pois o coração é cego mas a boca enxerga e mui bem!
E assim vou te amando entre empanados, arroz de forno, bifes e frangos, massas e doces, cada coisa em seu lugar e devidamente sagrada ao altar de nosso amor. Cozinhar é, antes de tudo, um ato de amor e aqui vai a receita de hoje.
Frango empanado
500g de frango (peito ou sobrecoxa sem pele e sem osso)
Tempero: alho, cheiro verde, pimenta do reino, orégano, manjericão, curry, sal (tudo em pitadas a seu gosto) e duas colheres de sobremesa de maionese
Para empanar: num prato, coloque metade de farinha de rosca, metade de trigo, misture bem. bata dois ou três ovos em outro prato.
Fure os pedaços de frango para que o tempero penetre (ui) na carne. Misture bem os temperos com a mesma e deixe descansar por algumas horas, para firmar o gosto.
Unte um refratário com margarina ou mateiga, passe o frango nos ovos (batidos, não nos seus bicha burra!), na farinha (não no padê) e os disponha no refratário. Cubra com papel alumínio e leve ao forno pré-aquecido.
Depois de uns 20 minutos, tire o papel aluminio e deixe assar até estar dourado (não pe golden shower, não mije no frando bee!).
toma lá/dá cá
Sinceramente, meu fígado opilou com esse tal de kit guei e essa infindável discussão que a mídia e nós mesmos alimentamos de forma desproporcional e circense via redes sociais e afins. A imprensa local, aliás como sempre, adota um assunto e ao invés de jogar luz sobre o ele prefere emitir juízos como vi uma repórter da Record fazer.
Que vergonha minha senhora, a função primária de 'jornalistas' é apenas informar e não dar opinião, deixe isso para articulistas ou quem sabe o que fala mas, nossa mídia é profusa em deixar a notícia em segundo plano e escorrer atá a última gota de sangue o assunto que dá ibope, raras exceções onde realmente se busca a discussão do assunto sem cores fortes mas fica-se preso à tv paga que é luxo para poucos afortunados.
Por outro lado, e podem me jogar pedra, acho que tomamos esse assunto pela mão errada pois se as escolas devem, se considerarmos as mesmas não como instituições de ensino mas como centros que deveriam, em tese, preparar a pessoa para viver socialmente, fomentar a cidadania, antes dela vem a família e de lá que se deve, olha a piada pronta, 'torcer o pepino', é dessa base que deve surgir os princípios de respeito ás liberdades alheias e individualidade, às diferenças. Não vejo resultados positivos se a escola faz um trabalho num sentido e a família o oposto afinal, qual caminho se acha que os novos cidadãos seguirão? No máximo teremos um conflito de forças mas acho pouco provável que a família seja preterida.
A escola deve sim tomar parte nessa educação mas acho que essa meio que imposição do famigerado kit saiu pela cultara, tiro no pé, deveríamos cobrar do governo mais campanhas como as que andam sendo veiculadas no RJ, a aprovação da lei anti-homofobia e mais atenção ao HIV e DSTs ao invés de fazer marulho num copinho de café, me desculpem. Não é com essa imposição sobre um material que, entendo eu, está muito além da evolução atual de nossa sociedade teocrática, que vamos conseguir alguma coisa, quanto mais imposto for menos simpatia angaríamos para a 'causa', há que se conseguir na lei, na força dela e não goela abaixo.
Nesse caso específico, acho que colocamos o carro na frente dos bois e no momento errado pois num ato fisiológico constrangedor, o governo cedeu para não penalizar a economia do país que, já apavorada com a inflanção zumbi, não suportaria ver todo o processo de fritura de mais um ministro. Condenável? Sim, claro! Mas, é o jogo e a corda rompeu para o lado mais fraco, nós, que não pegamos o timing do negócio. Bolsonaro é um pato berrando numa lagoa gelada, só lhe ouvem os patos que ficaram presos com ele mas, ainda assim, nós insistimos em lhe quebrar o gelo ao redor e deixar que ele chegue cada vez mais perto das margens.
Esse passo atrás não culpa dele ainda que esteja a lamber o beiços, fomos nós mesmos que demos com essa 'festa' toda sobre algo que deveria ser discutido mais a frente e não na rabeira do que decidiu o STF há pouco tempo, afinal, pensam eles, já conseguiram seu quinhão, querem mais? Não é assim, tem de ser um grão por vez, fomos com muita sede ao pote.
Que vergonha minha senhora, a função primária de 'jornalistas' é apenas informar e não dar opinião, deixe isso para articulistas ou quem sabe o que fala mas, nossa mídia é profusa em deixar a notícia em segundo plano e escorrer atá a última gota de sangue o assunto que dá ibope, raras exceções onde realmente se busca a discussão do assunto sem cores fortes mas fica-se preso à tv paga que é luxo para poucos afortunados.
Por outro lado, e podem me jogar pedra, acho que tomamos esse assunto pela mão errada pois se as escolas devem, se considerarmos as mesmas não como instituições de ensino mas como centros que deveriam, em tese, preparar a pessoa para viver socialmente, fomentar a cidadania, antes dela vem a família e de lá que se deve, olha a piada pronta, 'torcer o pepino', é dessa base que deve surgir os princípios de respeito ás liberdades alheias e individualidade, às diferenças. Não vejo resultados positivos se a escola faz um trabalho num sentido e a família o oposto afinal, qual caminho se acha que os novos cidadãos seguirão? No máximo teremos um conflito de forças mas acho pouco provável que a família seja preterida.
A escola deve sim tomar parte nessa educação mas acho que essa meio que imposição do famigerado kit saiu pela cultara, tiro no pé, deveríamos cobrar do governo mais campanhas como as que andam sendo veiculadas no RJ, a aprovação da lei anti-homofobia e mais atenção ao HIV e DSTs ao invés de fazer marulho num copinho de café, me desculpem. Não é com essa imposição sobre um material que, entendo eu, está muito além da evolução atual de nossa sociedade teocrática, que vamos conseguir alguma coisa, quanto mais imposto for menos simpatia angaríamos para a 'causa', há que se conseguir na lei, na força dela e não goela abaixo.
Nesse caso específico, acho que colocamos o carro na frente dos bois e no momento errado pois num ato fisiológico constrangedor, o governo cedeu para não penalizar a economia do país que, já apavorada com a inflanção zumbi, não suportaria ver todo o processo de fritura de mais um ministro. Condenável? Sim, claro! Mas, é o jogo e a corda rompeu para o lado mais fraco, nós, que não pegamos o timing do negócio. Bolsonaro é um pato berrando numa lagoa gelada, só lhe ouvem os patos que ficaram presos com ele mas, ainda assim, nós insistimos em lhe quebrar o gelo ao redor e deixar que ele chegue cada vez mais perto das margens.
Esse passo atrás não culpa dele ainda que esteja a lamber o beiços, fomos nós mesmos que demos com essa 'festa' toda sobre algo que deveria ser discutido mais a frente e não na rabeira do que decidiu o STF há pouco tempo, afinal, pensam eles, já conseguiram seu quinhão, querem mais? Não é assim, tem de ser um grão por vez, fomos com muita sede ao pote.
24 de mai. de 2011
23 de mai. de 2011
a vida num flash
Sinto falta de quando eu me vestia de dia e você de noite e fazíamos a madrugada com as roupas no chão.
20 de mai. de 2011
indo/voltando
Somos basicamente, pacotes de sentimentos, gostaríamos de ser pacotes de apenas um deles mas não adianta, temos todos enfiados lá dentro, misturados e lutando para ser o primeiro a sair do saco.
O que tiramos de lá é a grande questão, e quando tiramos de lá é a outra grande incógnita. Passamos a vida tentando aprender a fazer isso de forma coerente, adequada, correta mas, como são sentimentos, na grande maioria das vezes, eles dominam a situação e o que acaba saindo do pacote não é agradável e geralmente sai na hora errada.
Morreremos sem saber lidar com eles direito mas alguns de nós morrerão em paz pois aprenderam que o jeito de lidar com eles é não lidando pois se fosse o oposto não seriam sentimentos, seríamos feitos de sílica ou cimento mas há que se lembrar de que isso não nos dá aval para brincar com o pacote dos outros, coisa que adoramos fazer sem a noção de que outros também podem bagunçar nosso pacote ou mesmo rasgá-lo além de possível recuperação.
Enfim, um dos habitantes do pacote é a perda. Acho que é um dos piores e o que menos sabemos lidar pelo peso que este possui e tudo que apenas sua menção nos faz incorrer. Não fomos feitos para perder coisas, somos criaturas cumulativas, queremos mais e mais, nunca menos, desde metal, bens materiais mas acima de tudo, pessoas, amores e amizades, não lidamos bem com esses tipos de perda seja ela temporária ou definitiva.
Mas, se há perdas, há ganhos e penso que um dos lugares onde isso fica bem claro são aeroportos e que servem de pano de fundo para 'Chegadas e Partidas', programa exibido pela GNT na TV paga e que Wans já cometou. Confesso que Astrid me era meio antipática, coisa minha mas, nesse caso específico, acho que ela manda muito bem abordando pessoas no desembarque/embarque do aeroporto de Guarulhos (SP) e chega mesmo às lagrimas em muitos casos.
Nesse lugar, cheio de gente, você pode voltar a acerditar no humano, ainda existe algo que vale a pena salvar entre nós pois são pessoas exalando sentimentos puros, afeição, amor, saudade que ficou ou que está nascendo ali, naquele momento. Essas perdas são ruins de lidar, acabam com a gente e por isso mesmo trazem à tona nosso lado mais doce e gentil que insistimos em esconder e esquecer no dia a dia, sobrecarregados e enterrados num sem fim de ódio, medo, tragédias particulares e alheias, pasmaceira midiática e anestesia geral de opiniões.
Ali não, comandam as emoções, a perda lidera o time e se passam estórias simples quase sem sal mas que revelam o tamanho dessa emoção assim como outras tão fortes e profundas que precisariam de outro léxico para lhe dar definição. Somos pacotes de sentimentos, nada além disso, mal embrulhados pelo criador e feito de material frágil, rasgamos fácil, há aqueles que se encapam na vida para compensar o trabalho meia boca feito por ele mas acabam sem experimentar muito do que a vida tem bom, mesmo quando ela vai mal, vai bem.
Eu conheço aeroportos, já me despedi de amigos ali, fiquei plantado de olhos molhados vendo eles irem embora e depois voltei feliz da vida para recebe-los de volta, olhos molhados de novo mas outra coisa saíra do pacote. Meu amor me esperava ali certa vez que fiquei muito tempo longe de casa e vê-lo ao chegar foi uma lufada de ar fresco, aquele calorzinho do sol que fica na cama, uma xícara de chocolate quente, um pão que saiu agora do forno, aquele doce que só minha mãe fazia.
Ali, os aviões chegam e saem mas, na verdade, o que chega e sai são sentimentos, nossos pacotes pra vida toda.
19 de mai. de 2011
casado, com outro homem
Adoraria ficar em casa, não no ócio mas produzindo minhas escritas apenas, que isso provesse meu quinhão de sustento. Mas, isso beira o utópico e assim sendo, há que se buscar o metal de outras formas pois as contas chegam e não querem saber de minhas mazelas, muito menos o caixa do mercado aceitaria um conto meu fresquinho como pagamento pelas compras do mês.
Queria voltar ao escambo, toma lá/dá cá, seria mais fácil. Enfim, estou na caça de um emprego, um porre isso de preenche dados, envia cv, preenche de novo, aciona toda a rede social e depois, ainda há que se passar por aquelas chatices de processo seletivo e perguntas rídículas para minhas respostas pré-fabricadas leia-se, você pergunta e eu faço de conta que respondo, tá?
Mas, fiz algumas concessões a mim mesmo: que seja não distante de casa, fora do ramo onde fiz nome (aviação) e que me aceite como homossexual que sou. Impossível? Quase mas chega de fazer o gosto dos outros, vou fazer o meu pra variar, melhor não?
Confesso que ao entrar no FB, onde havia pessoas que poderiam me servir de 'trampolim' profissional, evitei abordar o assunto numa atitude contraditória e mesmo covarde mas, agora, minha integridade não tem preço e nem vale um emprego, prefiro vender dvd na rua ao trabalhar camuflado, não, não aceito mais isso de ninguém afinal o problema é deles e não meu.
Ao refazer meu cv, mudei de 'solteiro' para 'casado'. Uma boa amiga que trabalha com RH, perguntou porque eu havia feito isso, após ter lido meu cv. Ela me disse que deveria ter posto solteiro pois, na fria verdade, esse era meu status real. Concordei mas rebati que nãi era solteiro pois vivo há praticamente dez anos com outro homem e somos casados ainda que não exista uma certidão para provar tal fato.
Ela disse que isso poderi depor contra mim pois o status casado implicitamente sugere filhos e muitas vagas podem escapar assim mas lhe disse que fazia questão de informar casado pois é como me sentia e vivia e não faria mais concessões sobre isso, para mim informar o oposto sim seria mentir, ela entendeu e sei que sua recomendação era mais profissional do que fins de me poupar preconceitos vindouros.
Não vou esconder nada, em entrevistas vou sim dizer que sou 'casado' com outro homem, sou homossexual, sou viado, sou gay! Isso certamente me fechará algumas portas, fato, mas se esses lugares assim fizerem, sinal de que não estavam buscando um profissional como eu, sinto por eles, nada mais.
Chega um ponto em que você precisa mesmo ser quem você é, o resto que se foda bonito!
Queria voltar ao escambo, toma lá/dá cá, seria mais fácil. Enfim, estou na caça de um emprego, um porre isso de preenche dados, envia cv, preenche de novo, aciona toda a rede social e depois, ainda há que se passar por aquelas chatices de processo seletivo e perguntas rídículas para minhas respostas pré-fabricadas leia-se, você pergunta e eu faço de conta que respondo, tá?
Mas, fiz algumas concessões a mim mesmo: que seja não distante de casa, fora do ramo onde fiz nome (aviação) e que me aceite como homossexual que sou. Impossível? Quase mas chega de fazer o gosto dos outros, vou fazer o meu pra variar, melhor não?
Confesso que ao entrar no FB, onde havia pessoas que poderiam me servir de 'trampolim' profissional, evitei abordar o assunto numa atitude contraditória e mesmo covarde mas, agora, minha integridade não tem preço e nem vale um emprego, prefiro vender dvd na rua ao trabalhar camuflado, não, não aceito mais isso de ninguém afinal o problema é deles e não meu.
Ao refazer meu cv, mudei de 'solteiro' para 'casado'. Uma boa amiga que trabalha com RH, perguntou porque eu havia feito isso, após ter lido meu cv. Ela me disse que deveria ter posto solteiro pois, na fria verdade, esse era meu status real. Concordei mas rebati que nãi era solteiro pois vivo há praticamente dez anos com outro homem e somos casados ainda que não exista uma certidão para provar tal fato.
Ela disse que isso poderi depor contra mim pois o status casado implicitamente sugere filhos e muitas vagas podem escapar assim mas lhe disse que fazia questão de informar casado pois é como me sentia e vivia e não faria mais concessões sobre isso, para mim informar o oposto sim seria mentir, ela entendeu e sei que sua recomendação era mais profissional do que fins de me poupar preconceitos vindouros.
Não vou esconder nada, em entrevistas vou sim dizer que sou 'casado' com outro homem, sou homossexual, sou viado, sou gay! Isso certamente me fechará algumas portas, fato, mas se esses lugares assim fizerem, sinal de que não estavam buscando um profissional como eu, sinto por eles, nada mais.
Chega um ponto em que você precisa mesmo ser quem você é, o resto que se foda bonito!
igual
Vivemos tempos tão dementes que de facas nos dentes avançamos contra tudo e todos que nos negam artigos que para os demais são 'in natura' ainda que muitos nem mesmo usufruam deles simplesmente por não terem mesmo acesso ou ciência plena destes.
Nossa luta é justificada mas perde um pouco do peso e dimensão, não de seu valor e necessidade, quando comparadas aos milh(ões)ares que nem mesmo sabem pelo que lutar, como faze-lo e sequer se devem faze-lo e ficam assim margeando nossas casas e direitos adquiridos ou não vivendo das migalhas que nós e os demais deixam cair pelo caminho.
Mas é nosso umbigo que está na reta agora, sem egoísmos, há que se lutar por mais e todos mas, neste momento único, somos nós que estamos sob a luz e estamos avançando mesmo que a passos de cágado. Só espero mesmo que depois de chegarmos lá, se isso vai acontecer aqui um dia, não entremos na zona de conforto ainda que o preço a pagar pela vitória seja a eterna vigilância.
Enfim, nem era para polemizar ou afins, apenas para compartilhar com vocês este video úncio que o Marcelo jogou no FB. Lindo, simples, humano e que extrapola a questão de orientação sexual, gênero e outros.
Rogo estar vivo para ver isso acontecer mesmo um dia.
Nossa luta é justificada mas perde um pouco do peso e dimensão, não de seu valor e necessidade, quando comparadas aos milh(ões)ares que nem mesmo sabem pelo que lutar, como faze-lo e sequer se devem faze-lo e ficam assim margeando nossas casas e direitos adquiridos ou não vivendo das migalhas que nós e os demais deixam cair pelo caminho.
Mas é nosso umbigo que está na reta agora, sem egoísmos, há que se lutar por mais e todos mas, neste momento único, somos nós que estamos sob a luz e estamos avançando mesmo que a passos de cágado. Só espero mesmo que depois de chegarmos lá, se isso vai acontecer aqui um dia, não entremos na zona de conforto ainda que o preço a pagar pela vitória seja a eterna vigilância.
Enfim, nem era para polemizar ou afins, apenas para compartilhar com vocês este video úncio que o Marcelo jogou no FB. Lindo, simples, humano e que extrapola a questão de orientação sexual, gênero e outros.
Rogo estar vivo para ver isso acontecer mesmo um dia.
17 de mai. de 2011
a vida num flash
Nota: mais um que o Blooster cagou, republico, enjoy!
Chegou aos bafos, relógio gritando, lhe apontando o indicador e ponteiros esbugalhados.
Chama elevador, demora, demora, demora, pés ritmados no chão, pescoço de ventilador, buscando salvação. Ela chega, as portas do elevador se abrem, sai gente, entra gente, sai gente, eu quero entrar, pressa, muita, relógio faz cara de 'se fudeu!' pra ele.
Dentro ele acha ele. Novo, não estava lá no dia anterior, pergunta os andares, ele fica sem saber o que falar, '10º?' Não era mas ele faz que sim, dez era ele, décimos de segundo até que eles se despedissem.
Sobe, pára, desce, sobe de novo, pára, sobe mais, três pessaos lá dentro. 10º, só os dois, os números no painel ansiosos, eles se olham, o botão da emergência pula na frente dos demais gritando 'sou eu! sou eu!'.
O beijo sobe, não ia pra andar algum, pede pra esperar o resto que vinha correndo pelo corredor, já ia chegar, segura a porta! Então, apertaram todos o botões, e nunca mais voltaram.
17.05.2011
Há que se dizer que hoje é um dia especial, não somos mais doentes e, em muitos países, somos tratados como deveríamos ser tratados em todos os lugares: pessoas comuns, cidadãos, nada além disso.
Mas ainda há que se lutar muito por aqui e em países menos respeitadores da diversidade, seja ela qual for. Eu mesmo não aceito mais esconder o quê ou quem sou de mais ninguém, mesmo que isso me custe pois o preço a ser pago por não fazê-lo e minha alma, eu mesmo, alto demais para simplesmente agradar a sociedade.
Love 2 u all.
a vida num flash
15
ah! tesão! delícia! isso, vai, assim, vou gozar!
25
trouxe RG?
35
vamos pra sua casa ou pra minha?
45
te espero lá em casa, ok?
55
hoje não, vamos marcar outro dia, preciso acordar cedo amanhã..
65
dá um tempo, tá um frio do caralho!
75
deixa o remédio fazer efeito
85
você viu minha bombinha da asma?
95
16 de mai. de 2011
intolerantes
Nem me pronunciei sobre Bolsonaro e afins, achei mesmo que o assunto estava 'hype' demais, polemizado além do necessário, beirando fanatismos (nos dois lados) e absurdos.
Que o homem é um boçal, isto é mais do que claro. Histriônico, aproveita toda fresta para enfiar seu discurso caduco mídia adentro e quando aqueles que deveriam nos representar perdem a linha, infelizmente, o ponto é dele e não nosso. Se simplesmente o deixassem bradar aos ventos, com o tempo, acho que ele seria encarado como um Beato Salu lhe dando atenção apenas os de seu séquito.
Como ele late e nós latimos de volta, temos circo, todos palhaços e ele rindo mais alto e dedo em riste para nós mostrando que é para esse povo que se está dando direitos universais. Ficar calado diante das baboseiras dele? Claro que não! Rebater, discutir, retrucar sempre mas, fico com a impressão de que fazemos o jogo dele sempre.
Além disso, começam a circular por aí pedido de cassação de Bolsonaro além de outras 'penalidades' para lhe tolher a boca, calar o discurso. Desculpem mas se é assim que vocês querem conquistar direitos, calando a boca dos outros, eu estou de fora, não quero, não preciso e prefiro viver sem nada. Acima de orientações sexuais, existe algo mais santo e importantes que é liberdade de expressão e não acho que seja calando nossos opositores que vamos fazer a diferença.
Já disso isso aqui, não quero ter direitos erguidos sobre os dos outros, nunca! Bolsonaro e afins são horríveis? São sim mas, ainda assim, tem direito de expressar que são contra nós e de lutar pelo que lhes parecesse ser direito mesmo que isso para nós seja algo abominável. De certo que a forma como ele e seus asceclas usam métodos quase torpes para fazer valer seu ponto de vista e creio mesmo que seu embasamento, fora a religião, seja nulo ou tão pífio quanto poeira cósmica mas, mesmo assim, eles devem ter reservado o direito de aberta e livremente expressar suas opiniões, dizer que não aceitam gays e que são contra concessão de direitos a estes e lutar por isso que eles, tristemente, entendem como verdade.
Se pedimos a cabeça dele, que ele seja calado, expulso, removido, afastado ou seja lá o que for, quem é o intolerante aqui? É assim que você deseja ser gay no Brasil? É assim que você entende ter direitos? É assim que você fica feliz? Eliminando, removendo de seu caminho que vai contra você seja de forma baixa e histérica ou de forma comedida? Sim pois duvido que se Bolsonaro tivesse um discurso mais sóbrio, contido mas ainda assim, digamos, anti-homo, não estariam pedindo-lhe a cabeça do mesmo jeito.
Ao invés de dar cada vez mais cartaz para esse senhor, porque nossos 'representantes' não se preocupam em fazer alianças e articulações que nos favoreçam, apoiem? Em fazer e promover campanhas contra a discriminação? Que nos mostram como pessoas também? Porque não fazer mais campanhas sobre HIV/AIDS ou contra o massacre de homossexuais que põe nosso país num ranking detestável?
Como diria o DPNN, os movimentos gays daqui se preocupam mais em fazer barulho e fisiologismo do que relmente fazer algo pelos homossexuais. Bolsonaro agradece!
Que o homem é um boçal, isto é mais do que claro. Histriônico, aproveita toda fresta para enfiar seu discurso caduco mídia adentro e quando aqueles que deveriam nos representar perdem a linha, infelizmente, o ponto é dele e não nosso. Se simplesmente o deixassem bradar aos ventos, com o tempo, acho que ele seria encarado como um Beato Salu lhe dando atenção apenas os de seu séquito.
Como ele late e nós latimos de volta, temos circo, todos palhaços e ele rindo mais alto e dedo em riste para nós mostrando que é para esse povo que se está dando direitos universais. Ficar calado diante das baboseiras dele? Claro que não! Rebater, discutir, retrucar sempre mas, fico com a impressão de que fazemos o jogo dele sempre.
Além disso, começam a circular por aí pedido de cassação de Bolsonaro além de outras 'penalidades' para lhe tolher a boca, calar o discurso. Desculpem mas se é assim que vocês querem conquistar direitos, calando a boca dos outros, eu estou de fora, não quero, não preciso e prefiro viver sem nada. Acima de orientações sexuais, existe algo mais santo e importantes que é liberdade de expressão e não acho que seja calando nossos opositores que vamos fazer a diferença.
Já disso isso aqui, não quero ter direitos erguidos sobre os dos outros, nunca! Bolsonaro e afins são horríveis? São sim mas, ainda assim, tem direito de expressar que são contra nós e de lutar pelo que lhes parecesse ser direito mesmo que isso para nós seja algo abominável. De certo que a forma como ele e seus asceclas usam métodos quase torpes para fazer valer seu ponto de vista e creio mesmo que seu embasamento, fora a religião, seja nulo ou tão pífio quanto poeira cósmica mas, mesmo assim, eles devem ter reservado o direito de aberta e livremente expressar suas opiniões, dizer que não aceitam gays e que são contra concessão de direitos a estes e lutar por isso que eles, tristemente, entendem como verdade.
Se pedimos a cabeça dele, que ele seja calado, expulso, removido, afastado ou seja lá o que for, quem é o intolerante aqui? É assim que você deseja ser gay no Brasil? É assim que você entende ter direitos? É assim que você fica feliz? Eliminando, removendo de seu caminho que vai contra você seja de forma baixa e histérica ou de forma comedida? Sim pois duvido que se Bolsonaro tivesse um discurso mais sóbrio, contido mas ainda assim, digamos, anti-homo, não estariam pedindo-lhe a cabeça do mesmo jeito.
Ao invés de dar cada vez mais cartaz para esse senhor, porque nossos 'representantes' não se preocupam em fazer alianças e articulações que nos favoreçam, apoiem? Em fazer e promover campanhas contra a discriminação? Que nos mostram como pessoas também? Porque não fazer mais campanhas sobre HIV/AIDS ou contra o massacre de homossexuais que põe nosso país num ranking detestável?
Como diria o DPNN, os movimentos gays daqui se preocupam mais em fazer barulho e fisiologismo do que relmente fazer algo pelos homossexuais. Bolsonaro agradece!
13 de mai. de 2011
a minha parte
Nota: graças ao Edu, essa coisa linda e fofa que Deus pôs no mundo e em meu caminho, eis aqui meu post de ontem. LOVE U!!!
Existem razões mais do que suficientes para crer no fim do mundo, não com fogo, enxofre e separação joio/trigo mas pelo total desmoronamento social, podemos até ser critauras sociais mas não somos, fato, nada sociáveis na grande maioria das vezes.
Já fui muito pessimista e ainda acho que corremos um risco certo de sumir do mapa, de tempos em tempos, há que se renovar as coisas e nós mesmo não fazemos lá por merecer estar aqui, não é? Enfim, se cada um fizer um pouco, e isso pode soar um clichê absurdo, datado, demagogo mas funciona mesmo pois enquanto ficarmos uns empurrando pros outros nada vai funcionar a contento, acho mesmo que ainda podemos ganhar um tempo extra por essas paragens.
Ontem, precisei sair, peguei o metrô e junto comigo entrou uma moça deficiente visual, ficou ao meu lado. Nenhum de nós sabe com agir nesses casos, não estamos preparados para lidar com gays que dirá com deficientes? Havia lugares vazios e perguntei a ela se desajava
sentar-se, ele disse que não, desceria na Sé, como eu.
sentar-se, ele disse que não, desceria na Sé, como eu.
Lá chegamos e me ofereci para ajudá-la a descer do vagão, ela aceitou e perguntou para onde eu ia, respondi que me dirigia à região da Paulista, desceria no Paraíso, ela disse que iria a adiante e eu me ofereci para acompanha-la. Nunca havia feito isso antes, faço como a
grade maioria, disfarço, nem é comigo, ajudar pra quê? Cada um com seus problemas, não é? Temos pressa, correr sempre, pouco importa se outra pessoa precisa de uma ajuda, de uma força afinal, não é culpa minha ter nascido assim perfeitinho.
grade maioria, disfarço, nem é comigo, ajudar pra quê? Cada um com seus problemas, não é? Temos pressa, correr sempre, pouco importa se outra pessoa precisa de uma ajuda, de uma força afinal, não é culpa minha ter nascido assim perfeitinho.
Voltando, fomos nós conversando, sobre livros, a situação caótica do metrô e de SP em geral, coisas assim, trocamos algumas opiniões sobre literatura, rápidas mas interessantes (ela usa audio livros e um programa que transforma livros baixados da rede em audio). Ela ficou cega depois de um acidente, não disse há quanto tempo assim estava mas reclamou, candidamente, que receber ajuda é coisa mais rara do que achar um nora de cem reais no chão.
Chegou minha estação perguntei se ela desejava que lhe acompanhasse até a sua tinha tempo, não havia pressa. Ela disse que não, agradeceu minha ajuda, nos despedimos e me fui. Sai do trem com uma sensação boa, dever cumprido, não vai redimir todos os meus pecados mas deve dar uma aliviada. Talvez devesse ter pedido um contato mas nem pensei
nisso, e qual seria mesmo o propósito? Não sei, acho que ter amizade com alguém assim, aprender a ver as coisas (piada pronta) através de outra realidade, o que isso pode trazer para mim, seria isso? De certo não me passou pela cabeça uma caridade ou intenção de faze-la esperando bônus celestiais ou terrenos.
nisso, e qual seria mesmo o propósito? Não sei, acho que ter amizade com alguém assim, aprender a ver as coisas (piada pronta) através de outra realidade, o que isso pode trazer para mim, seria isso? De certo não me passou pela cabeça uma caridade ou intenção de faze-la esperando bônus celestiais ou terrenos.
Apenas o fato de haver gente diferente de nós aqui que temos sim defeitos, muitos, diversos, inúmeros, sem fim e que, com um pouco de esforço e boa vontade podem ser corrigidos, não estão, como adoramos dizer, em nosso jeito, nosso DNA.
Muitos não podem fazer isso.
BLOOSTER
VAI SE FUDER BLOGGER DO CARALHO!
VAI TOMAR NO MEIO DO OLHO DE SEU CU, FILHO DA PUTA!
FILHO DE UMA CADELA SIFILITCA!
RAMEIRA DA BABILONIA, VAI PRA PUTA QUE O PARIU!!!!
PIROCA NO CU DO BLOGGER!!! AGORA E SEMPRE!
ENFIOU MEU POST DE ONTEM NO RABO SEM KY E COM TABASCO!!
VAI SE FUDER MIL VEZES!!!!!
VAI TOMAR NO MEIO DO OLHO DE SEU CU, FILHO DA PUTA!
FILHO DE UMA CADELA SIFILITCA!
RAMEIRA DA BABILONIA, VAI PRA PUTA QUE O PARIU!!!!
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VAI SE FUDER MIL VEZES!!!!!
11 de mai. de 2011
body & mind
Richard, esse sim passou na fila da decadurabolinha...
Ah, vai? Quem eu quero enganar, catava de mãos atadas e venda nos olhos...sou dessas mesmo, profissional, assumo sem problemas...
Ah, vai? Quem eu quero enganar, catava de mãos atadas e venda nos olhos...sou dessas mesmo, profissional, assumo sem problemas...
10 de mai. de 2011
go on take everything...
tem muita coisa pra falar mas essa semana é só de 'Paulo', na próxima voltamos ao dia a dia ou coisa que o valha...
5 de mai. de 2011
EU SOU GAY
Hoje, sou muito orgulhoso de morar aqui. Pode parecer pouco mas é um passo gigantesco! Ainda existe muito mais a ser feito.
Mas, como dizem por aí, toda grande jornada, sempre começa com um pequeno passo.
motivo (mais que justificado!) pra divórcio
alguém me diz quantas vezes ele passou na fila da gostosura? eu com certeza nasci depois que ele passou...vai se fuder... quer mais?
4 de mai. de 2011
a vida num flash
Amava demais ao outro. Não suportaria perdê-lo fosse pelas vias naturais ou artificiais.
Certo disso, reservava o esperma de suas fodas vertendo o líquido santo do preservativo em um tipo de tubo improvisado, depois, se auto inseminava com o leite do amado seguro de que isso lhe traria rebentos.
Fez isso por muito tempo, inócuo. E seu amor se foi, pelas vias naturais mas acidentais; ele ingressou numa dor ímpar, quase prima mas, dias depois, dores violentas lhe enroscaram as tripas.
Correu ao banheiro, torceu-se no chão, urrava insano em feto, quase uma bolota. E então, com um peido a dor passou, relaxou o corpo e suando, olhou ao redor, ao seu lado, logo abaixo de seu rabo um choro leve, tímido.
Parira.
3 de mai. de 2011
escondido
Como sabem via Wans, um grande e querido amigo abriu um hostel na Vila Mariana aqui em SP. Não conhece? Nem sabe o que é? Clique no nome de meu marido aí em cima ou visite estes links:
Telstar Facebook
Telstar Hostel World
O lugar é excelentemente localizado, tem uma estrutura ótima, piscina, wi-fi, um pequeno cyber cafe, bar e, na minha opinião, o melhor chilli de sampa. Para os amigos que vierem nos visitar a casa aqui está, claro, sempre de portas abertas mas fica a dica de um lugar legal para se hospedar e com preços bem acessíveis. Vejam as fotos e julguem por si mesmos.
Mas esse não é bem motivo deste post, serve claro como reforço do de Wans mas, como disse, não é seu cerne. Passamos batidos por lugares que podem esconder pequenos tesouros, o albergue de nosso amigo parece estar se encaixando nessa categoria vide o retorno positivo que teve de seus hóspedes principalmente os cá nascidos pouco acostumados com a idéia de hostel, com uma visão pré-concebida do que é isso vide a profusão de picaretas os quais, como em qualquer ramo, mancham o nome dos demais que fazem sim um trabalho sério.
Enfim, hoje fui até o Telstar, bater um papo e acompanhar o Casaca a uma exposição de um fotógrafo chamado Andreas Feininger o qual eu mesmo desconhecia mas me tornei fã depois de conferir os trabalhos do moço. Ao sairmos para a exposição, passamos em frente uma casa próxima a seu albergue onde funciona algo como uma cooperativa para artistas e pessoas que produzem artesanato mas não aqueles pratos com borboletas, araras e tucanos de pedras 'preciosas' ou camisetas BRASIL com uma letra de cada cor, coqueiros e berimbaus.
Vá lá, isso vende, existe demanda e não realmente questiono a validade desses itens como artesanato mas o lugar me encantou devido à qualidade do que vende sem cobrar preços extorsivos, coisas que eu certamente compraria para decorar a casinha aqui, um ambiente agradável, que preservou a grande maioria da arquitetura da casa onde se hospeda e um espaço com um café que te leva para longe de SP, para o interior ou outro lugar mesmo que por momentos.
O nome do lugar é Casa da Vila, acho que vale muito a pena visitar o site do local que também é bem simpático e se você mora em SP ou está aquui de passagem, vai lá, veja as peças e tome um café (orgânico), eu tomei hoje um que, além do café, vai melado de cana e açúcar mascavo:
Amei! Delicioso! E eles também fazem saladas e outros petiscos orgânicos além de, como disse acima, o ambiente ser delicioso:
Como não bastasse essa descoberta, fomos à exposição no Museu Lasar Segall, outro lugar onde nunca tinha posto os pés (mea culpa!). Outro lugar legal para passar uma tarde ou manhã, ver exposições interessantes e parte do acervo do próprio Segall em exposição permanente. Alie-se a isso que encontramos a Paula, amiga que veio via Fabiano e ela fez uma tour pelo museu conosco, deu valiosas explicações sobre as obras expostas. Novamente, se você mora aqui ou passa por aqui, vale a pena conhecer o espaço onde também é servido um ótimo café e afins.
São Paulo come você e não sobra nem o bagaço, a cidade engole de uma vez, nem se dá ao trabalho de mastigar, põe tudo pras entranhas, moer e fazer mais caldo de gente para suas engrenagens. Nós passamos por elas e nem nos damos conta de que entre cimento, concreto e gente feita estúpida pela velocidade imposta do cotidiano, existem lugares como esses, pequenos édens onde você pode descompassar o ritmo, abaixar um tom, amalgamar cores ou desconstrui-las. Nós que vivemos aqui não damos valor ao que temos, quando morei no RJ, perguntei a alguns amigos de lá se tinham ido ou iam no Cristo, Corcovado e afins e estes responderam que não, era coisa pra turista e mesmo porque, sempre esteve lá.
Nessa minha pausa prolongada redescobri muitas coisas de SP mas a cidade continua me mostrando que tem mais lugares inexplorados e não escondidos, jamais, basta que olhemos com outros olhos, ela que ser vista como amiga e não como monstos devorador de almas e sonhos. Infelizmente, ela não pode suavizae sua natureza áspera pois isso a faria ruir, virar sal mas, quando olhamos esses outros lados que escapam de nossa visão periférica engolfados no trinômio casa/trabalho/casa, descobrimos que ainda é possível se encantar com um lugar que assusta a tudo a todos.
Tenho mais para procurar, muito mais mesmo.
nota: Banda - Stereolab; Song - 'Tempter'. A letra é um achado:
Mid-way between happiness and sadness
Boiling but never over-flowing
Forced to only make a better come back
More powerful and poignant then falls again
Destructive lust for life erected
On the verge pricked up like a picket
Fearing to respond to the tempting
but malevolent call of the other side
cegos
Lendo hoje o Naipes e o DPNN cheguei nisso aqui e acho que são idéias que carregam entre si uma relação de causa e efeito que demandaria um estudo mais profundo mas vou apenas expor minhas percepções aqui neste post.
Creio que todos aqui procuram, na medida do possível, mater-se informado, ler um jornal ou revista, assistir aos mesmos na TV. Porém, esses meios que deveriam nos prover de informações, opiniões, análises e afins só fazem, raras exceções, vomitar sobre nossas casas desgraças, assassinatos, tudo que há de mais escabroso e pérfido, a notícia mesmo vem em último plano pois ela não importa mais aos cérebors liquefeitos pelos sangrentos diários.
Isso vende mais, mais fácil falar sobre atrocidades que sim, acontecem de fato, de forma histriônica, clamando o povo à ficar indignado, enojado e com a impressão de que o mundo está se desfazendo ao seu redor, que vigor a lei do cão, Talião e cada um é por si e Ele contra todos. Assim, toda emissora tem seu Datena (ele mesmo, coitado, preso à fórmula que ajudou a sagrar mas numa posição cômoda pois os bolsos estão cheios mas não é uma besta não, é articulado e culto coisas subjugadas pelo personagem hidrófobo que entra em vários lares diariamete).
A desgraça vende muito mais, ela cega e deixa todos anestesiados e à mercê da mídia e autoridades. Não se promove realmente a noticia como via de dialogo e transformação mas como massificação e cabresto no melhor estilo pão e circo. As raras exceções sejam impressas ou eletrônicas acabam ficando restritas a circulos fechados enquanto o resto vive das carniça jornalistica.
Existem coisas boas acontecendo? Claro que sim! Nem tudo está perdido? Não, não está! E sou um dos pessimistas de plantão, creia-me! Olhar só o errado, o negativo é mais fácil e causa menos estresse, nivela todos nós pois se está ruim é pra todos e não pra meia dúzia. Já falar de amor ou coisas boas pode causar inveja, rancor pois um pode achar que recebe menos amor do outro ou que as coisas estão boas demais para fulano e cicrano e para si nem tão bem assim.
A inveja não brota das desgraça, brota da harmonia, do amor mesmo, do bem estar pois é do humano querer que seu proximo se foda e ficar por cima dele, ainda não chegamos a esse nivel de consciencia que nos permitirá isso e acho pouco provável que 2012 faça algo a respeito. Como disse DPNN, falar de amor e coisas boas é chato pois quem quer saber disso quando se pode mostrar sangue vivo na tela? Guerra on-line? Chacinas e afins? Isso distraí mais que passar noticias boas e assim vamos crentes que tudo vai mal e que estamos fadados a nos foder ad eternum, conformados, resignados, abatedouro.
Se falássemos as coisas boas também e sugerissemos mudar o foco por um momento, talvez as pessoas começassem a se importar realmente com suas vidas, em melhora-las e demandar das autoridades o que se precisa para que isso aconteça retirando o véu individualista que toda essa mídia de massa nos impõe. Essa mesma cultura do eu, de cada um por si e, penso eu, a americanização de nossa sociedade onde cada vez mais ter sucesso, dinheiro, carro do ano e ter 'chegado lá' é valorizado tem um respaldo enorme nas redes sociais onde o contato fisico foi trocado pos scraps, twitter, fotos e msn.
O outro não é mais alguem de carne e osso e tem valor apenas pelo que é exposto em sua rede social. Daí chego ao Naipes com o video do 'Free Hugs', um abraço, coisa simples, que deveria ser corriqueira mas que somos incapazes de fornecer, abolimos o hábito do contato fisico e às vezes até memso com quem nos é intimo, ninguém aceita o toque, uma invasão, avanço, ato de guerra. Claro que é normal recusarmos contato fisico de pessoas que desconhecemos afinal que empatia temos com elas? Mas, não teriamos chegado a um ponto em que esse contato humano foi tão execrado que se torna real apenas quando exposto de forma hiperbólica nos 'noticiários'? Seria esse o unico tipo de contato humano que tolerariamos?
Não estariamos trocando uma coisa pela outra? Esquecendo que tudo isso pode ser sanado com um simples sorriso e talvez um abraço? Cada vez mais afastamos as pessoas de nosso convivio, preferimos as pessoas que são vendidas na rede e as que aparecem na TV sofrendo pois aliviam a nossa dor, tem gente sofrendo mais que você, viu? Reclama de quê? E tem de reclamar mesmo pois só assim para se aperceber do que lhe está sendo negado sendo de direito.
Eu já fui muito pior em termos de gênio e temperamento e a idade e outras cousas moldaram de outra forma o que sou hoje, ainda tenho cá minhas rabugices e manias mas aprendi à duras penas que olhar para o melhor é uma saída viável, veja bem, olhar para o melhor e não simplesmente aceita-lo de braços abertos não importa como ele chegou ou parece pois isso me cheira a alienação e, da mesma forma que o vicio pelo pior cega, essa sublimação de que tudo está bem tem o mesmo efeito. Mas, se você aprende a ver que no meio de tanta merda existem sim possibilidades, realidades, saídas, alternativas, então a vida adquire um outro gosto, textura e tons.
Por essas e outras eu sempre beijo meu Wans quando ele chega do trabalho, antes de dormir e quando ele sai de manhã. Porque esse contato me faz ver que há o bom no dia, mesmo que ele me traga adversidades, ele ainda será algo bom pois essa recompensa de ter o toque, o beijo, o calor dele me dão a certeza de que existe algo bom no mundo e que sempre se pode fazer melhor no dia seguinte.
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